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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ PÓS GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO Resenha Crítica de Caso Harvard Jéssica Santos de Almeida Trabalho da disciplina Psicologia na segurança ,com e treinamento Tutor: Prof. Georgia Gomes Vicente Salvador 2020 http://portal.estacio.br/ Cirque du Solei Referência: Delong, Vineeta Vijayaraghavan. Cirque Du Soleil. case 405- P01, Havard Businees School, 06 de Abril de 2006. O Cirque du Solei foi criado em 1984 por artistas de rua conhecidos como “Le Club des Talons Hauts” (o clube dos saltos altos),nesta época apenas 73 pessoas trabalhavam para o Cirque du Soleil, alguns anos depois em 2001 o total de funcionários chegaram a 2100, destes 500 eram artistas. Nos anos iniciais era apresentado um espetáculo por vez, mas o crescimento fez o Cirque chegar apresentar oito produções simultâneas e conquistar 6 milhões de espectadores por ano nos quatro continentes. Um dos fundadores permanecia ainda na companhia, e tornou-se CEO, o Guy Laliberté juntamente com seu sócio também fundador Daniel Gautier. Laliberté era responsável pela produção criativa e Daniel pela administração, parcerias externas e financiamentos. As apresentações dos espetáculos do Cirque du Soleil eram formadas basicamente por artistas de rua, palhaços, acrobatas e ginastas e estes criavam e apresentavam espetáculos teatrais e de dança. Sua primeira apresentação fora do Canadá foi num festival em Los Angeles, em 1987, e para galgar esse degrau foi necessário pegar um empréstimo de US$ 1,5 milhão com o governo federal do Canada para comprar os equipamentos necessários à turnê nos Estados Unidos. O passo seguinte à sua expansão foi explorar o continente europeu em 1990, primeira produção autofinanciada, adendo sua independência financeira. No ano de 1992 foi a vez de lançar sua produção no continente asiático. Nas estratégias a diversificação de atividades comerciais evidenciava-se conforme citado a seguir : Em 1999 o Cirque lança o seu primeiro filme “Alegria” baseado no espetáculo homônimo e também lança seu especial de TV “Cirque du Soleil Presens Quidam. No ano 2000 o Cirque cria uma produção cinematografia “A Jornada do Homem” distribuído pela Sony Pictures Classics. Em 1998, na propriedade da Walt Disney World Resort, o Cirque abre sua primeira loja no seu novo cinema permanente. E por último a companhia desenvolveu o conceito de complexos de entretenimento “combinação única da dramaturgia , da arquitetura e da arte em geral”. Em relação aos recursos humanos, os artistas são tratados de forma que sintam-se bem e felizes. Um dos desafios do Cirque, conforme Cantim, é encontrar os artistas certos. A forma inovadora de criar os espetáculos dá-se da seguinte forma, segundo o treinador ginasta Bernard Petiot “os diretores dizem como querem o espetáculo e nós tentamos criar um plano para as acrobacias, tentamos varias coisas diferentes, sabendo que aquela resposta pode não ser aceita e então tentaremos mais uma vez. Pensei que conhecia o significado de brainstorming antes de vir para cá, mas não tinha a mínima idéia”. Outro grande desafio nas turnês era as contusões que sofriam os atletas e o organizador do espetáculo tinha que readaptar trechos, aumentando ou excluindo para compensar as faltas dos artistas. Para não desmotivar o artista machucado, o diretor tentava mantê-los envolvidos no processo. Alison Crawford, diretora de arte, disse que era preciso ter uma mente aberta, ter paciência, lidar bem com a tensão e amar as pessoas nesta relação com os artistas do elenco. Marc Gagnon, vice presidente Operacional, tentou criar o código de comportamento, solicitou criticas a si próprio, à diretoria e para tal criou o boletim dos funcionários. Gagnon valoriza a comunicação interna e por isso investia muito dinheiro, queria criar o senso de comunidade e família na companhia. Dar muitas festas para Gagnon era uma forma de controlar a tensão, este estava buscando sempre o equilíbrio entre os papéis de pai benevolente e empregador oficial. Concernente aos clientes do Cirque, o objetivo para com eles era proporcionar uma “experiência inesquecível”, e que esse assistisse o espetáculo e voltasse a próxima vez com mais três ou quatro amigos. Alguns dos clientes tornaram-se fãs cativos, e para maior promoção e incentivo a comunicação externa criaram sites e fã clubes. Os sites gratuitos da internet com informações aos assinantes foram utilizados como uma base de marketing pré-vendas para futuras apresentações. Outra estratégia do Cirque foi encurtar seu tempo de permanência durante as turnês e dessa forma esperava gerar uma demanda futura no mercado não atendido, e assim, encurtar os intervalos entre turnês que era de três anos. O diretor de Marketing Mario D’Amico, afirmou que “no Cirque a criatividade é o centro, e não os clientes. O negocio do Cirque é deixar que artistas puros trabalhem como quiserem, eles tem algo a dizer, eles se expressam”. Considerado um “bem de luxo” os espetáculos eram voltados para um publico específico, de renda média apropriada. Uma de suas preocupações foi a nova estratégia de apresentar três ou quatro turnês nos EUA por ano, o publico poderia ficar cansados. Por isso era questionável a entrada em outros mercados de massa com um produto mais acessível, no entanto os artistas deveriam abrir mão de suas ambições e criatividade. A preocupação pela qualidade era de todos os envolvidos. Para o CEO Laliberté, o mais importante era manter a alma, a magia da companhia, por isso não tinha a intenção de incorporar acionistas ao Cirque, pois estes não deixariam realizar ações que ao ponto de vista empresarial não faria sentido, mas para o Cirque constitui-se a sua essência. Apesar das pessoas não gostarem de ser dirigidas ou monitoradas, sempre se perguntaram em qual direção estavam indo, e a resposta estava nas ferramentas utilizadas pelas corporações empresariais, como estratégia, missão, plano e processos. O planejamento corporativo deveria considerar algumas questões a seguir: 1-Diversificação com inclusão de outros tipos de produto como o complexo de entretenimento, Laliberté estava investindo tempo, dinheiro e recursos da organização. Conforme Pouliot poderia ser algo muito diferente, mas questionava a viabilidade de vultoso investimento; 2-Cada vez mais executivos assumiram o alto escalão da companhia e estes agregam características empresariais ao Cirque, pois tais características ameaçavam a alma genuína do Cirque; 3-Entrada de concorrente como o Cirque Oz, que tentou impedir o Cirque de Soleil obter autorização para se apresentar na Austrália; 4-Os altos preços dos ingressos levavam a alguns funcionários a crer que o Cirque era apenas para pessoas ricas, para isso alguns artistas gostariam de criar um Cirque acessível a famílias de baixa renda; 5-O Cirque era necessário ser reinventado de tempo em tempo, podia perder a graçanão apenas para os clientes, mas principalmente para os artistas, a motivação e empolgação eram necessárias para que a magia acontecesse. Conclusivamente, para Cantin, o Cirque estava crescendo numa velocidade perigosa, isto era seu temor, pois havia a possibilidade do Cirque desgastar sua imagem na América do Norte, perder seus talentos originais e decair seu padrão de qualidade. Cantim questionava-se a respeito da existência de estratégia no Cirque, caso exista era realmente necessária ? Ou seria melhor fazer o que sempre fizeram ? Manter o foco nos artistas ?