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RESENHA CRÍTICA - Cirque du Soleil

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
 
 
 
Resenha Crítica de Caso 
Pedro Eugênio Nogueira Oliveira 
 
 
 
 
 
Trabalho da disciplina Psicologia na Segurança, Com. e Treinamento 
 Tutor: Profª. Georgia Gomes Vicente 
 
 
 
 
 
Natal - RN 
2021 
 
 
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CIRQUE DU SOLEIL 
 
REFERÊNCIA 
DELONG, Thomas J.; VIJAYARAGHAVAN, Vineeta. Cirque du Soleil. Harvard 
Business School, 405 – P01, 06 de Abril de 2006. 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O Cirque du Soleil desenvolve suas atividades desde 1984. No início, o circo 
era chamado de Le Club des Talons Hauts (Clube dos saltos altos) e era composta 
por 73 artistas. Já em 2001, o grupo somava 2100 artistas em todo o mundo. As 
decisões corporativas e artísticas eram lideradas por dois homens: Laliberté e Daniel 
Gautier, o primeiro era responsável pela produção criativa, já o segundo, era 
encarregado principalmente pelas parcerias externas, financiamentos e demais 
questões administrativas. O Cirque du Soleil tinha a precaução de manter o grupo 
longe dos meios corporativos, priorizando a tomada de decisões para a preservação 
da arte ao invés do lucro. 
 
2. DESENVOLVIMENTO 
 
O conceito originado pelo Cirque du Soleil é manter a estrutura tradicional do 
circo, com artistas de rua, palhaços, acrobatas e ginastas, produzindo espetáculos 
teatrais e de dança, sem o uso de qualquer animal. A responsabilidade e as 
atribuições do circo eram divididas por duas pessoas: Laliberté e Daniel Gauttier. 
Laliberté era o encarregado sobre a parte artística e Daniel Gauttier pela parte 
administrativa do grupo. Entretanto, essa parceria não durou muito tempo, pois nos 
primeiros anos Laliberté comprou todas as ações de Gautier, que na época foi 
avaliada aproximadamente em US$800 milhões, tornando Laliberté o único dono do 
Cirque du Soleil. 
 
 
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Gerenciar pessoas que são criativas não era algo fácil, já que os artistas muitas 
vezes se posicionavam de forma contrária a ideia que o circo disseminava. Logo, as 
diferenças de pensamento provocaram algumas rebeliões de artistas. Em 1990, o 
circo tentou descentralizar a administração, dividindo-as por três regiões, com o 
objetivo fornecer um melhor suporte a todos os artistas viajantes, componentes dos 
espetáculos que aconteciam simultaneamente em todo o mundo. As divisões ficaram 
localizadas na América do Norte, na Europa e na Ásia. Mas a ideia acabou não 
funcionando e toda a administração foi canalizada para o escritório central, em 
Montreal. 
Os artistas confiavam em Liberté por ser uma pessoa carismática e muito 
criativa. Ele tinha como objetivo fazer o grupo crescer, de maneira que não intervisse 
na liberdade artística, proposta circense que foi criada diferente do comum, já que 
apresentava um circo sem exploração de animais, com profissionais de várias nações 
e culturas distintas, tornando o grupo mais potente devido a diversificação dos valores 
e pela linguagem da arte ser universal. 
Cada profissional tinha uma visão distinta de acordo com a experiência 
vivenciada no Cirque du Soleil, como por exemplo, o regente Oberacker que veio da 
Broadway e disse que se emocionou na primeira apresentação em que assistiu, não 
só pelo espetáculo em si, e sim pelos figurinos, iluminação, danças e cenários 
altamente criativos. 
Oberacker pontuou algumas diferenças entre o Cirque du Soleil e as atrações 
da Broadway. O sindicato da Broadway solicitava remuneração diária para 
alimentação e moradia, enquanto no Cirque du Soleil já estava incluso. Outra 
diferença estava relacionada ao custo das horas de ensaios, no circo não eram 
remunerados, já nos teatros da Broadway os ensaios não aconteceriam sem 
remuneração. Mesmo com as divergências financeiras Oberacker gostava do papel 
que cumpria no circo, levando em consideração a total liberdade artística entre si e os 
demais artistas. 
 
 
 
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O artista Gonzalo Munõs, um palhaço cômico que estudou teatro na Colômbia 
e na França participava de espetáculos nos palcos e nas ruas. Ao assistir um 
espetáculo do Cirque du Soleil, mesmo não gostando da performance dos palhaços, 
ele tinha o respeito por um componente da equipe, equipe na qual ele passou a fazer 
parte, além de receber uma remuneração de 300% a mais do que já recebeu, também 
teria um treinamento de idiomas. 
A diretora do elenco viajava por vinte países em busca de um talento. Ela 
afirmava que a busca por um talento é algo muito difícil, já que devia ser levado em 
consideração o potencial do artista em compor trabalhos futuros que o circo realizaria. 
A corporação incentivava os artistas a se expandirem, entrar em contato com eles 
mesmo. Os artistas tinham que expandir e dominar suas habilidades em outras formas 
artísticas, como por exemplo, aprender uma dança brasileira, a fazer mimica ou balé. 
Uma qualidade que também era desenvolvida nos profissionais, era a capacidade de 
se relacionarem com profissionais de outras etnias. 
O treinador de ginastas, Bernard Petiot tinha a preocupação em criar um bom 
ambiente de aprendizado e suporte para os artistas, tendo em vista o tamanho 
desgaste em fazer e refazer as coreografias. Martin Drumont, diretor interino do 
espetáculo “Dralion”, afirma que trabalhar no Cirque du Soleil é um grande desafio, 
visto a necessidade de ser adaptável e prestativo, além do enorme cansaço que era 
provocado pelas turnês que duravam em média de três anos. Martin Drumont usava 
cinquenta por cento do seu dia no gerenciamento dos colaboradores, buscando 
proporcionar as melhores condições de trabalho que podia, tendo como objetivo o de 
propiciar e manter o bem estar de todos os profissionais. Vale ressaltar que mesmo 
pagando um dos menores salários na época, comparado a outras companhias, o 
Cirque du Soleil foi se ajustando de acordo com seu crescimento, na medida que o 
grupo se desenvolvia os salários dos artistas eram atualizados. 
A companhia se dedicava para criar o ambiente mais favorável aos artistas. 
Mas era um desafio ter que lidar com pessoas de personalidades distintas, visto que 
os artistas se as vezes se excediam na adrenalina, fazendo o que querem na hora e 
 
 
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no momento em que desejavam, logo era de fundamental importância a liderança ter 
paciência, competência ao enfrentar as pressões e o mais importante, amar pessoas. 
O vice presidente Marc Gagnon afirmou que dá liberdade para os 
colaboradores fazerem o que quisessem, mas aposta e investe na responsabilidade 
que cada um tem dentro da corporação. Ele salienta que as festas são organizadas, 
mas que o artista tenha consciência que mesmo morando no local onde as festas 
acontecem, devem compreender que aquele local também trata se do seu ambiente 
de trabalho. Marc Gagnon também dizia que o objetivo do Cirque du Soleil com 
relação aos clientes era que ao entrar sobre a lona, o mesmo estaria próximo a ter 
uma inesquecível experiência. As atrações não eram feitas para a ótica do 
consumidor, e sim pela ótica do artista. O espetáculo é apresentado com a finalidade 
de respeitar a liberdade artística, não para a agradar as opiniões dos espectadores. 
Nas pesquisas realizadas é levado em consideração quais espetáculos que o público 
gostam e não como queriam que fosse. 
O polo foi projetado para que houvesse centro de treinamentos, piscinas, 
ginásio, academias, restaurantes e outras áreas que eram necessárias para o 
desenvolvimento do artista. O diretor notou que a maioria dos colaboradores que 
nunca haviam assistido a um espetáculo não entendia a importância da atividade que 
exercia, já que não ficava em contato direto com a fonte. Em razão disso, quando um 
funcionário pede o desligamento da função que exerce, Fontaine o convida para 
assistir ao espetáculo, mas caso a decisão se mantivesse, o pedido de desligamentoera cumprido. Ao iniciar um novo espetáculo, alguns funcionários eram convidados 
para reerguerem as lonas, para que desta maneira pudessem sentir a magia do circo 
e a importância que cada um tinha. 
 
 
 
 
 
 
 
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3. CONCLUSÃO 
 
Propiciar e promover um ambiente de trabalho saudável e salubre é de 
fundamental importância para qualquer instituição, já que o descaso desses itens 
podem complicar a produção e prejudicar os colaboradores com doenças físicas ou 
psicológicas. O Cirque du Soleil exprime preocupação com a saúde e bem estar dos 
seus integrantes a começar da entrevista, na contratação e durante o 
desenvolvimento das suas habilidades. A remuneração não é o principal fator na 
motivação dos empregados, já que o melhor incentivo é entender as necessidades 
humanas, os sentimentos e entender que cada pessoa tem uma necessidade 
psicológica específica. Portanto, além da remuneração, é importante valorizar o 
profissional de forma que ele se sinta útil ao processo, que ele não é apenas um 
salário, e sim uma das peças importantes que compõem a instituição em que trabalha.

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