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DISCIPLINA: 
GESTÃO E MAPEAMENTO DE 
PROCESSOS 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Roberto Candido Pansonato 
 
 
2 
 
 
REPRESENTAÇÃO DE FLUXO DE PROCESSO: 
 
1. INTRODUÇÃO 
Após conhecer e compreender o que é desperdício e valor, você já é 
capaz de começar a elaborar representações gráficas para mapeamento de 
processos. Na rota anterior, verificamos também o que é valor agregado e lead 
time (lembram-se do exemplo da fila?), vimos ainda como funciona o conceito 
de cadeia de valor de Porter, onde se tem uma visão das atividades primárias e 
de apoio dentro das organizações. 
 
2. PROBLEMATIZAÇÃO 
O diagrama abaixo é relativo a um mapeamento de um processo simples. 
Conforme já foi verificado nas rotas anteriores, pode-se afirmar que: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
2 
3 
 
 
3 
 
I) O ponto nº 1 refere-se a um caminho natural do processo, enquanto o 
ponto 2 significa o fim desta etapa. 
II) O ponto 3 significa a necessidade de um relatório para que o processo 
avance e o Ponto 1 refere-se a uma condição de decisão. 
III) O ponto 2 refere-se a um conector de rotina, enquanto o ponto 3 
significa que algum documento deve ser gerado para sequência do 
processo. 
IV) O ponto 2 significa um conector de rotina enquanto o ponto 1 refere-
se a uma condição de desvio inerente ao processo. 
 
a) ( ) As alternativas I e III estão corretas; 
b) ( ) As alternativas II e III estão corretas; 
c) ( ) Somente a alternativa I está correta; 
d) ( ) As alternativas II e IV estão corretas; 
e) ( ) Somente a alternativa IV está correta. 
 
Análise 
O exemplo acima é relativo a um fluxograma simples, no entanto já se 
pode observar alguns itens que são essenciais a compreensão de um mapa de 
processos. No caso específico deste exercício, a alternativa “b” é a correta: 
O ponto 1 significa uma condição de decisão (normalmente com duas 
possíveis respostas: sim ou não). 
O ponto 2 expressa uma circunstância em que se tem uma referência para 
“quebra do fluxograma”, ou seja, o processo deve iniciar em outra posição 
conforme indicado no círculo “A”. Este recurso é utilizado para evitar 
cruzamentos (intersecções) de linhas. 
Quanto ao ponto 3, é um símbolo que significa que existe algum 
documento (relatório por exemplo) que deve ser utilizado como um “input” 
(entrada) para sequência do processo. 
 
 
4 
 
3. OBJETIVOS DA AULA 
 
3.1 Conhecimento efetivo: assimilar as terminologias das diversas linguagens 
para modelamento de processos. 
3.2 Conhecimento Conceitual: diferenciar os conceitos das diferentes 
linguagens (notações) de acordo com os tipos de aplicação. 
3.3 Conhecimento Procedural: critérios e regras para utilização das notações 
como uma forma de comunicação técnica. 
3.4 Conhecimento Metacognitivo: compreender como utilizar as diversas 
linguagens com ferramentas estratégicas para administração. 
 
3.5 Quanto ao Processo Cognitivo 
3.5.1 – Lembrar os conceitos das principais ferramentas para mapeamento de 
processos. 
3.5.2 – Entender o porquê da utilização de linguagens específicas para 
apresentação de fluxos de processos. 
3.5.3 – Aplicar as ferramentas e técnicas de acordo com as necessidades 
específicas de cada processo. 
3.5.4 – Analisar as linguagens de mapeamento de processos e quais são as 
formas de comunicação de cada tipo de notação. 
3.5.5 – Avaliar os benefícios da utilização das linguagens (notações) no trabalho 
do administrador. 
3.5.6 –Desenvolver capacidades para interpretar e elaborar mapeamentos de 
processos com a utilização das notações inerentes. 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
6 
 
4. REPRESENTAÇÃO DE FLUXO DE PROCESSO: FLUXOGRAMA DE 
PROCESSO 
 
 4.1 - Descrição e contextualização 
Conforme visto anteriormente, um fluxograma é uma linguagem em forma 
de diagrama que tem como finalidade representar processos ou fluxos de 
materiais e operações (diagramação lógica, ou de fluxo). É uma forma de 
notação para comunicação de fluxos de processo, entre as várias existentes, 
talvez a mais simples e com certeza uma das mais utilizadas. 
Quando se utiliza o termo fluxograma, ocorrem algumas dúvidas 
referentes a diagrama (ou fluxograma) de blocos, fluxograma de processos, 
fluxograma funcional, vertical, etc. 
A seguir será apresentada de forma resumida uma classificação referente 
a fluxogramas: 
a) Diagrama de Blocos: Apresenta uma sequência de atividades contínua 
e sem envolvimento de decisão. Pode ser utilizado em Instruções de 
Trabalho Simples ou Macro Fluxo de Processos. No Macro Fluxo só 
funciona para demonstrar relações contínuas entre os processos. 
NOTA: os diagramas de blocos, são comumente citados quando 
utilizados em uma linguagem de programação de softwares, que não 
é o tema objeto desta disciplina. 
http://www.infoescola.com/administracao_/fluxograma/
 
 
7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b) Fluxograma de Processo Simples: Como já citado anteriormente, 
mostra as relações entre as fases e necessidades básicas de qualquer 
processo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
c) Fluxograma Funcional (ou de raias): Mostra a sequência das 
atividades de um processo entre as áreas ou seções por onde ele flui. 
É útil para processos que não se completam em uma única área pois 
indica também os responsáveis por cada fase. Uma variante desse 
fluxograma apresenta também uma linha do tempo cronológica que 
permite a identificação de gargalos do processo. 
Fluxograma simples. (Fonte: o autor) 
Diagrama de blocos 
 
 
8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
d) Fluxograma Físico ou Geográfico: Mostra o caminho percorrido por um 
processo no ambiente. É geralmente confeccionado sobre uma planta 
do setor ou da fábrica (similar a um mapa). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fluxograma de raias (Fonte: o autor) 
Fluxograma físico (Fonte: o autor) 
 
 
9 
 
e) Fluxograma ANSI: É o mais complexo deles, mas também o mais 
completo, apresentando uma relação fiel (se for bem feito) da 
interação das etapas do processo. Para executá-lo, normalmente 
começamos com um Diagrama de Blocos onde vamos detalhando e 
incluindo alternativas de tomada de decisão até que tenhamos um 
“retrato” do processo o mais próximo possível da realidade. Ele possui 
uma simbologia internacionalmente compreendida, criada pelo 
“American National Standards Institute” (ANSI) que será apresentado 
posteriormente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
f) Diagrama Vertical: Mostra uma sequência de eventos (processos) pela 
qual o produto/serviço passa. O diagrama ilustra os passos do(s) 
processo(s), seu relacionamento e informações referentes a distância 
percorrida e tempo das atividades. Normalmente utilizado para 
pequenos processos de manufatura. 
Fluxograma padrão ANSI (Fonte: http://pagotto.wordpress.com) 
 
 
 
10 
 
 
 
Embora tenhamos uma série de tipos de fluxograma, a simbologia não 
tem uma alta rigidez, o que faz que invariavelmente alguns profissionais utilizem-
se de pequenas alterações para poder apresentar um mapeamento de processo. 
Segue abaixo uma simbologia básica para construção de fluxogramas (a 
mais usual e aceita pela maioria dos modeladores de processos). 
SÍMBOLO NOME SIGNIFICADO 
 
Terminação 
Utilizado quando 
queremos indicar o 
início ou o fim de uma 
rotina ou de um 
fluxograma. 
 
 
 
 
Operação ou 
atividade 
Dentro do símbolo deve 
ser descrita, de forma 
sucinta, a operação ou 
atividade que é 
realizada. 
Diagrama Vertical 
 
 
11 
 
 
 
Decisão 
Símbolo utilizado 
quando no fluxo de 
informações existe mais 
de um caminho a 
seguir. Neste caso, uma 
pergunta deve ser feita 
dentro do símbolo, de 
forma resumida. As 
respostas a esta 
pergunta devem ser 
preferencialmente sim 
ou não (saída binária), 
que nascem em dois 
ângulos diferenciados e 
seguem caminhos 
alternativos. 
 
Documento 
Utilizado quando 
determinada etapa doprocesso deve incluir a 
emissão de um 
documento impresso 
(relatório, por exemplo). 
 
 
 
 
Dados 
(computador) 
Utilizado quando 
determinada etapa do 
processo é realizada 
através de uma tela de 
programa de 
computador. 
 
Sub-
Processo 
(interfaces) 
Indica que toda uma 
rotina é realizada neste 
ponto e que, para 
simplificar o fluxo, esta 
rotina foi desenhada em 
outra página ou está em 
outro arquivo. 
 
 
12 
 Área de 
arquivo físico 
Representa arquivo 
definitivo de 
documentos físicos. 
Dentro dele deve ser 
colocado o local de 
arquivamento. 
 
 
Conector de 
Rotina ou de 
Fluxo 
O conector de rotina 
permite simplificar a 
vinculação de sub-
rotinas e/ou 
fluxogramas sem que 
haja intersecções de 
linhas. Portanto, dentro 
do símbolo deve ser 
colocada uma letra ou 
outro sinal que permita 
a identificação de onde 
se encontra a 
continuação da rotina. 
 
 
Conector de 
Página 
Caso um fluxograma 
não caiba em uma 
página, coloca-se um 
símbolo para indicar 
que existe continuação. 
Dentro do símbolo 
coloca-se o número da 
página que dá 
continuidade ou uma 
referência para 
localização. Na outra 
página, em sentido 
contrário, coloca-se a 
referência ou o número 
da página anterior. 
 
 
13 
 Dados Dados digitados e 
armazenados 
automaticamente no 
sistema 
 
 
Banco de 
dados 
Banco de dados: Mídia 
eletrônica. Quando 
utilizado, deve ser 
precedido pelo símbolo 
de digitação de dados 
do sistema. Não pode 
ser utilizado no começo 
e no fim do fluxo. 
 
Linha de 
ponta cheia 
Mostra a direção do 
fluxo das atividades, 
indicando o caminho 
obrigatório. Não se 
deve escrever sobre 
este símbolo. 
 Linha 
tracejada 
ponta cheia 
Mostra a direção 
obrigatória do fluxo de 
informação. Não se 
deve escrever sobre 
este símbolo. 
 
 
Executante 
Símbolo utilizado para 
representar a troca de 
executante das 
operações/atividades. 
Em todos os momentos 
que o executante é 
alterado, o novo 
executante é 
identificado com este 
símbolo. 
 
 
 
14 
 
Outra simbologia importante, é a ANSI (American National Standards 
Institute) que criou um padrão em que alguns símbolos são similares aos 
mostrados acima. 
 
 
 
4.1.2 – Como elaborar fluxogramas (vídeo 3) 
Endosso que, de início, a melhor forma de se elaborar um fluxograma para 
retratar um mapa de processos deve ser feita manualmente. 
E por que deve ser feito assim? 
Você deve perguntar que, com tanta tecnologia e tantos softwares que 
facilitam as nossas vidas, vamos voltar ao passado e utilizar papel e lápis? Sim, 
neste momento é o melhor caminho, pois na maioria das vezes o profissional de 
mapeamento de processos deve percorre-lo na prática. Como dizem os 
japoneses através do termo “gemba gembutsu “, que significa em curtas 
palavras: vá ao local de trabalho e enxergue o que está acontecendo. Por 
experiência, não existe melhor método para mapear um processo. 
Simbologia de Fluxograma Padrão ANSI 
15 
Mas você pode perguntar: eu vou ficar para sempre com desenhos 
elaborados a mão através de lápis em uma folha de papel? Não. 
Aí é que entra a tecnologia. De posse de todas as informações obtidas no 
chão de fábrica ou na área de serviços (gemba), utilize as ferramentas e 
tecnologias disponíveis para agilizar o trabalho. Para elaboração de 
fluxogramas, podem ser utilizados aplicativos do pacote office da Microsoft 
(excel ou powerpoint, por exemplo, que não foram criados especificamente para 
este fim, no entanto podem atender bem a esta demanda), ou utilize o Visio, 
também da Microsoft, este sim um aplicativo que foi criado com a finalidade de 
se elaborar diagramas dos mais variados tipos (fluxogramas, organogramas, 
mapas de fluxo de valor, etc). 
Agora que você conhece o que é um processo, o que deve ser observado 
em um mapeamento de processos (lembra-se dos “oito” desperdícios?), as 
simbologias existentes e os aplicativos que atendem a criação de diagramas, 
você já está apto a elaborar um fluxograma. 
4.2 – Texto Leitura Obrigatória 
Leia o artigo sobre “Projeto e analise de processos de serviço: uma 
avaliação de técnicas de representação”, onde é explorado as dificuldades de 
mapeamento de processos na área de serviço e um comparativo de algumas 
técnicas de representação avaliadas conforme link abaixo: 
http://www.seer.ufrgs.br/index.php/ProdutoProducao/article/view/1432/377
4.3 – Vídeo – 7 a 10 min. 
4.4 – Quiz 
 
 
16 
 
Analise e responda: 
1) A empresa SS fabricante de máquinas para trabalho em madeira 
precisa fazer uma análise organizacional. Verificou-se que alguns 
parâmetros necessitavam ser identificados em sua fábrica, a fim de 
subsidiar os processos de análise. Relativo a esta necessidade, 
considere os aspectos a seguir relacionados: 
I) Fluxograma; 
II) Estrutura organizacional; 
III) Política de pesquisa e desenvolvimento; 
IV) Formulários; 
V) Planejamento estratégico; 
VI) Estrutura motivacional; 
VII) Clima Organizacional; 
VIII) Layout do local de trabalho; 
IX) Política de marketing; 
X) Organograma da fábrica. 
 
Com base nas técnicas e conceitos referentes a mapeamento de 
processos e numa análise adequada de OSM (Organização, Sistema e Métodos) 
da fábrica, devem, prioritariamente ser contemplados os seguintes aspectos: 
a) ( ) I, III, V, VII e IX; 
b) ( ) I, II, IV, VIII e X; 
c) ( ) II, IV, V, VII, e X; 
d) ( ) II, IV, VI, VIII e X; 
e) ( ) III, V, VII, VIII e X. 
 
 
2) Você agora é capaz de desenhar um fluxograma de um processo 
qualquer. Desenhe um fluxograma detalhado do processo: “dar partida 
no carro e sair dirigindo” abordando detalhes tais como: 
 
 
 
 
17 
 
 Todas as ações do motorista (pegar chaves, abrir a porta, etc.); 
 Decisões que devem ser tomadas pelo motorista tais como: as 
chaves estão corretas, o carro deve sair pra frente ou para trás, as 
posições do banco e espelhos estão corretas, etc.; 
 Início e fim do processo. 
 
3) Um mapeamento de processos foi realizado na empresa “PrintEasy” 
que executa impressões de publicações a partir de pedidos dos 
clientes. A priori, as informações foram descritas para posterior 
elaboração do fluxograma. Com base nas técnicas de mapeamento de 
processos, elabore um fluxograma com raias (aquele que descreve os 
departamentos conforme descrição abaixo) no sentido horizontal 
conforme dados abaixo: 
 O cliente inicia o processo com a requisição do pedido; 
 O departamento de impressão coleta a informação a ser 
processada (dados no computador); 
 O departamento de fechamento encaderna o material; 
 O departamento de qualidade verifica a gramática. 
 Se estiver correto, segue para o departamento de envio que 
processa o preenchimento do pedido e envia ao cliente. 
 Se não estiver correto, retorna ao processo de impressão. 
 
Resposta: 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
5. REPRESENTAÇÃO DE FLUXO DE PROCESSO: MAPEAMENTO DO FLUXO 
DE VALOR 
Na rota dois aprendemos quais são as principais notações de processos. 
Nesta rota, verificamos como se elaboram os fluxogramas, com as técnicas e 
simbologias apropriadas e executamos alguns exercícios de aplicação. Com o 
fluxograma é possível mapear a grande maioria dos processos, sejam eles no 
ambiente fabril ou num ambiente de serviços, porém, vamos ver agora uma 
ferramenta muito utilizada pelo pessoal do “Lean Manufacturing” (ou produção 
enxuta, baseado no STP). 
Trata-se do mapeamento do fluxo de valor. As vantagens desta 
ferramenta em relação a outras ferramentas referentes a mapeamento de 
processos são: 
a) Ajuda a visualizar mais do que simplesmente os processos individuais, 
por exemplo, solda, montagem ou um processo de publicação, 
conforme visto anteriormente. Você pode enxergar o todo. 
b) Ajuda a identificar os desperdícios e as fontes dos mesmos no fluxo 
de valor. 
c) Junta conceitos e técnicasenxutas, que o ajuda a evitar a 
implementação de técnicas isoladas. 
d) Mostra a relação entre fluxo de informação e fluxo de materiais. 
e) Identifica com clareza o lead time, o tempo real de processamento e 
consequentemente as atividades que não agregam valor. 
f) Descreve como sua unidade deve operar para criar um fluxo. 
g) Liga todos os processos: desde o consumidor final até a matéria-prima 
em um fluxo regular para gerar: o menor lead time, a mais alta 
qualidade e o custo mais baixo. 
 
Como mencionado em um dos itens acima, esta ferramenta tem uma 
visão mais macro, se comparada com o fluxograma. Com esta ferramenta se 
consegue enxergar os fluxos de matérias e informação bem como clientes, 
fornecedores e processos. 
 
 
19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Praticando o mapeamento do fluxo de valor, aprende-se a enxergar o 
chão de fábrica (ou uma área de serviço) de tal modo a apoiar a produção enxuta. 
Lembre-se que mapear é apenas uma técnica, sendo a implementação de um 
estado futuro baseado em conceitos da produção enxuta o objetivo principal 
desta ferramenta. 
 
5.1 – Como elaborar um mapa de fluxo de valor (vídeo 5) 
Mapear um fluxo de valor é algo que necessita de técnicas, 
conhecimentos e habilidades apuradas. Abaixo seguem alguns passos 
primordiais antes de iniciar o mapa propriamente dito: 
a) Acompanhe a trajetória de produção de um produto desde o INÍCIO 
ATÉ O FINAL, e faça uma representação visual do FLUXO DE 
MATERIAL E DE INFORMAÇÃO. 
Exemplo ilustrativo: fluxos de informação, materiais, cliente e fornecedor (Fonte: o autor) 
Fluxo de 
informações 
Fluxo de 
Materiais 
Processos 
A B C F D E 
 
 
20 
b) Desenhe (utilizando ícones) um mapa do ESTADO FUTURO de 
como o VALOR deveria FLUIR. 
c) Inicie por uma família de produto (numa empresa que produz vários 
eletrodomésticos, mapear uma família de manufatura de um micro-
ondas, por exemplo). Não tente mapear mais famílias ao mesmo 
tempo, pois o resultado não será satisfatório. 
d) Embora o mapeamento do fluxo de valor possa ser realizado em 
vários níveis, é recomendável que se faça o mapeamento do 
cliente ao fornecedor, ou comumente conhecido, um mapeamento 
porta a porta. 
 
 
5.1.2 – Simbologia para mapeamento do fluxo de valor 
A simbologia para o mapeamento do fluxo de valor difere um pouco da 
simbologia que aprendemos sobre fluxogramas. Segue abaixo um resumo dos 
ícones utilizados e suas funções: 
 
Mapeando uma família de produto (Fonte: o autor) 
 
 
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5.1.3 – Visões no mapeamento do fluxo de valor 
O Mapeamento do fluxo de valor dever ser construído baseando-se em 
quatro visões: 
1) Visão do Cliente 
2) Visão dos Processos 
 
 
22 
3) Visão do Fluxo de Materiais 
4) Visão do Fluxo de Informações 
 
Para melhor descrever as visões, será apresentado sequencialmente 
exemplos de ícones do mapa de fluxo de valor fundamentado em uma empresa 
fictícia (Montadora São Jorge) juntamente com cada visão. Note que a cada 
inserção de uma visão, o mapa vai evoluindo e crescendo em tamanho e 
informações. Este exemplo é baseado no livro “Aprendendo a Enxergar”, de Mike 
Rother e John Shook. 
1) A Visão do Cliente 
 
Informações necessárias do Cliente: 
 Volume Anual Contratado e Volume Mensal 
 Combinação (mix) de produtos com seus respectivos volumes 
 Tamanho da Embalagem 
 Frequência de Entrega 
 
 
 
 
 
2) Visão dos Processos: 
Informações necessárias do Processo: 
 Quantidade de Turnos 
 Quantidade de Operadores por Turno 
 T/Cp = Tempo de Ciclo do Processo (3600/Produção Horária da 
Célula) 
Visão do cliente no mapa de fluxo de valor 
NOTA: As letras “E” 
e “D” significam 
esquerda e direita 
 
 
23 
 T/C = Tempo de Ciclo Operador (Somatória de todos os tempos 
de ciclo manual da célula) 
 T/S ou (TR) = Tempo de “setup” da célula (caso haja vários 
tempos de “setup”, considerar o mais representativo) 
 TPT = Tamanho dos Lotes de Produção 
 Porcentagem de Refugo 
 OEE = Eficiência Global do Equipamento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Visão dos processos no mapa de fluxo de valor 
 
 
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3) Visão do Fluxo de Materiais 
Informações necessárias do Fornecedor: 
 Tamanho da Embalagem 
 Frequência de Entrega 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Visão do fluxo de 
materiais no mapa 
de fluxo de valor 
Visão do fluxo de 
materiais no mapa 
de fluxo de valor 
Visão do fluxo de materiais no mapa de fluxo de valor 
 
 
25 
 
 
 
4) Visão do Fluxo de Informações 
Informações necessárias: 
 Frequência de entrega 
 Previsão de volumes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Visão do fluxo de informações no mapa de fluxo de valor 
 
 
26 
 
 
Conforme mostrado nos diagramas (mapas) anteriores, esta ferramenta 
fornece a oportunidade de cobrir todo o processo de uma maneira macro, onde 
é possível também identificar gargalos, tempo de agregação de valor e lead time. 
Conforme citado anteriormente, esta ferramenta é bastante utilizada por 
profissionais e empresas que praticam os conceitos de produção enxuta. 
 
5.2 – Texto de leitura obrigatória 
 
Leia o capítulo 3 do livro “Gestão de Processos com Suporte em 
Tecnologia da Informação” disponível na biblioteca virtual do sistema UNICO e 
responda as questões para reflexão na página 43. 
 
Mapa de fluxo de valor completo 
 
 
27 
 
5.3 – Vídeo – 7 a 10 min. 
 
5.4 – Quiz 
 
Analise e responda: 
A) Como visto anteriormente, o mapeamento do fluxo de valor é de 
grande importância para o sucesso de qualquer empresa. Analise as 
afirmativas abaixo e assinale aquela que cita corretamente os itens 
que devem ser levados em conta na elaboração de um mapa de fluxo 
de valor: 
a) ( ) Visão do cliente, visão da administração, visão de vendas e fluxo 
logístico. 
b) ( ) Visão do cliente, visão dos processos e visão dos fluxos de 
materiais e informações. 
c) ( ) Visão do fornecedor, da produção e do cliente. 
d) ( ) Fluxo de materiais do processo até o cliente 
e) ( ) Visão do cliente, visão dos produtos e visão dos fluxos de 
materiais e informações. 
 
B) Uma empresa não fabrica produtos. A empresa produz e entrega 
valores. O que o cliente compra e recebe é um valor, e não somente 
um produto, portanto o que é valor para o cliente? Em resumo, valor 
é tudo aquilo que o cliente está disposto a pagar, o resto é desperdício 
(Silva, 2008). Para se enxergar e distinguir valor em um processo 
qualquer se faz uso de uma técnica denominada mapeamento do fluxo 
de valor. No que diz respeito ao mapeamento do fluxo de valor, pode-
se afirmar que: 
 
I) É uma técnica exclusiva para redução de custos. 
II) É uma ferramenta para mapear fluxos produtivos e identificar 
desperdícios. 
 
 
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III) É uma ferramenta utilizada para mapear os fluxos de valores 
financeiros de uma empresa. 
IV) É uma ferramenta da produção enxuta. 
 
Assinale a alternativa correta: 
a) ( ) I e II estão corretas 
b) ( ) II e III estão corretas 
c) ( ) IV está correta 
d) ( ) II e IV estão corretas 
e) ( ) I está correta 
 
6. SÍNTESE DA ROTA 4 
Por mais que se tente expressar como funcionam os processos dentro de 
uma empresa (com suas entradas, atividades, tarefas, saídas) de forma 
descritiva, o entendimento nunca ocorrerá de forma clara. Traçando um paralelo 
com a técnica de desenho técnico mecânico, será quase que impossível 
transmitir uma ideia ou uma concepção de uma peça relativamente complexa 
somente através de um descritivo ou até mesmo de fotografia. No caso do 
exemplo apresentado, o desenho técnico mecânico transmite todas as ideias de 
forma e dimensões de uma peça, e ainda fornece uma série de informações, 
como: 
• O material do qual é feito a peça; 
• O acabamento das superfícies; 
• Unidade de medida; 
• A tolerância dimensional; etc. 
O fluxograma (ou outrotipo de notação) está para o mapeamento de 
processos tal qual o desenho técnico mecânico está para engenharia mecânica. 
É a forma mais inteligente de se expressar aquilo que se pretende mostrar. Tanto 
os fluxogramas quanto o mapeamento do fluxo de valor (VSM), apresentam de 
forma clara características essenciais dos elementos de um processo (entradas, 
atividades, saídas, pontos de decisão, departamentos, funções, cliente, 
fornecedores, etc.). Conhecer e saber aplicar estas linguagens é fundamental, 
 
 
29 
tanto para o profissional de mapeamento quanto ao administrador que tem como 
objetivo visualizar os processos de forma clara e ordenada. 
No caso do VSM (mapeamento do fluxo de valor), a grande vantagem é 
poder ter uma visão do todo e poder enxergar os desperdícios que muitas vezes 
ficam ocultos. Mas se muitos profissionais e empresas que praticam os conceitos 
de produção enxuta utilizam desta ferramenta, por que poucas empresas se 
aproximam da Toyota em termos de qualidade, produtividade e rentabilidade? 
O que invariavelmente ocorre é que, muitas empresas utilizam as 
ferramentas “Lean” de forma isoladas e o resultado é apenas momentâneo, 
desaparecendo com o tempo. Daí a importância de um pensamento sistêmico 
para o sucesso na aplicação das ferramentas “Lean”. 
Para Shook (2002), a falta de visão holística e a aplicação de ferramentas 
de forma desestruturada são as principais causas de implantações mal 
sucedidas do STP. A figura abaixo ilustra bem este problema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Falta de visão sistêmica (adaptado). Fonte: (Shook, 2002) 
 
 
30 
 
 
7. APLICAÇÃO PRÁTICA 
Nesta rota será analisado um estudo de caso referente a um mapeamento 
de processos com a utilização de fluxograma em uma empresa fabricante de 
estruturas pré-fabricadas de concreto. 
 
7.1 Estudo de Caso 
 
Orientações 
 
a) Leia o estudo de caso atentamente através do link abaixo: 
 
http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2710/1/CT_GEOB
_XVIII_2013_05.pdf 
 
Com base no item: “Apresentação, Análise de Dados e Resultados”, 
do estudo de caso e no texto de aprendizagem, responda as perguntas 
e identifique conceitos que se associam a esta rota. 
b) Realize as atividades conforme abaixo: 
1) No estudo de caso apresentado, a autora elabora um descritivo inicial 
para conhecer quais são as entradas, saídas e fornecedores do processo 
de orçamento de estruturas pré-fabricadas conforme alternativas abaixo: 
 
I) As entradas do processo são: declaração técnica das estruturas 
pré-fabricadas e programação de orçamentos. 
II) As entradas do processo são: projetos, memorial descritivo e 
especificações técnicas. 
III) São considerados fornecedores: cliente externo, representantes, 
fornecedores de itens metálicos e expedição da matriz / filial. 
IV) São considerados fornecedores: representantes, fornecedores de 
itens metálicos e expedição da matriz / filial. 
V) As saídas são: estruturas pré-fabricadas conforme solicitação do 
cliente. 
http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2710/1/CT_GEOB_XVIII_2013_05.pdf
http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2710/1/CT_GEOB_XVIII_2013_05.pdf
 
 
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No levantamento realizado, admite-se como verdadeiro que: 
 
b) ( ) I e II estão corretas; 
c) ( ) III e V estão corretas; 
d) ( ) I, III e V estão corretas; 
e) ( ) II e III estão corretas; 
f) ( ) I e V estão corretas. 
 
2) Realizando uma análise entre o mapeamento do estado atual e o 
mapeamento do estado futuro, percebe-se que houve um ganho nas 
atividades do coordenador de orçamento. Este ganho refere-se a: 
 
a) ( ) Analise de viabilidade; 
b) ( ) Espera; 
c) ( ) Solicitação de informações; 
d) ( ) Revisão de orçamento; 
e) ( ) Viabilidade. 
 
8. ANÁLISE DO ESTUDO DE CASO 
1) No texto, a identificação inicial da autora mostra que as entradas do 
processo são: projetos, memorial descritivo e especificações técnicas 
(item II) e que fornecedores são: cliente externo, representantes, 
fornecedores de itens metálicos e expedição da matriz / filial (item III). 
Reparem que neste caso, o cliente também aparece como fornecedor. 
2) A atividade solicitar informações foi eliminada, obtendo-se um ganho. Esta 
atividade foi realocada para a primeira atividade do coordenador de 
orçamentos. 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
9. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO 
PAVANI JUNIOR, Orlando; SCUCUGLIA, Rafael; Mapeamento e Gestão 
por Processos – BPM. São Paulo: M.Books 2011. 
PORTER, Michael P, Vantagem Competitiva: Criando e Sustentando 
um Desempenho Superior. 27 ed. Rio de Janeiro, Editora Campus, 1989. 
ROTHER, Mike, SHOOK, John, Aprendendo a Enxergar (mapeando o 
fluxo de valor para agregar valor e eliminar o desperdício). Lean Institute 
Brasil (São Paulo, SP), 2009. 
LIKER, Jeffrey K. O Modelo Toyota: 14 Princípios de Gestão do Maior 
Fabricante do Mundo. ed. Bookman, 2005 
STADLER, Adriano; MUNHOZ, Antonio; GUERREIRO, Karen; 
FERREIRA, Paula; Gestão de Processos com Suporte em Tecnologia da 
Informação. Curitiba: Intersaberes 2013. 
http://www.mbsconsulting.com.br/pt-BR/ 
Wikipédia. (Acessado em janeiro de 2015). Definição de Cadeia de valor. 
https://integrasolucoes.wordpress.com/2013/05/05/os-sete-tipos-de-
desperdicios-em-areas-administrativas/ 
 
http://www.mbsconsulting.com.br/pt-BR/
https://integrasolucoes.wordpress.com/2013/05/05/os-sete-tipos-de-desperdicios-em-areas-administrativas/
https://integrasolucoes.wordpress.com/2013/05/05/os-sete-tipos-de-desperdicios-em-areas-administrativas/