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CARBOIDRATOS Profa. Dra. Nágela Magave Siqueira INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA - MT CAMPUS BELA VISTA CARBOIDRATO SUMÁRIO Introdução Definição Classificação Nomenclatura e estrutura Propriedades físico-quimicas Propriedades funcionais em alimentos. Profa. Dra. Nágela Magave CARBOIDRATO Introdução açúcares simples Carboidrato açúcares complexos Fibras Os carboidratos são as biomoléculas mais abundantes na natureza Profa. Dra. Nágela Magave CARBOIDRATO Estrutura química Um dos principais componentes sólido dos alimentos; São também conhecidos como açúcares; hidratos de carbono, glicídios, glucideos, etc. Solúveis em meio aquoso Profa. Dra. Nágela Magave São poliidroxialdeídos (ou aldoses) - ou poliidroxicetonas (ou cetoses), Os mais simples são compostos com 3 carbonos: Estrutura - O que são carboidratos? Profa. Dra. Nágela Magave Poliidroxialdeídos e Poliidroxicetonas com as seguintes características: No mínimo três átomos de carbono; Grupos funcionais aldeído ou cetona Obedecer a seguinte fórmula: (CH2O)n * Carboidrato Amplamente distribuídos na natureza; Fonte de energia Celulose e hemicelulose Não fonte de energia, mas de fibras dietética Profa. Dra. Nágela Magave Função dos Carboidratos Fonte de energia: acionar a contração muscular, trabalho biológico. Armazenado - animal glicogênio e nos vegetais como amido; Combustível para o sistema nervoso central: essenciais para o funcionamento do cérebro, cuja única fonte energética é a glicose . Componentes estruturais (paredes celulares, superfícies celulares, componentes estruturais do DNA, insetos, etc.) Profa. Dra. Nágela Magave Função dos Carboidratos Profa. Dra. Nágela Magave Nos alimentos exercem uma série de funções: edulcorantes, geleificantes, espessantes, precursores de compostos de aroma e cor; texturizantes, umectantes...etc. Nos alimentos são responsáveis pela maioria das reações de escurecimento. Onde podemos encontrá-lo??? Fontes dos carboidratos na alimentação Arroz Milho Trigo Aveia Frutas Hortaliças Fígado Leite Qual sua classificação??? CLASSIFICAÇÃO Profa. Dra. Nágela Magave Classificação Monossacarídeo Oligossacarídeo Polissacarídeo Classificação quanto ao tamanho Profa. Dra. Nágela Magave Polissacarídeos: amido, glicogênio, celulose, pectinas, gomas Monossacarídeos São os carboidratos mais simples e constituem as unidades estruturais dos oligo e polissacarídeos. - Maioria tem sabor doce. Classificação quanto ao grupo funcional Profa. Dra. Nágela Magave Aldoses - glicose, ribose, desoxiribose, galactose, manose. Cetose – frutose, ribose, xilulose. Classificação quanto ao nº. C Profa. Dra. Nágela Magave De acordo com o número de átomos de carbono (C) os monossacarídios são denominados: Trioses: gliceraldeído, dihidroxiacetona Tetroses: eritrose, treose Pentoses: ribose, arabinose, xilose Hexoses: glicose, manose, frutose Os monossacarídeos mais comuns na natureza são: GLICOSE, RIBOSE, MANOSE, GALACTOSE e FRUTOSE. Classificação quanto ao tipo de biomolécula Profa. Dra. Nágela Magave Simples: glicose sacarose glicogênio Conjugados: glicoproteínas glicolipídios 1) Amido Polissacarídeos 2) Glicogênio 3) Celulose 4) Pectinas 5) Gomas Profa. Dra. Nágela Magave Polissacarídeos Monossacarídeos unidos através da ligação glicosídica - milhares de monossacarídeos. Eles podem ser de origem vegetal (celulose, amido e fibras) e animal (glicogênio). Homopolissacarídeos (ex: amido, glicogênio) Heteropolissacarídeos (ex: pectinas) Amido Fonte de reserva energética dos vegetais Matéria prima mais barata e abundante Na indústria de alimentos: espessante, estabilizande, gelificante, umectante, etc. Formado: amilose e amilopectina, em proporção que varia com a espécie e grau de maturação (banana, milho, arroz, mandioca....) Profa. Dra. Nágela Magave Profa. Dra. Nágela Magave Glicogênio Formado por cerca de 30.000 moléculas de glicose. Polissacarídeo de reserva energética animal e de fungos. Em animais é encontrado principalmente no fígado e nos músculos. Profa. Dra. Nágela Magave Glicogênio Profa. Dra. Nágela Magave Celulose Formada por 4.000 moléculas de glicose Reforço esquelético de vegetais Digerida por Metazoários que apresentam microrganismos no trato digestório. Não é digerida pelo organismo humano. Constitui as fibras vegetais de nossa dieta. Profa. Dra. Nágela Magave Pectina Apresenta poder gelificante Alto grau de metoxilação (até 80%): ATM e BTM (Ca) Insolúvel em água (exceto o ácido péctico) Confere a frutas e vegetais não maduros uma textura rígida. Ex.: frutas cítricas (20-30%), maçã (10-15%) Forma géis na presença de sacarose em meio ácido. Profa. Dra. Nágela Magave Profa. Dra. Nágela Magave Propriedades Funcionais CARBOIDRATOS mono e di Profa. Dra. Nágela Magave Profa. Dra. Nágela Magave Alimentos Funcionais x Propriedades Funcionais Profa. Dra. Nágela Magave Alimentos Funcionais: além de suas propriedades nutritivas - ação fisiológica que resultam em benefícios à saúde, seja na sua manutenção ou na prevenção de doenças - Propriedades Funcionais Nutracêuticas Propriedades Funcionais: não são nutritivas, mas que influem na estrutura e aceitabilidade do alimento. Tais como: viscosidade, solubilidade, adsorção de água e lípideos, formação de emulsões, de formação de gel e de textura. Profa. Dra. Nágela Magave Propriedades Funcionais Açúcar invertido – captação de água - %5 + Hidrólise da sacarose - liberando glicose + frutose. O açúcar não redutor passa a redutor. Pode ser obtida por efeito químico – ácidos deixa mais barato o processo, mas o uso de enzimas permite mais rapidez. Normalmente, a obtenção industrial de glicose pode ser feita: por aquecimento de xarope (sacarose em solução) com adição de ácido; a frio, com adição de ácido forte usando enzimas sem aquecimento Profa. Dra. Nágela Magave Propriedades Funcionais Texturização propriedade de alterar a textura dos alimentos - decorre da elevada solubilidade dos carboidratos em água. Os efeitos estruturais - dependem do seu estado físico, de suas interações com a água - concentração de empregada. Altas concentrações podem conferir aos alimentos consistência de sólido e transparência ou podem cristalizar. Profa. Dra. Nágela Magave Formação de gel Profa. Dra. Nágela Magave Formação de gel Profa. Dra. Nágela Magave Formação de gel Profa. Dra. Nágela Magave Propriedades Funcionais Solubilidade Escolha - maior ou menor solubilidade do carboidrato em água, ele pode ser escolhido para um determinado tipo de alimento industrializado. Todos açúcares são solúveis em água. Há variação de 30 a 80% na solubilidade Influência: Temperatura – mono e di em água – Forma Ex. frutose + Lactose - Profa. Dra. Nágela Magave Profa. Dra. Nágela Magave Cerca de mil produtos acabados - destinados a diversas utilizações industriais nas áreas: agro-alimentar, papeleira, química, medicamentos, têxtil, metalúrgica, petrolífera, de construção civil, entre outras. A indústria de alimentos utiliza os amidos como ingredientes básicos dos produtos ou aditivos para melhorar a fabricação, a apresentação e a conservação dos produtos. Amido Profa. Dra. Nágela Magave Amido - abundante na natureza - celulose. Encontrado - vegetais de folhas verdes, raízes, caules, sementes ou frutas Indústria - principalmente na alimentícia, o amido é utilizado para alterar ou controlar diversas características, como textura, aparência, umidade, consistência e estabilidade no shelf life. Usado para ligar ou desintegrar; expandir ou adensar; clarear ou tornar opaco; reter umidade ou inibi-la; produzir textura curta ou fibrosa; textura lisa ou polposa; coberturas leves ou crocantes..Amido Profa. Dra. Nágela Magave Fontes Amido Tr Profa. Dra. Nágela Magave Forma não modificada, os amidos têm uso limitado na indústria alimentícia. Ex. amido de milho: não modificados hidratam facilmente, intumescem rapidamente, rompem-se, perdem viscosidade e produzem uma pasta pouco espessa, elástica e coesiva. Amido nativo – adaptado – produtos feitos na hora – sem preocupação com a conservação Amido Modificado Profa. Dra. Nágela Magave Métodos modificação Químico Dextrinização - hidrólise ácida do amido. Dextrina - apresenta maior solubilidade em água fria que o amido comum e forma soluções menos viscosas e géis mais duros em temperaturas mais baixas. Usos: em balas de gomas e confeitos. Amido Modificado Profa. Dra. Nágela Magave Métodos modificação – Físico Pré-gelatinização: após a gelatinizaçao o amido é seco e pulverizado Produto - dispersável em água fria e pode formar géis sem aquecimento. Uso: pudins e sopas instantâneas e recheios de bolo (nos quais o cozimento não é utilizado) e como espessante em recheios, molhos, e sopas. Amido Modificado Profa. Dra. Nágela Magave Dependendo do tipo – funções: facilitar o processamento, servir como espessante em sopas, caldos e molhos de carne, fornecer sólidos em suspensão e textura, ser ligante em embutidos de carne, estabilizante em molhos de salada, ou ainda, proteger os alimentos durante o processamento. Amido Modificado - utilização Profa. Dra. Nágela Magave Fécula de mandioca: o principal amido -indústria frigorífica. Maior absorção de água - os produtos mais macios e proporcionando maiores rendimentos e menores custos. Amido Modificado - utilização Profa. Dra. Nágela Magave Biscoitos: padronizar o teor de glúten da farinha, em proporção de 15% a 20% (trigo). Em geral, os biscoitos feitos com farinhas mistas (amido e trigo) são mais bem aceitos por se tornarem mais agradáveis ao paladar e serem mais leves do que os convencionais. Amido Modificado - utilização Profa. Dra. Nágela Magave Indústria de massas - macarrão - fécula de mandioca - muito vantajosa no que diz respeito ao aspecto do produto, diminuição do tempo de cocção e outros. Indústria de sobremesas - amido nativo - espessante em mistura com leite (1% a 2%)- dependendo das características do produto e com um máximo possível de 2,5%. Amido Modificado - utilização Profa. Dra. Nágela Magave Indústria de iogurtes – substituir a gelatina para obtenção de um produto final cremoso snacks - amido nativo - principalmente os elaborados com amendoim (amendoim japonês, ovinhos de amendoim, etc) Wafers - diminuir a força do glúten (0,5% do peso total do produto final) Sopas - espessantes Amido Modificado - utilização Profa. Dra. Nágela Magave Pré-gelatinizados - utilizados como espessantes em sopas instantâneas e em caldo de carne desidratado e outros molhos prontos. Produção de massas, condimentos, etc Amido Modificado - utilização Principais reações químicas em CARBOIDRATOS Profa. Dra. Nágela Magave Caramelização Reação de Maillard Profa. Dra. Nágela Magave Destaque pela frequência e efeitos nos alimentos Reações de escurecimento em alimento As reações que provocam escurecimento dos alimentos podem ser oxidativas ou não oxidativas Escurecimento oxidativo (ou enzimático): reação entre o oxigênio e um substrato fenólico catalisado pela enzima polifenoloxidase e NÃO ENVOLVE CARBOIDRATOS Profa. Dra. Nágela Magave Reações de escurecimento em alimentos As reações que provocam escurecimento dos alimentos podem ser oxidativas ou não oxidativas Escurecimento não oxidativo (ou não enzimático): envolve o fenômeno de caramelização e/ou a interação de proteínas ou aminas com carboidratos (reação de Maillard) Profa. Dra. Nágela Magave Mecanismos das reações de escurecimento Profa. Dra. Nágela Magave Mecanismo Requerimento de oxigênio Requerimento de NH2 pH ótimo Produto final Maillard Não Sim >7,0 Melanoidinas Caramelização Não Não 3,0 a 9,0 Caramelo Oxidação de ácido ascórbico Sim Não Entre 3,0 e 5,0 Melanoidinas Profa. Dra. Nágela Magave Escurecimento não enzimático Depende da quantidade e tipo de carboidratos – menos de proteínas e aminoácidos. Maior ocorrência em açúcares redutores Desejável – Ex. crosta do pão (dest. 70 lisina), café torrado, chocolate, carne assada Profa. Dra. Nágela Magave Escurecimento não enzimático Indesejável: leite e derivado (dest.lisina) Sucos, vegetais, produtos desidratados e concentrados, cereais e derivados (lisina) “flavor”, aroma, coloração Desejável e Indesejável Profa. Dra. Nágela Magave Reação de escurecimento em alimentos Profa. Dra. Nágela Magave Reação de escurecimento em alimentos Leite e derivados Teor de lactose Proteínas termossensíveis – soro Lisina - pasteurizado – 3% - esterilizado – 8 – 12% - Pó – até 30% Profa. Dra. Nágela Magave Reação de escurecimento em alimentos Carnes Relativamente resistentes – acidez natural, baixo teor de açúcares reativos Em peixes mais intenso: alto teor de ribose, aumento do pH – alterações “pós mortem” Profa. Dra. Nágela Magave Reação de escurecimento em alimentos Cereais e derivados Destruição da lisina Formação “flavor” e coloração desejável Induzidas – adição de açúcares redutores ou hidrólise do amido. Secagem do macarrão e cozimento pão – alta destruição da lisina - temperatura elevada e baixo UR. Obrigado! nagelap@terra.com.br
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