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Artigos aves

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Síndrome ascítica
Acúmulo de líquidos na cavidade abdominal e progride para morte por insuficiência cardiorrespiratória, decorrente da redução de eficiência da circulação sanguínea 
Causas – qualidade do ambiente, nutrição com alto índice de energia na ração, manejo e controle de temperatura ; simples falta de manejo, aumento de temperatura juntamente com baixa umidade do ar, causando maior frequência pulmonar e forçando o sistema cardíaco a trabalhar intensamente
Prevenção – seleção genética do plantel, cuidado com aspectos ambientais dentro do barracão e formulação correta da ração administrada aos frangos; monitoramento e observação do estado do plantel, avaliação rigorosa das condições do galpão
Relacionada com alta demanda de oxigênio, as aves crescem muito rápido, isso sobrecarrega os pulmões e o coração e assim induz a falhas cardíacas, danos vasculares, hipoproteinemias e, secundariamente, falhas renais, resultando em retenção de eletrólitos
Ascite = acumulo anormal de liquido nas cavidades celomáticas que comportam os órgãos e estruturas abdominais
Diagnosticos mais comuns – problemas de fígado, coração (VD), deficiência de proteína na dieta, retenção excessiva de sódio....
A diminuição do aporte de energia determina uma redução no desempenho da ave, prevenindo o aparecimento da ascite
Necropsia – geralmente é constatado macroscopicamente uma deformação do coração, fígado e trato digestivo
Tem aumentado a incidência, acomete frangos de ambos os sexos
Por ser um problema com vários fatores, vários tratamentos podem ser bem sucedidos quando feitos de forma correta, assim prevenindo prejuízos econômicos
	
Micotoxinas
Micotoxinas – toxinas produzidas por fungos
Aproximadamente 25% do fornecimento mundial de grãos está contaminado com micotoxinas (afeta produção de ração, produção de animais...)
->Principais micotoxinas encontradas em alimento e rações e seus efeitos
Aflatoxinas e ácido ciclopiazônico – hepatotoxinas, imunossupressão
Ocratoxina e citrinina – nefrotoxinas, gota
Toxina T-2 e Diacetoxiscirpenol – lesões orais, perda de apetite, irritação cutânea e gastrointestinal
Fumonisinas e Moniliformina – distúrbios neurológicos, lesão hepática
Vomitoxina e ácido fusárico – recusa de ração, dermatotoxinas
Zearalenona – distúrbios estrogênicos e reprodutivos
->Fatores que favorecem a contaminação 
 Teor de umidade é considerado um fator determinante no nível de infestação fungica em culturas de campo e no acumulo de micotoxinas nos ingredientes da ração
Estresse associado a estiagem e/ou grãos quebrados também podem aumentar a penetração de fungos nos grãos
Três principais mecanismos de ação: inibição da síntese de proteína, DNA e RNA e formação de produtos de adução de DNA; alteração na estrutura das membranas e indução de peroxidase lipídica; indução de morte celular programada (apoptose)
->Efeitos sinérgicos
Um alimento pode ser contaminado por um fungo que produz mais de uma toxina quando dois ou mais ingredientes com diferentes micotoxinas estão na ração ou quando um ingrediente é contaminado com mais de um fungo que produz diferentes micotoxinas
A combinação de micotoxinas na ração pode aumentar a toxicidade para os animais (efeitos tóxicos sinérgicos)
Essas combinações de diferentes micotoxinas na ração dificulta os testes de diagnostico
O efeito sinérgico causa mais impacto do que as toxinas isoladas, por isso poucas quantidades de toxinas isoladas podem se tornar preocupantes ao serem combinadas
->Impacto das micotoxinas na saúde e desempenho produtivo das aves
Efeitos das micotoxinas – redução do ganho de peso e piora da eficiência alimentar, hematomas na carcaça, lesões hepáticas e renais
Aflatoxina – produzida por Aspergillus flavus e A. parasiticus, causam graves intoxicações e o consumo pode causar câncer hepático em varias espécies, inclusive humanos, nas aves piora conversão alimentar, causa lesões hepáticas e imunossupressão; os metabolitos da aflatoxina podem ser transferidos através da carne 
Fumonisinas, zearalenona, desoxinivalenol (DON ou vomitoxina), ocratoxina A e toxina T-2 – outras toxinas de importância para avicultura
Ocratoxina A – mais toxica para aves, causa lesões no fígado e rins e reduz ganho de peso, retarda maturação sexual e diminui produção de ovos; são produzidas por A. alutaceus e A. alliaceus; mais comum em cereais e leguminosas
Toxina T-2 – causa lesões orais e intestinais, quedas produção e aumento de ovos trincados; produzida pelo gênero Fusarium
Fumosinas – produzida pelo gênero Fusarium; causa perda de peso, diarreia, necrose hepática, hiperplasia biliar e lesões nas células epiteliais do intestino
Vomitoxina – está no grupo dos tricotecenos (toxinas importantes); produzida por vários tipos de fungos, principalmente gênero Fusarium; causa nas aves nefropatia, imunossupressão, acentuada redução de peso, aumento de condenações de carcaça, redução no ganho de peso, comprometimento do sistema imunológico e aumento de peso da moela
Zearalenona – produzida pelo gênero Fusarium e Giberella; geralmente associada a ocorrência de fumonisinas; causa baixo desempenho reprodutivo, imunossupressão baixo consumo de ração e prolapso de cloaca
->Controle e prevenção de micotoxinas
Prevenção da ocorrência na ração – plantio de cultivares de grãos mais resistentes ao ataque de fungos no período pré-colheita; para prevenir pós-colheita tratar o milho antes de armazenar; ácidos orgânicos são muito utilizados, eles garantem a manutenção da qualidade e prevenção do crescimento dos fungos e também permite armazenagem com maior teor de umidade, o que otimiza o uso de equipamentos de secagem e permite a compra do milho em períodos com melhores preços
Estrategia de controle também inclui reduzir os níveis de micotoxinas encontradas no trato digestivo dos animais, usando adsorventes
Adsorventes a base de argilas inorgânicas – adicionados na ração formam complexos irreversíveis com a micotoxina na luz intestinal, eles não são digestíveis e são excretados nas fezes
Glucomanano modificado – capaz de adsorver uma ampla gama de micotoxinas (aflatoxinas, fumonisina e zaeralenona); é um polissacarídeo derivado da parece celular de levedura que reduz a biodisponibilidade das micotoxinas; menores taxas de inclusão; se liga muito rápido nas toxinas, característica muito importante para sua efetividade; também é capaz de manter sua capacidade de adsorção no intestino (não se afeta pelo conteúdo intestinal e possíveis mudanças de pH, temperatura, enzimas...)
->Adsorvente ideal para micotoxinas
É capaz de adsorver ampla gama de micotoxinas, tem baixa taxa de inclusão efetiva na ração, durante a mistura se dispersa de forma uniforme e rápida, tem estabilidade térmica durante a peletização, extrusão e armazenamento, tem baixa afinidade com vitaminas, minerais ou outros nutrientes, tem alta estabilidade em grande variação de pH e tem biodegradabilidade após a excreção
	
Micoplasmose aviária
É uma doença infecciosa das aves, também chamada de Doença Respiratória Crônica (DRC) das galinhas, Sinusite infecciosa dos perus e Sinovite das aves
Agente etiológico – bactéria Mycoplasma; espécies mais importantes M.gallisupticum (MG), M. synoviae (MS) e M. meleagridis (MM)
MG e MS – galinhas
MG, MS e MM – perus
->Sinais clínicos
Pode ter sintomas ou não, o mais comum é que tenha manifestações crônicas e assintomáticas, mas que causam perdas de ovos, pintos ou carne
Forma mais comum é respiratória – espirro, corrimento nasal e ocular, conjuntivite, sinusite, edema facial, estertor traqueal (ronqueira), resultando em aerossaculite, pericardite, perihepatite e pneumonia – resultando em perdas ao abate de frangos de corte e perus
MG – principal causador desses sintomas, mas MS e MM também podem causa
Outra forma da doença é articular, menos comum, provocada pelo MS, resultando em sinovite (inflamação da membrana sinovial) em várias articulações, principalmente pernas e coxim plantares
->Prejuízos para posturaPrincipalmente MG afeta postura em quantidade (-16 ovos/galinha) e qualidade (despigmentação e fragilidade da casca)
Maior prejuízo em aves reprodutoras, aumentando coeficientes de mortalidade embrionária, embriões não eclodidos (“pipped”) e pintos refugados (rejeitados); também causam surgimento de pintos de um dia de idade infectados que se tornam fonte de infecção para outras aves
Ter qualquer um desses micoplasmas predispõe as aves a infecções por outros agentes, além de ter o quadro agravado tendo fatores de risco, como frio, variação térmica, poeira, densidade populacional, estresses de produção, manejo, idade jovem e água e alimento de má qualidade
->Formas de transmissão
Forma horizontal – contágio direto (ave a ave, por se bicarem ou contato sexual) e indireto (alimentos, água e cama contaminados ou via aerógena, fomites e ação comunicante de pessoas e outros animais)
Forma vertical – através do ovo; ovos oriundos de galinhas infectadas (principalmente MG) correm o risco de serem contaminados ao tocarem nos sacos aéreos abdominais lesados, no trajeto do ovário ao oviduto ou no próprio oviduto contaminado
->Biossegurança
Prevenção – obtenção de ovos férteis ou aves de um dia livres de mocoplasmas (1ª medida)
Ave livre de micoplasma pelo tratamento dos ovos a serem incubados com antimicrobianos
Legislação (PNSA – programa nacional de sanidade avícola) exige que aves reprodutoras (matrizes de corte e postura) devem ser livres de MG, linhagens puras (incluem avós e bisavós) devem ser livres de MG e MS, perus devem ser livres de MG, MS e MM – Tendo infecção dessas aves deve haver notificação ao PNSA, para eliminar todos os lotes infectados com acompanhamento de veterinário oficial (2ª medida)
->Cuidados extras
Outras medidas de biossegurança – localização isolada da granja e distante de outros estabelecimentos avícolas e, se possível, protegida por barreiras naturais; cerca em torno da granja para impedir a entrada de visitantes; galpões com tela de malha pequena, de forma que pássaros e roedores não passem; prover acesso somente aos funcionários do estabelecimento ou visitantes autorizados, desde que não tenham visitado outro estabelecimento similar, de acordo com a norma da empresa; dispor de infra-estrutura para permitir a entrada na área de criação somente após banho e troca de vestimenta por outra de uso interno aos aviários; monitoramento para micoplasmas em períodos não superiores a 90 dias, que pode ser sorológico e/ou microplasmológico; controle da qualidade da agua e outros alimentos fornecidos às aves reprodutoras, etc
->Vacinação em aves de postura
Vacinação contra micoplasmose por MG antes de infectadas, para galinhas em torno de 35 dias de idade, ainda na cria (preferida a vacina com cepa viva de MG), tratamento das aves com antimicrobianos ao se infectarem após a vacinação; ovos de aves tratadas só podem ser comercializados depois de período de carência
->Avicultura de corte
Não se usa vacinação
Tratamento com antimicrobiano é possível, mas existe o período de carência que deve ser respeitado, o que torna impossível, porque as aves são abatidas com pouca idade, não tendo resultado compensador
Perus de corte – compensa o tratamento dos lotes que se infectarem, por demorarem mais para serem abatidos (cerca de três meses); vacinação não tem sido adotada, porque algumas cepas vacinais de MG podem ser patogênicas para essa ave, considerada a mais sensível para esse agente
Doenças de notificação obrigatória
->Influenza aviária (IA)
Doença infecciosa viral, altamente contagiosa; causada por vírus da família Orthomixoviridae
Monitoria permanente obrigatória, notificação de diagnóstico obrigatória
Transmissão – contato com secreções do sistema respiratório e digestivo entre aves infectadas, com ou sem manifestação clínica; contato com qualquer fonte contaminada (fômites, equipamentos, insetos, alimentos...); aves de vida livre infectadas transmitem a infecção ao compartilharem o ambiente de criação
Mortalidade elevada (até 90%)
Sinais clínicos – hemorragias na barbela, crista e patas, sintomas nervosos também podem ser observados (pode não apresentar sinais clínicos)
Prevenção – Monitoria ativa dos planteis
->Doença de Newcastle
Doença aguda, alta contagiosidade
Acomete aves jovens e adultas, selvagens ou domesticas
Sinais clínicos – anorexia, diarreia, sinais respiratórios (espirros, estertores, corrimento nasal e ocular, dificuldade respiratória) e sinais nervosos (dificuldade de locomoção, paralisia, torcicolo)
Mortalidade variável (pode chegar a 100%)
Comunicação obrigatória; vacinação realizada apenas com aprovação do MAPA; recomendação de erradicação da enfermidade
->Micoplasmose
Causada por Mycoplasma gallispticum e Mycoplasma synoviae
Notificação obrigatória de diagnóstico em reprodutoras
Sinais clínicos – espirros, estertores, descarga ocular e nasal, diminuição no consumo de ração, da produção de ovos e problemas locomotores (pode não apresentar sinais clínicos)
Mortalidade baixa, aumenta na presença de infecção secundária
Aves jovens (3-8 semanas) sinais mais pronunciados que em adultas 
Prevenção – aquisição de lotes livres de micoplasmoses e implantação de severas medidas de biosseguridade
->Salmonelose
Doença infecciosa
Acomete aves de todas as idades
Monitoria oficial em estabelecimentos que forneçam frangos de corte para frigoríficos exportadores; notificação obrigatória de diagnóstico
S. gallinarum (tifo aviário), S. pullorum (pulorose) – aves
->Tifo aviário
Causado por Salmonella Gallinarum
Notificação obrigatória de diagnóstico
Sinais clínicos – redução da produção de ovos, perda de apetite, sonolência, penas arrepiadas, febre alta, palidez de crista e barbela
Alta mortalidade
Controle – controle rígido das matérias-primas das rações; evitar proximidade com aves silvestres, roedores e insetos e manter rigoroso controle de biosseguridade
->Pulorose
Causada pela Salmonella pullorum
Acomete aves jovens com maior frequência
Sinais clínicos – perda de apetite, sonolência, asas caídas, penas arrepiadas, febre alta, diarreia (cor branca)
Alta mortalidade
Controle – controle rígido da qualidade microbiológica e procedência das matérias-primas das rações; evitar o contato com aves silvestres, roedores e insetos e implementar medidas higiênico-sanitárias
Aves positivas devem ser eliminadas e aviário e equipamentos desinfectados
->Paratifo aviário
Causado por Salmonella enteritidis e Salmonella typhimurium
Sinais clínicos – em aves poucos; em humanos severos problemas entéricos, graves infecções de origem alimentar pelo consumo de alimentos de origem animal contaminados
Aves positivas devem ser eliminadas
Controle – controle rígido das matérias-primas das rações; evitar o contato com aves silvestres, roedores e insetos e implementar rigorosas medidas de biosseguridade; exclusivamente para S. enteritidis existe vacina inativada, aprovada para uso somente em poedeiras e em matrizes positivas com supervisão oficial

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