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Instrumental cirúrgico e instrumentação

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INSTRUMENTAL CIRÚRGICO E INSTRUMENTAÇÃO
INSTRUMENTAL CIRÚRGICO
Instrumental cirúrgico é todo o conjunto de objetos, instrumentos e equipamentos que entram em contato direto ou indireto com a região operatória.
Diérese
Bisturi: constituído por um cabo reto com encaixe em uma das extremidades para uma lamina desmontável e descartável que deve ser encaixada no cabo com o auxilio de uma pinça hemostática, Kelly preferencialmente, ou de um porta-agulhas. 
Tesoura: os dois principais modelos são tesoura de Mayo, robusta e utilizada para cortar materiais como fio, gaze, borracha, plástico e outros; e tesoura de Metzenbaum, delicada e utilizada para cortar, dissecar tecidos. Aquelas de ponta curva proporcionam melhor visibilidade em campos profundos. Para a secção de tecidos rígidos, usa-se a porção proximal da lamina, e para cortes mais superficiais e tecidos delicados, utilizam-se preferencialmente as pontas do instrumento.
Tesoura de Mayo curva.
Tesoura de Mayo reta.
Tesoura de Metzenbaum curva.
Tesoura de Metzenbaum reta.
Preensão
Utilizados para agarrar tecidos, os modelos “dente de rato” devem ser aplicados na confecção de pontos ou para a apresentação em tecidos resistentes como pele, músculo e aponeurose.
Pinça “dente de rato” Pinça anatômica.
Hemostasia
Pinças hemostáticas são utilizadas para o pinçamento de vasos sangrantes para a ligadura deles, e para o pinçamento de fios de sutura, de tecidos orgânicos como aponeurose, peritônio e outros.
Possuem cremalheira para manter as pontas unidas sob graus variados de pressão; 
Para abrir a cremalheira, basta fazer o movimento inverso do fechamento. 
De maneira geral, as pinças retas são utilizadas para exercer tração e as pinças curvas, para hemostasia.
Pinças hemostáticas de Kelly curva e reta. Pontas finas e pequenas, com ranhuras em 2/3 das extremidades, utilizadas para pinçamento de vasos, fios grossos e tecidos menos grosseiros. Os tamanhos variam de 14 a 16 cm.
Pinça hemostática de Kocher reta e curva; ponta em detalhe. Pontas longas e robustas, com ranhuras em toda a extensão das pontas e com “dente de rato”, utilizada para pinçamento transversal em tecidos ou pela ponta para tração de aponeuroses. Pinças menores diminuem o trauma nos tecidos, e os tamanhos variam de 8 a 15 cm.
Pinças hemostáticas de Crille reta e curva. Utilização semelhante a da pinça de Kelly, porém as ranhuras em toda a extensão prensora lhe conferem também a utilidade de pinçar pedículo quando aplicada lateralmente, e não pela extremidade. Os tamanhos variam de 14 a 16 cm.
Pinças hemostáticas de Halsted reta e curva, ou “mosquito”; pequenas e delicadas, utilizadas para pinçamento de pequenos vasos, estruturas orgânicas nobres e pinçamento de fios de sutura. O tamanho e de 12 cm, há uma variante de nome Hartman-Halsted cujo tamanho e de 8 a 10 cm.
Exposição
Usados para afastar tecidos seccionados ou separados para expor planos anatômicos ou órgãos. Tamanho e forma dependem da profundidade e da espessura das estruturas a serem separadas e da consistência e resistência oferecidas pelos tecidos.
 Farabeuf: utilizado para afastar pele, subcutaneo e musculo em plano superficial; 
Langenbeck: mesma utilização do Farabeuf, porem em planos mais profundos, podendo apresentar cabos diferentes.
 
Doyen: utilizado como o Farabeuf, porém em planos mais profundos e cavidade abdominal. 
Espátulas maleavel e Deaver, utilizadas na cavidade pleural ou abdominal, são flexíveis e podem adaptar sua curvatura.
Gosset: utilizado para afastar parede abdominal. Balfour: mesma utilização do Gosset com mais uma lamina (suprapúbica).
As manobras de afastamento devem ser suaves para causar menor trauma aos tecidos e é conveniente interpor compressas entre o afastador e as vísceras.
Dinamicos: exigem tração manual e são empunhados de acordo com o cabo ou apoio de maneira confortavel e que não atrapalhe o cirurgião.
Autoestaticos: são peças acopladas aplicadas fechadas nas bordas da ferida e que, uma vez abertas, mantém estáveis apesar da pressão exercida pelos tecidos afastados.
Instrumental especial
Os mais comuns são: 
Backhaus: possui pontas agudas, são pinças utilizadas no auxilio a fixação de campos a pele, preensão dos campos entre si e fixação de objetos ao campo.
Pinça de Allis: pinça de preensão traumática, com maior poder de preensão pelo denteamento fino nas superfícies de contato.
 Pinças de Backhaus Pinça de Allis.
Cheron e Foerster: pinças longas utilizadas para antissepsia.
Pincas de Cheron e Foerster.
Collin, Duval e Babcock: utilizadas para preensao de tecidos ou vísceras.
Pincas de Duval, Collin e Babcock.
Moynihan: possui pontas finas e curvas; pinça hemostática utilizada em pequenas estruturas nos planos mais profundos.
Mixter: utilizada para hemostasia profunda, dissecção de vasos e para passar fios para ligadura em torno deles, especialmente em planos mais profundos.
Pinça de Moynihan Pinça de Mixter.
SÍNTESE
Auxiliam as manobras para reunir os tecidos entre si, como o porta-agulha de Hegar, cujo comprimento e escolhido conforme a profundidade da sutura e a potencia do instrumento (hastes delgadas ou robustas) e de acordo com a agulha a ser utilizada na sutura.
MONTAGEM DA MESA DE INSTRUMENTAL
O primeiro passo para a montagem da mesa e a colocação do campo duplo sobre ela.
O instrumentador e a mesa ficam do lado oposto ao cirurgião, e os materiais dispostos sobre a mesa, na mesma ordem.
Sendo assim, o instrumentador deve-se certificar do lado em que permanecera durante o procedimento antes de montar a mesa.
A disposição do material e feita de acordo com a classificação deles e levando-se em conta aqueles que são mais requisitados durante o procedimento.
Todos os instrumentos deverão ter suas pontas voltadas para o lado da área de instrumentação, com exceção dos porta-agulhas, que devem estar no sentido oposto aos instrumentos ate que estejam montados com as agulhas.
Em geral, uma só mesa e utilizada, mas em cirurgias de maior porte usa-se uma mesa auxiliar, liberando a primeira dos afastadores, compressas e gazes; outros materiais também podem ser posicionados na segunda mesa.
O material fica na posição inversa, com as pontas para trás, para facilitar a empunhadura direta pelo auxiliar. A mesa mais utilizada recebe o nome de Mayo.
TÉCNICA DE INSTRUMENTAÇÃO
O intrumentador auxilia o cirurgião durante o ato operatório, mediante o fornecimento de instrumentos que venham a ser solicitados. A solicitação deve ser feita de forma clara, com especificações de tamanho, forma (reta ou curva), tipo de ponta, entre outras. Mostrado na imagem abaixo:
Todos devem ser entregues na posição fechada ou travados no primeiro dente quando houver cremalheira, com a curvatura voltada medialmente ao cirurgião, da mão direita do instrumentador para a mão direita do cirurgião, e da mão esquerda do instrumentador para a mão esquerda do cirurgião. Na passagem de dois instrumentos ao mesmo tempo, o instrumentador devera cruzar os braços.
Cuidados especiais devem ser tomados com instrumentos pontiagudos, de corte ou com ganchos ou agulhas para evitar ferimento e perfuração de campo e luvas, que não devem ser deixados sobre o campo operatório após o uso, mas devolvidos para a mesa.