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Recomendações Nutricionais para indivíduos saudáveis Recomendações nutricionais “Quantidade de energia e nutrientes que atendam às necessidades da maioria dos indivíduos de um grupo ou uma população” Philippi, 2008 A partir de 1997, a Food and Nutrition Board/Institute of Medicine (EUA e Canadá), iniciou o desenvolvimento de um conjunto de valores de referências para ingestão de nutrientes (dietary reference intakes-DRIs), para serem utilizados no planejamento e na avaliação de dietas de indivíduos e de populações saudáveis, visando substituir as RDAs publicadas anteriormente. Recomendações Nutricionais São um conjunto de 4 valores de referência (EAR, RDA, AI, UL) correspondente a estimativas quantitativas de ingestão de nutrientes, estabelecidos e usados para o planejamento e avaliação de dietas de indivíduos saudáveis e de um determinado grupo, segundo estágio de vida e gênero. R ec o m en d aç õ es N u tr ic io n ai s DRIs (Dietary Reference Intakes) : Ingestão Dietética de Referência NRC, 1997 OBJETIVOS Prevenir deficiências nutricionais Prevenir doenças crônicas não transmissíveis Prevenir toxicidade (fornecer limites para ingestão de nutrientes) O que mudou com as DRI’s: Para a construção de seus limites, foram considerados o risco de redução de doenças crônicas não transmissíveis; Níveis máximos de ingestão foram estabelecidos quando foi possível detectar riscos de efeitos adversos. Uso de modelos para avaliar a extensão em que o excesso de ingestão pode levar aos danos à saúde. Foram estabelecidas referências de ingestão para componentes alimentares, mesmo que não contemplem conceitos tradicionais de nutriente; R ec o m en d aç õ es N u tr ic io n ai s O que mudou com as DRI’s: Criação de quatro parâmetros de recomendações, os quais apresentam conceitos e aplicações distintas; As faixas etárias passaram a ser “estágios da vida”. Para a classificação dos grupos, os pontos de corte das idades foram determinados considerando-se as características biológicas específicas. R ec o m en d aç õ es N u tr ic io n ai s Para a sua determinação considerou-se: Ingestão Dietética de Referência (DRI) A informação disponível sobre o balanço do nutriente no organismo; O metabolismo nas diferentes faixas etárias; A diminuição de risco de doenças, levando-se em consideração variações individuais nas necessidades de cada nutriente; A biodisponibilidade; Os erros associados aos métodos de avaliação do consumo dietético. Douglas, 2002. Doenças crônicas seriam consideradas quando evidências científicas fossem disponíveis. Ingestão Dietética de Referência (DRI) Ingestão Dietética de Referência (DRI) GRUPOS DE NUTRIENTES: Ca, vit D, Fl, Mg, P – 1997 / Cálcio, Vit D – 2011 Tiamina, Riboflavina, Niacina, Vit. B6, B9, B12, Ácido pantotênico, Biotina, Colina - 2000 Energia, Macronutrientes, fibras, AG e colesterol – 2002 / 2005 Antioxidantes: carotenóides, Vit E, Vit C, Se - 2000 Vitaminas A e K, Fe, Zn, Co, I, Mn, Mb, Cr, Arsênio, Boro, Ni, Silício, Vanádio – 2001 Água, Potássio, Sódio, Cloro e Sulfato – 2005 Outros: fibras,fitoestrógenos, etc • Categorias de estágios da vida FAIXAS ETÁRIAS – RDA ESTÁGIOS DA VIDA – DRIs 0,0 a 0,5 ano 0,0 a 06 meses 0,5 a 01 ano 07 a 12 meses 01 a 03 anos 01 a 03 anos 04 a 06 anos 04 a 08 anos 07 a 10 anos 09 a 13 anos 11 a 14 anos 14 a 18 anos 15 a 18 anos 19 a 30 anos 19 a 24 anos 31 a 50 anos 25 a 50 anos 51 a 70 anos > 51 anos > 70 anos Dietary Reference Intakes (DRI) Dietary Reference Intakes (DRI) • Categorias de estágios da vida FAIXAS ETÁRIAS - RDA ESTÁGIOS DA VIDA – DRIs Gestantes Gestantes < 18 anos 19 a 30 anos 31 a 50 anos Lactantes Lactantes 1º trimestre < 18 anos 2º trimestre 19 a 30 anos 31 a 50 anos Dietary Reference Intake – DRI EVOLUÇÃO Foram identificadas lacunas 2006: Workshop para análise das lacunas Dietary Reference Intake – DRI EVOLUÇÃO Principais Lacunas Ajuste para a incerteza de dados no estabeleciment o das ULs Definição de critérios Descrição de Metodologias Métodos seguros e claros para a extrapolação das AIs Revisões sistemáticas e consideração para os efeitos do ambiente, genômica e aspectos fisiológicos na determinação das DRIs. 2006/2011 • 2006: Revisão das Recomendações de Cálcio e Vit. D • 2011: Publicação 2009 • Discussões : como deve ser explorada a utilização de indicadores de DCNT no âmbito da DRI? • Uso de múltiplos indicadores em oposição a apenas um, como é no modelo da EAR. • Inclusão de novas abordagens que contemplem a avaliação dos benefícios e riscos. Dietary Reference Intake – DRI EVOLUÇÃO É um valor de ingestão diária de um nutriente que se estima que supra a necessidade de metade (50%) dos indivíduos saudáveis de um determinado grupo de mesmo gênero e estágio de vida. É utilizada para avaliação dietética de grupos e indivíduos e planejamento dietético de grupos. É usada na determinação da RDA Estimated Average Requirement (EAR) Necessidade Média Estimada Douglas, 2002. Estimated Average Requirement (EAR) Ingestão dietética recomendada É o nível de ingestão diária de nutrientes suficiente para atender a recomendação de praticamente todos (97 a 98%) indivíduos saudáveis de um determinado grupo de mesmo gênero e estágio de vida. A RDA para um nutriente é um valor a ser utilizado como meta de ingestão alimentar de indivíduos saudáveis. As RDAs se aplicam ao Indivíduo, não a grupos. Recommended Dietary Allowances (RDA) Ingestão dietética recomendada A partir da EAR, somam-se dois desvios-padrão da EAR para se obter a RDA que vai atender as necessidades de 97% a 98% dos indivíduos (RDA = EAR + 2DP). Se os dados sobre a variabilidade das necessidades são insuficientes para o cálculo do DP, ou não há dados suficientes para estimar o DP da ingestão, utiliza-se o CV da EAR de 10 ou 15% no cálculo da RDA, ou seja: RDA = EAR + 2 (EAR x 0,1) OU RDA = 1,2 x EAR OU RDA = EAR +2 (EAR x 0,15) OU RDA = 1,3 x EAR Recommended Dietary Allowances (RDA) Ingestão adequada AI para um nutriente é o valor de consumomédio diário recomendável, baseado em aproximações observadas / determinadas experimentalmente ou estimadas de ingestão de nutrientes por um grupo (grupos) de pessoas aparentemente saudáveis. ADEQUATE INTAKE (AI) ADEQUATE INTAKE (AI) Se a EAR não puder ser estabelecida por qualquer razão, a RDA também não poderá. Por essa razão, foi criado outro parâmetro de referência, que é a Ingestão Adequada (AI – Adequate intake). Ingestão Adequada É utilizada em substituição à RDA Como a tendência é estar superestimada, a sua aplicação deve estar imbuída de outros critérios clínicos e nutricionais. ADEQUATE INTAKE (AI) Método de extrapolação: 60% dos valores de crianças de 7 meses a 18 anos, são derivados principalmente a partir dos valores para adultos, usando o peso ou fator metabólico e ajuste de crescimento. Ingestão Adequada Em muitos casos, valores de adultos mais velhos foram extrapolados de adultos mais jovens. Tolerable Upper Intake Levels (UL) É o mais alto nível de ingestão habitual de um nutriente À medida que a ingestão for excedendo o UL, o risco de efeito adverso vai aumentando. Limite Superior Tolerável de Ingestão Tolerable Upper Intake Levels (UL) Limite Superior Tolerável de Ingestão O estabelecimento do UL surgiu com o crescimento da prática de fortificação de alimentos e do uso de suplementos alimentares. Não se pretende que o limite superior seja utilizado como nível de recomendação de ingestão. O consumo de nutrientes por indivíduos saudáveis, em níveis superiores às RDAs ou AIs, não traz benefícios. Valores acima da RDA ou AI e menores que a UL significam suplementações, quando indicado e necessário. Tolerable Upper Intake Levels (UL) Para muitos nutrientes, existem dados insuficientes para determinar o UL. Isto não significa que não existe potencial para efeito adverso resultante de alta ingestão. *1 *2 * 3 *4 *1 EAR é o nível de ingestão cujo risco de inadequação é de 0,5 (50%) *2 RDA: risco de inadequação de 2-3% *3 Os riscos de inadequação ou excesso se aproximam de zero quando o nível de ingestão está entre RDA e UL *4 Quanto + o nível de ingestão ultrapassa UL > risco de efeitos adversos Nutrientes com EAR / RDA ou AI EAR / RDA AI Proteína Carboidrato Magnésio Fósforo Selênio Iodo Cobre Ferro Zinco Molibdênio Cálcio Tiamina Riboflavina Niacina Vitaminas B6 e B12 Folato Vitaminas A, C, E e D Todos os nutrientes (0 a 6 meses) Todos os nutrientes exceto Fe e Zn (0 a 12 meses) Fibra dietética Ácido linoléico Ácido linolênico Flúor Manganês Cromo Potássio Sódio Cloro Biotina Colina Ácido pantotênico Vitamina K Água Nutrientes com UL UL Magnésio Iodo Fósforo Ferro Selênio Manganês Cálcio Vitamina A Flúor Vitamina C Boro Cromo Zinco Vitamina E Molibdênio Vitamina D Níquel Vitamina B6 Colina Niacina Cobre Folato Vanádio Sódio Cloro EER: Valor médio de ingestão de energia proveniente da dieta para a manutenção do balanço energético de indivíduos saudáveis de acordo com idade, sexo, peso, altura e nível de atividade física compatível com a saúde. Equilíbrio energético ingestão = gasto de energia Necessidade de Energia Estimada (Estimated Energy Requeriment – EER) Necessidade de Energia Estimada (Estimated Energy Requeriment – EER) DLW – Água Duplamente Marcada: São administrados 2 isótopos de H2O monitorados no sangue e na urina durante sua meia vida no corpo (1 a 3 semanas). A ╪ entre os 2 é utilizada para cálculo da produção de CO2. O TEE é calculado a partir do RQ = CO2/O2 (coeficiente respiratório). Foram desenvolvidas baseando-se em estudos de gasto energético avaliado pelo método de água duplamente marcada (DLW). Necessidade de Energia Estimada (Estimated Energy Requeriment – EER) TEE – Soma do gasto de energia de repouso estimado para 24h, do efeito térmico dos alimentos, do nível de atividade física, da termorregulação e em alguns estágios de vida, da energia gasta para a formação de novos tecidos e/ou produção do leite materno. Utilizou-se dados de H, M, Cr com idade, peso, altura e ativ. física variáveis, de amostras sem representatividade estatística (EUA, Inglaterra, Austrália, Suécia). Necessidade de Energia Estimada (Estimated Energy Requeriment – EER) TEE = A + BxIdade + NAFx(DxPeso + ExAltura) A = Constante B = Coeficiente da idade NAF = Nível de atividade física estimada em categorias D = Coeficiente de peso E = Coeficiente de altura TEE em Kcal/dia; Idade: anos; Peso: quilos; Altura: metros Necessidade de Energia Estimada (Estimated Energy Requeriment – EER) EER (crianças 0 a 35 meses): EER = TEE + Energia de depósito EER (3 a 18 anos): EER = TEE + Energia de depósito (3-8 anos: 20Kcal; 9- 18 anos: 25Kcal) EER para adultos(19 e mais) EER = TEE Avaliação da Necessidade de Energia Estimada (Estimated Energy Requeriment – EER) Para efeito de cálculo: •Fórmulas : EER (para pessoas eutróficas) •Fórmulas : TEE (Necessidade de energia para manter o peso de pessoas com sobrepeso ou obesidade) NECESSIDADES ENERGÉTICAS EXEMPLO DE FÓRMULAS NECESSIDADES ENERGÉTICAS EXEMPLO DE FÓRMULAS [ ] NECESSIDADES ENERGÉTICAS EXEMPLO DE FÓRMULAS [ ] NECESSIDADES ENERGÉTICAS CRIANÇAS COM EXCESSO DE PESO DRIs, 2005 (NAS/FNB) Energia: Equações para estimar o gasto energético total Masculino (>19 anos) NEE = 662 – (9,53 x I) + CAF x (15,91x P) + (539,6 x A) Feminino (> 19 anos) NEE = 354 – (6,91 x I) + CAF x (9,36 x P) + (726 x A) Sendo: COEFICIENTE ATIVIDADE FÍSICA / CAF HOMENS ADULTOS MULHERES ADULTAS 1,0 - se NAL ≥1,0 <1,4 (SEDENTÁRIO) 1,0 - se NAL ≥1,0 <1,4 (SEDENTÁRIA) 1,11 – se NAL ≥1,4 <1,6 (POUCO ATIVO) 1,12 – se NAL ≥1,4 <1,6 (POUCO ATIVA) 1,25 – se NAL ≥1,6 <1,9 (ATIVO) 1,27 – se NAL ≥1,6 <1,9 (ATIVA) 1,48 – se NAL ≥1,9 <2,5 (MUITO ATIVO) 1,45 – se NAL ≥1,9 <2,5 (MUITO ATIVA) NECESSIDADES ENERGÉTICAS EXEMPLO DE FÓRMULAS NECESSIDADES ENERGÉTICAS EXEMPLO DE FÓRMULAS Os padrões de requisitos de energia para pessoas com sobrepeso e obesidade podem ser diferentes daqueles para pessoas que nunca ganham peso ou que mantêm seu peso ao longo do tempo. Necessidade de Energia Estimada (Estimated Energy Requeriment – EER) Em adultos homens e mulheres com níveis de gordura corporal > 35% e IMC > 25kg/m2, sugere-se que as proporções relativas de massa livre de gordura e de massa gorda são susceptíveis de influenciar o metabolismo energético de repouso ou fisicamente ativo. DRI, 2005 Dietary Reference Intake - DRI Intervalos Aceitáveis de Distribuição de Macronutrientes (Acceptable Macronutrient Distribuition Ranges - AMDR) São os limites percentuais de ingestão de proteínas, lipídios e carboidratos associados ao atendimento às necessidades nutricionais e à redução no risco de doenças crônicas não transmissíveis. PHILIPPI, S T. Pirâmide dos alimentos, 2009 Intervalos Aceitáveis de Distribuição de Macronutrientes (Acceptable Macronutrient Distribuition Ranges - AMDR) • São expressos em porcentagens de ingestão total de energia • Fornece orientação no planejamento dietético Dietary Reference Intake - DRI Intervalo (% de energia)Macronutrientes Crianças, 1-3 anos Crianças, 4-18 anos Adultos Gorduras 30 – 40 25 - 35 20 – 35 -6 ácido graxo poliinsaturado (ácido linoléico)1 5 - 10 5 - 10 5 – 10 -3 ácido graxo poliinsaturado (ácido - linolênico)1 0,6 – 1,2 0,6 – 1,2 0,6 – 1,2 Carboidrato2 45 - 65 45 - 65 45 – 65 Proteína 5 - 20 10 - 30 10 - 35 Dietary Reference Intake - DRI 1Aproximadamente 10% do total podem ser de ácidos graxos de cadeia longa (-3 , -6). 2Uma ingestão máxima de 25% de energia de açúcar adicionado é sugerida. Este nível de ingestão máxima baseia-se na garantia da ingestão suficiente de micronutrientes essenciais que não estão presentes nesses alimentos e bebidas que contêm açúcar adicionado. FONTE: www.nap.edu Dietary Reference Intake - DRI Energia: Requerimento energético estimado (EER – Estimated Energy Requirement). Proteína: A RDA p/ homens e mulheres adultos é de 0,8g/kg de proteína. Lipídios: Não foi possível estimar a RDA nem a AI devido a insuficiência de dados para se definir a quantidade que seria de risco para inadequação ou prevenção de DCNT. Linoléico (ômega-6): AI=17g/dia p/ H jovens e 12g/dia p/ M jovens. Ômega-3: A AI p/ o ômega-3 foi baseada na média ingerida pela população americana, onde não há evidências de deficiência, mas não foi possível estabelecer a EAR. A AI é de 1,6 e 1,1g/dia p/ H e M, respectivamente. Ácidos Graxos Trans: até 1% do VET. Carboidratos (CHO): A recomendação é baseada na quantidade mínima de glicose usada pelo cérebro sem utilização de outra fonte de energia, acrescida de um CV de 15% (130 g/dia). A quantidade total de CHO ingerida pelos indivíduos p/ atingir o valor energético necessário diário é muito maior. A mediana de ingestão de CHO para norte-americanos foi de 200 a 330g/ dia p/ H e 180 a 230g p/ M (45% a 65% de VET). Dietary Reference Intake - DRI FAO/OMS, 2001 FAO/OMS, 2001 Humayun , M.A. , Elango , R. , Ball , R.O. , et al. ( 2007a ) A re-evaluation of protein requirement in young men using the indicator amino acid oxidation technique . Am J Clin Nutr 86, 995 – 1002 . TABELA 1 - Ingestão Dietética de Referência de cálcio da dieta por estágio da vida Estágios da vida AI (mg) EAR (mg) RDA (mg) UL (mg) Crianças 0-6 m 200 — — 1.000 6-12 m 260 — — 1.500 Crianças 1-3 a — 500 700 2.500 4-8 a — 800 1.000 2.500 Homens 9-13 a — 1.100 1.300 3.000 14-18 a — 1.100 1.300 3.000 19-30 a — 800 1.000 2.500 31-50 a — 800 1.000 2.500 51-70 a — 800 1.000 2.000 > 70 a — 1.000 1.200 2.000 Mulheres 9-13 a — 1.100 1.300 3.000 14-18 a — 1.100 1.300 3.000 19-30 a — 800 1.000 2.500 31-50 a — 800 1.000 2.500 51-70 a — 1.000 1.200 2.000 > 70 a — 1.000 1.200 2.000 Gravidez 14-18 a — 1.100 1.300 3.000 19-30 a — 800 1.000 2.500 31-50 a — 800 1.000 2.500 Lactação 14-18 a — 1.100 1.300 3.000 19-30 a — 800 1.000 2.500 31-50 a — 800 1.000 2.500 NOTA: AI = Ingestão Adequada; EAR = Necessidade Média Estimativa; RDA = Ingestão Dietética Recomendada; UL = Nível Superior Tolerável de Ingestão. TABELA 2 - Ingestão Dietética de Referência de vitamina D por estágio da vida Estágios da vida AI EAR RDA UL Crianças 0-6 m 400 UI (10 ug) — — 1.000 UI (25 ug) 6-12 m 400 UI (10 ug) — — 1.500 UI (38 ug) Crianças 1-3 a — 400 UI (10 ug) 600 UI (15 ug) 2.500 UI (63 ug) 4-8 a — 400 UI (10 ug) 600 UI (15 ug) 3.000 UI (75 ug) Homens 9-13 a — 400 UI (10 ug) 600 UI (15 ug) 4.000 UI (100 mg) 14-18 a — 400 UI (10 ug) 600 UI (15 ug) 4.000 UI (100 mg) 19-30 a — 400 UI (10 ug) 600 UI (15 ug) 4.000 UI (100 mg) 31-50 a — 400 UI (10 ug) 600 UI (15 ug) 4.000 UI (100 mg) 51-70 a — 400 UI (10 ug) 600 UI (15 ug) 4.000 UI (100 mg) > 70 a — 400 UI (10 ug) 800 UI (20 mcg) 4.000 UI (100 mg) Mulheres 9-13 a — 400 UI (10 ug) 600 UI (15 ug) 4.000 UI (100 mg) 14-18 a — 400 UI (10 ug) 600 UI (15 ug) 4.000 UI (100 mg) 19-30 a — 400 UI (10 ug) 600 UI (15 ug) 4.000 UI (100 mg) 31-50 a — 400 UI (10 ug) 600 UI (15 ug) 4.000 UI (100 mg) 51-70 a — 400 UI (10 ug) 600 UI (15 ug) 4.000 UI (100 mg) > 70 a — 400 UI (10 ug) 800 UI (20 mcg) 4.000 UI (100 mg) Gravidez 14-18 a — 400 UI (10 ug) 600 UI (15 ug) 4.000 UI (100 mg) 19-30 a — 400 UI (10 ug) 600 UI (15 ug) 4.000 UI (100 mg) 31-50 a — 400 UI (10 ug) 600 UI (15 ug) 4.000 UI (100 mg) L Lactação 14-18 a — 400 UI (10 ug) 600 UI (15 ug) 4.000 UI (100 mg) 19-30 a — 400 UI (10 ug) 600 UI (15 ug) 4.000 UI (100 mg) 31-50 a — 400 UI (10 ug) 600 UI (15 ug) 4.000 UI (100 mg) NOTA: AI = Ingestão Adequada; EAR = Necessidade Média Estimada; UI = Unidades Internacionais; RDA = Ingestão Dietética Recomendada; UL = Nível Superior Tolerável de Ingestão. http://www.who.int/nutrition/publications/nutrientrequirements/en/index.html Dietary recommendations/Nutritional requirements list of publications Dietary Reference Intakes (DRI) USOS E APLICAÇÕES EER: Valor médio de ingestão de energia proveniente da dieta para a manutenção do balanço energético de indivíduos saudáveis de acordo com idade, sexo, peso, altura e nível de atividade física compatível com a saúde. Equilíbrio energético ingestão = gasto de energia Avaliação da Necessidade de Energia Estimada (Estimated Energy Requeriment – EER) Avaliação da Necessidade de Energia Estimada (Estimated Energy Requeriment – EER) DLW – Água Duplamente Marcada: São administrados 2 isótopos de H2O monitorados no sangue e na urina durante sua meia vida no corpo (1 a 3 semanas). A ╪ entre os 2 é utilizada para cálculo da produção de CO2. O TEE é calculado a partir do RQ = CO2/O2 (coeficiente respiratório). Foram desenvolvidas baseando-se em estudos de gasto energético avaliado pelo método de água duplamente marcada (DLW). Avaliação da Avaliação da Necessidade de Energia Estimada (Estimated Energy Requeriment – EER) TEE – Soma do gasto de energia de repouso estimado para 24h, do efeito térmico dos alimentos, do nível de atividade física, da termorregulação e em alguns estágios de vida, da energia gasta para a formação de novos tecidos e/ou produção do leite materno. Utilizou-se dados de H, M, Cr com idade, peso, altura e ativ. física variáveis, de amostras sem representatividade estatística (EUA, Inglaterra, Austrália, Suécia). Avaliação da Necessidade de Energia Estimada (Estimated Energy Requeriment – EER) TEE = A + BxIdade + NAFx(DxPeso + ExAltura) A = Constante B = Coeficiente da idade NAF = Nível de atividade física estimada em categorias D = Coeficiente de peso E = Coeficiente de altura TEE em Kcal/dia; Idade: anos; Peso: quilos; Altura: metros Avaliação da Necessidade de Energia Estimada (Estimated Energy Requeriment – EER) EER (crianças 0 a 35 meses): EER = TEE + Energia de depósito EER (3 a 18 anos): EER = TEE + Energia de depósito (3-8 anos: 20Kcal; 9- 18 anos: 25Kcal) EER para adultos(19 e mais) EER = TEE Avaliação da Necessidade de Energia Estimada (Estimated Energy Requeriment – EER) Para efeito de cálculo: •Fórmulas : EER (para pessoas eutróficas) •Fórmulas : TEE (Necessidade de energia para manter opeso de pessoas com sobrepeso ou obesidade) Os padrões de requisitos de energia para pessoas com sobrepeso e obesidade podem ser diferentes daqueles para pessoas que nunca ganham peso ou que mantêm seu peso ao longo do tempo. Necessidade de Energia Estimada (Estimated Energy Requeriment – EER) Em adultos homens e mulheres com níveis de gordura corporal > 35% e IMC > 25kg/m2, sugere-se que as proporções relativas de massa livre de gordura e de massa gorda são susceptíveis de influenciar o metabolismo energético de repouso ou fisicamente ativo. DRI, 2005 Passo a passo da avaliação da quantitativa do consumo individual de energia 1. Calcular a estimativa do gasto energético total (EER); 2. Calcular intervalo de variação: EER ± 2 desvios-padrão; 3. Comparar consumo energético com intervalo da EER; 4. Interpretar. Avaliação da Necessidade de Energia Estimada (Estimated Energy Requeriment – EER) Idade (anos) Homens Mulheres 3 - 18 58 68 ≥ 19 199 162 Desvio padrão estimado da EER (kcal/dia) Avaliação da Necessidade de Energia Estimada (Estimated Energy Requeriment – EER) Exemplo: Sexo feminino *P= 54kg (peso normal para altura) A= 1,60m I= 30 anos atividade moderada. EER = 354 - 6,91 x Idade (anos) + CAF x [9,36 x Peso (kg) + 726 x Altura (m)] EER = 354 - 6,91 x 30 (anos) + 1,12 x [9,36 x 54 (kg) + 726 x 1,60 (m)] EER = 2.014 kcal Intervalo de variação (± 2DP): 2.014 kcal ± 2 x 162 = 1690 kcal a 2338 kcal Avaliação da Necessidade de Energia Estimada (Estimated Energy Requeriment – EER) *Utilizar o peso normal para altura do indivíduo Usa-se o Peso normal para altura do indivíduo Intervalos Aceitáveis de Distribuição de Macronutrientes (AMDR) Verificar se a ingestão do indivíduo está abaixo, acima ou de acordo com o intervalo recomendado. Atenção: Avaliar a quantidade de proteínas em gramas/kg de peso Avaliação do consumo de macronutrientes Avaliando a adequação da dieta: Intervalos Aceitáveis de Distribuição de Macronutrientes (AMDR) Intervalo (% energia) Macronutrientes Crianças 1-3 anos Crianças 4-18 anos Adultos Carboidrato 45-65 45-65 45-65 Proteína 5-20 10-30 10-35 Gordura 30-40 25-35 20-35 Como avaliar? Comparar diretamente o percentual da média da ingestão do macronutriente com o percentual da AMDR, exceto proteína. Passos: Conhecer a necessidade do indivíduo para um dado nutriente Conhecer a ingestão habitual do indivíduo / Mínimo 2 a 3 dias não consecutivos / incluir um dia do final de semana / Situações atípicas. Estabelecer a média de ingestão do nutriente. Avaliando a adequação da dieta no atendimento individual (Micronutrientes) Avaliar aproximadamente se a ingestão do indivíduo atinge suas necessidades (adequação aparente) Variabilidade intrapessoal: O subcomitê para uso e interpretação das DRIs recomenda o uso da variabilidade intrapessoal obtida de estudos de consumo alimentar em populações (consultar Fisberg e cols, 2005). Variação da necessidade entre os indivíduos: é dada pelo coeficiente de variação (CV) do nutriente. Para a maioria dos nutrientes foi assumido um CV de 10%, exceto para niacina (15%). Cálculo da adequação aparente: estimar o grau de confiança com que a ingestão do nutriente alcança a necessidade do indivíduo.O resultado é um escore z, por meio do qual se determina a probabilidade da dieta estar adequada. Avaliando a adequação da dieta do indivíduo (Micronutrientes) Escolher DRI apropriada para o uso como referência (EAR, AI, UL). EAR – se as necessidades são distribuídas normalmente, então um CV de 10% significa que aproximadamente 95% podem necessitar entre 80 e 120% da EAR ( 2DP). Se CV é 15% (niacina) : 70 e 130% da EAR. CV = desvio padrão da necessidade / necessidade média x 100 Avaliando a adequação da dieta do indivíduo (Micronutrientes) Verificar se há informação sobre o coeficiente de variação da ingestão e se este não ultrapassa 60% (Condição para prosseguir na avaliação). 3. Responder às questões: • Ingestão habitual do nutriente está adequada? • Existe risco de efeito adverso? Avaliando a adequação da dieta do indivíduo (Micronutrientes) Variabilidade intra-pessoal Avaliando a adequação da dieta do indivíduo (Micronutrientes) Exemplo (Quando a EAR está disponível) : Mulher de 48 anos Ingestão média de vitamina B1 (mg) obtido em 3 dias de registro alimentar: 1,2 mg EAR (mulher entre 31 a 50 anos): 0,9 mg/dia DPint em estudos populacionais = 0,6 mg (Fisberg e cols., 2005) Média de ingestão (Ῡ ) = 1,2 mg EAR (r ) = 0,9 mg n = 3 dias de registro alimentar Avaliando a adequação da dieta do indivíduo: Micronutrientes Quando a EAR está disponível: 1º Passo: Calcular D (Diferença): Diferença entre a média de ingestão observada e a mediana da necessidade (EAR) D = Média de ingestão – EAR D = 1,2 – 0,9 = 0,3 2º Passo: Calcular DpD(desvio padrão de D) Avaliando a adequação da dieta do indivíduo: Micronutrientes DPD depende : Número de dias de avaliação da ingestão do indivíduo Desvio padrão da necessidade (10 e 15% da EAR para a maioria dos nutrientes) Desvio padrão intra-pessoal da ingestão (obtido em inquéritos populacionais) D/DPd (probabilidade da ingestão estar acima ou abaixo da necessidade) Avaliando a adequação da dieta do indivíduo: Micronutrientes Cálculo do DpD: DPD = Vnec + (Vint/n) Onde: Vnec (Variância de necessidade) = (DPnec) 2 Vint (Variância de ingestão) = (DPint) 2 Ambas as variâncias são computadas como o quadrado dos desvios-padrão correspondentes. Variância é igual a DP2 n = número de dias de ingestão avaliada Avaliando a adequação da dieta do indivíduo: Micronutrientes Passos para o cálculo de DpD: 1. Calcular o desvio padrão da necessidade : Dpnec (assume-se ser 10% da EAR DPnec = 10% da EAR DPnec = 10% de 0,9 DPnec = 0,1 x 0,9 = 0,09 2. Obter o desvio padrão da ingestão : calculado a partir de dados obtidos de estudo populacional dos EUA que se refere à variação intrapessoal: DPint DPint = 0,6 mg (Tabela 9.9 – pgs. 224 e 225: Inquéritos Alimentares) 3. Calcular o DpD: DpD = Vnec + (Vint/n) DpD = (0,1 x 0,9) 2 + (0,62/3) DpD = 0,0081 + 0,12 DpD = 0,1281 DPD =0,3579 3º Passo: Calcular a razão (D/DpD) O resultado é um escore Z, por meio do qual se determina a probabilidade da ingestão estar acima ou abaixo da necessidade, ou seja, o grau de confiança que a ingestão alcança a necessidade. Z = D/DPD Z = Média de ingestão – EAR Vnec + (Vint/n) Z = 0,3 Z = 0,838 0,3579 Conclusão 80% de probabilidade da ingestão aparente de vitamina B1 estar adequada ou 20% de probabilidade de estar com ingestão inadequada . Avaliando a adequação da dieta do indivíduo: Micronutrientes Probabilidade de adequação Critério D/DPD Conclusão Probabilidade de concluir corretamente > 2,00 Adequada 0,98 > 1,65 Adequada 0,95 > 1,50 Adequada 0,93 > 1,00 Adequada 0,85 > 0,50 Adequada 0,70 > 0,00 Adequada/ Inadequada 0,50 Probabilidade de adequação Critério D/DPD Conclusão Probabilidade de concluir corretamente<-0,50 Inadequada 0,70 <- 1,00 Inadequada 0,85 <- 1,50 Inadequada 0,93 <- 1,65 Inadequada 0,95 <- 2,00 Inadequada 0,98 Continuação Avaliação da adequação da dieta do indivíduo Junto com parâmetros antropométricos, clínicos, bioquímicos, doenças associadas, dentre outros. Outros Exemplos: 1. Gestante, 21 anos Ingestão média de ferro (mg) obtido em 3 dias de registro: 17 mg EAR (gestantes de 19 a 30 anos): 22mg/dia Dpi (estudos populacionais): 7 mg/dia 2. Adolescente, 16 anos, sexo masculino Ingestão média de Piridoxina – B6 (mg) obtido em 5 dias de registro: 1,5 mg EAR: 1,1 mg/dia Dpi (estudos populacionais): 1 mg/dia Exemplos: 1. Gestante • Calcular D: D= 17 – 22 = - 5 • Calcular o DPd: a) Dpnec = 10% da EAR Dpnec = 10% de 22 Dpnec = 2,2 b) Dpint = 7mg/dia DPd= 4,84 + (49/3) DPd= 4,84 + 16,33 DPd= 4,60 Z= D/DPd = -5/4,60 = -1,08 Ingestão inadequada com 85% de confiança no resultado 2. Adolescente • Calcular D: D= 1,5 – 1,1= 0,4 • Calcular o DPd: a) DPnec=10% da EAR DPnec=10% de 1,1 DPnec= 0,11 b) Dpint = 1 mg/dia DPd= 0,0121 + (1/5) DPd= 0,0121 + 0,2 DPd= 0,4605 Z= D/DPd = 0,4/0,4604 Z = 0,862 Ingestão adequada com cerca de 85% de confiança no resultado Impossibilidade de emprego dessa abordagem 1. Ingestão diária observada não for normal (observa-se CV > 60%) Vitaminas A, C, E, B12 e Caroteno 2. Distribuição das necessidades não é simétrica ou normal Ferro – mulheres que estão menstruando Nesses casos está indicada a avaliação qualitativa da ingestão Abordagem prática Prefixar nível de confiança 85, 90 ou 98% (considerar dieta adequada) * Padronizar métodos de inquérito para a prática clínica (R24 ou registro alimentar) * Pg. 229 – Inquéritos Alimentares Avaliando a adequação da dieta do indivíduo: Micronutrientes Abordagem prática Ingestão em relação à EAR e RDA Interpretação qualitativa Maior ou igual ao valor da RDA Avaliada por um número expressivo de dias Pouco provável que a ingestão seja inadequada. Muito superior à RDA Avaliada por poucos dias Pouco provável que a ingestão seja inadequada. Menor que o valor da EAR ou entre EAR e RDA A ingestão provavelmente está inadequada. Há risco de inadequação e a ingestão deva se aumentada. Avaliando a adequação da dieta do indivíduo: Micronutrientes Usando a AI (Quando a EAR não está disponível): QUANDO UTILIZA A AI, O QUE SE PODE CONCLUIR É SE A INGESTÃO ESTÁ ACIMA DESTE VALOR OU NÃO. Acima, certamente estará adequada. Abaixo, ainda estarão adequadas para um grupo de pessoas, porém, nenhuma conclusão quantitativa pode ser feita. Exemplo: Mulher de 40 anos Ingestão média de sódio (3 dias): 1800mg/dia AI de sódio (31 a 50 anos): 1500mg/dia Teste Z para avaliar qual a probabilidade da ingestão ser verdadeiramente superior a AI Z= (Mi - AI) / (Dpint / √n ) Z = (1800 - 1500)/(1839 / √3 ) Z= 0,28254 (tabela de interpretação) ≈ 0,30 Avaliando a adequação da dieta do indivíduo: Micronutrientes Conclusão: A ingestão é superior a AI com nível de confiabilidade de 65%, considera-se com segurança que a ingestão está adequada Avaliando a adequação da dieta do indivíduo: Micronutrientes 0,90 Adequada > 1,25 0,85 Adequada > 1,00 0,80 Adequada > 0,85 0,93 Adequada > 1,50 0,95 Adequada > 1,65 0,98 Adequada > 2,00 Probabilidade de concluir corretamente Conclusão Critério D/DPD Probabilidade da ingestão estar adequada (AI) Probabilidade da ingestão estar adequada (AI) 0,30 Adequada > -0,50 0,20 Adequada > -0,85 0,15 Adequada > -1,00 0,50 Adequada/segura > 0,00 0,70 Adequada < 0,50 0,75 Adequada > 0,68 Probabilidade de concluir corretamente Conclusão Critério D/DPD Ingestão em relação a AI Interpretação qualitativa Maior ou igual ao valor da AI A ingestão média provavelmente está adequada se avaliada por um número expressivo de dias. Menor que o valor da AI A adequação da ingestão não pode ser determinada. Abordagem prática Avaliando a adequação da dieta do indivíduo: Micronutrientes Uso do UL Mulher de 56 anos Média de ingestão de zinco por meio de registro alimentar de 3 dias - 37 mg/dia UL de zinco para mulheres de 51 a 70 anos= 40 mg/dia Dpint=5 mg/dia Z= (Mi - UL) / (Dpint/ √n ) Z = (37-40)/ (5/ √3 ) = - 1,04 O valor está abaixo da UL (seguro) com 85% de probabilidade de conclusão correta Avaliando a adequação da dieta do indivíduo: Micronutrientes 0,90 Excessiva > 1,25 0,85 Excessiva > 1,00 0,80 Excessiva > 0,85 0,93 Excessiva > 1,50 0,95 Excessiva > 1,65 0,98 Excessiva > 2,00 Probabilidade de concluir corretamente Conclusão Critério D/DPD Avaliando a probabilidade da ingestão estar segura (USANDO O UL) 0,30 (*0,7) Excessiva/Segura > -0,50 0,20 (*0,80) Excessiva/Segura > -0,85 0,15 (*0,85) Excessiva/Segura > -1,00 0,50 (*0,50) Excessiva/Segura > 0,00 0,70 Excessiva < 0,50 0,75 Excessiva > 0,68 Probabilidade de concluir corretamente Conclusão Critério D/DPD * probabilidade da ingestão habitual ser segura Avaliando a probabilidade da ingestão estar segura (USANDO O UL) Ingestão em relação ao UL Interpretação qualitativa Maior ou igual ao valor do UL Risco potencial de efeitos adversos se a ingestão observada inclui um grande número de dias. Menor que o valor do UL A ingestão provavelmente é segura se observada por um grande número de dias. Abordagem prática Ingestão crônica é motivo de preocupação Avaliando a probabilidade da ingestão estar segura (USANDO O UL) Uso das recomendações para avaliar a ingestão de indivíduos EAR- examina a possibilidade de inadequação RDA e AI - quando a ingestão usual é igual ou acima deste nível existe baixa probabilidade de inadequação. Ingestão acima da RDA é provavelmente adequada. Abaixo não pode ser assumida como inadequada. UL- quando a ingestão usual está acima deste nível coloca o indivíduo em risco de efeito adverso pela ingestão excessiva. • Dietas com 5% de ferro biodisponível: Ocorrem em dietas simples e monótonas, com quantidades insignificantes de carne/peixes, baixo teor de ácido ascórbico e alta quantidade de fitato e tanino. Ex: 5% de 10 mg = 0,5 mg é absorvido. FAO/WHO - 2001 Dietas com 10% de ferro biodisponível: Ocorrem em dietas que incluem pequenas quantidades de carnes e /ou Vitamina C e alto teor de fitato. Tem frequentemente uma refeição principal. Ex: 10% de 10 mg = 1,0 mg é absorvido. Dietas com 12% de ferro biodisponível: Quantidades moderadas de carnes/peixes nas duas principais refeições diárias e baixo teor de fitato e cálcio. Ex: 10 mg = 1,2 mg é absorvido. FAO/WHO - 2001 • Dietas com 15% de ferro biodisponível: dietas variadas. Quantidades muito altas de carnes e fontes alimentares de ácido ascórbico, nas duas principais refeições diárias. Ex: 15% de 10 mg = 1,5 mg é absorvido FAO/WHO - 2001 Exemplo: Crianças de 7 a 9 anos: 5% 10% 12% 15% 18 9mg 7mg 6mg ZINCO DIETÉTICO – Para zinco foram estabelecidos valores recomendados com base na biodisponibilidade dezinco da dieta. • Biodisponibilidade alta • Biodisponibilidade moderada /média • Biodisponibilidade baixa FAO/WHO - 2001 Biodisponibilidade alta Dietas refinadas pobres em fibras de cereais, pouco teor de ácido fítico e com razão molar de fitato:zinco menor que cinco; quantidade adequada de proteína principalmente de fontes não vegetais, tais como carne, peixe. Inclui dietas de fórmulas semi-sintéticas baseadas em proteína animal. Biodisponibilidade moderada /média Dietas mistas que contêm proteína animal. A razão molar de fitato:zinco da dieta total está dentro do intervalo de 5 a 15 ou não excedendo 10 se mais que 50% da ingestão de energia for considerada a partir dos cereais e farinhas não refinadas e não fermentadas, ao passo que a dieta é fortificada com sais de cálcio inorgânico (> 1 g Ca2+/dia). A biodisponibilidade do zinco melhora quando incluem na dieta fontes de proteína animal. Biodisponibilidade baixa Dietas com elevadas quantidades de cereais integrais, não fermentados e não germinados*, especialmente quando fortificados com sais de cálcio inorgânico e quando a ingestão de proteína animal é insignificante. A razão molar de fitato/zinco da dieta total excede 15**. Produtos de proteína de soja que contêm alto teor de fitato constituem a principal fonte de proteína nesta dieta. Dietas nas quais, aproximadamente 50% da ingestão de energia for considerada a partir dos seguintes alimentos com teor elevado de fitato (sozinhos ou em conjunto): trigo de alta extração (+ 90%), arroz, grãos de milho e farinhas, farelo de aveia; sorgo; ervilhas da angola farinhas de tubérculos, de feijão comum, de feijão fradinho. Ingestão elevada de sais de cálcio (> 1 g Ca2+/dia), seja como suplemento ou contaminantes adventícios (por exemplo geofagia calcárea) potencializam os efeitos inibitórios das dietas da categoria C; baixa ingestão de proteína animal exacerba esses efeitos. * A germinação de muitos grãos ou fermentação (levedação) de muitas farinhas podem reduzir a potência antagonista; a dieta deve então ser relocalizada para a categoria B. ** Dietas vegetarianas com proporçoes de fitato/zinco que excedem 30 não são desconhecidas; para tais dietas, uma admissão de 10% de disponibilidade de zinco ou menos pode ser justificada, especialmente se a ingestão de proteínas for baixa e/ou aquela de sais de cálcio for excessiva, por exemplo > 1,5 g de Ca/dia. Consultar: www.ncp.edu OU ww.nap.edu http://www.who.int/nutrition/publications/nutri entrequirements/en/index.html http://www.fao.org/ag/humannutrition/nutritio n/en/ Tranquilidade e cautela quanto ao uso e aplicação das DRIs Avaliação dietética deve ser baseada em critérios metodológicos bem definidos e, sobretudo, com bom senso, para que no final tanto o diagnóstico quanto a orientação dietética sejam confiáveis. EXERCÍCIO André, 18 anos Registro alimentar de 3 dias e de 6 dias Ingestão média de Sódio – 3,20 mg/d Ingestão média de Magnésio – 285,25 mg/d Ingestão média de Zinco– 9,8 mg/d Maria, 15 anos Registro alimentar de 3 e 6 dias Ingestão média de Sódio – 2,0 g/d Ingestão média de Mg – 700,1 mg/d Ingestão média de Zn – 36 mg/d Calcular adequação e probabilidade de risco de efeitos adversos da ingestão de nutrientes dos dois adolescentes REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA AVESANI, C.M.; SANTOS, NSJ dos; CUPPARI, L. Necessidades e recomendações de energia In: CUPPARI, L. Nutrição Clínica no adulto. São Paulo: Ed. Manole, 2002. p:27-45. BATES, Bárbara e HOEKELMAN, R. A. Anamnese. In: BATES, Bárbara. Propedêutica Médica. Ed. Guanabara Koogan, 8ª Ed., 2005. BIESALSKI, H.K.; GRIMM,P. Nutrição: texto e atlas. Porto Alegre: 2007, Ed. Artmed, 400p. FISBERG, R.M. et. al., Inquéritos Alimentares: métodos e bases científicos, São Paulo; Manole, 2005, 334 p. MASCULEVICIUS, J., DIAS, M.C.G. Dietas Orais Hospitalares. In: Waitzberg, D.L. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica, 3ª ed., São Paulo: Atheneu, 2000. cap. 30, p: 465-479. ORNELLAS, Lieselotte Hoeschl. Técnica Dietética: Seleção e preparo de alimentos. 7a. ed. São Paulo: Atheneu Editora, 2001. 330 p. PINHEIRO, A.B. et all. Tabela para avaliação de consumo alimentar em medidas caseiras. Rio de Janeiro, Produção independente, 63 p., 2 ed., 1994. Proença, R. P. C. e Silveira, B. M. 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