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Modelos de Gestão e Melhoria da Qualidade Ricardo Célio Vieira de Souza Lima 2Modelos de Gestão e Melhoria da Qualidade Sumário Introdução .......................................................................................................... 03 Objetivos ............................................................................................................ 04 Estrutura do Conteúdo ..................................................................................... 04 Modelos de Gestão e Melhoria da Qualidade Tópico 1: Custos da Qualidade ....................................................................................... 05 Tópico 2: O Princípio do Controle de Processos ................................................. 10 Tópico 3: Diagnóstico Organizacional dos Processos e Ferramenta MASP ................................................................................................................... 14 Resumo .............................................................................................................. 18 Leitura Complementar ..................................................................................... 19 Referências Bibliográficas .............................................................................. 20 3Modelos de Gestão e Melhoria da Qualidade Nos dias atuais, no ambiente empresarial, melhorar a qualidade buscando custos mais reduzidos é o desafio das organizações, através de investimento efetuado pela empresa em busca da qualidade a melhoria contínua nos processos e a redução de custos deve estender-se a toda empresa, uma vez que ela deseja manter-se neste mercado globalizado e marcado pela incerteza. Neste conteúdo você estudará os tipos de custos que estão envolvidos no processo de qualidade e estudará o “Método de Análise e Solução de Problemas (MASP)” que é uma forma sistemática de realização de ações corretivas e preventivas para eliminar problemas. É um método baseado em uma sequência de oito etapas, utilizadas, segundo Carpinetti (2012) para identificar, analisar e solucionar problemas, de modo a evitar reincidências, através do uso da metodologia PDCA e das ferramentas de qualidade. 4 Estrutura do Conteúdo Objetivo s Modelos de Gestão e Melhoria da Qualidade Ao final deste conteúdo esperamos que você seja capaz de: 1. Ampliar a visão da qualidade, produtividade e processos e conhecer duas importantes ferramentas utilizadas na identificação e solução de problemas que são o ciclo PDCA e MASP; 2. Conhecer os conceitos de custos da qualidade, prevenção, avaliação, falhas internas e falhas externas que impactam o resultado final da organização, em termos de qualidade; 3. Reconhecer a importância de aplicar técnicas de melhoria de processo que garantam o aprimoramento da qualidade. Pra melhor compreensão do material estudado, este conteúdo está dividido nos seguintes tópicos: 1. Custos da Qualidade 2. O Princípio do Controle de Processos 3. Diagnóstico Organizacional dos Processos e Ferramenta MASP 5Modelos de Gestão e Melhoria da Qualidade 1. Custos da Qualidade Análise dos custos da qualidade Custos é tudo que se investe para conseguir (produzir ou distribuir) um produto/serviço e os custos da Qualidade surgem como dinheiro despendido para se obter a qualidade requerida, enquanto que os custos da não qualidade são os custos associados com a produção de material não conforme. O conceito de Custos da Qualidade pode ser traduzido como o custo incorrido por causa da existência, ou da possibilidade de existência, de uma baixa qualidade assim como os custos de se obter qualidade (CARPINETTI, 2012). Por isso pode ser visto como o custo de se fazer as coisas de modo errado. Juran em 1951 define em seu livro Quality Control Handbook, O termo “custos da qualidade” que assumiu diferentes significados: Custos para se atingir a qualidade ou Custos para o funcionamento do Departamento de Qualidade. As definições de custos da qualidade variam conforme a definição de qualidade e as estratégias adotadas pela empresa, levando a diferentes aplicações e interpretações. Em 1956, Armand Feigenbaum propõe a classificação dos custos da qualidade em quatro categorias: 1 3 2 4 6Modelos de Gestão e Melhoria da Qualidade Custos da Prevenção Custos das Falhas Internas Custos do Controle Custos das Falhas Custos da Avaliação Custos das Falhas Externas Classificação dos custos da qualidade. Fonte: FEIGENBAUM (1994, pg. 152) “Qualidade significa fazer certo quando ninguém está olhando.” (Henry Ford) Os prejuízos podem ser irreparáveis quando há falha na qualidade. Acesse o recurso multimídia e assista ao vídeo sobre o assunto. Conteúdo On-line 7Modelos de Gestão e Melhoria da Qualidade Custos de controle Segundo (CARPINETTI, pg.24 e 25, 2012), Custos de Prevenção são aqueles decorrentes das atividades necessárias para reduzir ao mínimo os custos devido a falhas e os custos de avaliação. Estes custos são: Planejamento da qualidade Treinamento de colaboradores Revisão de novos produtos em desenvolvimento Manutenção preventiva Inspeção de recebimento Qualificação e desenvolvimento de fornecedores Auditorias da qualidade Custos de Avaliação Custos de Avaliação são aqueles decorrentes das atividades de verificação do grau de conformidade com os requisitos de qualidade. Estes custos são: • Inspeção em processo • Inspeção final de teste • Auditorias da qualidade Custo de controle estatístico de processo • Manutenção da rastreabilidade 8Modelos de Gestão e Melhoria da Qualidade Custos da falha Custos devido a falhas internas são custos associados com defeitos (erros, não conformidades etc.) e são detectados antes do despacho do produto. Estes custos são: Custos de Falhas Externas Custos devidos a falhas externas, são associados com defeitos encontrados no produto depois de comercializado. Estes custos são: • Parada de produção devido a peças defeituosas • Refugos, retrabalho • Reinspeção de lotes • Reteste • Custo de devolução de produto • Custos de assistência técnica no período de garantia • Custos de investigação para descobrir o(s) defeito(s) • Processos judiciais acionados pelo cliente • Custos de rompimento de contrato por não atendimento das especificações de qualidade. Custo total de Qualidade Região de Melhoria Região de Operação Região de Perfeccionismo Falha = > 70% Prevenção = < 10% Falha = 50% Prevenção = 10% Falha = < 40% Prevenção = > 50% Adaptado do Modelo econômico do custo da qualidade (CARPINETTI, pg.28, 2012) 9Modelos de Gestão e Melhoria da Qualidade Regiões de custo Total da qualidade A curva do custo total da qualidade é dividida em três Regiões: • Região de melhoria • Região de operação (de indiferença) • Região de perfeccionismo (dos altos custos de avaliação Região de melhoria • Custos das falhas são = 70% dos custos totais da qualidade • Custos de prevenção estão abaixo de 10% dos custos totais da qualidade • Existem oportunidades para a redução dos custos totais pela melhoria da qualidade de conformidade • Ações de prevenção e avaliação para reduzir falhas Região de Operação Custos das falhas são = 50% dos custos totais da qualidade Custos de prevenção são = 10% dos custos totais da qualidade Na região de operação • O ideal foi atingido em termos de projetos compensadores de melhoria da qualidade • É possível mais melhorias, porém os projetos estão competindo com os outros projetos compensadores, que ainda não atingiram os níveis considerados ideais Regiãode Perfeccionismo • Custos de avaliação excedem os custos das falhas • Ainda existe alguma oportunidade para a redução dos custos • Examinando os padrões de qualidade (especificações) para ver se eles são realistas em relação à adequação ao uso. 10Modelos de Gestão e Melhoria da Qualidade 2. O Princípio do Controle de Processos Produtividade A produtividade pode ser representada como a relação do que se produz com o que é consumido para esta produção, ou seja, uma relação entre saída e entrada. Produtividade = Saída I Entrada Colocada dessa forma, a saída pode ser medida de várias formas tais como produção, faturamento, qualidade, etc.; enquanto que a entrada pode ser qualquer fator de produção como insumos, matéria prima, homem, custos, etc. A relação de produtividade acima poderia ser colocada do seguinte modo: Produtividade = Faturamento / custos Do exposto acima podemos concluir que: aumentar a produtividade é produzir cada vez mais e/ ou melhor, (aumentar a saída), com cada vez menos (reduzir a entrada). Qualquer organização é constituída de três elementos básicos que são: ORGANIZAÇÃO 11Modelos de Gestão e Melhoria da Qualidade • Para melhorar o conhecimento e educação dos colaboradores, é necessário treinamento ou aporte de conhecimento. • Para melhorar equipamentos e instalações, é necessário aporte de capital. • Para melhorar procedimentos, é preciso melhorar o conhecimento e educação dos colaboradores ou aporte de conhecimento. Controle do Processo Falar em controle do processo envolve antes do desempenho ao longo do tempo e introduzir melhorias, através do estabelecimento de metas e tomar providências para alcança-las. Numa empresa todas as atividades, de qualidade ou não, podem ser chamadas de processo. A primeira etapa para o estabelecimento de um sistema de gestão é o estabelecimento de todos os processos existentes, quais são os clientes e fornecedores de cada processo e como eles estão interligados. Depois estabelecem-se os itens de controle de cada processo, que serão os indicadores para monitoramento dos mesmos. Os efeitos principais de um processo são denominados itens de controle, e as causas principais itens de verificação. Na escala hierárquica, o item de verificação do chefe é o item de controle do subordinado. Ao falar-se em qualidade do produto final, o item de controle é chamado de característica de qualidade. Somente o responsável pelo processo está capacitado a atuar nas causas para obter o efeito desejado, através do ciclo do PDCA a assim manter a melhorar sempre. O ciclo do PDCA envolve as seguintes etapas: Portanto, para melhorar a produtividade é necessário aporte de conhecimento ou aporte de capital. 12Modelos de Gestão e Melhoria da Qualidade Planejar: Defina as metas e objetivos Determine os métodos para alcançar as metas Executar: Eduque e treine Execute as tarefas documentadas Verificar: Verifique os efeitos do trabalho executado Agir: Corretivamente e/ou preventivamente Atue no processo em função dos resultados Melhoria Contínua O ciclo PDCA CARPINETTI, pg.39,2012 O PDCA é “rodado” para manter o controle da qualidade e também para introduzir melhoria no processo, o que implica em alterar os padrões operacionais. A melhoria é o processo que garante o aprimoramento da qualidade, como afirmam Filho et al (2004). Por meio desse processo, busca-se todas as maneiras possíveis para o aprimoramento das atividades e dos produtos. A finalidade é beneficiar o público consumidor. A melhoria se tornou importante na medida em que o mercado se torna cada vez mais exigente e informado. Essa nova conjuntura atribui à qualidade uma visão estratégica na organização. Na busca pela melhoria, a empresa pode empregar diversas ferramentas, como: procedimentos gráficos, numéricos ou analíticos, formulações práticas, esquemas de funcionamento, mecanismos de operação, enfim, métodos estruturados para viabilizar a implantação de melhorias no processo (PALADINI, 2012). 1 2 3 4 13Modelos de Gestão e Melhoria da Qualidade P D C A Planejamento: em um ciclo completo, inclui: identificação do problema; investigação de causas raízes; proposição e planejamento de soluções; Execução: preparação (incluindo treinamento) e execução das tarefas de acordo com o planejado; Verificação: coleta de dados e comparação do resultado alcançado com a meta planejada; Ação corretiva: atuação sobre os desvios observados para corrigi-los. Se necesário, replanejamento das ações de melhoria e reinício do PDCA. Os japoneses chamam melhoria contínua de Kaizen, que significa mudar para melhor (CARPINETTI, 2012). As quatro etapas do PDCA, são: 14Modelos de Gestão e Melhoria da Qualidade O método PDCA está diretamente ligado à melhoria das organizações. Acesse o recurso multimídia e assista ao vídeo para aprender mais sobre as etapas e funcionalidades do PDCA. Conteúdo On-line Importante! Atualmente em consequência do processo de globalização, as empresas passaram a oferecer seus produtos e serviços em qualquer parte do mundo, atingindo um maior número de consumidores cada vez mais exigentes e que buscam produtos com qualidade aliados ao baixo preço. A qualidade deixou de ser uma fonte de vantagem estratégica para ser uma vantagem competitiva (KAPLAN; NORTON, 1998). Essa é a estratégia que a empresa precisa adotar “Controlar custos e oferecer produtos com qualidade para manter-se competitiva”. 3. Diagnóstico Organizacional dos Processos e Ferramenta MASP Problema é o resultado indesejável de um trabalho. A solução de um problema é possível através das análises das relações entre características e causas de um problema, executando as ações corretivas apropriadas. Sintomas da existência de Problemas: • Perda de Competitividade; • Baixa qualidade dos produtos e serviços; • Número elevado de acidentes, desperdícios em geral; • Baixa Produtividade; • Desmotivação dos colaboradores, Alto índice de absenteísmo 15Modelos de Gestão e Melhoria da Qualidade Problemas: Visão MASP • Os problemas geram perdas e afetam a sobrevivência da empresa; • Não existem culpados para os problemas da empresa, existem CAUSAS; • A maior parte dos problemas é gerada pelo próprio sistema / processo. Acesse o recurso multimídia e assista ao vídeo que retrata de forma simples os problemas mais comuns dentro das empresas, e as soluções que podem ajudar. Conteúdo On-line MÉTODO DE ANÁLISE E SOLUÇÃO DE PROBLEMAS – MASP O MASP é um processo dinâmico na busca de soluções para determinadas situações. Não é um processo rígido e sim um processo flexível que procura encontrar respostas tais, como: A solução de problema é um processo que segue uma sequência lógica: Priorização do problema Análise das situações que necessitam de atenção. Divisão do problema em partes que possam ser analisadas. 16Modelos de Gestão e Melhoria da Qualidade • identificação do problema; • análise e tomada de decisão. Cada etapa descreve os objetivos, as atividades a serem desenvolvidas, as pessoas envolvidas e as ferramentas mais usadas. Para saber mais sobre o método MASP, acesse o recurso multimídia e leia o artigo sobre solução de problemas baseados em critérios e não em intuição. Conteúdo On-line FASE P FLUXO ETAPA Identificação do problema Observação Análise das Causas Plano de Ação OBJETIVO Definir claramente o problema e reconhecer a sua importância Investigar as características específicas do problema com uma visão ampla e sobre vários pontos de vista Descobrir as causas fundamentaisConceber um plano para bloquear as causas fundamentais 1 2 3 4 17Modelos de Gestão e Melhoria da Qualidade FASE D C A FLUXO ETAPA Execução Verificação (bloqueio foi efetivo?) Padronização Conclusão OBJETIVO Bloquear as causas fundamentais Verificar se o bloqueio foi feito Prevenir contra o reaparecimento do problema Recapitular todo o processo de solução do problema para trabalho futuro Etapas do método de análise e solução de problemas – MASP (CARPINETTI, pg.40, 2012) Saiba mais acessando o recurso multimídia. Assista a entrevista com Valentino Bergamo sobre MASP. Conteúdo On-line Quando relacionamos o MASP com o ciclo PDCA, damos especial ênfase a importância da etapa P, do PDCA, que envolve as 4 primeiro etapas do MASP. A relevância se dá pelo fato de que é esta etapa permite que haja uma maior conscientização com respeito às características dos problemas existentes, tornando a empresa preparada para enfrentá- los. É importante ressaltar também a importância do ciclo PDCA para desenvolver o MASP, pois esta ferramenta pode vir a ser repetida para aperfeiçoar os resultados, e resolver assuntos em outras áreas problemáticas da empresa, caso seja necessário. Na opinião de Feigenbaum (1994), a empresa que aumenta os investimentos nos custos de prevenção e avaliação, diminuem os custos com falhas. 5 6 8 7 ? 18Modelos de Gestão e Melhoria da Qualidade Neste conteúdo estudamos a respeito dos custos da qualidade em uma organização, sua classificação e dificuldades em medi-los ao longo do processo existente dentro da organização, examinando os padrões de qualidade (especificações) para ver se eles são realistas em relação à adequação ao uso. Vimos como são classificados os custos de controle e os custos da falha importante para tomada de decisão, para o controle de custos de qualidade e para melhoria dos processos. Estudamos os efeitos principais de um processo que são denominados itens de controle, e as causas principais denominados itens de verificação. Vimos o modelo de resolução de problema e melhoria “MASP” que permite a identificação, observação, medição, análise e melhoria dos processos, fazendo com que o nível da qualidade de produtos e de serviço aumente, possibilitando diminuição dos custos, flexibilidade e melhoria contínua da operação e permitindo ganhos de produtividade. 19Modelos de Gestão e Melhoria da Qualidade Leia um ótimo artigo que faz uma investigação da prática empresarial sobre o plane- jamento e controle dos custos da qualidade. “Planejamento e controle dos custos da qualidade:uma investigação da prática empresarial” De Souza, Marcos Antônio. Disponível em: www.scielo.br/pdf/rcf/v17n41/v17n41a04.pdf No livro “Gestão da qualidade e processos”, de Snard Marshal Júnior, você pode encontrar um bom material sobre a abordagem sistêmica da qualidade e da inter-relação entre os processos. MARSHAL, S.,. Gestão da qualidade e processos. 1. ed., São Paulo:FGV, 2012. Leia um ótimo artigo que faz um estudo a fim de obter as principais causas de proble- mas existentes no fluxo de informações entre o almoxarifado e o setor de Planejamento, Programação e Controle da Produção (PPCP) em uma fábrica de refrigerantes. Neste ari- go é utilizado O (MASP) e suas ferramentas, dentre elas o ciclo PDCA, o Brainstorming, o Gráfico de Pareto e o Diagrama de Ishikawa. “Aplicação do MASP, utilizando o ciclo PDCA na solução de problemas no fluxo de informações entre o PPCP e o almoxarifado de uma fábrica de refrigerantes para o abastecimento de tampas plásticas e rolhas metálicas.” ALCÂNTARA, Ana Carolina. Disponível em: http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2008_tn_sto_070_501_11402. pdf 20Modelos de Gestão e Melhoria da Qualidade CARPINETTI, L. C. R. Gestão da Qualidade: conceitos e técnicas. 2ª ed. São Paulo: ATLAS, 2012. FEIGENBAUM, Armand V.. Controle da qualidade total. São Paulo: Makron Books, 1994. KAPLAN, Robert S.; COOPER, Robin. Custo e desempenho: administre seus custos para ser mais competitivo. São Paulo: Futura, 1998. PALADINI, Edson Pacheco. Gestão da Qualidade: teoria e prática.3. Ed. São Paulo: Atlas, 2012.
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