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ANDRÉIA RIBAS STJ GESTÃO DE PESSOAS LISTA ‐5 GESTÃO POR COMPETÊNCIAS – PROFESSORA ANDRÉIA RIBAS 1 Gestão por Competências O termo conhecimento, repleto de definições filosóficas, pode ser entendido como informações codificadas com uma alta porção de valor humano agregado, incluindo ideias, interpretações, contexto, experiência, sabedoria etc. Já o termo gestão é tema de muita controvérsia, pois alguns críticos argumentam que conhecimento não pode ser gerido por ser invisível e intangível. Porém, levando-se em conta que a Gestão do Conhecimento pode ser entendida como qualquer tentativa de melhorar como o conhecimento é criado, distribuído ou utilizado em uma empresa, a Gestão do Conhecimento é algo totalmente aceitável. Por conseqüência dos fatos expostos, a Gestão do Conhecimento diz respeito a um conjunto de práticas gerenciais que buscam incrementar a produtividade de tais ativos de conhecimentos pessoais que compõem a organização, podendo, por isso, emergir de qualquer parte da estrutura onde esse recurso seja utilizado. Estrategicamente, essas práticas devem estar articuladas entre si e orientadas para a obtenção de melhorias de desempenho nos produtos, projetos e processos. Uma dessas práticas do escopo da Gestão do Conhecimento é a Gestão de Competências, a qual é apresentada no tópico a seguir. Pode-se definir competência pela capacidade de um indivíduo executar uma determinada tarefa, sendo circunstancial, pois depende de sua história, de sua vontade, do ambiente organizacional percebido e das características específicas da situação em que a tarefa será executada. Com isso, competência está fortemente relacionada ao conhecimento do indivíduo, mas também suas experiências e atitudes perante uma dada situação. Por conseqüência, a Gestão por Competências pode ser entendida como um conjunto de práticas que tem como propósito diagnosticar os conhecimentos pessoais, experiências, o perfil psicológico (ou comportamental), a aptidão física e entre outros aspectos necessários a uma determinada função ou processo e um exercício crítico dessas competências dentro do universo da instituição. Essas técnicas se apresentam, basicamente, em apresentar balanços de necessidade e disponibilidade de requisitos de competência para apoiar decisões referentes às ações de treinamento, desenvolvimento, alocação, seleção, sucessão, demissão de profissionais e distribuição de recursos financeiros destinados às atividades de capacitação. Finalmente, a Gestão de Competências visa à contribuição efetiva dos recursos inerentes às pessoas para o desempenho da organização no exercício de suas atividades. A Gestão por Competência no Setor Público A atuação estratégica da gestão de pessoas está intimamente conectada à gestão de competências. Essa moderna abordagem volta-se para o desenvolvimento e manutenção das competências individuais dos colaboradores, visando ao alcance dos objetivos estratégicos organizacionais. Do individual parte-se para o coletivo, sem deixar de lado, contudo, a essência e a cultura de cada organização. É como reger uma orquestra, em que o talento e o trabalho individual de cada músico são incentivados e valorizados, mas cujo desempenho deve se ater à proposta melódica a ser executada e à gestão do regente. Na regência da orquestra pública, o interesse público deve ser o resultado alcançado por qualquer estratégia organizacional. O modelo de gestão de competências, apesar de reunir muitas qualidades, é de complexa implementação prática, em sua totalidade, no setor público. Diferentemente do setor privado, o gestor público se atém a um cabedal de limitações legais que devem ser respeitadas, como a exigência de concurso público para contratação de novos talentos. Dentre as dificuldades para a implantação de um modelo de gestão de competências estão também limitações tecnológicas e estruturais, não existem métodos próprios para avaliar como as competências profissionais dos servidores públicos impactam o desempenho das organizações públicas, bem como aspectos comportamentais dos servidores que, ao serem avaliados para seu ingresso em determinadas funções, mostraram-se capacitados em termos de conteúdo para exercê-las, mas não foram, por vezes, avaliados em suas idiossincrasias psicológicas. A falta de motivação enraizada na cultura organizacional pública, causada, por exemplo, pela dificuldade em implantar políticas de recompensa a servidores exemplares, é conhecida de longa data, e constitui um dos entraves para levar a termo um complexo processo de gestão de pessoas baseado nas suas GESTÃO POR COMPETÊNCIAS – PROFESSORA ANDRÉIA RIBAS 2 competências. A implementação desse modelo ainda é um grande desafio, uma vez que a cultura de gestão pública permanece, na maioria dos casos, voltada para cargos, e não para entregas. As instituições públicas têm a captação de novos talentos limitada legalmente por concurso público; a exceção são os cargos de confiança comissionados, em número bem menor que o dos servidores concursados. Enquanto as organizações privadas possuem inúmeros instrumentos para a melhor escolha, como entrevistas e dinâmicas de grupo, as públicas ficam restritas a esse instrumento legal, sob pena de serem questionadas judicialmente. No entanto, poderão valer-se de outros meios para melhor alocação do candidato aprovado. Apesar de muitas mudanças dependerem de legislação própria, com exemplo, o setor público tem dificuldades de instituir formas de remuneração variável baseadas na expressão de competências profissionais, isso não constitui entrave para que se atue, no setor público, por meio de outras fontes legais, como concursos com áreas específicas de atuação, avaliação do perfil comportamental dos aprovados para sua melhor alocação, ou ainda, ações de desenvolvimento profissional, promovendo educação contínua e não apenas treinamentos pontuais - a educação ampla das pessoas é fundamental nesse contexto, englobando o desenvolvimento das mesmas com foco em sua carreira profissional, e não apenas no treinamento para as funções do cargo atual. No que tange ao desligamento de colaboradores, restrições legais também devem ser obedecidas. Apesar de o ordenamento jurídico prever que os servidores podem ser demitidos por avaliação de desempenho insuficiente, essa ainda não é uma prática comum no setor público. Sendo assim, o ideal é motivá-los, de tal forma que se sintam parte importante no processo e desejem atingir um melhor desempenho no trabalho. Afinal de contas, prever prazos, controles, orçamentos e indicar responsáveis para as atividades fazem parte de um planejamento indispensável tanto na gestão privada como na pública. A fim de obter resultados positivos, a área de gestão de pessoas deve procurar manter um clima positivo e profissional na organização, através de práticas de planejamento, gerenciamento, avaliação e recompensas, que conciliem os interesses individuais com os objetivos estratégicos do negócio público. Deve- se buscar um direcionamento para resultados nos níveis individual e organizacional, além de preservar a correta e eficaz gestão do bem público. No setor público, portanto, o papel da área de gestão de pessoas, no contexto da gestão de competências, deve ser o de facilitar o desenvolvimento das competências individuais e conseqüentes entregas, para a implementação da estratégia escolhida, sempre de acordo com o bem maior, que é o interesse público. Plano Nacional de Desenvolvimento de Pessoal da Administração Pública define Gestão por Competência, conforme abaixo. Decreto 5.707/2006 – Plano Nacional de Desenvolvimento de Pessoal da Administração Pública Federal Objetoe Âmbito de Aplicação Art. 1º Fica instituída a Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoal, a ser implementada pelos órgãos e entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, com as seguintes finalidades: I - melhoria da eficiência, eficácia e qualidade dos serviços públicos prestados ao cidadão; II - desenvolvimento permanente do servidor público; III - adequação das competências requeridas dos servidores aos objetivos das instituições, tendo como referência o plano plurianual; IV - divulgação e gerenciamento das ações de capacitação; e V - racionalização e efetividade dos gastos com capacitação. Art. 2º Para os fins deste Decreto entende-se por: I - capacitação: processo permanente e deliberado de aprendizagem, com o propósito de contribuir para o desenvolvimento de competências institucionais por meio do desenvolvimento de competências individuais; GESTÃO POR COMPETÊNCIAS – PROFESSORA ANDRÉIA RIBAS 3 II - gestão por competência: gestão da capacitação orientada para o desenvolvimento do conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias ao desempenho das funções dos servidores, visando ao alcance dos objetivos da instituição; e III - eventos de capacitação: cursos presenciais e à distância, aprendizagem em serviço, grupos formais de estudos, intercâmbios, estágios, seminários e congressos, que contribuam para o desenvolvimento do servidor e que atendam aos interesses da administração pública federal direta, autárquica e fundacional. CONCEITO DE COMPETÊNCIA Qual a definição, então das COMPETÊNCIAS? Características individuais ou organizacionais para o desempenho da atividade profissional ou organizacional. O conceito de competência vai além do conceito de saber, enquanto domínio cognitivo. Saber Conhecimentos Formação educacional Informações, saber o quê, saber o porquê, capacidade de aprender. Saber-fazer Habilidades Experiência profissional Técnicas, capacidades, saber como, conhecimento tácito, esquemas, rede social, modelos mentais. Saber-ser Atitude Atributos pessoais Querer fazer, determinação, valores, responsabilidade, comprometimento, motivação, confiança, iniciativa. Diante das profundas e rápidas transformações, que trouxeram maior complexidade nas relações de trabalho, percebeu-se que para o sucesso das organizações não bastava um profissional com conhecimento e habilidades para desenvolver suas atribuições com eficiência, mas de um profissional eficaz, que aceitasse assumir riscos e responsabilidades, contribuindo para o alcance das metas e resultados. A partir de então, variáveis como as atitudes e aspectos comportamentais são fortemente valorizados, como fatores determinantes no conceito de competência. Duas abordagens para definição de competências: norte-americana e francesa Na literatura de origem norte-americana, conforme Spencer e Spencer (1993), a competência é definida como uma característica subjacente do indivíduo, relacionada, em termos causais, com um desempenho superior e/ou eficiente, referido a um critério, num cargo ou situação. Zwell (2000) define as competências como características ou traços permanentes que ajudam a determinar o desempenho no trabalho e ressalta que são as competências - e não os conhecimentos ou as habilidades - que diferenciam as pessoas com desempenho superior ou mais eficiente. Na literatura de origem francesa, verifica-se em Zarifian (2001) a proposta de definir a competência sob três diferentes aspectos, complementares uns aos outros: 1) Uma nova atitude dos indivíduos em relação ao trabalho que devem realizar – nesta abordagem, a competência pode ser definida como “uma atitude de tomada de iniciativa e de responsabilidade pela situação com a qual os indivíduos se defrontam e que de alguma forma são por ela responsáveis” . 2) Uma abordagem a respeito dos conhecimentos que as pessoas mobilizam no trabalho: “A competência é um entendimento prático de situações que se apóia em conhecimentos adquiridos e os transforma na medida em que aumenta a diversidade das situações”. 3) Uma abordagem coletiva - reconhece que, de maneira geral, nunca se é competente sozinho: “A competência é a faculdade de mobilizar redes de atores em torno das mesmas situações, é a faculdade de fazer com que esses atores compartilhem as implicações de suas ações, é fazê-los assumir áreas de co- responsabilidade”. Autores brasileiros, como Fleury e Fleury (2001), pendem para a vertente francesa e definem competência como “um saber agir responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, GESTÃO POR COMPETÊNCIAS – PROFESSORA ANDRÉIA RIBAS 4 recursos, habilidades, que agreguem valor econômico à organização e valor social ao indivíduo”. Dutra (2004) endossa essa definição de competência e ressalta que há uma relação íntima entre competências organizacionais e individuais. Rabaglio (2001, p.8), define por Competência “um conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes e comportamentos que permitem ao indivíduo desempenhar com eficácia determinadas tarefas em qualquer situação”. Para Carbone, et al, (2006) a competência não é somente o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessários para exercer determinada atividade, mas também o desempenho expresso em comportamentos e realizações decorrentes da aplicação deste conjunto. Dutra (2002), falando da evolução do conceito de competência utilizado pelas empresas, afirma que alguns autores como Mcclelland et al (1972) e Boyatzis (1982), trabalham com o conceito de conjunto de qualificações que a pessoa possui para executar um trabalho com um nível superior de performance e Parry (1996), também citado pelo autor, acrescenta que o cluster de conhecimentos, habilidades e atitudes, possam ser medidos contra parâmetros “bem-aceitos”. Dutra (2002) afirma que esse significado de competência foi GESTÃO POR COMPETÊNCIAS – PROFESSORA ANDRÉIA RIBAS 5 contestado por outros autores como Le Boterf; Zarifian; e Jaques, vez de que a pessoa deter as qualificações necessárias para um trabalho não assegura que irá entregar o que lhe é determinado, sendo que para Le Boterf (apud Dutra, 2002, p.23) “a competência não é um estado ou um conhecimento que se tem à resultado de treinamento. É na verdade, colocar em prática, em determinado contexto, o que se sabe”. Contexto, por exemplo: relações de trabalho, cultura da empresa, limitações de tempo e recursos etc. Portanto, saber ser e saber mobilizar conhecimentos em diferentes contextos significa que há competências em ação. Diversos autores procuram pensar a competência como a interação dessas duas linhas. Então, para Dutra (2002), competência pode ser vista como a capacidade de entrega da pessoa de acordo com a complexidade de suas atividades e, também, como o conjunto de qualificações (conhecimentos, habilidades, atitudes e experiências) que a pessoa possui para entregar ou que possibilitam um desempenho superior em uma determinada posição. Definição de Competências segundo, Fleury e Fleury (2001) Competências: Um saber agir responsável e reconhecido que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos, habilidades que agreguem valor econômico à organização e valor social ao indivíduo. As competências não são estáticas (tendo em vista a necessidade de adquirir e agregar novas competências individuais ou organizacionais visandoo sucesso da organização - vantagem competitiva) - Esforço de relacionar as aptidões do quadro de funcionários a resultados organizacionais. O quadro acima mostra que uma competência resulta da mobilização, por parte do indivíduo, de uma combinação de recursos e insumos. E a pessoa expressa a competência quando gera um resultado no trabalho, decorrente da aplicação conjunta de conhecimentos, habilidades e atitudes – os três recursos ou dimensões da competência. Tipologias de competências GESTÃO POR COMPETÊNCIAS – PROFESSORA ANDRÉIA RIBAS 6 Classificação das competências (Humanas ou Organizacionais) Quanto à natureza do papel ocupacional, segundo Cockerill (1994) - Técnicas - Gerenciais Quanto à singularidade, segundo Nisembaum (2000) - Básicas – Atributos necessários ao funcionamento da organização, porém não distintivas na relação com a concorrência. - Essenciais – Atributos de caráter distintivo, que diferenciam a organização das demais organizações. Quanto à relevância no tempo, segundo Sparrow e Bognanno (1994) Autores como Tauile, Cherubin, Carvalho Neto, Leite, Sparrow e Bognanno, citados por Edileuza Lobato (2001), tem discutido a questão das competências em relação às alterações que estão sendo processadas no cenário tecnológico e sua relação com as exigências de qualificação profissional e com a empregabilidade. As competências estão inseridas em um ciclo de relevância que, ao longo do tempo sofre alterações sendo possível classifica-las em quatro categorias que são: Tipo Definição Emergentes Serão necessárias no futuro. Surgem com mudanças significativas que ocorrem no mercado de trabalho. Declinantes Estão relacionadas às mudanças de tecnologias ou do modo de operacionalização das atividades da organização. • São as competências básicas e fundamentais para o sucesso da organização em relação aos seus clientes e concorrentes. Aquilo que a organização sabe fazer de melhor. Também chamadas de Core Competences Essenciais •São aquelas que cada área ou departamento precisa construir e que são próprias de sua atividade especializada. Funcionais •Competências relacionadas com a gestão de recursos: financeiros, comerciais, produtivos, etc. De Gestão •Corresponde ao modus vivendi da organização, à sua cultura corporativa, como a organização se estrutura e organiza para realizar o trabalho organizacional. Organizacionais •São as competências que cada indivíduo aprende e desenvolve em suas atividades pessoais na organização. Também chamadas de Pessoais, Humanas ou proficionais. Individuais GESTÃO POR COMPETÊNCIAS – PROFESSORA ANDRÉIA RIBAS 7 Estáveis São aquelas que permanecem relevantes ao logo do tempo. Transitórias Embora essenciais em momentos críticos de transição, podem ser necessárias por um determinado momento. Gestão por competências enquanto ferramenta gerencial A Gestão por Competência é um conjunto de práticas sistematizadas e desenvolvidas no sentido de: - Definir perfis profissionais (mapeamento) - Identificar pontos de excelência e carência - Suprimir lacunas (gaps) e agregar conhecimento As práticas se apresentam, basicamente em apresentar balanços de necessidade e disponibilidade de requisitos de competência para apoiar decisões referentes às ações de treinamento, desenvolvimento, alocação, seleção, sucessão, demissão de profissionais e distribuição de recursos financeiros destinados às atividades de capacitação. Finalmente, a Gestão por Competências visa à contribuição efetiva dos recursos inerentes às pessoas para o desempenho da organização no exercício de suas atividades. A Gestão por Competências vem como prática Gerencial suportar o complexo balanço de competências da organização, permitindo a constante otimização da relação entre suas necessidades e suas disponibilidades no que tange às competências dos profissionais que a compõem. Mapeamento e Mensuração por Competências O Mapeamento e Mensuração por Competências é a base de toda a GESTÃO POR COMPETÊNCIAS. Através das atividades que o cargo executa no dia-a-dia, é realizado o mapeamento das competências técnicas e comportamentais (CHA) para cada uma das atividades. Depois disso, é feita a mensuração do grau ideal para o cargo, isto é, o quanto o cargo precisa de cada uma das competências para atingir os objetivos da empresa. O resultado do Mapeamento e Mensuração é a identificação do perfil comportamental e técnico ideal para cada cargo ou função. Mapeamento das competências: Métodos, técnicas e instrumentos O mapeamento tem como propósito identificar o gap, ou lacuna, de competência, ou seja, a discrepância entre as competências necessárias para concretizar a estratégia corporativa e as competências internas existentes na organização. 1 - Métodos e Técnicas para identificar as competências necessárias a contextos e estratégias organizacionais - Identificar as competências (organizacionais e humanas) necessárias para a consecução dos objetivos da organização através da análise dos documentos que compõem o planejamento estratégico da organização ( Missão, visão de futuro, objetivos organizacionais, etc) - A entrevista constitui outra técnica de pesquisa bastante aplicada ao mapeamento de competências. Geralmente é utilizada para analisar a percepção dos entrevistados com os dados apurados na análise documental, visando identificar as competências relevantes à organização. - Quando nem o pesquisador nem os profissionais objetos do estudo dispõem de tempo para entrevistas individuais, uma alternativa é realizar uma entrevista coletiva também denominada grupo focal (o entrevistador atua como um moderador estimulando e coordenando a discussão dos participantes) - A observação constitui em um exame detalhado das competências relevantes ao trabalho de indivíduos e equipes. - O questionário é a técnica de pesquisa mais utilizada para realizar o mapeamento de competências relevantes a determinado contexto ou estratégia organizacional. ETAPAS DO MAPEAMENTO COM A UTILIZAÇÃO DO QUESTIONÁRIO - Definir a escala mais adequada para os respondentes do questionário avaliarem o grau de importancia e existência das competências na organização. GESTÃO POR COMPETÊNCIAS – PROFESSORA ANDRÉIA RIBAS 8 - No final do questionário deverá conter uma seção destinado aos dados pessoais e profissionais do respondente (idade, grau de escolaridade, formação, cargo ocupado, etc) - É importante realizar uma validação semântica do questionário antes da sua aplicação. - Com base em análises estatísticas, identificam-se as competências internas já disponíveis na organização com o propósito de identificar as lacunas existentes entre as competências necessárias e as já disponíveis na organização. 2 - Métodos e Técnicas para identificar as competências disponíveis na organização - Como a competência humana é expressa em função do desempenho da pessoa no trabalho, então os mecanismos e instrumentos de gestão de desempenho servem também ao propósito de identificar as competências disponíveis na organização. - Utiliza-se testes, simulações, avaliação de desempenho (360 graus ou avaliação por múltiplas fontes) para certificar dentro de determinada organização as competências expressas pelas pessoas. A gestão por competências propõe-se fundamentalmente a gerenciar o gap, ou lacuna, de competências eventualmente existente na organização, procurando eliminá-lo ou minimizá-lo. A ideia é aproximar ao máximo as competências existentes na organização daquelas necessárias para a consecuçãodos objetivos organizacionais. Modelo de Gestão por Competências 12 Muitas empresas tem adotado a gestão por competências como modelo de gestão, visando orientar seus esforços para planejar, captar, desenvolver e avaliar, nos diferentes níveis da organização (individual, grupal e organizacional), as competências necessárias à consecução de seu objetivos. Apesar de não existir uma única forma de estruturar um modelo de gestão por competências, quase todos seguem as mesmas etapas, mesmo que levem nomes diferentes. Apresentaremos um Modelo segundo Brandão e Guimarães (2001). De acordo com Brandão e Guimarães (2001) a gestão por competência trata-se de um processo contínuo, que tem como etapa inicial a (1) formulação da estratégia da organização, oportunidade em que são definidos sua missão, sua visão de futuro e seus objetivos estratégicos. Missão Organizacional é o propósito principal ou a razão pela qual uma organização existe. Visão diz respeito ao estado futuro desejado pela organização, ou seja, aquilo que ela deseja ser em um futuro próximo. Objetivos estratégicos, por sua vez, representam os desígnios a atingir, isto é, a situação a ser buscada pela organização em um dado período de tempo. Em seguida, em razão dos objetivos estratégicos estabelecidos, seria possível (2) definir indicadores de desempenho no nível corporativo e metas, assim como (3) identificar as competências necessárias para concretizar o desempenho esperado. Em seguida, realiza-se o diagnóstico ou (4) mapeamento das (competências organizacionais e humanas), ou seja, identifica-se o gap, ou lacuna, existente entre as competências necessárias ao alcance do desempenho esperado e as competências já disponíveis na organização. Uma vez identificado o gap, ou lacuna de conhecimentos, é fundamental, (5) realizar o planejamento de ações, captação e desenvolvimento de competências que permitam a organização minimizar essa lacuna. É fundamental, portanto, realizar periodicamente o mapeamento e planejar a captação (através de Recrutamento e Seleção externa) e o desenvolvimento de competências (por meio da aprendizagem, seja ela individual ou coletiva, natural ou induzida). Segundo Brandão e colaboradores (2001), “essas etapas permitiriam a formulação de planos operacionais e de gestão e dos respectivos indicadores de desempenho e de remuneração de equipes e indivíduos”. 1 GUIMARÃES, Tomás de Aquino; BRUNO FARIA, Maria de Fátima; Brandão, Hugo Pena. Aspectos metodológicos do diagnóstico de competências em organizações. In: BORGES ANDRADE, Jairo Eduardo; ABBAD, Gardênia Silva; MOURÃO, Luciana (Orgs.) Treinamento, desenvolvimento e educação em organizações e trabalho, 2006, cap. 11 p. 216 – 230. 2 CARBONE, Pedro Paulo; BRANDÃO, Hugo. P; LEITE, João B.D; VILHENA, Rosa M.P. Gestão por competências e gestão do Conhecimento. 2 edição. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006. GESTÃO POR COMPETÊNCIAS – PROFESSORA ANDRÉIA RIBAS 9 Finalmente, há uma etapa de (6) acompanhamento e avaliação, que funciona como mecanismo de feedback, ou retroalimentação, dentro de uma abordagem sistêmica, à medida que os resultados alcançados são comparados com aqueles que eram esperados. Modelo de GPC incluindo as práticas de gestão de pessoas De acordo com Brandão e Guimarães (2001) a gestão por competência trata-se de um processo contínuo, que tem como etapa inicial (1) FORMULAÇÃO ESTRATÉGICA - formulação da estratégia da organização, oportunidade em que são definidos sua missão, sua visão de futuro e seus objetivos estratégicos. Missão Organizacional é o propósito principal ou a razão pela qual uma organização existe. Visão diz respeito ao estado futuro desejado pela organização, ou seja, aquilo que ela deseja ser em um futuro próximo. Objetivos estratégicos, por sua vez, representam os desígnios a atingir, isto é, a situação a ser buscada pela organização em um dado período de tempo. Em seguida (2) MAPEAMENTO DE COMPETÊNCIAS necessárias para concretizar o desempenho esperado. Em seguida, realiza-se o diagnóstico ou mapeamento das (competências organizacionais e humanas), ou seja, identifica-se o gap, ou lacuna, existente entre as competências necessárias ao alcance do desempenho esperado e as competências já disponíveis na organização. Uma vez identificado o gap, ou lacuna de conhecimentos, é fundamental, GESTÃO POR COMPETÊNCIAS – PROFESSORA ANDRÉIA RIBAS 10 Depois, (3) CAPTAÇÃO DE COMPETÊNCIAS - realizar a captação de competências através de planejamento de ações de SELEÇÃO e DESENVOLVIMENTO de competências que permitam a organização minimizar essa lacuna. (4) ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO. AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO para apurar os resultados alcançados. Finalmente, A QUINTA ETAPA (5) RETRIBUIÇÃO que envolve reconhecer e premiar o bom desempenho e REMUNERAÇÃO por competências. Método de Gestão de Competências por Processos – GCP3 Observação: O CESPE já cobrou em provas anteriores o método de Gestão de Competências por Processos – GPC. Especificamente a Gestão de Competências por Processos – GCP toma como referência básica os processos produtivos devidamente mapeados. Esta é a premissa básica sobre a qual se desenvolve todo o método e que o aproxima da realidade do ambiente organizacional em análise. Não se discorre sobre as competências de uma forma isolada, mas sobre as competências inseridas em um sistema organizacional dinâmico e previamente constituído. Método Utilizado O método utilizado na empresa foi adaptado da proposta de Cardoso (2004), ficando dividido nas seguintes etapas: − Construção das árvores preliminares de competências; − Associação das necessidades de conhecimento aos processos; − Levantamento do fator de importância de cada processo; − Mapeamento das disponibilidades de competências; − Levantamento dos gaps e análises. A seguir apresentaremos, como exemplo, a aplicação da GCP na área de coordenação de cursos de um curso preparatório para concursos ETAPA 1 – Árvore do Conhecimento (Mapeamento das necessidades de conhecimento) 3 Modelo adaptado de Cardoso, V.C.Gestão de Competência por processo: um método para a Gestão do Conhecimento tácito da organização. Tese de doutourado em engenharia de produção. COPPE. UFRJ. 2004. GESTÃO POR COMPETÊNCIAS – PROFESSORA ANDRÉIA RIBAS 11 ETAPA 2 – Associação das necessidades de conhecimento aos processos ETAPA 3 - Mapeamento da disponibilidade de competências Competências Processo: Coordenar reuniões de professores Disponibilidade de competências Competências necessárias Flexibilidade X Negociação X Solução de conflitos X Trabalho em equipe X Cooperação X X Organização X X Comunicação X X ETAPA 4 – Levantamento do fator de importância de cada processo Uma vez que não se possui recursos suficientes (tempo e dinheiro) para cobrir todos os gaps existentes (situação comum na grande maioria das empresas), nasce o fator de importância dos processos para definir e priorizar os treinamentos a serem realizados, ou seja, aqueles conhecimentos necessários dos processos de maior aderência aos objetivos estratégicos da organização. ETAPA 5 - Análise comparativa entre o conhecimento disponível e o necessário (Levantamento dos gaps e análises) Terminadas as etapas de levantamento de dados associados às competências, pôde ser iniciada a etapa de cruzamento dos dados com o objetivode tratá-los e analisá-los. Para isso, é utilizado um aplicativo que cruza os dados das necessidades dos processos, com as disponibilidades das pessoas envolvidas nos processos, resultando num balanço de competências, para que possa ser iniciadas as ações corretivas. Através de informações acuradas do balanço de competências a área de recursos humanos pode identificar globalmente os investimentos prioritários à organização, podendo informar e orientar os gestores e profissionais a qualquer tempo. Para os gestores as análises são insumos para priorizar localmente as Processos Conhecimento Atender alunos e professores Analisar a grade curricular Planejar atividades previstas para o curso Coordenar reuniões de professores Flexibilidade X X x X Negociação X x X Solução de conflitos X X Trabalho em equipe x X Cooperação X x X Organização X X x X Comunicação X x X GESTÃO POR COMPETÊNCIAS – PROFESSORA ANDRÉIA RIBAS 12 necessidades de treinamento e planejar o arranjo futuro de competências. Já para os profissionais, são inputs para a auto-capacitação conforme as necessidades da organização, ponderando por seus próprios interesses. E também para se comunicar com fornecedores de conhecimento e planejar sua carreira. Alguns benefícios imediatos: − Elaboração de programas de capacitação que otimizam o processo de eliminação dos gaps (melhor caminho para convergir necessidade e disponibilidade); − Determinação do perfil profissional de seleção de pessoal orientada aos processos; − Otimização da alocação de pessoal para minimização de gaps e planejamento da rotatividade horizontal; − Planejamento da sucessão e da reposição emergencial de profissionais; − Disponibilidade de indicadores de competência para avaliação de desempenho dos programas de capacitação e para apoio à tomada de decisão em relação ao desenvolvimento das competências da organização. Benefícios potenciais: − Programa de auto-capacitação orientado aos produtos e processos. − Planos individuais de capacitação. − Planejamento colaborativo de carreira orientado aos produtos e processos. − Planejamento de pesquisa e desenvolvimento orientados aos produtos e processos. − Planejamento de comunidades de prática orientadas aos produtos e processos. Em resumo a última etapa da GCP: - Realização da comparação das competências necessárias e disponíveis ponderadas pela importância relativa dos processos. - Realização do balanceamento das competências necessárias e disponíveis ponderadas pela importância relativa dos processos. - Identificação dos processos com maior carência de conhecimento e priorizar as ações corretivas. As ferramentas da Gestão de Pessoas por Competências Avaliação por Competências A avaliação inicia-se pelo mapeamento, que irá permitir colher dados relativos às competências necessárias para o bom desempenho das atividades e o perfil do funcionário quanto a estas competências, categorizando- as em três blocos, que são: - Competências Conceituais (conhecimento e domínio de conceitos e teorias que embasam as técnicas); - Competências técnicas (domínio de métodos e ferramentas específicas para determinada área de trabalho) e - Competências interpessoais (permitir que as pessoas se comuniquem e interajam de forma eficaz. Atitudes e valores pessoais). No modelo de Gestão por Competências, a avaliação é uma ferramenta que auxilia o funcionário a clarear para si mesmo e para a organização, quais as competências que possui e quais deverão buscar desenvolver ou incrementar. Esse processo deverá sempre estar alinhado as competências essenciais da própria organização. A avaliação de desempenho por competências é um importante meio para identificar os potenciais dos funcionários, melhorar o desempenho da equipe e a qualidade das relações dos funcionários e superiores, e servir de estímulo nos esforços para alcançar resultados positivos e satisfatórios para o indivíduo e organização. Desenvolvimento por Competências Baseado no resultado da Avaliação por Competências será criado um Plano de Desenvolvimento para os colaboradores, cujo objetivo será aperfeiçoar e potencializar o perfil individual de cada colaborador. Remuneração por Competências 4 4 FRANÇA, Ana Cristina Limongi.. Práticas de Recursos Humanos – PRH: conceitos, ferramentas e procedimentos. 1.ed. São Paulo: Atlas, 2010 GESTÃO POR COMPETÊNCIAS – PROFESSORA ANDRÉIA RIBAS 13 A construção de um sistema de gestão salarial por competências parte, em geral, de uma análise da organização, seu conjunto de valores, visão de futuro e orientações estratégicas. Define-se então as competências necessárias aos profissionais, como já mencionado, para que mantenham a empresa competitiva no longo prazo. E cada uma das competências é descrita em níveis de complexidade e de responsabilidade encontradas no seu exercício. Para cada nível de complexidade e de responsabilidade do conjunto de competências utilizadas pelos profissionais, são associadas faixas salariais e estabelecidos critérios de evolução ao longo delas. A complexidade de atuação do profissional no conjunto de competências é que define, portanto, a faixa salarial na qual ele será colocado e é um dos elementos de decisão sobre seu posicionamento ao longo da faixa (Hipólito, 2002). Ao contrário do modelo funcional, o sistema de gestão por competências baseia-se na ampla divulgação dos critérios definidos, de forma a servir como orientador das ações individuais. As competências estão ligadas aos objetivos e estratégias organizacionais, o que cria um escopo em termos de conhecimentos, habilidades e atitudes (inputs) a serem adquiridos. Desta forma, não é qualquer novo conhecimento ou nova habilidade obtida que será valorizada e remunerada. E, além dos insumos, considera também os retornos, as entregas efetivamente realizadas. A pessoa só é avaliada como tendo determinada competência se conseguir mostrar os resultados esperados pela organização. EXERCÍCIOS DE PROVA DE CONCURSOS Com relação à gestão de competências, julgue os itens que se seguem: 01. O método de gestão de competências por processos pode ser dividido basicamente em cinco etapas: A construção da árvore de conhecimentos; a associação das necessidades de conhecimentos aos processos; O mapeamento das disponibilidades de conhecimentos dos funcionários responsáveis pela execução dos processos; o levantamento do fator de importância dos processos; e a análise comparativa entre o conhecimento disponível e o necessário. 02. Alguns teóricos da área em questão definem competência como a capacidade do funcionário de combinar, misturar e integrar recursos em produtos e serviços. 03. A gestão por competências é um instrumento de gestão de pessoas que orienta o desenvolvimento das competências necessárias para os profissionais de uma empresa. Sua elaboração é norteada pelo direcionamento operacional dado pelo corpo de funcionários da organização. 04. O ponto de partida para o desenvolvimento de um modelo de gestão por competências está nos cargos existentes na organização, uma vez que neles se concentram as atribuições dos empregados. 05. Estudos recentes mostram que há uma tendência a tratar a competência como um padrão ou critério interno que deve ser alcançado, assim como as qualidades do cargo. A gestão de pessoas é mais focada na obtenção de resultados do que propriamente no desenvolvimento e satisfação das pessoas. Acerca de gestão de competências, julgue os itens: 06. As competências humanas ou profissionais podemser entendidas como combinações sinérgicas de conhecimentos, habilidades e atitudes, expressas pelo desempenho profissional dentro de determinado contexto organizacional. 07. A identificação das competências já existentes na organização é um processo sofisticado, não se valendo para isso de instrumentos como a avaliação de desempenho. 08. As empresas que têm sistemas de gestão de pessoas por competências definem níveis de complexidade para cada uma das competências requeridas. 09. As competências traduzem a forma de contribuição das pessoas para as organizações interagirem com seu ambiente. 10. O desenvolvimento de competências demanda um processo de capacitação, devendo refletir-se na capacidade de mobilizar recursos em práticas de trabalho. 11. O desenvolvimento de competências serve de pilar para a busca de manutenção de desempenhos e perpetuação, nos mesmos moldes, do modelo organizacional. 12. O desenvolvimento de competências desencadeia um processo de aprendizagem individual, cuja responsabilidade maior deve ser atribuída ao próprio indivíduo. 13. As core competences, ou competências essenciais da organização, são responsáveis pela atuação da empresa no mercado, estimulando a construção de um diferencial competitivo baseado nas especialidades e especificidades de cada organização. GESTÃO POR COMPETÊNCIAS – PROFESSORA ANDRÉIA RIBAS 14 14. A definição das competências essenciais da organização garante que a empresa se torne mais competitiva. 15. A gestão de competências está calcada em dois pilares: os conhecimentos e as habilidades. Conseguindo o alinhamento desses dois pilares com os objetivos organizacionais, se conseguirá a construção das competências essenciais para a organização. Em relação à gestão por competências, julgue os próximos itens. 16. Competência corresponde a adquirir usar mobilizar, integrar, desenvolver e transferir conhecimentos, recursos, habilidades e experiências que agreguem valor à organização e valor social ao indivíduo. 17. A gestão por competências, por ser considerada ultrapassada pelas modernas técnicas de gestão, caiu em desuso nas organizações do conhecimento, tendo sido substituída pela gestão por objetivos e processos. 18. As competências instaladas e colocadas em prática, ao mesmo tempo em que organizadas e sistematizadas de forma estruturada, constituem o capital intelectual de uma organização. 19. É consensual entre os diversos autores a noção de que as competências individuais não formam a base das competências organizacionais e que a aprendizagem não é capaz de promover o desenvolvimento das mesmas. 20. Gestão por competências, muito mais do que uma forma de administrar, é uma filosofia de desenvolvimento de talentos nas empresas. Por meio dela é possível orientar as ações das pessoas no intuito de se construir uma organização eficaz, ou seja, aquela que atinge as suas metas e os objetivos. A respeito do modelo de gestão de pessoas embasado em competências, julgue os itens seguintes. 21. O modelo de gestão de pessoas embasado em competências requer a busca de fatores que levem o indivíduo a se diferenciar quanto ao produto do seu trabalho. 22. Ao definir a estratégia competitiva, a empresa identifica suas competências Organizacionais e, conseqüentemente, as competências individuais de cada função. 23. No que diz respeito ao setor público brasileiro, a competência profissional pode ser entendida como um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessários ao desempenho das funções dos servidores, visando ao alcance dos objetivos da instituição. 24. O desempenho no trabalho pode ser considerado a manifestação do que o indivíduo aprendeu e envolve o processo básico de expressão da competência profissional. 25. (MPU/2010 – Analista Administrativo) Quanto à relevância no contexto organizacional, as competências classificam-se em emergentes, estáveis, declinantes ou transitórias. 26. (STM/2011 – Analista) Conforme legislação específica aplicada à administração pública federal, gestão por competência e gestão da capacitação são equivalentes. 27. (Cespe/TRT 10ª Região/Analista Administrativo/2012 – Prova Cancelada) A partir do mapeamento de competências em uma organização, tem-se o início dos demais subsistemas de gestão de pessoas, tais como a seleção e o desenvolvimento. Após os resultados desses, inicia-se a avaliação de desempenho com vistas a mensurar os resultados individuais e coletivos no trabalho para retroagir o processo de gestão de pessoas e estabelecer os méritos de remuneração. 28. (Cespe/TCU/Analista de Controle Interno/2008) Um dos objetivos do mapeamento de competências é identificar o gap, ou lacuna, de competências, ou seja, identificar a discrepância entre as competências necessárias para concretizar a estratégia corporativa e as competências internas existentes na organização. 29. (Cespe/TJ-ES/Analista judiciário/2011) É pressuposto da gestão por competências que as organizações, para se tornarem competitivas, tenham como foco as competências essenciais ao seu negócio, tanto em seus processos produtivos quanto nas relações com seus recursos humanos. 30. (Cespe/TJ-RO/Analista Judiciário/2012 – Adaptada) Competência é, de acordo com a corrente integradora, a combinação de conhecimentos, habilidades e atitudes, expressa pelo desempenho profissional, diante de um contexto ou estratégia organizacional. GABARITO 1 – C 2 – C 3 – E 4 - E 5 – E 6 – C 7 – E 8 – C 9 - C 10 – C 11 – E 12 – C 13 – C 14 - E 15 – E 16 – C 17 – E 18 – C 19 - E 20 – C 21 - C 22 – E 23 – C 24 - C 25 - C 26 - E 27 – C 28 - C 29 - C 30 - C GESTAǂO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇOǂ ES 1 Professora Andréia Ribas GESTÃO POR COMPETÊNCIAS 1. (CESPE – 2013 – MPOG – Analista de Negócios) O mapeamento de competências baseia‐se em recursos ou dimensões da competência, como conhecimento, habilidade e atitude, necessários ao desempenho do profissional no trabalho. 2. (CESPE – 2013 – MPOG – Analista de Negócios) Um dos principais problemas identificados na implantação da gestão de competências é a dificuldade de alinhar objetivos e metas da organização e da equipe. 3. (CESPE – 2013 – MPOG – Analista de Negócios) A capacidade de uma escola de governo de ensinar os servidores públicos de um determinado município, estado ou país caracteriza‐se como um core competence ou competência essencial. 4. (CESPE – 2013 – MPOG – Analista de Negócios) A capacidade de um colaborador de utilizar, na prática, um software de elaboração e gestão de projetos caracteriza‐se, à luz da gestão por competências, como um exemplo de conhecimento. 5. (CESPE – 2013 – IBAMA – Analista Ambiental) A articulação das competências individuais e organizacionais é possível, de modo teórico e prático, a partir das validações das competências em relação à formação estratégica das organizações. 6. (CESPE – 2013 – IBAMA – Analista Administrativo) A descrição de competências deve ser pautada por cuidados metodológicos, os quais devem envolver o uso de verbos, a indicação de critérios e condições e a presença de obviedades para tornar as competências mais claras em termos de redação. 7. (CESPE – 2013 – MPU – Técnico Administrativo) O modelo de gestão estratégica com base em competências é considerado uma prática cuja finalidade é melhorar o desempenho global da organização por meio do incremento do desempenho individual dos empregados. 8. (CESPE ‐ 2011 ‐ TJ‐ES ‐ Analista Judiciário ‐ Área Administrativa ‐ Específicos ‐ 01 ) O conceito de competência envolve combinação sinérgica de conhecimentos, habilidades e atitudes. 9. (CESPE / TRT 10ªRegião/ Analista Administrativo / 2012) – Prova Cancelada O mapeamento de competências nas organizações deve ser elaborado a partir de um marco conceitual em que a noção de competência é definida como a tomada de responsabilidade por parte de uma pessoa frente a situações de complexidade. 10. (CESPE / TJ‐RO / Analista Judiciário / 2012) Adaptado Competência é, de acordo com a corrente integradora, a combinação de conhecimentos, habilidades e atitudes, expressa pelo desempenho profissional, diante de um contexto ou estratégia organizacional. GESTAǂO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇOǂ ES 2 11. (CESPE ‐ 2011 ‐ MMA ‐ Analista Ambiental – I) Em um processo de gestão de pessoas por competências, os conhecimentos e as habilidades demonstradas pelo indivíduo garantem o desempenho e o desenvolvimento das atividades organizacionais. 12. (CESPE ‐ 2013 ‐ Telebrás ‐ Especialista em Gestão de Telecomunicações – Psicologia) O conceito de entrega refere‐se ao saber teórico, responsável e reconhecido, que agrega valor à pessoa. 13. (CESPE – 2008 ‐ TCU ‐ Analista de Controle Externo ) As competências individuais podem ser corretamente classificadas em gerais, que devem ser desempenhadas por todos os colaboradores, e específicas, que são próprias da natureza e da área de atuação do profissional. 14. (CESPE ‐ 2011 ‐ TJ‐ES ‐ Analista Judiciário ‐ Área Administrativa ‐ Específicos ‐ 01 ) É pressuposto da gestão por competências que as organizações, para se tornarem competitivas, tenham como foco as competências essenciais ao seu negócio, tanto em seus processos produtivos quanto nas relações com seus recursos humanos. 15. (CESPE – 2013 ‐ TCU ‐ Analista de Controle Externo ) As competências essenciais são aquelas específicas de cada uma das áreas vitais de uma empresa e são desempenhadas por grupos e pessoas de cada uma delas. 16. (CESPE – 2010 – MPU) Quanto à relevância no contexto organizacional, as competências classificam‐se em emergentes, estáveis, declinantes ou transitórias. 17 ‐ (CESPE ‐ 2008 ‐ INSS) As core competences, ou competências essenciais da organização, são responsáveis pela atuação da empresa no mercado, estimulando a construção de um diferencial competitivo baseado nas especialidades e especificidades de cada organização. 18 – (CESPE – 2012 ‐ TRT – Analista Administrativo) Para as linhas de pensamento francesa e americana, a competência resulta da combinação sinérgica de conhecimentos, habilidades e atitudes. 19 ‐ (CESPE – 2010 – TRT21) A gestão das competências é um referencial que busca integrar o conceito de competência individual ao conceito de competência organizacional, apresentando‐se como abordagem alternativa às metodologias tradicionais de administração de recursos humanos. 20 ‐ (CESPE – 2012 – SERPRO) As competências das pessoas e das organizações alinham‐se estrategicamente, a partir das ações de mapeamento de competências, mediante as quais são identificadas as competências necessárias em relação à relevância e ao tempo. GESTAǂO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇOǂ ES 3 21 ‐ (CESPE ‐ 2008 ‐ TCU) A área de gestão de pessoas, no contexto da gestão de competências, deve estar voltada para facilitar o desenvolvimento das competências individuais, das existentes, das necessárias para a implementação de uma estratégia, bem como o levantamento de novas competências organizacionais. 22 ‐ (CESPE‐2010‐INMETRO) Na gestão por competências, pode ocorrer a captação pela seleção externa de competências e sua integração ao ambiente organizacional, podendo ocorrer tanto pelo recrutamento e pela seleção, no nível individual, e no meio organizacional, por meio de alianças estratégicas. 23 ‐ (CESPE – 2008 TCU) Um dos objetivos do mapeamento de competências é identificar o gap, ou lacuna, de competências, ou seja, identificar a discrepância entre as competências necessárias para concretizar a estratégia corporativa e as competências internas existentes na organização. 24 ‐ (CESPE – 2011 ‐ STM) Em uma organização, o mapeamento de competências consiste na identificação de competências individuais, coletivas e organizacionais com base em uma formulação estratégica. 25 – (CESPE ‐ 2013 ‐ Telebrás) O propósito do mapeamento de competências é identificar a lacuna entre competências, ou seja, a equivalência entre as competências necessárias para concretizar a estratégia corporativa e as competências internas existentes na organização. 26 – (CESPE ‐ 2013 ‐ TRT ‐ 10ª REGIÃO (DF e TO)) O mapeamento de competências nas organizações procura identificar as competências relevantes para o alcance dos objetivos organizacionais a partir de técnicas de coleta e análise de dados como entrevistas, grupos focais, questionários e estatísticas, entre outros mecanismos. 27 ‐ (CESPE ‐ 2012 – ANAC) Nas organizações, o mapeamento de competências deve ser realizado a partir da aplicação de diferentes técnicas de coleta e análise de dados qualitativos e quantitativos. 28 – (CESPE – 2010 – SEAPA) O uso da avaliação de desempenho associada à gestão por competências pode render às organizações um quadro bastante claro para a definição de políticas e de diretrizes a serem implementadas. 29 ‐ (CESPE – 2009 – SEFAZ – ES – Consultor do Executivo ‐ Administração) A identificação das competências já existentes na organização é um processo sofisticado, não se valendo para isso de instrumentos como a avaliação de desempenho. 30 – (CESPE ‐ 2013 ‐ TRT ‐ 10ª REGIÃO (DF e TO)) ‐ Analista Judiciário ‐ Área Administrativa Entre os resultados possíveis de um mapeamento de competências, o principal deles é a lacuna de competências. A partir desse resultado, podem‐se estabelecer as prioridades da gestão de pessoas. Quando há lacunas grandes de competências e não há mão de obra qualificada disponível, GESTAǂO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇOǂ ES 4 recomenda‐se o desenvolvimento e a capacitação das pessoas. Porém, quando há lacuna de competência, mas há mão de obra qualificada disponível, pode‐se priorizar a seleção ou a movimentação nas organizações. 31 ‐ (CESPE – 2013 – Ministério da Integração) A Gestão por competências tem sido utilizada como instrumento para aperfeiçoar os investimentos públicos na capacitação de servidores. 32 ‐ (CESPE – 2012 – TRT – ANALISTA ADMINISTRATIVO) A partir do mapeamento de competências em uma organização, tem‐se o início dos demais subsistemas de gestão de pessoas, tais como seleção e o desenvolvimento. Após os resultados desses, inicia‐se a avaliação de desempenho com vistas a mensurar os resultados individuais e coletivos no trabalho para retroagir o processo de gestão de pessoas e estabelecer os méritos de remuneração. 33 ‐ (CESPE – 2012 – TRT – ANALISTA ADMINISTRATIVO) A identificação de necessidades de capacitação é feita com base na lacuna entre as competências necessárias e as existentes na organização. 34 – (CESPE ‐ 2008 ‐ INSS ) O desenvolvimento de competências demanda um processo de capacitação, devendo refletir‐se na capacidade de mobilizar recursos em práticas de trabalho. 35 ‐ (CESPE ‐ 2013 ‐ Telebrás) A gestão por competências no setor público é um modelo de gestão orientado ao desempenho e à compensação de pessoas cujos conhecimentos, habilidades e atitudes alinham‐se aos objetivos organizacionais. Apesar da necessidade de mudança na cultura de vários órgãos, a legislação em vigor já permite a incorporação de alguns parâmetros da gestão por competênciasem instituições públicas. A partir dessa afirmação, julgue os próximos itens. 36. (CESPE ‐ 2010 ‐ INCA) As técnicas de implantação da gestão por competências no setor privado não podem ser transportadas diretamente para o setor público, pois necessitam adequar‐se às particularidades da gestão pública. 37. (CESPE ‐ 2010 ‐ INCA) A gestão por competências pressupõe maior autonomia para o indivíduo, o que dificulta a sua aplicação no setor público, tendo em vista a rigidez organizacional própria desse setor. 38. (CESPE ‐ 2010 ‐ INCA) Os resultados esperados da gestão por competências são diferentes para o setor público e o privado, pois o setor privado visa à aprendizagem e ao desenvolvimento de competências organizacionais; e o setor público visa à aprendizagem e ao desenvolvimento de competências individuais. GESTAǂO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇOǂ ES 5 39. (CESPE ‐ 2010 ‐ INCA) Na gestão por competências os indivíduos que ocupam o mesmo cargo devem possuir remunerações iguais, independentemente de suas características e habilidades individuais. 40. (CESPE – CESA/ES) A estratégia organizacional (missão, visão de futuro e objetivos organizacionais) nem sempre serve de referência para a definição das ações na gestão por competências. 41. (CESPE – IBAMA 2013) A descrição de competências deve ser pautada por cuidados metodológicos, os quais devem envolver o uso de verbos, a indicação de critérios e condições e a presença de obviedades para tornar a competência mais clara em termos de redação. 42. Ao se mapear as competências em uma organização, deve‐se atentar para os erros de descrição de competências, tais como ambiguidade, duplicidade, validação semântica e estatística. 43. Descrições de competências em frases longas e com mais de dois verbos de ação facilitam a representação das atividades e responsabilidades dos cargos das organizações. 44. (CESPE – STF – ANALISTA 2013) Competências fundamentais ou competências transversais são tipos definidos de acordo com elementos específicos de cada cargo e dos processos das unidades organizacionais para que se tracem perfis alinhados aos diferentes espaços. 45. (CESPE – STF – ANALISTA 2013) A modelagem de competências estabelece a tipologia e os níveis de complexidade para que as atividades de mapeamentos e avaliação de competências sejam realizadas nas organizações. 46. (CESPE – BACEN TECNICO 2013) Entre técnicas utilizadas para identificação de competências está o grupo focal, que caracteriza-se por ser uma pesquisa feita por um grupo de colaboradores que focam seus esforços de mapeamento em material documental registrado nos sistemas de informação gerencial e em outros documentos oficiais de empresa. 1. C 2. E 3. C 4. E 5. C 6. E 7. C 8. C 9. C 10. C 11. E 12. E 13. C 14. C 15. E 16. C 17. C 18. E 19. C 20. C 21. C 22. C 23. C 24. C 25. E 26. C 27. C 28. C 29. E 30. C 31. C 32. C 33. C 34. C 35. E 36. C 37. C 38. E 39. E 40. E 41. E 42. E 43. E 44. E 45. C 46. E
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