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Patologia Bucal A boca representa inúmeras doenças que se manifestam nela, tanto de ORDEM LOCAL, em decorrência de um trauma local como, por exemplo a lesão mucocele ou um fibroma, quanto de ORDEM SISTÊMICA, como uma manifestação do vírus HIV, de uma doença autoimune, ou de um vírus HPV MUCOSA BUCAL - Epitélio estratificado pavimentoo - não queratinizado - queratinizado - paraqueratinizado - ortoqueratinizado SUBDIVIDIDO Estrato espinhoso: é o local de algumas patologias, pois as célula ficam soltas. Estrato córneo: célilas amadurecidas – achatadas e produtoras de queratina. Queratina-esbranquiçada - hiperortoqueratose: lesão é branca - hiperparaqueratose: aumenta a camada e o tec. conj. Fica mais distante, caracterizando uma leão branca. LÂMINA PRÓPRIA - também chamada de TECIDO CONJUNTIVO - pode ser frouxo ou denso - apresenta células como fibroblastos, macrófagos, leucócitos, etc. - MEC: fibras (colágenas e elásticas) e subst.fundamental REGIÕES Mucosa mastigatória - possui intens atrito - lâm. Própria mais fibrosa e epit. Queratiniz. - gengiva e palato mais ortoqueratinizada Mucosa de revestimento - exigem mais elasticidade - Recebem pouco atrito - tec. conj. Frouxo - são paraqueratinizadas (assoalho da boca) Mucosa especializada - línga/paladar - possui papilas gustativas - possui grande mobilidade RESPOSTAS ADAPTATIVAS - a resposta celular depende do tipo de agressão, sua duração e intensidade. - a consequencia das agressões dependem do tipo celular, da adaptabilidade, etc. Hipertrofica - aumento de tamanho no órgão Hiperplasia - aumento do número de células Atrofia - diminuição do número de camadas do epitélio. Visualmente o epitélio fica avermelhado e erosivo. Acantose - aumento do número de camadas do epitélio Hiperortoqueratose - espessamento da camada de ueratina SEM NÚCLEO. - Lesão visualmente esbranquiçadas. Hiperparaqueratose - espessamento da camada de queratina COM NÚCLEO. Degeneração hidrópica - vacúolos intracelulares - Acúmulo de água por osmose dentro da cél. - lesões viróticas ( herpes) Acantólise - perda de contato entre células epiteliais devido a degeneração das pontes intercelulares (vesículas e bolhas) - Ocorre em doenças autoimune Espongiose - acúmulo de liquido ENTRE as células Exocitose - presença de células inflamatórias entre as células epiteliais. LESÕES FUNDAMENTAIS Alterações morfológicas que ocorrem na mucosa bucal e assumem determinadas características próprias e que a partir delas juntamente com outros dados clínicos. Mácula - não tem elevação da superfície - coloração normal - fica no mesmo nivel da pele/mucosa - muito comum na gengiva Pápula - aglomerados de uma superfície mais sólida - circunscritas; elevadas; aspecto rugoso - diâmetro não ultrapassa 5mm - quando aglomeradas são chamadas de placa-papulosa Placa - são lesões com pequeno aumento em relação a mucosa - superficie rugosa; verrucosa; ondulada ou lisa - podem ser leucoplasia; queratose irritativas ou mesmo liquen plano Nódulo - é uma elevação circunscrita e sólida - encontra-se na superfície ou na profundidade - varia de 1 a 3cm - remoção cirurgica Tumor - é uma massa nodal - pode ser elevada ou não (superior a 3cm) - lesão circunscrita, lisa, rugoso ou irregular - remoção apenas com cirurgia Vesícula - lesão de pequeno porte - apresenta líquido em seu interior - não ultrapassa 1cm, normalmente tem 5mm - HERPES ou MUCOCELE Bolha - é um aumento de volume com líquido dentro - diâmetro superior a 1cm - se conter sangue é hemorrágica - se conter pús é purulenta - MUCOCELE pode chegar a esse tamanho - PÊNFIGO (doença autoimune grave) Pústula - é uma vesícula ou bolha com exsudato purulento - ao redor forma-se um processo inflamatório Erosão - rompimento superficial do tec. epitelial SEM exposição do tec. conjuntivo - chamado também de DESCAMAÇÃO - cor avermelhada - pode ocorrer por alimentos, pênfigos, etc. Úlcera - uma depressão dos limites do tec. epitelial expondo o tec. conjuntivo - lesão crônicade longa duração - pode ocorrer por baixa imunidade, micose, sifilis, etc. Ulcerações - lesão de curta duração - são esbranquiçadas ou avermelhadas - ex: herpes, afta, lesões traumáticas Crosta - em cavidades secas Séssil - base larga Pedunculada - crescimento em qua a base é mais estreita Fissura - é úlcera retilínea - pequena ulceração, semelhante a uma fenda ou sulco - encontrada muito nas dobras dos lábios Papilar - é o crescimento de números projeções na superfície Verrucosa - crescimento com superfície rugosa e digitiforme (projeção em dedos) - ex: papiloma e carcinoma PIGMENTAÇÃO GENGIVAL - manchas escurecidas: excesso de deposição de melanina na camada basal do epitelio - acometem mais gengiva inserida e marginal - vitiligo não aparece na boca LESÃO DA MUCOSA química e física HIPERPLASIA FIBROSA INFLAMATÓRIA (HFI) - aumento de volume localizado ou de grande extensão - causa: crônicos de baixa intensidade - acometem: fundo de sulco - clinicamente - séssil - coloração rósea a eritematosa - envolve: mandíbula ou maxila – vestibular/superior e inferior - idade: 45 anos HIPERPLASIA PAPILAR - envolve o palato duro - causas: má adaptação da dentadura - câmara de sucção - má higienização da dentadura - uso diário da dentadura durante horas ULCERAÇÕES TRAUMÁTICAS PIERCING ORAL FIBROMA (irritação/traumático) - resposta de irritação local - causas: traumas de baixa intensidade (mordida) - clinicamente - nodular - assintomática - séssil - exofítica - comum: mucosa jugal, lingual e lábios - é um tecido conjuntivo fibroso denso GRANULOMA PIOGÊNICO - resposta reacioal a irritantes locais de baixa intensidade - ocorre na língua, mucosa jugal, vermeljão do lábio - clinicamente - séssil ou pediculada - nodulares - exofitica - pode causar dor ou não - tamanhos variados - resiliente (vai e volta) - independente da idade - fatores: cálculos, restauração mal adaptadas - crescem rapidamente FIBROMA OSSIFICANTE PERIFÉRICO - crescimento exofítico e lento - localizada na gengiva inserida e papila interdental (traume de baixa intensidade) - clinicamente - massa nodular - séssil ou pediculada - avermelhada/rosa - acomete jovens e adultos - caracteristica radiografica é radiopaca - tec. conj. Fibroso com várias células inflamatórias em técido ósseo LESÃO PERIFÉRICA DE CÉLULAS GIGANTES - localizada na gengiva inserida ou rebordo alveolar - causa: irritação local de baixa intensidade - clinicamente - séssil ou pediculada - nodular - exofitica - avermelhada/azulada - afeta a mandíbula e maxila - acomete qualquer idade - exame radiográfico: reabsorção em forma de taça do osso alveolar Polpa e Periápice POLPA - Tec. Conj. Frouxo, com muitas células, fibras nervosas e vasos - ele pode ter um processo de irreversão das lesões da polpa PULPITE - inflamação da polpa - estímulos de vasos - danos mecânicos - injúria térmica (amalgama) - irritação química (resinas) - agentes bacterianos COMO A POLPA RESPONDE AOS EFEITOS NOCIVOS? - polpa responde com inflamação - vão para o tec. conj. Da polpa (infiltrado e citocinas) e geram o processo inflamatório Vasodilatação Extravasamento vascular do fluído Causa edema Aumenta a pressao pulpar Causando a compressão dos vasos + acúmulo de mediadores inflamatórios que irá gerar dor e uma necrose que éirreversível CLASSIFICAÇÃO - aguda e crônica - parcial ou generalizada - infectada ou estéril - reverssível ou irreversível PERIÁPICE - cemento - ligamento periodontal - osso alveolar REAÇÃO CRÔNICA GRANULOMA PERIAPICAL - lesão secundária à presença de bactérias no sistema de canais radiculares (advinda da cárie) - tec. de granulação e infiltrado difuso - dente desvitalizado - lesão dinâmica (processo crônico) Características histológicas - não apresenta células gigantes - tec. conj. Inflamado - restos epiteliais - tec. de granulação - infiltrado difuso - hemorragia - cristais de colesterol (muita morte celular) Caracteristicas clinicas - é assintomático - dente não apresenta mobilidade - dente não tem sensibilidade à percursão (não tem dor) - dente não responde aos testes de vitalidade (termico e elétrico) Características radiograficas - região radiolúcida no periápice - lesão mal definida - formato oval - destruição da lâmina dura (descontinuidade) - indicação de reabsorção óssea CISTO RADICULAR - maior que o granuloma - mais comum que o cisto inflamatório - é uma cavidade que contem fluído e que é revestida por epitélio. Características clínicas - as mesmas do granuloma - assintomático - tem exacerbação aguda - pode ter mobilidade e deslocamento do dente - não responde aos testes pulpares Características histológicas - capsula fibrosa - infiltrado inflamatório (cápsula repleta de cél. Inflamat.) - limitante epitelial etratificado (repletro de exocitose) - líquido e células descamadas no lúmen - cristais de colesterol - áreas de hemorragia Característica radiológica - bem mais delimitada - imagem radiolúcida REAÇÃO AGUDA ABSCESSO ALVEOLAR - lesão de periápice aguda - pode começar com um abscesso ou era um cisto ou granuloma que virou abscesso - cavidade repleta de pus: fluído contendo muitas bactérias, cél inflamatória agudas (neutrófilos e restos necróticos) Características Características radiográficas Caracteristicas histopatológicas Cistos dos Maxilares Objetivos: - conhecer a histopatologia dos citos - tratamento: cirurgico - origem: tecido epitelial que envolve a formação odontogênica - o epitelio que da origem a odontogenise é pelo folheto que forma a face - se o cisto tem uma cavidade, sem epitélio são chamados de pseudocistos: são cavidades intra osseas Características - imagem radiolucidas - é uma cavidade patologica intra-óssea e envolvido po uma capsula de tec. conj - lúmem: luz que tem produtos das proprias células Tipos - com revestimento epitelial (origem inflamatória, odontogênicos e não odontogenicos/fissuras): tem uma condição variavel de uma condição clinica, podem estar no ápice, - sem revestimento epitelial (não odontogenico – pseudocistos/cavidades) Cistos odontogênico cisto dentígero (folicular): - mais comum - cisto que se origina da separação do foliculo da coroa de um dente incluos (originado do resto epitelial do órgao do esmalte) - 20% de todos cistos - descobertos por achados rx - podem envolver dentes supranumerários, odontomas - comum em homens - idade variável - atinge 3 molares, cnaninos e pré-molares - não ocorre em decíduos - pode causar assimetria - tratamento cirurgico - variações radiográficas com: central, lateral e circunferencial - acima de 3 a 4mm - acúmulo de íquido entre a coroa e dentes - Tec. epitelial pav. Estratificado NÃO queratinizado cisto de erupção - é um análogo do cisto dentígero no tecido mole - acúmulo de um exsudato (hemorrágico, entre o epitélio reduzindo e a coroa do dente. - ocorre mais em crianças - tratamento: insição e faz uectomia - epitélio fino cisto gengival (alveolar) do recém- nascido - pequenos cistos superficiais contendo ceratina - ocorre na mucosa alveolar - origem nos remanescentes da lamina dentária - assintomáticos - rompem espontaneamente ceratocisto odontogênico - não é inflamatório - cistos grandes: dor ou não, tumefação - crescimento lento: espaços medulares na direção ântero-posterior - comportamento clinico variável - alto indice de recidiva - ampla faixa etária - mandíbula: local mais incidente - etiologia: lâmina dentária - fatores desconhecidos, próprio do epitélio cistico ou atividade enzimática na cápsula fibrosa - agressividade local - radiograficamente: uni e multilocular - área radiotransparente bem definida, margens escleróticas fina e definida. - Superfície do epitélio é para/ortoqueratinizada corrugada. - Lúmen cistico-ceratina, restos de células cisto odontogenico ortoceratinizado - não é um tipo clínico específico de cisto odontogênico - microscopicamente tem um limitante epitelial ortoceratinizado cisto gengival adulto - lesão incomum - derivado de restos da lamina dentária (restos de Serres) - comum em mandibula entre 33-35 - paciente acima de 30 anos - RX: sem imagem - tratamento: remoção cirurgica cisto periodontal lateral - lesão rara - imagem radiolúcida - regiao de canino e pré-molares - derivados dos restos de Serres - faixa etária acima de 30 anos - tec. epitelial muito fino NÃO ceratinizado Tratamento: cirurgico Cisto odontogênico Botrióide - cisto raro - subtipo do cisto periodontal lateral - uni ou multilocular - ocorre entre incisivos e caninos e/ou pré-molares - são agressivos - tratamento: cirurgico Cisto odontogênico calcificante (Gorlin) - é uma lesão incomum - Imagem radiolúcida - unilocular - diversidade histopato/ e comportamento variável - pode ser classificado como uma neoplasia - lesão intra-óssea, ocorrem na mandibula e maxila, na região dos incisivos e caninos - podem estar associados a odontomas - tratamento: cirugico Cisto odontogênico glandular (sialo-odontogenico) - cisto raro - comportamento agressivo - predileção pela região anterior dos maxilares - RX imagens multiloculares e uniloculares com margens bem definidas. - Agrupamento de células mucosas Distribuição dos cistos de desenvolvimento - 49%: regiao posterior da mandibula - 20%: região posterior da maxila - atividade das laminas dentátias - epitelio do orgao do esmalte - bainha de hertwig (origem do restos de malassez) Síndrome do Carcinoma nevoide de células basais – doença de GORLIN-GOTZ - hereditária autossomica dominante - múltiplos nevos e carcinomas baso celulares na pele - vários ceratocistos - anomalias das costelas e vértebras - calcificações intracranianas TUMORES ODONTOGÊNICOS Grupo complexo de lesões de comportamentos clínico e tipos histologicos diversos São verdadeiras neoplasias ou hamartomas Origem: folheto da odontogenese – orgao do esmalte, foliculo dentário e papila dentária Podem ser malignos ou benignos BENIGNOS Epitélio odontogênico: ameloblastoma (não é encapsulado, mas invade estruturas vizinhas), tumor de pindborg, Ectomesenquima odontogenico: mixoma, cementoblastoma, fibroma odontogenico TOMisto: odontoma MALIGNOS Ameloblastoma maligno Carcinoma intra-ósseo Fibrossarcoma amelo odontossarcoma D LESÕES DA MUCOSA BUCAL CAUSADAS POR AGENTES BIOLÓGICOS LESÕES CAUSADAS POR FUNGOS Candidose - não se faz biópsia - geralmente superfícial - agente etiologico: candida albicans - componente normal da microbiota (50% das pessoas) - doença ‘’oportunista’’ - quantidade de fungos x defesa do hospedeiro: se a defesa não for suficiente os fungos se proliferam mais - imunosupressão x pacientes saudáveis - dimorfismo: forma de hifa (forma que causa a doença- alongada) ou levedura (arredondada) Fatores predisponentes - fatores fisiológicos (prematuro, idosos, gravidez) - sistêmicos (AIDS, uso de antibióticos, imunossupressores, doenças endócrinas, câncer) - fatores predisponentes locais (próteses, baixa dimensão vertical, antissépticos, xerostomia) Apresentações clínicas Eritematosa - estomatie por prótese - fica a marca da prótese - assintomático - acontece quando o paciente nunca tira a prótese - aspectopontilhado (avermelhado) - não é uma lesão vegetativa, é mais plana - aspecto grânuloso - associados a falta de higiene - areas avermelhadas no palato - Glossite romboidal mediana: com tratamento com anti-fungico desaparece. Area avermelhada, no centro da língua, mais delimitado Pseudomembranosa - geralmente o paciente tem o quadro de imunossupressão maior - pode estar associada ao uso de prótese - forma uma mebrana (passa a gaze e sai) - uma infecção superfícial, podendo gerar uma lesão maior se não tratada - pode se apresentar na mucosa jugal (bochecha) - tem que orientar a fazer a higiene bucal e administrar um anti-fungico Queilite angular - multifocal crônica - descontinuidade do epitélio - 20% somente Candida albicans - 60% C. albicans + S. aureus - 20% somente S. aureus - localizada nos cantos da boca - usa creme que serve tanto para fungo quanto pra bactéria - algumas apresentam muita sensibilidade no ângulo de boca - Multifocal crônica: Crônica hiperplásica (não vai cobrar) - leucoplasia por candica - identificaçao de hifas - resolução de quadro após erapia com antifúngicos. - Diagnóstico - EXAME CLÍNICO (é o principal) - citologia esfoliativa - coloração por PAS ou Grocott - cultura em ágar Sabouraud - raramente há necessidade - remoção ou eliminação da causa - soluções basicas (bicarbonato de sódio) - nistidina (oral ou pastilha) - derivados imi Paracoccidioidomicose - representa 0,3% das lesoes de boca - infecção fúngica profunda - fungos dimorfos: a forma de levedura é a forma infectante - Paracoccidioides brasiliensis (PB) - sexo masculine (14:1) - em mulheres, o estrogeno (beta estradiol)causam uma proteção/impedem a transformação das hifas em leveduras - mais mortalidade das micoses sitêmicas (na america latina) - infecção por via aérea - crescimento exofítico semelhante a amora Grupos de risco - trabalhadores rurais - agricultores - operários da construção civil Apresentação clínica - formas clínicas dependem do estado imunológico do hospedeiro - cura - aguda/subagudo (jovens) - crônica (homens adultos): pode levar sequelas pulmonares, ósseas, neurológicas e viscerais - a mucosa oral é muito afetada - geralmente tem um crescimento tecidual, aparencia de couve-flor - aspecto grânuloso irregular, com pontos avermelhados (hemorrágicos), chamado de aspecto de amora Fatores - carga infectante do fungo inalado - etilismo - tabagismo - saúde sitêmica do paciente - podem afetar a progressão ou resolução da infecção Forma crônica - progressão lenta - localizada ou disseminada - manisfestações geralmente pulmonares, cutâneas e muscosas - 70% lesões faringe, laringe s D DS DS Kamila Kosinski Julião – Odontologia/UFMS 2019