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seção 2 trabalhista

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DOTRABALHO, DA 1ª VARA DO TRABALHO DE PELOTAS/RS.
Processo nº: 0001022-20.2019.504.0001
AZ Automóveis S/A., já qualificada nos autos da RECLAMAÇÃO TRABALHISTA Nº..., por seu advogado que está subscreve, com escritório em (endereço), OAB nº..., vem, perante Vossa Excelência, apresentar sua CONTESTAÇÃO
Em face de
Miguel Antônio dos Santos, também já qualificado, pelos fundamentos seguintes:
ACIDENTE DE TRAJETO – RESPONSABILIDADE CIVIL
É inexistente que o acidente de trajeto seja equiparável a acidente de trabalho. Pois segundo o relatório apresentado pelo diretor jurídico da empresa, fica claro que o obreiro não fazia seu trajeto habitual casa/trabalho no momento do acidente de trânsito. Foi entregue pelo diretor do departamento jurídico da empresa, Sr. Carlos Alves, documento em que o trabalhador renuncia, espontaneamente, o direito de recebimento do vale transporte. Também lhe entrega um mapa contendo os horários das linhas de ônibus que chegam na empresa e nela se verifica que o último horário era às 23:45 horas, ou seja, o uso da motocicleta foi uma opção feita pelo trabalhador.
Por fim, apresenta-lhe documentos relativos a uma investigação interna da empresa que demonstra que o local em que o trabalhador sofreu o acidente não fazia parte do seu trajeto habitual, quando vindo de sua residência. A conclusão do relatório é de que ele deveria chegar ao estabelecimento comercial não pelo bairro em que sofreu o acidente, mas pelo outro lado da cidade, acessando a empresa pela Av. Ramiro Faria, o que não foi feito no dia do infortúnio, ou seja, o autor fez um desvio da rota para o serviço, descaracterizando o acidente como sendo de trabalho.
Em seguida, deve-se refutar a aplicação da responsabilidade civil objetiva. O argumento básico é no sentido de que a atividade de operador de produção não era arriscada, sendo que dirigir motocicleta não fazia parte das suas funções. Além disso, 
não se vislumbra qualquer ação ou omissão da empresa relativa ao acidente de trânsito, assim como inexiste nexo de causalidade.
Ademais, não se pode olvidar das informações constantes no Boletim de Ocorrência. Nele há relato de que o acidente se deu em razão do motorista do automóvel ter avançado o sinal vermelho. Além disso, ele estava embriagado. Tal prova deve ser invocada para sustentar a existência de fato de terceiro, que é excludente da reparação civil. 
A reclamada também deve refutar o valor pretendido a título de indenização por danos morais. O art. 223-G, §1º, inciso III, da CLT, prevê 20 (vinte) vezes a última remuneração do empregado como teto para a indenização, podendo ser arbitrada em patamar bastante inferior.
B) ESTABILIDADE NO EMPREGO
No tocante à estabilidade no emprego ou indenização substitutiva, a pretensão fica afastada pelo uso dos mesmos fundamentos que descaracterizaram o acidente como sendo de trabalho. Por não ter esta natureza jurídica, não há amparo na legislação pátria para o direito à estabilidade. 
 
C) GRATUIDADE JUDICIÁRIA
No que diz respeito ao pedido de gratuidade judiciária, deve-se invocar as informações passadas pelo diretor jurídico da empresa, no sentido de que atualmente o reclamante está empregado, auferindo remuneração de R$ 5.000,00, que é superior ao limite estabelecido no art. 790, §3º, da CLT.
D) HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
A reclamada deve contestar o pedido de pagamento de honorários advocatícios. O argumento é de que a previsão contida no art. 791-A, da CLT (introduzido pela da Lei n. 13.467/17) é objeto de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI n. 5766).
DA IMPUGNAÇÃO DOS PEDIDOS
Impugnam-se TODOS os pedidos do Reclamante eis que manifestamente improcedentes não merecendo guarida inclusive o pedido de Dano moral.
DOS REQUERIMENTOS
Isto posto, requer a Vossa Excelência:
Requer, portanto, o recebimento desta exceção de incompetência, com suspensão do feito, com a remessa dos autos à Vara do Trabalho de Vilhena-RO, juízo competente para julgar a presente demanda, de acordo com o art. 651 da CLT.
O recebimento da presente Contestação, bem como sua apreciação para julgar improcedente a presente demanda, com a extinção do processo com resolução do mérito sobre esses pedidos, nos termos do inc. IV, do art. 269 do CPC.
Protesta por todos os meios de prova em direito admitido, em especial depoimento pessoal do Reclamante e testemunhal, bem como pericial;
Impugna-se o pedido de Assistência Judiciária, eis que o Reclamante não cumpre com os requisitos legais para tal concessão;
No que tange aos honorários assistenciais, nota-se que o procurador da Reclamante não cumpre os requisitos legais para tal recebimento;
Que seja a presente ação julgada totalmente improcedente, com a condenação do reclamante ao pagamento das custas e demais despesas processuais.
Postula ainda em caso de condenação a compensação de todos os valores devidamente pagos.
Termos em que,
Pede deferimento.
Local e data.
ADVOGADO
OAB_________

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