Buscar

Prévia do material em texto

DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II
Professora Lidia Vivas
Letra de Câmbio
A Lei Interna: Decreto 2.044/1908. 
Em 1930 houve a confecção da Lei Uniforme acerca da Letra de Câmbio e Nota Promissória – LUG. 
Só em 1966 ocorreu a absorção da Convenção de Genebra (o Brasil, na década de 30, foi signatário); 
A LUG foi incluída no ordenamento jurídico interno pelo Decreto 57.663/1966. 
Temos então, três intervenientes na relação jurídica : sacador, sacado e tomador ou beneficiário.
Letra de Câmbio
ARTS. 1 º E 2º DA LUG :
REQUISITOS ESSENCIAIS : A ) Denominação Letra de Câmbio; B ) Mandato de pagar quantia determinada; C) Nome da pessoa que deve pagar; D ) Nome da pessoa a quem deve ser paga; E ) Indicação da data em que a letra é 
passada; F ) Assinatura do sacador.
REQUISITOS NÃO ESSENCIAIS : A ) Lugar de emissão; B ) Época do vencimento; C ) Lugar do pagamento.
Letra de Câmbio
A falta de qualquer um dos chamados requisitos essenciais transforma o documento em quirógrafo. 
art. 2º, 1ª alínea da LUG - consagra o FORMALISMO - o não cumprimento dos requisitos essenciais tira do título os efeitos
da letra de câmbio.
Por força do Art. 3° do Dec. 2.044/1908 e a Súmula 387 do STF : “ A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode
ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto. ” Os requisitos não precisam constar do documento no momento do saque. A letra pode ser sacada incompleta e assim circular. 
Letra de Câmbio
O portador do título , desde que de boa-fé, presume-se autorizado pelo emitente a completar o título, mas há de fazê-lo até o
ajuizamento da ação cambial.
O portador de boa-fé é considerado procurador do emitente do título. (Art.891 do CCB ).
Letra de Câmbio
Letra de Câmbio
O endosso impróprio não produz a transferência da titularidade, mas, legitima a posse sobre a cártula.
endosso-mandato ou procuração (art. 18 LUG);
endosso pignoratício ou caução (art. 19 LUG);
endosso póstumo ou tardio (art. 20 LUG).
Letra de Câmbio
Havendo pluralidade de avalistas, os avais podem ser sucessivos ou simultâneos. Os avais sucessivos são superpostos, de maneira que um avalista garante o outro. 
São avais em preto ( mencionam o nome de quem se avaliza ) geralmente indicados pela expressão “ por aval de ... ”. O avalista que pagar a obrigação pode cobrar de seu avalizado integralmente a importância que dispender.
Nos avais simultâneos todos os avalistas são garantes do avalizado. Os nossos Tribunais vêm admitindo os avais em branco ( que não
indicam o nome de quem se avaliza ) , ainda que superpostos, são considerados simultâneos. Súmula 189 - STF: avais em branco e
superpostos consideram-se simultâneos.
Nota Promissória
A nota promissória segue a disciplina legal da letra de câmbio, salvo quando a natureza de cada título determina a incompatibilidade entre eles. Por ex : sendo a nota promissória uma promessa de pagamento, não admite aceite. Tanto o Dec. 2.044/1908 quanto a LUG, regulamentam ao mesmo tempo, a letra de câmbio e a nota promissória.
As normas comuns aos dois títulos estão previstas no Art. 77 da LUG.
Nota Promissória
Nota Promissória
Os requisitos essenciais da nota promissória estão previstos no Art. 75 da LUG. Os requisitos supríveis por lei estão indicados no Art. 76 da LUG. São também aplicáveis às notas promissórias as disposições relativas ao aval (Art. 30 a 32 da LUG). Se o aval não indicar a pessoa por quem é dado, entender-se-á, pelo subscritor da nota promissória .(art.77in fine da LUG).
Os títulos de crédito, em nosso direito, vêm exercendo, progressivamente a função de garantia de obrigações contratuais.
As notas promissórias vinculadas a contrato, deixam de ter autonomia, passando a cambial a ter caráter acessório, impedindo a circulabilidade do título, uma de suas principais características .
Nota Promissória
Tal entendimento pacificado pelo STJ é refletido pelas súmulas :
Súmula 233 – O contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato de conta-corrente, não é título executivo.
Súmula 258 – A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de autonomia em razão da iliquidez do título
que a originou.
Cédula de Crédito Bancário
A Lei nº 10.931 de 02 de agosto de 2004, disciplinou a Cédula de Crédito Bancário nos artigos 26 ao 45. Referida lei criou um título de crédito 
claramente dotado de força executiva, conforme prescreve o artigo 28, não deixando espaço para qualquer outro posicionamento jurisprudencial, bem como para a não aplicação da Súmula 233 do Superior Tribunal de Justiça a esse tipo de contrato.
Art. 28. “ A Cédula de Crédito Bancário é título executivo extrajudicial e representa dívida em dinheiro, certa, líquida e exigível, seja pela 
soma nela indicada, seja pelo saldo devedor demonstrado em planilha de cálculo, ou nos extratos da conta corrente, elaborados conforme
previsto no § 2º.”

Mais conteúdos dessa disciplina