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FARINGOAMIGDALITE 
ANIBAL MESCUA CARDOSO, UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA, MEDICINA, 2020. 
 
Infecção da mucosa faríngea e das tonsilas palatinas causada por vírus e 
bactérias. 
 
MICROBIOLOGIA 
 
A maioria das faringoamigdalites é viral (75%), sendo o adenovírus o principal agente 
etiológico. Os quadros bacterianos têm o Streptococcus pyogenes (Streptococcus 
beta-hemolítico do grupo A) como o principal agente causal. 
 
APRESENTAÇÃO CLÍNICA 
 
ANAMNESE E EXAME FÍSICO 
 
QUADRO CLÁSSICO: Relato de febre, queda do estado geral, prostração e 
inapetência, queimação faríngea, faringalgia, odinofagia e otalgia reflexa. 
AO EXAME: Eritema faríngeo, acompanhado ou não de exsudato pultáceo em faringe 
e amígdalas (não aderente), adenomegalias cervicais. 
 
FORMAS CLÍNICAS 
 
ERITEMATOSAS: Congestão e hiperemia difusas da mucosa faríngea e tonsilas 
palatinas. Geralmente de etiologia viral; 
ERITEMATOPULTÁCEAS: Além de hiperemia e edema difusos da mucosa faríngea 
e das amígdalas, há presença de exsudato purulento na superfície das tonsilas 
palatinas. Geralmente causadas pelo S. pyogenes; 
PSEUDOMEMBRANOSAS: Presença de pseudomembranas aderentes às tonsilas 
palatinas, que podem invadir o pilar amigdaliano anterior, semelhante à difteria. 
As manifestações clínicas de faringites virais e bacterianas são muito similares e, 
muitas vezes, a diferença etiológica é muito difícil com base na anamnese e no exame 
físico. No entanto, como o objetivo principal é diferenciar a faringite estreptocócica, 
alguns achados falam a favor da mesma. 
 
SINAIS QUE FAVORECEM O DIAGNÓSTICO DE FARINGITE ESTREPTOCÓCICA 
 
1. Rash escarlatiniforme 
2. Petéquias em palato 
3. Exsudato faríngeo 
4. Vômitos 
5. Linfonodos cervicais dolorosos 
6. Ausência de tosse 
7. 5 a 15 anos de idade 
 
SINAIS QUE FAVORECEM O DIAGNÓSTICO DE FARINGITE VIRAL 
 
1. Sintomas respiratórios (tosse, coriza, rouquidão, congestão nasal) 
2. Diarreia 
3. Estomatite anterior 
4. Conjuntivite 
 
SINAIS DE FARINGOAMIGDALITES ESPECÍFICAS 
 
DIFTÉRICA: Presença de placas esbranquiçadas fortemente aderidas em faringe, 
pilares amigdalianos e palato, com áreas hemorrágicas; 
HERPANGINA: Causada pelo vírus Coxsackie. Inicialmente com vesículas em pilar 
anterior, palato mole e úvula, que posteriormente se rompem e dão origem a úlceras 
rasas; 
MONONUCLEOSE INFECCIOSA: Presença de linfadenopatia difusa e 
hepatoesplenomegalia ou história de rash cutâneo após administração de amoxicilina; 
FUSOESPIRALAR (PLAUT-VINCENT): Odinofagia unilateral, geralmente sem febre 
e associada à higiene oral inadequada. Presença de úlcera amigdaliana, coberta por 
pseudomembrana de odor fétido; 
FEBRE FARINGOCONJUNTIVAL: Presença de conjuntivite + faringite/tonsilite, 
infecção por adenovírus; 
SÍNDROME DE LEMIERRE: Promboflebite da veia jugular interna, cursa com febre 
alta (> 39 °C), com sintomas respiratórios e faringite necrosante invasiva em loja 
tonsilar evoluindo para sepse, causada pelo Fusobacterium necrophorum. 
 
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA 
 
 
A abordagem diagnóstica visa reconhecer infecções que requerem tratamento 
específico para prevenir complicações e transmissão da doença. A maioria dos 
quadros de faringoamigdalites são virais, porém, em crianças e adolescentes de 5-15 
anos, a faringite estreptocócica corresponde a 40% dos casos, sendo seu tratamento 
fundamental para prevenção de febre reumática; 
EXAME MICROBIOLÓGICO PARA STREPTOCOCCUS DO GRUPO A: Indicado em 
pacientes com faringite aguda com edema, eritema ou exsudato ao exame físico, na 
ausência de sinais ou sintomas de doença viral, e crianças sintomáticas expostas a 
pacientes com faringite estreptocócica ou em áreas de alta prevalência; 
CULTURA DE MATERIAL DE OROFARINGE: Apresenta 90-95% de sensibilidade 
para infecção estreptocócica, e pode identificar outros agentes etiológicos. 
Recomendada como primeira escolha quando o resultado está previsto em menos de 
48 horas, caso contrário, procede-se ao teste rápido e, quando o mesmo é negativo, 
solicita-se a cultura; 
TESTE RÁPIDO PARA INFECÇÃO ESTREPTOCÓCICA: Em caso positivo, indica 
antibioticoterapia para profilaxia de febre reumática. Em caso de teste negativo, 
realiza-se a cultura de orofaringe para confirmação/exclusão do diagnóstico; 
DETECÇÃO DE ANTICORPOS HETERÓFILOS: Positivo após 14 dias de doença e, 
portanto, pouco útil para o diagnóstico de infecção por Epstein-Barr; 
EXAMES LABORATORIAIS: Hemograma completo, eletrólitos e função renal, PCR e 
lactato. Podem ser solicitados em pacientes toxêmicos ou com critérios para sepse, 
porém não são recomendados de rotina. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO 
 
• AGUDAS: Processo infeccioso agudo; 
• RECORRENTES: Sete episódios em um ano, cinco episódios por ano em dois 
anos consecutivos, ou três episódios por ano em três anos consecutivos; 
• CRÔNICAS: Formas obstrutivas por hipertrofia de tecido tonsilar, ou crípticas, 
com formação de cáseos. 
 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 
 
O diagnóstico é clínico e a diferenciação da etiologia se dá por meio do ESCORE 
CENTOR: 
 
T°ax > 38°C: 1 ponto; 
Ausência de tosse: 1 ponto; 
Adenopatia cervical anterior dolorosa: 1 ponto; 
Exsudato ou edema tonsilar: 1 ponto; 
3 a 14 anos: 1 ponto; 
15 a 44 anos: 0 ponto; 
45 anos: - 1 ponto. 
 
RESULTADO 
 
0 ponto: 2-3% de chance de infecção estreptocócica; 
1 ponto: 4-6% de chance de infecção estreptocócica; 
2 pontos: 10-12% de chance de infecção estreptocócica; 
3 pontos: 27-28% de chance de infecção estreptocócica; 
4 pontos: 38-63% de chance de infecção estreptocócica. 
 
ACOMPANHAMENTO 
 
 
INTERNAÇÃO HOSPITALAR: Pacientes com complicações supurativas (abscesso 
retrofaríngeo ou tonsilar) ou com toxemia proeminente, em vigência de infecção 
bacteriana, devem ser internados para antibioticoterapia parenteral e avaliação de 
conduta cirúrgica. 
 
SEGUIMENTO AMBULATORIAL: Pacientes em tratamento domiciliar com resolução 
espontânea do quadro de faringite não necessitam, em geral, de consulta de retorno. 
Pacientes com diagnóstico de faringite estreptocócica, especialmente crianças, devem 
ter consulta de retorno após conclusão da antibioticoterapia, ou no aparecimento de 
novos sintomas ou qualquer sinal de piora clínica. 
 
 
COMPLICAÇÕES 
 
• Faringite estreptocócica; 
• Febre reumática; 
• Glomerulonefrite aguda; 
• Síndrome do choque tóxico; 
• Escarlatina. 
 
 
ABORDAGEM TERAPÊUTICA 
 
• As faringites virais necessitam apenas de tratamento sintomático; 
• As faringites estreptocócicas devem ser tratadas com antibióticos para 
prevenção do aparecimento de febre reumática; 
• Deve-se tratar com antibióticos quando o ESCORE DE CENTOR > 3 
• Antibiótico de escolha: penicilina. 
 
Referências Bibliográficas 
 
Hirata CHW, Dimatos SC. Faringotonsilites. In: Ganança FF, Pontes P (coord). Manual 
de otorrinolaringologia e cirurgia de cabeça e pescoço. Barueri: Manole, 2011;cap 73. 
 
Almeida ER, Grasel SS, Beck RMO. Faringotonsilites e hipertrofia de tonsilas.In: Neto 
SC, et al. Tratado de otorrinoJaringologia. 2. ed. São Paulo: Roca, 2011;4(3). 
 
Duncan BB, Schmidt MI, Giuliani ERJ. Medicina Ambulatorial: Condutas de Atenção 
Primária Baseadas em Evidências. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. 
 
Gusso G, Lopes JMC. Tratado de Medicina de Família e Comunidade - 2ª edição. 
Porto Alegre: Editora Artmed, 2019.

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