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Métodos de conservação dos alimentos Profa. Manoela Pessanha Métodos de conservação dos alimentos Métodos de conservação dos alimentos Métodos de conservação de vegetais Calor Frio Adição de solutos (sal/açúcar) Fermentação Uso de aditivos químicos Irradiação Novas tecnologias alta pressão, ultra-som, atmosfera modificada/controlada, uso de membranas, aquecimento ôhmico, infravermelho Conservação pelo calor Procedimentos físicos que aumentam a vida útil dos alimentos pela destruição dos m.o Conservação pelo calor Aplicações do tratamento térmico Inativação enzimática Diminuição da carga microbiana Destruição de microrganismos patogênicos Modificação sensorial Desenvolvimento e Conservação do produto Fontes de contaminação Solo Água Manipulação Considerações do tratamento térmico Carga microbiana inicial de cada produto e a termorresistência dos microrganismos pH dos alimentos Composição química dos alimentos Características físicas Outros métodos de conservação associados Binômio Tempo/Temperatura Comportamento de m.o e enzimas diante da temperatura A temperatura é um dos agentes que mais influenciam no crescimento microbiano, na atividade enzimática e na velocidade das reações químicas Representação de Arrhenius a – reações químicas b – atividade enzimática c – crescimento microbiano Cinética da destruição dos m.o pelo calor Qualquer temperatura acima da máxima de crescimento do m.o é letal para ele. O coeficiente de letalidade térmica define a destruição dos m.o durante um tratamento térmico. Valor D A natureza logarítmica da morte dos m.o pela ação letal do calor indica que não é possível chegar ao zero absoluto de m.o, por mais que se prolongue o tempo de tratamento. A cada 1min de tratamento a 110ºC serão destruídas 90% das células sobreviventes Valor D Exemplo: D110°C de esporos de B. subtilis é = 1min Cinética da destruição dos m.o pelo calor A natureza logarítmica da morte dos m.o pelo calor indica também que obter a redução da carga microbiana até o nível desejado depende do n.º inicial de partida, o que implica, em termos práticos, a conveniência de se processar alimentos com a menor contaminação possível. Termorresistência dos m.o Fatores intrínsecos Termófilos > mesófilos > psicrófilos e psicotróficos Bactérias esporuladas > não esporuladas Cocos > bacilos Gram positivas > gram negativas Fatores extrínsecos pH Atividade água Composição do meio Termorresistência dos m.o Classificação dos alimentos conforme o pH Pouco ácidos (pH > 4,5) Ácidos (pH entre 4 e 4,5) Muito ácidos (pH< 4) Em pH mais ácidos pode-se diminuir a intensidade do tratamento térmico para conseguir estabilidade microbiológica. Baseado na termorresistência de Clostridium botulinum Conceito 12 D Exemplos de tratamentos térmicos Branqueamento Pasteurização Esterilização (apertização/processo asséptico) Cozimento Branqueamento Função principal: inativação enzimática de frutas e hortaliças antes de outros processamentos. Pré-tratamento realizado entre o preparo da matéria-prima e operações posteriores. Aquecimento rápido a uma temperatura pré-determinada e rápido resfriamento até temperatura próximas a temperatura ambiente Branqueamento Redução da carga microbiana Remoção dos gases dos tecidos Promove o pré-aquecimento Desinfecção do produto Branqueamento Fatores que influenciam o tempo de processo: Tipo de vegetal Tamanho dos pedaços do alimento Temperatura de branqueamento Método de aquecimento Branqueamento Deve ser feito antes de congelamento e desidratação. Se o alimento não for branqueado, acontecem mudanças indesejáveis nas características sensoriais e nutricionais dos vegetais durante a estocagem. Branqueamento insuficiente pode causar um dano maior ao alimento que não foi branqueado. Temperatura para romper células, liberar enzimas mas não inativá-las. Branqueamento Enzimas causadoras de alterações nos vegetais: Lipoxigenases Polifenoloxidases Poligalacturonases Pectinaesterase Clorofilases Catalase e peroxidases – termorresistentes Marcadores da eficiência do branqueamento Modificação da textura Escurecimento enzimático Causadoras do escurecimento enzimático Polifenoloxidases pH entre 4 e 7. Temperaturas de processamento podem levar a liberação da enzima e mistura enzima-substrato. Desidratação, congelamento, aditivos (acidulantes, sulfitos), branqueamento. Branqueamento Polimerização das quinonas Formação das melanoidinas Branqueamento Métodos comerciais mais comuns: Passagem do alimento por atmosfera de vapor saturado Retenção de nutrientes Banho de água quente (70 a 100ºC) Perdas por lixiviação Aumento do rendimento geral por absorção de água Branqueamento Tipos de branqueadores: Branqueador Individual Quick Blanching (IQB) Branqueador de leito fluidizado Branqueador rotatório Branqueador tubular Branqueador resfriador 25 Pasteurização Tratamento térmico relativamente brando, no qual o alimento é aquecido a temperaturas menores que 100ºC. Alimentos de baixa acidez: visa a redução de m.o patogênicos e aumento da vida útil. Alimentos ácidos: destruição de m.o deteriorantes e inativação enzimática. Pasteurização Inativação de enzimas Destruição de microrganismos termossensíveis (patogênicos e deteriorantes) Minimiza as perdas nutricionais e sensoriais. Aumento da vida útil do produto Pasteurização A extensão do tratamento térmico necessário para estabilizar o alimento é determinado pelo valor D da enzima ou microrganismo mais termorresistente que pode estar presente. As condições de pasteurização podem ser otimizadas para manter a qualidade sensorial e nutricional dos alimentos. Pasteurização Pasteurização Escolha do tempo/temperatura Resistência térmica do microrganismo Composição química do alimento Finalidade da pasteurização Vida útil do produto final Sucos de frutas pH< 4,5: eliminação de m.o deteriorantes (fungos filamentosos e bact. láticas) por aquecimento de 75-98ºC/1-22s (redução 9D) Conserva de palmito acidificação da salmoura e pasteurização lenta Alimentos pasteurizados Leite pH > 4,5 Minimiza os possíveis riscos a saúde devido a presença de m.o patogênicos como os causadores da brucelose e tuberculose Aumento da vida de prateleira por alguns dias A relação tempo/temperatura é baseada na sobrevivência do bacilo de Koch (72°C/15s) Alimentos pasteurizados Ovos Produção de ovo líquido Tratamento baseado na sobrevivência da Salmonella seftenberg 64,4°C/2,5min Redução de 9D Alimentos pasteurizados Sucos de frutas e produtos ácidos (pH< 4,5) Eliminação de m.o deteriorantes (fungos e bact. Láticas) 75 a 98°C/1-22s Redução de 9D Banho maria 65°C/30min Cerveja 60°C/20min para eliminar deteriorantes (leveduras e bact.láticas) Pasteurização Equipamentos utilizados Trocadores de calor de placas, tubulares, de superfície raspada e vasos encamisados. Importante: Uniformidade de aquecimento Não alterar o alimento Econômico Compacto Pasteurização Pasteurizadores Esterilização Aquecimento a elevadas temperaturas por tempo suficiente para destruição de m.o mais termorresistentes. Destruição de bactérias esporuladas. Maior tempo de vida útil. Duas formas: Em embalagens já preenchidas UHT (processos asséptico) Esterilidade Comercial Esterilização na embalagem Apertização Aplicação de calor a um alimento, acondicionado em uma embalagem hermética, durante um período de tempo e a uma temperatura cientificamente determinados para alcançar esterilidade comercial. Embalagens: latas, vidros ou outros materiais autoclaváveis. Esterilização na embalagem Fatores determinantes da apertização Espécie, forma e número de microorganismos pH do produto Velocidade de penetração e distribuição do calor no interior do recipiente Temperatura inicial do produto Tempo de aquecimentoe temperatura necessária Processo de aquecimento e tipo de movimentação Esterilização na embalagem O método mais comum para o aquecimento de alimentos em embalagens fechadas é a aplicação de vapor d’água saturada. Temperaturas de 110 a 125ºC, sob pressão (autoclave) Processo asséptico – UHT Esterilização antes do envase Consiste no aquecimento muito rápido até temperaturas muito altas (135 a 150ºC) que se mantêm durante um tempo muito curto (2 a 5 segundos). Acondicionamento asséptico (tetrabrick) Alimentos: leite, sucos de frutas, néctares, refrescos, produtos de tomate, sopas, alimentos infantis. Processo asséptico – UHT Vantagens sobre o processo convencional Melhoria do aroma, sabor e cor Menor perda de nutrientes Controle da textura Poucos problemas no resfriamento da embalagem e excesso de cozimento Processamento de produtos termossensíveis Comercialização sem necessidade de refrigeração Uniformidade do produto Conservação pelo uso do frio A produção contínua do frio para aplicação na indústria alimentícia iniciou-se no séc. XIX. Armazenamento e transporte: câmaras frigoríficas, refrigeradores, congeladores ao longo da cadeia alimentar. Conservação pelo uso do frio Efeito conservador do frio Inibição total ou parcial do crescimento e atividade microbiana, do metabolismo dos tecidos animal e vegetal, das atividades enzimáticas e reações químicas. Prolonga a vida útil do produto. Conservação pelo uso do frio Refrigeração Redução e manutenção da temperatura do alimento acima do seu ponto de congelamento (8ºC a -1ºC). Prolongamento de vida útil por tempo curto (dias ou semanas) Depende das características do produto e da temperatura utilizada Conservação pelo uso do frio Refrigeração Crescimento de m.o psicrotróficos (Pseudomonas, Alcaligenes, Erwinia, Flavobacterium, fungos e leveduras) Produção de enzimas hidrolíticas. Crescimento de patógenos psicrotróficos (L. monocytogenes, Y. enterocolitica) Conservação pelo uso do frio Frutas e hortaliças podem sofrer danos com a refrigeração – dano pelo frio Escurecimento interno e/ou externo Picaduras e manchas na casca Apodrecimento e impossibilidade de amadurecimento das frutas. Ex.: bananas armazenadas a 12 – 13ºC, maças abaixo de 1ºC Conservação pelo uso do frio Fatores que precisam ser controlados durante o armazenamento sob refrigeração Temperatura Circulação de ar Umidade relativa (ideal: 90 a 96%) Atmosfera de armazenamento Luz Conservação pelo uso do frio Congelamento Redução da temperatura abaixo do ponto de congelamento (abaixo de 0ºC) Mudança no estado físico da água Detêm o crescimento e a atividade dos m.o e reduz a velocidade das reações químicas e enzimáticas Diminuição da Aa Ausência do metabolismo vegetal Prolongamento da vida útil por meses a anos Formação de cristais de gelo Conservação pelo uso do frio Quando os alimentos congelados são processados, armazenados e manipulados de forma adequada, apresentam características organolépticas e nutritivas muito similares às que possuíam antes de seu congelamento. Conservação pelo uso do frio Tipo de congelamento Congelamento Lento Formação de cristais de gelo no exterior das células Lesão nas células desidratação Redução do volume das células: modificação de textura e turgidez Congelamento Rápido Formação de cristas no interior e exterior das células Pequenos cristais Conservação pelo uso do frio Tipos de congeladores Congeladores por ar Câmaras de congelamento Leito fluidizado Substância refrigerante: amônia, CO2 Congeladores por contato indireto Trocador de calor de superfície raspada Congeladores de placa Congelador por imersão Soluções refrigerantes (NaCl, sacarose, glicerol) Congelamento criogênico (nitrogênio líquido, CO2) Conservação pelo uso do frio Influencia do congelamento sobre m.o e enzimas Congelamento impede o crescimento microbiano. Esporos são pouco afetados. Controle na temperatura de descongelamento Retardo na atividade enzimática Necessidade de outros procedimentos BRANQUEAMENTO Conservação pelo uso do frio Modo Tempo Frutas em geral, com açúcar 12 meses Frutas em geral, com calda de açúcar 12 meses Frutas ao natural, sem açúcar 10 meses Frutas em purês 12 meses Frutas em suco 10 meses Conservação pelo uso do frio Quase todas as hortaliças podem ser congeladas. Recomenda-se descongelar já na panela de cozimento Hortaliça Tempo Alcachofra 9 meses Beterraba 12 meses Cenoura 12 meses Couve-flor 12 meses Aspargo 9 meses Mandioca 8 meses Conservação pelo uso do frio Branqueamento antes do congelamento Influencia do congelamento sobre o valor nutritivo dos alimentos Irradiação A irradiação ionizante na forma de raios γ (gama) Permitida em 38 países para conservação de alimentos (inclusive o Brasil, desde 1985) Exigência da rotulagem Formação de radicais livres por ação da irradiação Destruição de células microbianas – efeito no DNA e RNA Perdas de compostos lipossolúveis (pigmentos, vitaminas) e ácidos graxos essenciais Irradiação Quatro principais objetivos Esterilização (radapertização) Redução de patógenos (radicidação) Aumento da vida útil (radurização) Controle do amadurecimento Desinfestação Inibição do brotamento A dose da irradiação depende da resistência do m.o e do objetivo Dose máxima para alimentos: 15 kGy Irradiação Aplicação em vegetais: Inibição do brotamento de cebolas, batatas, alho Retardo no período de maturação e deterioração de frutas e hortaliças Desinfestação de insetos em cereais e leguminosas Redução de carga microbiana em sucos de frutas Esterilização de condimentos e especiarias. Doses inferiores a 1kGy Irradiação Doses de irradiação aplicadas aos alimentos Irradiação
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