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¹Aluna do Curso de Graduação em Gastronomia – Centro Universitário Brasileiro – UNIBRA. E-mail: limakaroliny3@gmail.com ²Aluno do Curso de Graduação em Gastronomia – Centro Universitário Brasileiro – UNIBRA. E-mail: silas8611@gmail.com DIFERENÇAS ENTRE PÃO FRANCÊS E PÃO ARTESANAL Karoliny Mariana de Lima¹ Silas Tarso de Paula Galvão do Nascimento² RESUMO A necessidade de uma vida mais saudável levou a troca de uma alimentação com menos produtos industrializados ou alterados geneticamente, a serem substituídos por produtos naturais. Como exemplo, pães artesanais no lugar do pão francês. Mas afinal o pão artesanal apresenta vantagens? Como Aplevicz (2014) em Fermentação Natural em Pães: ciência ou modismo, iremos abordar as principais diferenças na utilização do fermento, características sensoriais e sobre o flavour. Palavras-chaves: Levain, Pão Francês, Fermento Natural. INTRODUÇÃO Desde a antiguidade o pão tem sua importância na vida das pessoas, seja por motivos religiosos ou seja por sobrevivência. De lá até os tempos atuais surgiram tecnologias para fazer pão. Mas há pessoas voltando na história atrás de técnicas como o fermento natural em busca de uma alimentação natural (TIRLONI, 2017). Os produtos de panificação, principalmente os pães, são fabricados usando leveduras como agentes de fermentação. O fermento biológico comercial é composto basicamente por cepas da saccharomyces cerevisae. O amido presente na farinha de trigo se transforma em açúcares fermentescíveis pela ação enzimática. Esses açúcares são metabolizados pelo fermento, produzindo etanol e dióxido de carbono (CAUVAIN, 2009, apud, STEFANELLO, 2014, p.23) A minha a compreensão da terminologia “pão artesanal” refere-se primeiramente ao estilo eurocêntrico, de interior úmido e granulometria mais aberta, uma presença intensa e acentuada no paladar, um odor sutilmente azedo e aromático, uma textura que varia de borrachuda a crocante, elaborado artesanal ou manualmente, em pequenas porções, com a presença de artesão de pão, que possui técnicas de estilo em todos os detalhes de produção do 2 pão, incluindo conhecimento de ingredientes e mistura, fermentação e o complexo processo de cocção. (CANELLA-RAWLS, 2012). Este trabalho tem como objetivo geral informar sobre a fermentação do pão francês e do pão artesanal e apresentar as diferenças para melhor compreensão sobre ambos. Através da pesquisa bibliográfica foram lidos artigos, dissertações de mestrado, livro. DESENVOLVIMENTO FERMENTAÇÃO Segundo Brandão & Lira (2011) há 8 etapas na produção do pão francês: pesagem, mistura da massa, divisão, modelagem, fermentação da massa, forneamento, resfriamento e envelhecimento. Dentre as etapas vamos destacar a fermentação da massa. Para a produção de pão interessa: • Fermento biológico fresco é o mais comum porque é pouco ácido • Fermento biológico ativo seco é um fermento extraído do biológico fresco pelo processo de secagem, granulometria maior, não contém umidade. • Fermento biológico instantâneo seco é mais prático de todos pois já passou por uma ativação prévia e pode ser adicionado à qualquer momento (CANELLA- RAWLS, 2012) Para o pão francês vão existir 4 tipos de fermentação: alcoólica, láctica, acética e butírica. Fermentação alcoólica: é responsável por produzir o gás carbônico e tem participação no aroma e sabor. Fermentação láctica: baixa o pH da massa, tornando o ambiente favorável á produção de gás. Ela acontece pela ação das bactérias láticas que transformam glicose em ácido lático. Fermentação acética: o responsável é MycodermaAceti, que transforma o álcool etílico produzido na fermentação alcoólica em ácido acético. Fermentação butírica: é a transformação do ácido lático em ácido butírico. Na fermentação, acontece a produção de ácidos orgânicos e bolhas de gás carbônico. Essas bolhas fazem a massa crescer, enquanto os ácidos ajudam a dar sabor e aroma (ABNT, 2015). Fermento natural são partes iguais de farinha e água que são misturados e deixados em temperatura ambiente para favorecer a proliferação das bactérias e fungos (não tóxicos) que vão ser responsáveis pelas características futuras que o pão vai adquirir (AQUINO, 2012) 3 Nodari (2014) diz que existem 3 tipos de fermento natural: o tipo I (tradicional), o tipo II (industrial) e o tipo III (desidratado). Cada pré fermento é único, porque as bactérias encontradas no ambiente vão ser diferentes. Alguns micro-organismos presentes produzem bacteriocinas, que são peptídeos antimicrobianos que destroem ou inibem o crescimento de bactérias ou bolores. Apesar de existirem muitos estudos científicos nos países da Europa sobre fermentação a partir de um fermento natural, esse processo ainda não é bem compreendido (Aplevicz, 2014). PRINCIPAIS DIFERENÇAS O pão francês deixa uma sensação de entufado por causa da secagem da farinha para conservação que dificulta a digestão. Já os micro-organismos presentes no levain pré-digerem a farinha e aumentam os nutrientes presentes nela. Os fermentos comerciais possuem data de validade (Oliveira; Silva; Paulo, 2014). Diferentemente do fermento natural que tem caso segundo o ESTADÃO (2010), registrado em São Paulo de um levain com mais de cem anos. ABNT (2015, p.19) diz sobre as características do pão francês: Sua crosta é amarelo-dourada, ligeiramente espelhada, lisa e bem aderente ao miolo. Quando cortado, o miolo não apresenta estrangulamento e tem uma coloração branco-creme. A pestana fica destacada com a abertura motivada pela incisão feita na massa. Sua vida útil é de cerca de 4 horas, depois que sai do forno. Depois disso, começa a ressecar e murchar. Aplevicz (2014, p.36) diz sobre os de fermentação natural: Pães produzidos por esta fermentação possuem características diferenciadas daqueles produzidos com levedura comercial, como melhoria da maquinabilidade da massa, da textura e do flavour, originando pão com miolo irregular e crosta crocante, além de retardar o envelhecimento do pão. 4 CONCLUSÃO Ao término deste trabalho, chegamos à conclusão de que os objetivos do trabalho foram cumpridos. O entendimento sobre panificação do pão francês e panificação do pão artesanal, sobre os tipos de fermentação e suas diferenças a luz de teorias foi efetivado. Nesse sentido, o estudo apresenta-se limitado, porém é um passo inicial ao desenvolvimento de outros, que aprofundem a temática de panificação. Por fim, sugere-se a confecção de entrevistas com funcionários de estabelecimentos que possam ajudar em futuros trabalhos e pesquisas, professores e panificadores que se utilizam de projetos parecidos. REFERÊNCIAS • STEFANELLO, R. Produção, Liofilização e Aplicação de Fermento Natural em Pão Tipo Sourdough. 2014. 133f. Dissertação de Mestrado - Universidade Federal de Santa Maria, RS, 2014. • Aplevicz, Krischina S., Fermentação Natural em Pães: ciência ou modismo.2014. 3f. Artigo para revista especializada, 2014. • Nodari, M. L. Elaboração de Um Levain Comercial a Partir de Leveduras Obtidas de Frutas Orgânicas. 2014. 61f. Dissertação Programa de pós-graduação - Universidade Federal Rio Grande do Sul - RS, 2014. • OLIVEIRA, G.L.; SILVA, M.P.S.; PAULO, R.H.H. A Fermentação Natural na Panificação. 2014. 88f. Trabalho Acadêmico - Universidade Católica de Santos, SP. 2014 • AQUINO, V. C. Estudo da Estrutura de Massas de Pães Elaboradas a Partir de Diferentes Processos de Fermentativos. 2012. 88f. Dissertação de Mestrado - Universidade de São Paulo - SP, 2012. • BRANDÃO, S.S.; LIRA, H.L. Tecnologia de Panificação e Confeitaria. 2011. 145f. Recife, PE, 2011 • CANELLA-RAWLS,S. Pão: Arte e Ciência. 2012. 245f. São Paulo - SP. Ed. Senac 5 • SPINOSA, M. Fermento Centenário, um segredo Paulistano, 2010. Disponível em: <https://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,fermento-centenario-um- segredo-paulistano-imp-,615344>. Acesso em: 28/05/2019. • SEBRAE. Guia de Implementação Pão Tipo Francês: Diretrizes para Avaliação da Qualidade e Classificação. 2015. 60f. Guia, Rio de Janeiro. • TIRLONI, L.; MULLER, R.; BERND, L.P, Aplicação Tecnológica de Fermento Natural "Levain" em Substituição ao Processo Tradicional de Elaboração de Pães. 2017. Artigo - Centro Universitário Univates, Lajeado.
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