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Técnicas de seleção, pré preparo, preparo, cocção e armazenamento de Produtos Cárneos Curso: Nutrição Módulo: Gestão em Qualidade na Produção de Alimentos Disciplina: Gestão: Técnica Dietética (TD) Roteiro de Aula Objetivo da aula: Explorar as técnicas de seleção, pré-preparo, preparo e armazenamento de produtos cárneos. Competência: Diferenciar e aplicar a utilização de produtos cárneos. Conhecimento: Técnicas de seleção, pré-preparo, cocção e armazenamento deprodutos cárneos. Habilidade: Compreender e identificar as técnicas de preparo e utilização de produtos cárneos. . Atitude: Senso crítico e decisão. 2 O que você entende por carnes? Quais os tipos de carnes habitualmente consumidos no Brasil? 3 Em grupos, pesquisem na internet, a definição de carnes. Registrem suas respostas para discussão. Tempo: 20 minutos 4 • A composição química das carnes varia de acordo com: a raça e o tipo do animal, que afetam os atributos relacionados à: • Cor, ao sabor, ao odor, à maciez e à suculência. • Em cada espécie, alguns dos fatores que influenciam esses atributos são a idade, o gênero, o estágio de desenvolvimento, as condições fisiológicas, os fatores ambientais, a alimentação e o período do abate . Constituição ARAÚJO, 2013; PHILIPPI, 2006; ORNELLAS, 2001 5 Tecido Muscular Músculos mais ricos em gordura e tecido conjuntivo, responsáveis pela sustentação do animal. Fornecem carnes mais rígidas que requerem maior tempo de cocção. Carnes mais macias, como o filé mignon, que necessitam de menor tempo de cocção para realçar suas características culinárias. Proteínas fibrosas: envolvem as fibras musculares e são a fração mais insolúvel e menos digerível. Colágeno: esbranquiçado e rígido - Tendões Elastina: amarelada e elástica - Ligamentos Insolúveis em água fria: Calor seco endurece e resseca Calor úmido/pressão tecido tendinoso aumenta volume, amolece e hidrolisa o colágeno gelatina (solúvel em água quente 100C). Obtenção gelatina rápida na presença de ácidos. Elastina: não é amaciada pelo calor processo mecânico moer ou picar. 6 Tecido Conjuntivo ARAÚJO, 2013; PHILIPPI, 2006; ORNELLAS, 2001 Constituído por 75 a 90% de gordura Cor, consistência e quantidade: variam de acordo com raça, idade, gênero e localização de criação Teor lipídico maior na idade adulta Fêmeas apresentam maior teor de lipídios que os machos Castrados: maior teor lipídico Gordura Intramuscular: suculência e maciez Sensação de umidade no início da mastigação Evita a desnaturação protéica rápida e a perda de líquidos durante o cozimento 7 Tecido Adiposo ARAÚJO, 2013; PHILIPPI, 2006; ORNELLAS, 2001 Características Sensoriais 8 1. COR – CARNE FRESCA: MIOGLOBINA (Mb) (Fe2+) Vermelho Púrpura Interior da carne fresca OXIMIOGLOBINA (MbO2) (Fe2+) Vermelho Brilhante Superfície da carne fresca + O2 - O2 Características Sensoriais 9 1. COR – COCÇÃO: MIOGLOBINA (Mb) (Fe2+) Vermelho Púrpura Interior da carne fresca OXIMIOGLOBINA (MbO2) (Fe2+) Vermelho Brilhante Superfície da carne fresca + O2 METAMIOGLOBINA (MMb) (Fe3+) Marrom Característica da carne cozida ou à vácuo - O2 Características Sensoriais • Tamanho dos feixes musculares • Espessura das fibras • Quantidade de tecido conjuntivo 10 2. TEXTURA E MACIEZ: ARAÚJO, 2013; PHILIPPI, 2006; ORNELLAS, 2001 3. SABOR: • Extratos nitrogenados • Extratos não nitrogenados • Ácido Glutâmico 11 Métodos de Prevenção à Contaminação Controle de fornecedores. Armazenamento: Refrigerado: 4C. Congelado: -18C Descongelamento: SOB REFRIGERAÇÃO. Retirar da refrigeração SOMENTE A QUANTIDADE A SER PREPARADA. Após preparada, manter aquecida (T ≥60C) ou resfriar rapidamente até 4C e manter a esta temperatura. 12 ARAÚJO, 2013; PHILIPPI, 2006; ORNELLAS, 2001; CVS 5 CARCTERÍSTICAS PARA AQUISIÇÃO SEGURA: Pré Preparo Amaciamento: Mecânico cortar, bater, moer Enzimático bromelina (abacaxi), papaína (mamão) e ficina (figo) Químico vinho (marinada) Sal: a umidade é absorvida por osmose e durante a cocção não terá perda total: O uso do sal com antecedência pode enrijecer as fibras (bifes) Sal grosso retira menos H2O da carne 13 ARAÚJO, 2013; PHILIPPI, 2006; ORNELLAS, 2001 Características dos Cortes 14 Em grupos, pesquisem na internet, os cortes de carnes e sua utilização na culinária. Registrem suas respostas para discussão. Tempo: 20 minutos Características da Carne no Processo de Cocção 15 Ponto de Cocção Temperatura de Cocção (°C) Características Cru 40 - 50 Coloração vermelho púrpura. Consistência macia. Tecido conjuntivo intacto. Extravasamento inicial de líquidos da estrutura protéica. Coagulação inicial das proteínas. Mal passado 50 - 60 Coloração vermelho clara tornando-se opaca. Consistência de macia a firme. Tecido conjuntivo intacto. Coagulação da miosina. Carne suculenta ao corte. Início da fusão da gordura (goteio). Ao ponto 60 - 70 Coloração externa amarronzada e interna rosada. Consistência mais firme pelo encurtamento das fibras e perda de líquido. Inicia-se a desnaturação e coagulação das proteínas. Menor exsudação de líquidos. Bem passado 70 - 80 Coloração interna e externa amarronzada. Consistência enrijecida e menos suculenta. Dissolução inicial do tecido conectivo. Muito bem passado > 80 Coloração escura (de marrom a preta). Consistência rígida e seca. Rompimento das paredes celulares e liberação de gordura. Dissolução do tecido conectivo. Desnaturação e coagulação da actina. ARAÚJO, 2013; PHILIPPI, 2006; ORNELLAS, 2001 Quantidade de Carne Per capita: 150 a 180g Com osso: 200 a 250g Porção: 100 a 120g (depende da UPR) 16 Confiança e agregação de valor em carnes com indicação geográfica https://goo.gl/2qcR2A 17 Estudo Dirigido 1. A pesquisa foi realizada por qual instituição? 2. Como foi aplicado o questionário? Qual foi a porcentagem de retorno? 3. Em relação ao perfil do consumidor, identifique a prevalência conforme os seguintes parâmetros: gênero, faixa etária, faixa salarial, nível de escolaridade, atividade e número de pessoas na residência. 4. Qual o tipo de carne mais consumida e local de aquisição da mesma? 5. Os consumidores valorizam a carne com indicação geográfica? Estão dispostos a pagar mais por essa carne? Qual a porcentagem que a maioria estaria disposta a pagar? 18 19 Carne Suína – Definição É um mamífero adulto, descendente do javali e criado para alimentação humana. Ao longo dos séculos, o porco foi um animal apreciado e desprezado por inúmeros povos e culturas. Os egípcios consideravam-no impuro, os hebreus e muçulmanos, ainda o consideram, os romanos e outros povos europeus sempre o apreciaram, tanto assado como recheado. 20 PHILIPPI, 2006 Carne Suína – Características 21 ARAÚJO, 2013; PHILIPPI, 2006; ORNELLAS, 2001 Carne Suína - Características 22 Corte Características e utilização Acém Corte macio que pode ser utilizado em cubos ou fatias para refogar, fritar ou grelhar. Utilizado no preparo de linguiça Paleta e braço Corte mais gorduroso e tambem com mais tecido conjuntivo. Pode ser guisado em cubos ou moido. Utilizado no preparo de embutidos Lombo Corte mais magro, envolto em capa de gorduraque pode ser retirada antes de assar ou grelhar. Pode ser utilizado inteiro, em cubos ou escalopes. Com osso e conhecido como carre Costela Parte retirada da caixa torácica do animal. Pode ser frita ou assada Barriga Peçamais gordurosa da qual e extraida a banha. Pode se retirar para a fabricação de toucinho e bacon. Pernil Parte traseira do animal, que e normalmente assada com ou sem osso. Utilizado para preparar presunto e tender Joelho Típico de preparações alemãs. Pode ser cozido sob calor úmido para a geleificação do colageno. Quando defumado e conhecido como eisnbein Pé Deve ser cozido sob calor umido, lentamente. Utilizado na feijoada Toucinho Gordura que envolve o dorso do animal. Pode ser defumado, fresco ou salgado. ARAÚJO, 2013; PHILIPPI, 2006; ORNELLAS, 2001 23 São órgãos internos dos animais que podem ser empregados na alimentação. Divididos em categorias: brancos (bucho, miolo) e vermelhos (fígado, rins, língua, coração). Valor nutricional: Depende da víscera e da proporção de ingredientes. Geralmente usados como opção de prato principal, com frequência, reduzem o custo da refeição. 2 4 Vísceras, Embutidos e Processados VÍSCERAS – DEFINIÇÃO: 24 ARAÚJO, 2013; PHILIPPI, 2006; ORNELLAS, 2001 25 Fígado Rim Língua Coração 26 Bucho Pulmão 27 São produtos cárneos de diversos tipos, condimentados e acondicionados em membranas resistentes ou tripas. O sabor dos embutidos varia conforme as carnes que entram em sua composição, os temperos e a quantidade de gordura utilizada. O processo de fabricação, também, influi no gosto desses alimentos. Entre os processos mais conhecidos destacam-se a secagem, a defumação e o cozimento. EMBUTIDOS – DEFINIÇÃO: Vísceras, Embutidos e Processados ARAÚJO, 2013; PHILIPPI, 2006; ORNELLAS, 2001; GOMENSORO, 1999 28 PHILIPPI, 2006 Embutido Características Bacon É a parte gorda do peito ou barriga do porco, defumado e cortado em fatias. Chouriço Mistura de carne de porco (cortada em pedaços pequenos), pimentão doce, pimentão picante, alho (em grande quantidade), cravo da Índia e vinho. Depois de marinar, por três dias, neste tempero, a carne é colocada nas tripas, que são depois defumadas. Paio Feito com lombo de porco, pimentas doces e picantes, sal e alho, regado com um pouco de vinho branco seco. Após cinco dias, o lombo é envolvido no peritônio do porco, depois pendurado no fumeiro até secar. Mortadela Feita com carne de porco e toucinho fortemente condimentado. De origem italiana, é feita com carne de porco, vaca e vitela temperada com noz moscada, pimenta em grão e toucinho. Internamente sua coloração deve ser rosada, sem manchas escuras ou acinzentadas. Apresenta-se ao natural ou com recheios, tais como: pistache e azeitona. Embutidos - Características 29 PHILIPPI, 2006 Embutido Características Presunto Nome dado à perna traseira do porco (pernil), depois de salgada e defumada. Pode-se fazer o presunto, também, com uma mistura da perna dianteira (paleta) e traseira, mas ele não tem o mesmo sabor e qualidade, recebendo a denominação de apresuntado. No caso do cru, a perna do porco é seca, por no mínimo seis meses, depois desse período, ela adquire uma crosta endurecida, enquanto o interior é úmido e macio. No caso do presunto cozido, ele é salgado e submetido à defumação. Salsicha As mais conhecidas são a tipo Frankfurter, feita com carne de porco magra e bastante tempero; a Vienense, de carne de porco e de vaca em partes iguais; Churrasquita com duas partes de carne de porco e uma de vitela e a Branca, macia e de sabor delicado, própria para ser cozida. Fiambre É um presunto menos defumado, escaldado em caldo aromático. Para se preparar o fiambre, limpa-se apara-se e retira-se o osso. Põe-se de molho, durante 24 horas, em seguida, cozinha- se em um caldo feito com vinho branco, água, ramo de ervas aromáticas, grãos de pimenta, cenouras e cravos da Índia. Embutidos - Características 30 PHILIPPI, 2006 Embutido Características Salame Feito com carne de porco ou com carnes misturadas, triturado com vários temperos, com sabor mais forte ou mais delicado, conforme o tipo: milano, rio-grandense, italiano ou hamburguês. Panceta Palavra de origem italiana que significa barriga de porco salgada, temperada e seca por três meses. Também pode ser enrolada e é utilizada para dar sabor aos alimentos e incrementar molhos. Embutidos - Características 31 Podem ou não ser pré-preparadas na própria UPR. Consumo: assados, fritos, grelhados e acompanhados de diversos tipos de molhos. PROCESSADOS – DEFINIÇÃO: Vísceras, Embutidos e Processados ARAÚJO, 2013; PHILIPPI, 2006; ORNELLAS, 2001; GOMENSORO, 1999 Resultado Final da Aula Identificação de produtos cárneos e suas aplicações cilinárias. Apresentações para a comercialização de produtos cárneos. Adequação de produtos cárneos em relação ao padrão de cardápios e preferência do cliente 32 Referências Bibliográficas • ORNELLAS, Lieselotte Hoeschi. Técnica dietética: seleção e preparação de alimentos. 8a. ed. São Paulo: Atheneu, 2001. • PHILIPPI, Sonia Tucunduva. Nutrição e Técnica Dietética. 3ª. ed. revisada e atualizada. Barueri: Manole, 2014. • São Paulo. Portaria CVS 5/2013, de 09 de abril de 2013. Regulamento Técnico, que estabelece os Parâmetros e Critérios para o Controle Higiênico-Sanitário em Estabelecimentos de Alimentos. Diário Oficial do Estado, 19 abr. 2013; Seção 1:32-35. Araújo, W.; Montebello, N; Botelho, R. e Borgo, L.A. Alquimia dos Alimentos. SENAC. 2013. 33