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* * Tecnologia e Controle de Qualidade de Leites e Derivados Prof ª. Lídia Eloy Moura * * Leite Produto integral, não alterado nem adulterado e sem colostro, procedente da ordenha higiênica, regular, completa e ininterrupta de fêmeas domésticas saudáveis e bem alimentadas Biologicamente Secreção das glândulas mamárias de fêmeas mamíferas Nutrir e prover proteção imunológica Físico-químicamente Mistura homogênea de água, proteínas, lactose, gordura, sais minerais e vitaminas * * Leite Líquido branco-opaco (creme ao levemente azulado) Glóbulos de gordura, fosfatos insolúveis e caseína Sabor levemente adocicado lactose e NaCl O leite caprino tem sabor e odor característicos devido a elevada concentração de ácidos caproico, caprílico e cáprico * * Leite Colostro Secreção mamárias nos primeiros dias após o parto Rico em anticorpos e proteínas Maior teor de gordura, Vitamina A e sais minerais Menor teor de água e lactose Totalmente consumido pelo recém-nascido por até 5 dias * * Leite Colostro A produção brasileira de colostro bovino chega a 1,9 bilhão de litros, dos quais metade alimenta o bezerro e o restante é descartado. Alguns países da Europa consomem o alimento em forma de queijo e até bebida láctea. * * Composição do Leite Fatores genéticos (espécie, raça, indivíduo) Fatores fisiológicos (idade, doenças, período de lactação) Fatores ambientais e de manejo (Estação do ano, alimentação, quantidade e intervalo de ordenha) Contaminação ou adulteração * * Composição do Leite Água concentração de solutos e estado de dispersão dos outros componentes Gordura dispersão natural de gordura em uma fase aquosa presente na forma de gotículas ou glóbulos película que contém fosfolipídios (principalmente lecitina e cefalina), proteínas e vitamina A * * Composição do Leite Proteína duas grandes classes: caseínas (80%) e proteínas do soro (albuminas - 16% e globulinas - 4%) Solubilidade em água enzimas: lipases, proteinases, óxido-redutases, fosfatase, catalase e peroxidase. * * Composição do Leite Carboidratos lactose (C6H22O11) açúcar redutor Sais minerais quantidades significativas de cloro, fósforo, potássio, sódio, cálcio e magnésio pequenas quantidades de ferro, alumínio, bromo, zinco e manganês * * Composição do Leite Vitaminas leite não pode ser considerado fonte de vitaminas Pigmentos caroteno, que pode chegar a conferir coloração amarelada ao leite Teores variáveis * * Ordenha Manual ou mecânica SEGURANÇA MICROBIOLÓGICA * * Cuidados Pré-Ordenha Sempre monitorar a saúde do úbere Ordenhar os animais por lote Fazer sempre o teste da caneca Higienize as tetas antes da ordenha * * Durante a Ordenha Verificar o nível de vácuo Inserir os conjuntos no momento correto Evitar a sobreordenha Remover o conjunto da ordenha * * Pós-Ordenha Higienizar as tetas após a ordenha Higienizar o equipamento Resfriar o leite adequadamente Garanta o bom funcionamento da sua ordenha * * Resfriamento do Leite Rápido resfriamento do leite para 4°C é a melhor maneira de evitar o crescimento microbiológico e alterações químicas O leite produzido sob condições higiênicas manterá boa qualidade por um período de 15 a 20 horas Pontos críticos Temperatura de armazenamento Tempo de resfriamento para atingir a temperatura de armazenamento * * INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 51 DE 18/09/2002 (MAPA) Leite Tipo A não sofre contato manual alto padrão de higiene, com fluxo através de uma tubulação para o resfriamento e a pasteurização produzido, beneficiado e envasado em estabelecimento denominado Granja Leiteira; Rótulo azul Padrões microbiologicos: 104 UFC/ml antes da pasteurização No máximo 500 UFC/ml após a pasteurização * * INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 51 DE 18/09/2002 (MAPA) Leite Tipo B ordenha tanto manual quanto mecânica refrigerado em propriedade rural e nela mantido pelo período máximo de 48h Rotulo verde Padrões microbiologicos: 5 x 105 UFC/ml antes da pasteurização 4 x 104 UFC/ml após a pasteurização * * INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 51 DE 18/09/2002 (MAPA) Leite Tipo C proveniente de rebanhos onde os animais não recebem regularmente controle veterinário ordenha é manual leite é resfriado e pode permanecer pelo período máximo de 24h no estabelecimento Padrões microbiológicos: Não há limites de quantidade de bactérias antes da pasteurização 5 x 105 UFC/ml após a pasteurização * * INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 51 DE 18/09/2002 (MAPA) * * INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 51 DE 18/09/2002 (MAPA) * * Microbiologia do Leite Interior do úbere Sadio: Bactérias lácticas, Micrococcus e Streptococcus Doente: Mycobacterium tuberculosis, Brucella abortus e melitensis, Listeria monocytogenes e Staphilococcus aureus (mastite) Contaminação externa Fezes, terra, feno Ordenha * * Microbiologia do Leite Bactérias lácticas Úteis na produção de derivados Produção de ácido láctico com redução de pH Streptococcus thermophilus: iogurte e queijos Lactobacillus delbrukii ssp bulgaricus: iogurte Lactobacillus acidophilus: queijos duros * * Microbiologia do Leite Bactérias pscicrotróficas Temperatura e refrigeração Leite cru Pseudomonas, Flavobacterium spp., Acinetobacter spp. e enterobactérias Termossensíveis Enzimas termorresistentes: proteases e lipases * * Microbiologia do Leite Bactérias esporuladas Bacillus e Clostridium Sobrevivem a pasteurização Bactérias de origem fecal Falta de práticas higiênicas na obtenção do leite Produção de ácido láctico e CO2 Patogênicos Escherichia coli, Listeria monocytogenes e Salmonella spp. * * Leites de consumo Pasteurizado Mycobacterium tuberculosis (61,7 °C por 30 min) Coxiella burnetti (62,8 °C por 30 min) 72 a 75 °C por 15 a 20s (pasteurização rápida) Conservação sob refrigeração Trocador de calor a placa * * Leites de consumo Pasteurizado Eficiência do processo Atividade enzimática: Peroxidase (inativada a 85°C) Fosfatase alcalina (inativada na temperatura de pasteurização) Fosfatase inativa/negativa Peroxidase ativa/positiva * * Leites de consumo Esterilizado ou longa vida Microbiologicamente estável Armazenamento a temperatura ambiente (4 meses) Adição de aditivos para controlar o pH Desvantagens: alteração de cor e sabor, desnaturação de proteínas, perdas de vitaminas UHT: 135 a 150 °C por 2 a 6 segundos * * Leites de consumo Leite concentrado Leite natural, integral ou desnatado, pasteurizado e privado de parte de sua água Leite evaporado Leite esterilizado privado de parte de sua água Leite condensado Produto obtido pela eliminação de parte da água do leite, submetido a tratamento térmico e conservado mediante a adição de sacarose (40 a 42%) Leite em pó Produto obtido mediante a desidratação de leite natural integral, parcial ou total desnatado * * Derivados do Leite Iogurte obtido da coagulação do leite pela ação de dois microrganismos, Lactobacillus bulgaricus e Streptococcus thermophilus melhor assimilação da lactose e proteínas do leite adicionado ou não de frutas, açúcar e outros ingredientes melhor fonte de proteínas do que o leite maior concentração de minerais que o leite Para a fabricação de um produto mais consistente, deve-se aumentar a matéria seca do leite pela adição de 2 a 4% de leite em pó. * * Derivados do Leite Tipos de Iogurte iogurte tradicional: fermentação ocorre dentro da própria embalagem, não sofre homogeneização e o resultado é um produto firme, mais ou menos consistente; iogurte batido: o processo de fermentação ocorre em fermentadeiras ou incubadoras com posterior quebra do coágulo; iogurte líquido: o processo de fermentação é realizado em tanques; é comercializado em embalagens plásticas tipo garrafa ou tipo “longavida”; bebidas lácteas: além de iogurte, contem soro de queijo, e assim, não podem ser denominados iogurtes, pois o teor de sólidos não gordurosos do leite não atende à especificação mínima. * * Derivados do Leite * * Derivados do Leite Queijos Produto sólido derivado do leite, obtido a partir de sua coagulação com enzimas ou ácido lático, seguido de separação do sólido Concentrado proteico e gorduroso Classificação Mole: umidade > 50% Firme ou semiduro: 40% < umidade < 50% Duro: 37< umidade < 40% Muito duro: umidade < 37% * * Derivados do Leite Queijos Micela de caseína Hidrolise da kappa-caseína causa desestabilização da micela Coagulação * * Derivados do Leite Tipos de Queijos Minas tipicamente brasileiro, com origem nas fabricações caseiras no estado de Minas Gerais obtido através da adição de coalho apresentando crosta amarelada e é branco leitoso por dentro meia cura: 20 a 30 dias de maturação frescal: sem maturação curado: maturação prolongada, superior a um mês e em condições ambiente. * * Derivados do Leite Tipos de Queijos Prato queijo gordo, com média umidade Massa semicozida, consistência semidura e textura homogênea, com poucas e pequenas olhaduras adição de corante (cor amarelo ouro) tempo de maturação é de 45 a 60 dias * * Derivados do Leite Tipos de Queijos Parmesão origem italiana. Possui baixa umidade, semigordo, massa dura de sabor forte, apresentando ligeiro aspecto granular Seu tempo de maturação deve ser de no mínimo seis meses. Provolone consistência semidura, textura fechada, com coloração creme em seu interior, tem formato cilíndrico alongado. * * Derivados do Leite Tipos de Queijos Mussarela origem italiana antigamente era fabricado única e exclusivamente a partir do leite de búfala. Hoje, por sua larga utilização na culinária, é fabricado em grande quantidade com leite de vaca massa é esbranquiçada, firme e compacta. Seu sabor é ligeiramente ácido, tem formato retangular ou em forma de nozinhos deve ser conservado sob refrigeração, em temperatura de até 10°C. * * Derivados do Leite Tipos de Queijos Requeijão tipicamente brasileiro fabricado a partir de leite cru ou pasteurizado com ou sem adição de coalho, com adição de vinagre ou suco de limão ou por adição de iogurte natural Ricota produto obtido com soro desprezado durante a fabricação de outras qualidades de queijos. Apresenta consistência mole, mas não pastosa, baixo teor de gordura, textura fechada, de cor branca ou branco creme. * * Derivados do Leite Salga dos Queijos Desenvolvimento do sabor, aroma e textura do queijo, ajuda ainda no controle da umidade, da cura e na conservação do produto a seco (queijos mais úmidos) ou em salmoura (maioria dos queijos) Quanto mais úmido e menor for o queijo, menor será o tempo de salga em salmoura * * Derivados do Leite Principais defeitos dos Queijos - Estufamento - Putrefação - Problemas na casca - Sabor - Corpo e textura - Cor * * Referências FELLOWS, P. J. Tecnologia do processamento de alimentos: princípios e prática. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. 602 p. ISBN 978-85-363-0652-0. KOBLITZ, M.G.B. Matérias-primas alimentícias: Composição e controle de qualidade. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2011. ORDONEZ, J. A. Tecnologia de alimentos de origem animal. Vol. 2. Porto Alegre: Editora Artmed, 2005.