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TECNOLOGIA E ECONOMIA DOS TRANSPORTES 2017.2 CELSO JOSÉ LEÃO E SILVA – celsojleao@gmail.com AULA 05 ESTUDO DE NÍVEIS DE SERVIÇO DE VIAS URBANAS COM CONTROLE DE TRÁFEGO 2 HCM – HIGHWAY CAPACITY MANUAL Originalmente publicado em 1950, o HCM foi o primeiro documento a quantificar o conceito de capacidade para as facilidades de transporte. Velocidade: é uma grandeza que expressa a razão de distância por unidade de tempo, geralmente apresentada na unidade km/h Capacidade: número máximo de veículos que pode passar sobre uma dada seção de uma faixa ou via com uma direção durante a unidade de tempo em condições normais de tráfego/via. 3 Parâmetros de velocidade são aplicados no estudo de tráfego: Velocidade média de percurso (VMP): é a razão entre o comprimento de um segmento de via e a média de tempo que os veículos utilizam para percorrê-lo. Deve-se observar que o tempo de percurso considera apenas o tempo que os veículos estão em movimento. Velocidade de fluxo livre (VFL): é a velocidade média de veículos medida sob condições de baixo volume, quando motoristas tendem a conduzir sob uma velocidade desejada e não são impedidos por nenhum controle de tráfego. 4 Velocidade é uma importante medida de qualidade para caracterizar o tráfego, definindo níveis de serviço para vias rodoviárias ou urbanas. Os níveis de serviço de vias urbanas são divididas em seis faixas: 5 NS Características A Atrasos por controle de tráfego são mínimos e veículos são desimpedidos de manobras no tráfego. Velocidade média em torno de 90% da VFL B Razoável impedimento de manobras. Velocidade média em torno de 70% da VFL C Mudanças de faixas são mais restritas que no nível B. Velocidade média em torno de 50% da VFL D Crescimento de atrasos, com tempos de semáforos inapropriados, grandes volumes. Velocidade média em torno de 40% da VFL E Atrasos significantes, grandes volumes. Velocidade média em torno de 33% da VFL F Baixas velocidades extremas , filas. Velocidade média abaixo de 33% da VFL 6 VIAS URBANAS As vias urbanas (arteriais e coletoras) estão classificadas entre as facilidades de vias de transporte, entre as vias locais e as de múltiplas faixas suburbanas e estradas rurais Vias arteriais: servem principalmente a viagens mais longas, provendo acesso a áreas residenciais e comerciais mais afastadas. Vias coletoras: servem de acesso a áreas residenciais e comerciais e também à circulação dentro dessas áreas. 7 As classes das vias urbanas são definidas em função da finalidade da via e a sua configuração física. A finalidade das vias arteriais é classificada em arterial principal e arterial secundária. Já em função da configuração física, a classificação é considerada sob quatro categorias: alta velocidade, suburbana, intermediária e urbana. 8 A via arterial principal serve principalmente como ligação entre importantes centros de atividades numa área metropolitana e uma parcela significativa das viagens são de ingresso ou egresso a essa área As vias arteriais secundárias conectam as vias arteriais principais, com moderado comprimento e distribuição geográfica de viagens. Tabela 2.1. Classificação de Vias Urbanas por Categoria Funcional Classificação Categoria Funcional Arterial Principal Arterial Secundária Alta Velocidade I N/A Suburbana II II Intermediária II III ou IV Urbana III ou IV IV 9 Tabela 2.2. Classificação e Função de Vias Critério Categoria Funcional Arterial Principal Arterial Secundária Função em mobilidade Muito Importante Importante Função de acessibilidade Muito pequena Substancial Conexão Vias rápidas, importantes centros, passagens pela cidade Arteriais principais Classificação de Desempenho Critério Velocidade Suburbana Intermediária Urbana Estacionamento Proibido Proibido Razoável Significativo Velocidade 75-90 km/h 65-75 km/h 50-65 km/h 40-55 km/h Pedestres Baixíssimo Pequeno Razoável Frequente Entorno Baixa densidade Baixa a Média densidade Média a Moderada densidade Alta densidade 10 CARACTERÍSTICAS DE FLUXO Na impossibilidade de definição da VFL no campo, o analista deve considerar medidas em áreas similares ou basear-se em políticas locais. Na ausência dessas opções, deve-se estabelecer um limite de velocidade o seguir o padrão abaixo: Tabela 2.3. Velocidade de Fluxo Livre por Classe de Via Urbana Classificação Velocidade Padrão (km/h) I 80 II 65 III 55 IV 45 11 O nível de serviço de vias urbanas é calculado em função da velocidade média de percurso e do atraso por controle de tráfego em vias com controle de tráfego em interseções. O atraso por controle de tráfego é a porção do total de atraso em segundos por veículo que se aproxima de uma interseção sinalizada e inclui os atrasos por desaceleração inicial, tempo de formação e saída de fila, paradas e reaceleração. 12 Atraso: é uma medida de desempenho crítico em vias de fluxo com controle de tráfego, utilizada principalmente para classificar os níveis de serviço (NS) das vias. Os atrasos por controle de fluxo estão relacionados com movimentos de veículos em velocidades muito baixas e paradas em cruzamentos, quando as desacelerações por formação de fila no sinal vermelho ou o tempo de aceleração quando o sinal abre provocam alterações no tempo de percurso. 13 Os atrasos de tráfego devem ser considerados no cálculo do nível de serviço. As interseções devem ser avaliadas individualmente como parte de uma análise geral, através da expressão: 14 C = tempo de ciclo de semáforo (seg) g = tempo de verde do ciclo de semáforo (seg) X = grau de saturação 15 T = tempo de observação (h) X = razão de volume/capacidade k= fator de ajuste de controle atuado. Assume o valor k = 0,5 para semáforos programados I = fator de interferência de outros semáforos Assume o valor I = 1,0 para semáforos distantes 1km ou mais de interferência c = capacidade da faixa da via ( ucp/h) 16 O Fator de Progressão (FP) é um ajuste relacionado à proporção de veículos que chegam a uma interseção enquanto o semáforo está verde. O valor de PF pode ser medido no campo ou estimado de acordo com o Nível de Aproximação (NA) apresentado, conforme a tabela abaixo: Tabela 2.5. Qualidade de Progressão por Nível de Aproximação Qualidade de Progressão Nível de Aproximação Muito baixa 1 Desfavorável 2 Randômica 3 Favorável 4 Muito favorável 5 Excepcional 6 17 Tabela 2.6. Fator de Progressão para o Cálculo de Atraso Uniforme Razão Verde (g/C) Nível de Aproximação (NA) NA1 NA2 NA3 NA4 NA5 NA6 0,20 1,167 1,007 1,000 1,000 0,833 0,750 0,30 1,286 1,063 1,000 0,896 0,714 0,571 0,40 1,445 1,136 1,000 0,895 0,555 0,333 0,50 1,667 1,240 1,000 0,767 0,333 0,000 0,60 2,001 1,395 1,000 0,576 0,000 0,000 0,70 2,556 1,653 1,000 0,256 0,000 0,000 O Nível de Aproximação (NA) é usado para ajustar o atraso devido ao tráfego em cada sinalização. Quando não for conhecido, o valor 3 deve ser considerado 18CÁLCULO DA VELOCIDADE DE PERCURSO (SA) Onde: 19 20 21 EXERCÍCIO: DETERMINE O NÍVEL DE SERVIÇO DE UMA INTERSEÇÃO DE UMA VIA COM AS CARACTERÍSTICAS ABAIXO: Volumes de Tráfego (ucp/h) Conversão à esquerda Volume em Frente Conversão à direita Boulevard Sierra Leste 0 470 18 Boulevard Sierra Oeste 25 630 0 Tarentum Street Sul 15 160 25 • Velocidade de Fluxo Livre (VFL) = 63 km/h • Ciclo Semafórico ( C) = 70 segundos • Capacidade da faixa da via ( c) = 1800 ucp/h • Razão de Verde Efetivo (g/C) = 0,6 • Grau de Saturação (X) = 0,583 • Nível de Aproximação = NA3 • Fator de Ajuste de Controle Atuado (k) = 0,5 • Índice de Interferência de Outros Semáforos (I) = 1,0 • FP =1 22 Bibliografia Highway Capacity Manual –HCM 2010 Transportation Depth Reference Manual Norman R. Voigt, 2012
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