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ORTOPEDIA Afecções cirúrgicas do ombro Osteocondrose – osteocondrose dissecante Animais jovens. Associada ao excesso de energia na alimentação (rações super premium). Acomete animais na fase de crescimento, raças grandes e machos OCD latente: não manifesta doença e se resolve OCD manifesta: quando a lesão permanece e manifesta clinicamente OCD dissecante: piora da doença, quando ocorre rachadura da cartilagem Causa: defeito na ossificação endocondral, nos vasos do pericôndrio que param de irrigar a cartilagem e causa necrose. Sinais e sintomas: claudicação uni ou bilateral Diagnóstico: exame físico: adução, abdução, flexão e extensão de membro (pode manifestar dor) – amplitude de movimento passiva, raio-x de ombro (dos dois lados) – achatamento da cabeça do úmero, que deveria ser arredondada Tratamento: Até 6 meses (lesões pequenas): anti-inflamatório + mudança da alimentação e controle com raio-x para acompanhar evolução da lesão 6 meses: cirurgia – artrotomia + curetagem (remoção da cartilagem necrótica); repouso por 3 semanas Prevenção: ração de qualidade inferior (pouco energética, com o intuito de diminuir o crescimento do animal) Instabilidade medial do ombro Animais adultos. Ligamento gleno-umeral medial, tendão do musculo subescapular e cápsula articular são estruturas que mantém a articulação no lugar, e quando ligamento alongado ou rompido ou cápsula alongada, o animal manifesta a doença. Sinais e sintomas: claudicação intermitente (quando o ombro sai do lugar – manca, quando volta para o lugar – não manca); Forma unilateral é mais frequente. Diagnóstico: exame físico: adução, abdução – maior abertura (+30º, segurando escápula), extensão e flexão, teste do bíceps, teste de gaveta e amplitude de movimento passivo, raio-x Tratamento: reconstrução do ligamento e transposição do tendão; clínico não é responsivo. Tenosinovite bicipital: inflamação do tendão do bíceps revestido pela membrana sinovial, em cães ativos ou hiperativos. Causa: afecções articulares pré-existentes, traumas, processo inflamatório X degenerativo Sinais e sintomas: claudicação intermitente não responsiva Diagnóstico: exame físico – teste do bíceps positivo, raio-x – artrografia, ultrassom Tratamento: infiltração articular com corticoide de longa duração - AI: acetato de metilprednisolona 20-40mg/cão Cirúrgico: tenotomia ou tenodese (fixação do tendão) Contratura do músculo infraespinhoso Causa: trauma – rotação externa do ombro Sinais e sintomas: claudicação, andar diferente, unilateral Diagnóstico: exame físico – amplitude de movimento passiva Tratamento: cirúrgico – cortar tendão do músculo infraespinhoso que está em contratura Tendinose do músculo supraespinhoso/infraespinhoso Unilateral, raramente bilateral. Processo inflamatório do tendão que sofre mineralização. É um achado radiográfico, e se torna clinico quando houver manifestação. Causa: Teoria vascular – isquemia e degeneração fibrocartilaginosa. Teoria mecânica – trauma repetitivo Sinais e sintomas: claudicação Diagnóstico: exame físico: teste do bíceps (dor nos tendões), raio-x e ultrassom Tratamento: clínico – repouso e AINES 6 semanas, infiltração articular – NÃO É EFETIVO Shockwave – alto custo Cirúrgico – tenotomia longitudinal e ressecção Afecções cirúrgicas do cotovelo Displasia de cotovelo: composto por 4 doenças Incongruência de cotovelo: Comum em filhotes agitados, ocorre trauma que paralisa a linha de crescimento Causa: fechamento precoce da epífise distal do radio e ulna, condrodistrofismo (cachorros anões, patas curtas) Sinais e sintomas: dor, claudicação e flexão ou extensão anormais Diagnóstico: anamnese, exame clínico – diminuição da amplitude de movimento, supinação e pronação, raio-x, tomografia Tratamento: cirúrgico: em caso de rádio curto – encurtar ulna (ostectomia), em caso de ulna curta – alongar ulna (osteotomia) Fragmentação do processo coronóide medial: Normalmente bilateral, raças grandes, fator genético em bernese Causa: incongruência de cotovelo e sobrecarga muscular do bíceps e braquial Sinais e sintomas: dor e claudicação Diagnóstico: anamnese, exame físico, raio-x – alterações articulares degenerativas, tomografia – visualizar fragmentos Tratamento: cirúrgico – coronidectomia (artrotomia/artroscopia) e ostectomia dinâmica da ulna distal – para encurtar ulna ou osteotomia dinâmica da ulna distal – para alongar ulna Não-união do processo ancôneo (NUPA) Causa: incongruência de cotovelo – ulna curta. Se o processo ancôneo não fundir até o quarto mês, haverá doença Sinais e sintomas: dor e claudicação Diagnóstico: anamnese, exame físico: efusão capsular (cápsula bem difundida na palpação), raio-x – ulna mais curta que o radio Tratamento: osteotomia proximal com ou sem fixação do processo Osteocondrose do côndilo medial do úmero Sinais e sintomas: dor e claudicação Diagnóstico: raio-x e tomografia Tratamento: curetagem Afecções cirúrgicas do quadril Displasia coxofemoral A doença causa osteoartrose, que é o que se vê no raio-x. O quadril se mexe muito mais que o normal, instabilidade do quadril. Doença hereditária que se desenvolve conforme o crescimento do animal, dependendo da velocidade do crescimento, do ambiente, da alimentação, da musculatura pélvica. Raças predispostas: grandes, gigantes e raças pequenas como: pugs, bulldogs (apenas 20% dos cães displásicos mancam) Patogenia: articulações nascem normais, mas até o sexto mês, pode desenvolver a DCF e instabilidade articular, causando sinovite (pode causar claudicação pois dói), efusão articular (causa mais instabilidade), espessamento da cápsula articular (na tentativa de manter a articulação no lugar), desgaste anormal e erosão articular (causa arrasamento acetabular e cabeça do fêmur mais quadrada) = doença articular degenerativa Sinais clínicos: cães jovens (4 – 12)– redução da atividade, claudicação exacerbada por exercícios, dificuldade em levantar, subir escadas, saltar obstáculos, “correr como coelho”, aspecto retangular dos membros pélvicos. Cães adultos (>12) – claudicação, atrofia muscular pélvica, hipertrofia muscular torácica Diagnóstico: exame físico – amplitude de movimento: flexão, extensão (causa dor), adução e abdução (causa dor), raio-x: projeção ventro-dorsal em extensão (pode dar falso negativo), projeções em estresse (compressão-distração). Graus A, B, C, D e E = de acordo com ângulo de norberg e esclerose dos bordos acetabulares. Diagnostico diferencial: ruptura do ligamento cruzado cranial, Osteocondrose, panosteíte, fraturas, luxações, doenças neurológicas: mielopatias degenerativa, síndrome da cauda equina Tratamento: somente quando o paciente manifestar sintomas que necessitem tratamento Conservativo – indicado aos pacientes com mais de 18 meses, sintomáticos = controle de peso, exercícios de baixo impacto (esteira aquático), anti-inflamatórios e condroprotetores, implante de ouro (acupuntura) Cirúrgico – cirurgias de prevenção: retarda a evolução da doença; osteotomia tripla da pelve, osteotomia dupla da pelve, osteotomia intertrocantérica varizante, acetabuloplastia. Cirurgias de alívio: cura; pectineomiectomia, denervação capsular, próteses, amputação do colo e cabeça do fêmur. Necrose asséptica da cabeça do fêmur Acomete cães de raças pequenas, jovens (3 – 13 meses com menos de 10kg) Fases necrótica: isquemia, fase avançada: remodelamento. Diagnóstico: baseado na raça e exame físico: abdução e extensão – causam dor, atrofia muscular e claudicação, raio-x, ressonância magnética, classificação de Steinberg – graus I ao VI Tratamento: amputação de cabeça e colo de fêmur Luxação coxofemoral Origem traumática. Acomete cães adultos, causa claudicação. Tratamento: redução fechada ou aberta FRATURAS E OSTEOSSÍNTESE ABC do trauma: vias aéreas superiores, alterações em troca gasosa (hemotórax, pneumotórax, hemoperitôneo), circulação (avaliar volume, se há sangramento ou alteração em bomba cardíaca). Avaliar trauma neurológico, trauma abdominal (se há hemorragiaem fígado, rim, baço), trauma urinário (avaliar ruptura de bexiga e uretra), trauma ortopédico. Forças Compressão: por apoiar membro, contração muscular (uma contra a outra - axial) Flexão: lateralizada ( ) Distração: inserção de ligamento ou tendão, normalmente avulsão (oposto ) Fraturas Torção: fratura em espiral Transversa: redutível quando mais próximas, mais distal mais instável Obliqua: redutível, instável Espiral: se vê o canal medular, redutível e instável Cominutiva: vários fragmentos, não redutível, instável, segmentado Fratura instável (cirúrgicas) ou estável (transversas; dependendo da localização) se caracterizam pelo fato do osso sair fácil do lugar ou não. Bandagem Robert Jones: acolchoada, conforto do paciente ate a cirurgia Robert Jones modificada: utiliza de algo rígido, aço, palito Coaptação externa (bandagens no geral) - fraturas abaixo do joelho e cotovelo - estáveis e redutivas - imobilizar articulação proximal e distal - cães jovens (fraturas de consolidação rápida), fraturas incompletas, por compactação Fraturas Salter Harris tipo I – em linha de crescimento, filhotes/avulsão Fratura em espiral – visualização de canal medular Cicatrização clássica: presença de calo ósseo Cicatrização primaria: ausência de calo ósseo (fratura simples, estável, com compressão de dois fragmentos) - articulações devem ficar alinhadas - redução fechada com osteossíntese: uso de fixador externo Exame ortopédico Inspeção Histórico: avaliação de tempo, quando foi, como foi; anamnese completa Observação: deformidades ósseas, estação x tempo, marcha x claudicação x ataxia, andar em 8 para avaliar curvas dos dois lados, observação do membro afetado, sentar/levantar, subir/descer, estado corporal Palpação: iniciar de distal para proximal, avaliar dor, avaliar aumento de volume, temperatura, flexão/extensão/lateralização (crepitação, dor, instabilidade), assimetria muscular Solicitar exames de imagem SEMPRE EM DUAS PROJEÇÕES! Cerclagem: fio de aço que envolve o osso, sendo utilizado para comprimir os fragmentos. Não utilizar sozinho (sem pino) em diáfise ou ossos longos. Utilizado em fraturas simples (oblíqua longa e espiral), de galho verde, mandíbula, púbis. Uso definitivo ou temporário. A linha de comprimento da fratura deve ser duas vezes maior que o diâmetro do osso. Tipos: cerclagem torcida, falhas: aperto inadequado, espessura inadequada, quantidade inadequada, material inadequado, mais de dois fragmentos “galhos amarrados”, redução inadequada Banda de tensão: utilizado em fratura por distração (ou avulsão) – fratura de origem ou inserção de ligamento ou músculo (usado na tuberosidade da tíbia); Fixadores externos: utilizado em fraturas de ossos longos, fraturas expostas, osteotomia corretivas, redução fechada de fraturas cominutivas, artrodeses temporárias, não união óssea ou união retardada. Pode ocorrer produção de calo óssea, não acontece cicatrização primária Pinos (mínimo 2 por fragmento e não exceder 20% do diâmetro do osso), barras e clamps Tipos: lineares: 1A – uniplanar, 1B – biplanar, forma um V, II – uniplanar bilateral, III – tipo IA + II, circulares (estabilizar fraturas, distração e compressão, transporte de fragmento ósseo, correção de deformidades) e híbrido – linear + circular Remoção do fixador externo: cicatrização óssea (formação de calo ósseo), anestesia geral, soltar clamps e remover pinos Placas e parafusos: melhor função de estabilização, resistem a compressão, encurvamento, rotação e tensão. Indicações parafusos: posicional, compressão interfragmental, fixação de placa. Indicações placas: fraturas de ossos longos, Função da placa: compressão – gerar compressão entre os fragmentos (fraturas transversas), neutralização – neutralizar as cargas sobre o foco de fratura (fraturas em oblíqua, espiral e múltipla), ponte ou apoio – manter o comprimento e eixo ósseo sem redução de fragmentos (fraturas cominutiva). Placa bloqueada: parafuso é rosqueado na placa, placa não tem contato com o osso, menor agressão ao periósteo, requer moldar pouco. Placa reconstrutiva: placas moldáveis, menos resistentes, neutra, parafusos cortical ou bloqueada. Rod-Plate Afecções cirúrgicas do joelho Ruptura de ligamento cruzado cranial Função do ligamento: as fibras se direcionam em craniomedial e caudolateral, são diagonais e inclinadas, o que impede a rotação excessiva da tíbia e deslocamento cranial em relação ao fêmur. Acomete raças de médio a grande porte e jovens (aos 2-3 anos de idade) e nas raças pequenas há rompimento após 7 anos. Ruptura parcial: desloca na flexão Ruptura total: desloca na extensão e flexão Causas: trauma, desgaste do ligamento por doenças imuno-mediadas: lúpus, estenose intercondilar congênita, obesidade, luxação de patela, hiperadrenocorticismo. Rompimento unilateral e após 2 anos, 81% de chance de romper o outro lado Sinais e sintomas: impotência do membro, pisar em pinça, derrame articular (aumento de volume em pacientes agudos, dor durante a manipulação Diagnóstico: teste de gaveta, compressão tibial, rotação interna tibial, raio-x (nível de deslocamento da tíbia e osteoartrose, descarte de fratura ou outras lesões e planejamento cirúrgico. Pedido: projeção médiolateral e craniocaudal da tíbia com e sem stress (flexão da articulação) Diagnóstico diferencial: luxação de patela, displasia coxofemoral, síndrome da cauda equina, fraturas Tratamento: clínico – casos que não podem ser operados Cirúrgico – intra-articular: uso de enxerto com fáscias ou de cadáver. Gera processo inflamatório Extra-articular: sutura fabela tibial (SFT). Limitação de peso (<12kg) Osteotomias corretivas: neutralização das forças de movimento da tíbia, deixando o platô no eixo perpendicular à tíbia. TPLO osteotomia de nivelamento do platô tibial (pacientes com APT>34º, associar a TWO). TTA avanço da tuberosidade tibial (limitado a pacientes com APT <27º), A maioria dos pacientes pode desenvolver lesão de menisco, sendo necessário retirar a parte afetada Pós operatório: analgésico, anti-inflamatório, ATB TPLO e TTA: pós operatório teste de gaveta positivo, compressão tibial negativo Hérnia de disco: núcleo que sai de dentro do disco e empurra o anel ou destrói a medula. O que importante é a gravidade da lesão na medula. Acomete coluna cervical ou toracolombar Causas: causado por envelhecimento, predisposição racial Tipos: extrusão de disco (cães pequenos, agudo – ocupa boa parte da medula), protrusão de disco (cães grandes, crônico – comprime a medula) Discopatia cervical Sinais e sintomas: tetraparesia não ambulatória, dor em cervical quando estende o pescoço, pescoço contraído Membro torácico e pélvico: reflexo normal ou aumentado Diagnóstico: raio-x, mielografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética (compressão da medula). Diminuição de espaço do disco intervertebral NÃO É HERNIA! Só será hérnia quando o disco sair do espaço e comprimir a medula. Tratamento: clínico – AI corticoide (prednisona ou dexametasona), analgésicos Cirúrgico – descompressão ventral, hemilaminectomia (muito invasiva, melhora gradual) Prognóstico: favorável, 96% de chances de volta a andar, sem dor Luxação de patela Doença congênita ou traumática, maior ocorrência em raças pequenas do que grandes. Causas: coxa vara (para fora), coxa valga (para dentro), rotação femoral, rotação tibial, inadequado alinhamento da tuberosidade tibial, hipoplasia da crista medial troclear, troclea rasa Luxação medial: mais comum, raças pequenas, maioria bilateral, normalmente varo (para fora), vinculado a lesões crônicas. Desloca-se medialmente Luxação lateral: maioria traumática, mais comum em filhotes de raças grandes, normalmente valgo (para dentro), vinculado a displasia coxofemoral Sinais e sintomas: instabilidade de patela, claudicação intermitente, semiflexão (casos graves), andar de coelho, caminhar com membro hiperestendido. Grau I e II: pressão sobre a patela e deslocamento medial ou lateral.Grau III e IV: patela deslocada medial ou lateral. Grau III ainda retorna. Grau IV não retorna Diagnóstico: clínico e raio-x (fêmur crâniocaudal e médiolateral) Diagnóstico diferencial: RLCCr, necrose asséptica, luxação coxofemoral Tratamento: clínico: anti-inflamatório, condroprotetores, fisioterapia em casos que não podem operar ou grau I Cirúrgico: imbricação e desmotomia (se aperta o lado que esta mais solto e se solta o lado que esta mais preso), sulcoplastia (não é mais utilizado), trocleoplastia (remove a cartilagem , limpa o osso e se encaixa de novo a cartilagem – levantando as bordas), pateloplastia (se arruma o formato da patela), transposição da tuberosidade tibial (corta a tuberosidade e alinha ela no meio – usa-se banda de tensão), osteotomia distal de fêmur (valgo ou varo) Discopatia toracolombar Maioria acomete a transição entre T11 e T12 até L1-L2. Grau de lesão neurológica Grau I: apresenta dor Grau II: ataxia (incoordenação), déficit proprioceptivo, pode ter paraparesia Grau III: paraparesia/plegia, ainda possui continência urinária Grau IV: paraplegia, retenção urinária, dor superficial Grau V: ausência de dor profundaMembro torácico: reflexo normal Membro pélvico: lesão neurológica Predisposição: altura e comprimento (alto e comprido) Diagnóstico: raio-x, mielografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética (compressão da medula) Tratamento: clínico – repouso, AI corticoide, analgésico (recuperação incompleta, deterioração neurológica) no máximo 5 dias. Cirúrgico – fenestração – curetagem. Cirurgias relacionadas ao local de acesso à hérnia: hemilaminectomia (pela lateral), pediculectomia (pelo pedículo), laminectomia (por cima – não é mais utilizado, pois a maioria das hérnias são por baixo) Prognóstico: favorável
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