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CURSO DE NUTRIÇÃO DISCIPLINA: TÉCNICA DIETÉTICA II 6º PERÍODO Prof.: MSc. Lorena Pinto Andrade 04 e 11/09/2019 Cardápio Hospitalar DIETAS HOSPITALARES → DIETOTERAPIA Dietoterapia é “o tratamento dos indivíduos portadores de determinada patologia através de alimentação adequada, considerando-se não só a doença, mas também todas as condições em que se encontra o indivíduo” (AUGUSTO,1995) 1 - INTRODUÇÃO - CONCEITO DIETOTERAPIA E TÉCNICA DIETÉTICA A dietoterapia busca na Técnica dietética: Formas de modificar o padrão dietético do paciente Atingir uma finalidade terapêutica Compensar a disfunção de determinados órgãos afetados por patologias variadas 1 - INTRODUÇÃO - FINALIDADE Dieta geral: “É aquela balanceada em nutrientes, de fácil preparação, de apresentação agradável, adequada a indivíduos sadios e àqueles doentes que não necessitam de nenhum tipo de modificação na sua dieta em virtude da patologia” 1 - INTRODUÇÃO – DIETA GERAL x DIETA MODIFICADA Dieta especial: “A alimentação especial, apesar de seguir as mesmas normas da dieta geral (...) apresenta modificações em suas características sensoriais (físicas, químicas para melhor atender às necessidades do indivíduo enfermo)” Augusto et al. (2005) • COZINHA GERAL - são preparadas as refeições para atender: pacientes com dieta geral, médicos e funcionários. • COZINHA DIETÉTICA - são preparadas as refeições de dietoterapia, através da oferta de alimentos com consistência ou nutrientes adequados a necessidade do paciente. • LACTÁRIO - Área do Serviço de Alimentação destinada ao preparo e distribuição de fórmulas lácteas e complementares para os lactentes. 1- INTRODUÇÃO – ESTRUTURA NECESSÁRIA -Para diminuir os riscos de contaminação em alimentos a RDC 216/2004 regulamenta técnicas de boas práticas no serviço de alimentação, dispondo de vários critérios para sua padronização (BRASIL, 2004). -A qualidade higiênico-sanitária dos alimentos pode ser alcançada por meio de programas de capacitação de manipuladores com treinamentos específicos, sendo este um dos pré-requisitos para que não ocorra contaminação dos alimentos, já que, freqüentemente, ela está associada à falta de conhecimento ou à negligência (SACCOL et al., 2006; LANGE et al., 2008). 1 - INTRODUÇÃO – CONTROLE HIGIÊNICO - SANITÁRIO RIGOROSO CONTROLE HIGIÊNICO – SANITÁRIO... https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwicyYCW-_nSAhUCGpAKHaShCxAQjRwIBw&url=http%3A%2F%2Fwww.visaonoticias.com%2Fnoticia%2F14555%2Fdia-nacional-de-controle-da-infeccao-hospitalar&psig=AFQjCNGbK_1zbBZX5zIYBzHEq_6XoWi1rA&ust=1490816673922237 2 – AJUSTES DIETÉTICOS Modificações quantitativas e qualitativas da dieta normal: Alteração da consistência dos alimentos; Aumento ou diminuição do valor energético da dieta; Aumento ou diminuição dos tipos de nutrientes; Ajustes na proporção e no equilíbrio dos nutrientes; Omissão de alimentos específicos; Rearranjo no número e na freqüência das refeições; Mudança na via de administração de nutrientes (enteral ou parenteral) Augusto et al. (2005) 2 – ATRIBUTOS PASSÍVEIS DE MODIFICAÇÃO Sabor: Doce Salgado Temperatura: Ambiente Quente Fria Gelada Determinar a temperatura é importante para o equilíbrio termostático entre TGI e alimento; 2 – ATRIBUTOS PASSÍVEIS DE MODIFICAÇÃO Volume: Normal Aumentado Diminuído Depende da capacidade gástrica do paciente Para evitar a distensão gástrica, deve-se aumentar a freqüência das refeições e diminuir seu volume. • Consistência: - Normal; - Branda; - Pastosa; - Semi-líquida; - Líquida 3 – ALTERAÇÃO NA CONSISTÊNCIA • NORMAL: Não exige modificação dietoterápicas; É completa, harmônica e adequada, sem nenhuma restrição; Fornece calorias e nutrientes em quantidades diárias recomendadas para manter a saúde do indivíduo. 3 – ALTERAÇÃO NA CONSISTÊNCIA • BRANDA: Dieta intermediária da dieta normal e da dieta pastosa Consistência atenuada e menor quantidade de resíduos Facilita e diminui o tempo da digestão Seu teor calórico não se difere significativamente da dieta normal Todos os ingredientes são modificados pela cocção Os alimentos devem ser preparados com pouca gordura, ervas e especiarias (exceto sálvia, tomilho e páprica) EXCLUSÃO: FRITURAS, ALIMENTOS QUE FORNECEM RESÍDUOS NÃO DIGERÍVEIS, VEGETAIS CRÚS, CONDIMENTOS. 3 – ALTERAÇÃO NA CONSISTÊNCIA BRANDA - EXEMPLOS Arroz bem Cozido. Feijão. Legumes Cozidos. Carnes Magras. Mamão, Banana, Melão, Melancia, Abacate, Caqui, Manga, Morango. Doces: Pasta, Compotas, Manjar, Gelatina, Sagu, Cremes... Macarrão, Polenta, Purê, Suflê, Quibe Assado. BRANDA - EXEMPLOS • PASTOSA: “Repouso Digestivo” (sem temperos e condimentos fortes); Favorece a digestibilidade falta de dentes, dificuldade de deglutição e em fases críticas de doenças crônicas, como insuficiência cardíaca e respiratória, e diarréia; A fibra também é diminuída ou modificada pela cocção. 3 – ALTERAÇÃO NA CONSISTÊNCIA PASTOSA - EXEMPLOS Arroz Pastoso. Macarrão Argolinha / Polenta. Legumes sem Casca e sem Sementes em Pedaços Pequenos e Bem Cozidos ou Purê: abobrinha, moranga, chuchu, batata, mandioquinha. Leite e Derivados (Queijo Cremoso, Iogurte, Coalhada). Carne Moída / Caldo de Feijão / Ovo Cozido ou Poché. Doces: Pasta, Manjar, Pudim, Creme, Curau Gelatina.Frutas: Mamão, Banana, Abacate / Vitaminas e Sucos. PASTOSA - EXEMPLOS • SEMI LÍQUIDA: Preparos de consistência espessada contendo alimentos líquidos e semi-sólidos (em emulsão ou suspensão) Propicia repouso digestivo ou atende às necessidades do paciente quando alimentos sólidos não são bem tolerados Evita mastigação e possui pouco resíduo Alimentos permitidos: caldo de carne engrossado, iogurte desnatado, coalhada desnatada, sorvete de frutas, sopas liquidificadas e coadas sem a carne, vitamina de fruta e mingau ralo. 3 – ALTERAÇÃO NA CONSISTÊNCIA SEMI LÍQUIDA- EXEMPLOS • LÍQUIDA: Totalmente composta por preparações líquidas na temperatura corporal; Fornece nutrientes de forma que exija um mínimo de esforço nos processos digestivos e absortivos; Pós operatórios, casos graves de infecção, transtornos e inflamação gastrintestinais, etc. Mínimo de esforço nos processos digestivos; Pouca saciedade: administração a cada 2h com quantidade de açúcar mantida no mínimo para não provocar fermentação e flatulência. 3 – ALTERAÇÃO NA CONSISTÊNCIA LÍQUIDA - EXEMPLOS TODOS OS ALIMENTOS LIQUIDIFICADOS E COADOS. ATENÇÃO DEVIDO A LIMITADA VARIEDADE!!! LÍQUIDA - EXEMPLOS • LÍQUIDA: Características: chá claro, limonada, suco de frutas e caldo de sopa coados, caldo de carne sem gordura, gelatina líquida de cores claras. Alimentos que devem ser excluídos: sucos ou sopas não coados, alimentos com consistência, exemplo: pão, bolacha, etc. LÍQUIDA - EXEMPLOS • Restrição ou de acréscimo de determinado nutriente; • Aumento/ redução da quantidade de um ou mais nutrientes; • Independente de sua consistência, volume etc. 4 – MODIFICAÇÃO NO EQUILÍBRIO DOS NUTRIENTES • Normocalórica: Quantidades normais de calorias, dentro das necessidades de cada paciente. • Hipocalórica: Restrição de calorias. Produz balanço perda de peso. Indicada para pacientes obesos ou em caso de doenças que requerem urgência médica em perda de peso. • Hipercalórica: Aumento de calorias acima do valor energético total (VET) do paciente. Gera ganho de peso. Indicada para pacientes em subnutrição. Fracionada em 6 a 7 refeições/ dia, pode usar complementos nutricionais hipercalóricos. 4 – MODIFICAÇÃO NO EQUILÍBRIO DOS NUTRIENTES • Normoprotéica: Quantidades normais de proteínas, segundo as necessidades do paciente. • Hipoprotéica: Quantidades diminuídas de proteínas. As proteínas oferecidas devem ser ricas em aminoácidos essenciais. • Hiperprotéica: Quantidadesaumentadas de proteínas. Indicada para pacientes em estado de hipercatabolismo, ou traumatizados como queimados, para reconstituição do tecido lesionado. Oferece proteínas de alto valor biológico como a albumina. 4 – MODIFICAÇÃO NO EQUILÍBRIO DOS NUTRIENTES • Normoglicídica: Quantidades normais de carboidratos, segundo as necessidades do paciente. • Hipoglicídica: carboidratos reduzidos, sem diminuir necessariamente as calorias. Ex.: dieta para o diabético, pobre em glicídios simples. • Hiperglicídica: Quantidades aumentadas de carboidratos 4 – MODIFICAÇÃO NO EQUILÍBRIO DOS NUTRIENTES • Normolipídica: Quantidades normais de gorduras, segundo as necessidades do paciente. • Hipolipídica: Pobre em gorduras, principalmente saturadas. Pode ser ofertado TCM para melhorar a absorção de gorduras e a ingestão calórica. • Hiperlipídica: boa quantidade de gorduras, principalmente de TCMs. Indicada para tratamento de desnutrição grave. Nem sempre é associada à hipercalórica, pois, pode ser ajustada de acordo com as necessidades do paciente, enfocando apenas a maior oferta de gorduras de boa qualidade. 4 – MODIFICAÇÃO NO EQUILÍBRIO DOS NUTRIENTES • Hipossódica: pobre em sódio. É indicada para pacientes HAS, cardiopatas, com retenção de líquidos (edema). • Rica em potássio: contém alimentos fonte de potássio. A carência de potássio é comum e pós- operatórios, má nutrição, equilíbrio nitrogenado prolongado, perdas gastrintestinais e alcalose metabólica. • Pobre em potássio: pode ser administrada em casos de doenças renais, onde a acidose metabólica é comum. 4 – MODIFICAÇÃO NO EQUILÍBRIO DOS NUTRIENTES EXEMPLOS DE CARDÁPIOS HOSPITALAR Cardápio do Hospital Sírio Libanês • PADRONIZADAS PARA DOENÇAS ESPECÍFICAS, SENDO QUE ELAS PODEM SOFRER ALTERAÇÕES NA CONSISTÊNCIA, COMPOSIÇÃO OU EM AMBAS. DIABETES IR HAS ALERGIAS PREPARO DE EXAMES DISFAGIA ORAL DIETAS POR SONDA ARTESANAIS 4 – DIETAS ESPECIAIS4 – MODIFICAÇÃO NO EQUILÍBRIO DOS NUTRIENTES Objetivo dieta: • Pacientes HAS, AVC, IR e determinados cânceres como o de estômago. • A redução de sal na alimentação confere regressão da hipertrofia ventricular, reduz a proteinúria, excreção de cálcio urinário e risco de cálculo renal. • Pacientes com HAS orienta-se 5g de sal/ dia. 5 – DIETA COM RESTRIÇÃO DE SAL Como substituir as funções tecnológicas do sal: O sal desempenha funções importantes nas preparações: dá o sabor salgado ao alimento; controla a ação dos fermentos das massas; controla a osmose nos alimentos, entre outras. Assim, é necessário conhecer algumas funções tecnológicas do sódio para que se selecione a melhor técnica dietética para reduzir a quantidade de sal adicionada no preparo de alimentos. 5 – DIETA COM RESTRIÇÃO DE SAL Como substituir as funções tecnológicas do sal: -No cozimento acrescentar: ervas, especiarias ou hortaliças. -Alimentos ricos em glutamato como tomate e cogumelos são realçadores de sabor e sua adição contribui para uma melhor aceitabilidade da preparação. -O uso de sal de ervas pode reduzir o uso do sal comum. 5 – DIETA COM RESTRIÇÃO DE SAL Como substituir as funções tecnológicas do sal: -Para os peixes e grelhados, usar o suco de limão, laranja ou maracujá para dar sabor especial ao grelhado -Para salada usar azeite aromatizado com ervas -Utilizar temperos, especiarias e ervas aromáticas para realçar o sabor das preparações. 5 – DIETA COM RESTRIÇÃO DE SAL Lembrar: -São necessárias de 2 a 4 semanas para que os receptores tornem-se mais perceptíveis à intensidade da sensibilidade ao sal ao se reduzir a quantidade de sal utilizado. -Orientar que com o tempo, o organismo irá se adaptar à essa redução. 5 – DIETA COM RESTRIÇÃO DE SAL 5 – DIETA COM RESTRIÇÃO DE SAL Especiarias e ervas aromáticas Uso Açafrão Peixes, aves, carnes, sopas, massas, caldas, molhos frios e quentes, cremes e pães Aipo Sopas, molhos, saladas, pães, cozimento de carnes, aves e peixes Alecrim Tempero de aves, carnes, peixes, sopas, molhos, marinadas Alho Tempero, cozido, molho e vinagretes Alho poró Saladas, cozidos, molhos, sopas, cremes, risotos, tortas, suflês Cebola Salada, sopas, cozidos, torta, cremes, cozidos, assados e refogados Cebolinha Tempero aromático e para decoração, saladas cozidas em molhos e sopas Coentro Sopas, peixes, frutos do mar, aves, molho, legumes EXERCÍCIO DUPLA Elabore um cardápio para dieta normal e evolua em todas as consistências, procurando utilizar sempre que possível, os mesmos ingredientes. Dieta Normal Dieta Branda Dieta Pastosa Dieta semi- líquida Dieta líquida Dúvida?! • Japur CC, Vieira MNCM. Dietética Aplicada na Produção de Refeições. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. • Vieira MNCM, Japur CC. Gestão de Qualidade na Produção de Refeições. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. • Ornellas LH. Técnica Dietética – Seleção e Preparo de Alimentos. 8ª edição. São Paulo: Atheneu. • Philippi ST. Nutrição e Técnica Dietética. Barueri: Manole, 2003. 6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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