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Neoplasias:Conceito, Nomenclatura e Classificação. Referencia bibliográfica:Robbins e Cotran.Patologia-Bases Patológicas das doenças. 9°ed Capítulo 7:Neoplasias Nomenclatura Neoplasia significa “novo crescimento”, e um novo crescimento é denominado de neoplasma. O termo tumor foi originalmente aplicado ao edema causado pela inflamação, mas o uso não neoplásico de tumor praticamente desapareceu; portanto, o termo atualmente se iguala a neoplasia. Oncologia (do grego oncos = tumor) é o estudo dos tumores ou neoplasmas. Uma neoplasia pode ser definida como um distúrbio do crescimento celular que é desencadeado por uma série de mutações adquiridas que afetam uma única célula e sua progênie clonal. Todos os tumores apresentam dois componentes básicos: (1) células neoplásicas clonais que constituem o parênquima tumoral, (2) estroma reativo feito de tecido conjuntivo, vasos sanguíneos e números variáveis de células do sistema imune inato e adaptativo. A classificação dos tumores e seu comportamento biológico são baseados principalmente no componente parenquimatoso, mas seu crescimento e disseminação são criticamente dependentes do seu estroma. Em alguns tumores, o tecido conjuntivo é escasso e então a neoplasia é macia e carnosa. Em outros casos, as células do parênquima estimulam a formação de um estroma colagenoso abundante, referido como desmoplasia. Alguns tumores desmoplásicos – por exemplo, alguns cânceres da mama feminina – são duros como pedra ou cirróticos. -O câncer é a neoplasia maligna Tumores Benignos Diz-se que um tumor é benigno quando seus aspectos micro e macroscópicos são considerados relativamente inocentes, significando que ele permanece localizado, não se disseminará para outras áreas e geralmente pode ser removido por cirurgia local, sendo compreensível que o paciente sobreviva. No entanto, os tumores “benignos” podem causar morbidade significativa e às vezes serem até fatais. Em geral, os tumores benignos são designados ligando o sufixo - oma ao nome do tipo de célula a partir do qual se origina o tumor. Os tumores de células mesenquimais geralmente seguem essa regra. Por exemplo, um tumor benigno que surge nos tecidos fibrosos é denominado fibroma, enquanto um tumor cartilaginoso benigno é denominado condroma. Por outro lado, a nomenclatura dos tumores epiteliais benignos é mais complexa; alguns são classificados com base em suas células de origem, outros no padrão microscópico, e ainda outros em sua arquitetura macroscópica. O termo adenoma é aplicado a uma neoplasia epitelial benigna derivada de glândulas, apesar de poderem, ou não, formar estruturas glandulares. Com base nisso, uma neoplasia epitelial benigna que surja de células dos túbulos renais que crescem na forma de numerosas glândulas pequenas agrupadas é denominado adenoma, assim como uma massa heterogênea de células do córtex das suprarrenais crescendo como lençóis sólidos. As neoplasias epiteliais benignas que produzem micro e macroscopicamente projeções visíveis, semelhantes a dedos ou verrucosas, que surgem a partir de suas superfícies epiteliais, são referidas como papilomas. Aquelas que formam grandes massas císticas, tais como no ovário, são referidas como cistadenomas. Alguns tumores produzem padrões papilares que se projetam nos espaços císticos e são denominados cistadenomas papilares. Quando uma neoplasia, benigna ou maligna, produz uma projeção macroscopicamente visível acima da superfície mucosa e se projeta, por exemplo, na luz gástrica ou colônica, denomina- se pólipo. Se o pólipo possuir tecido glandular, ele é chamado de um pólipo adenomatoso. -Ocorre o crescimento de células ainda diferenciadas,ou seja,as células ainda se parecem com o tecido em que estão se multiplicando(ainda se parece com o tecido sadio) -Sem presença de infiltrado linfocitário e de outras células Tumores Malignos Os tumores malignos são referidos coletivamente como cânceres, um derivado da palavra latina caranguejo, pois costumam se aderir a qualquer região na qual estejam, de maneira obstinada. Os tumores malignos podem invadir e destruir as estruturas adjacentes e se disseminar para áreas distantes (metastatizar), levando à morte. Nem todos os cânceres seguem um curso tão mortífero. Alguns são descobertos cedo o bastante para serem excisados cirurgicamente ou são tratados com sucesso com quimioterapia ou radiação, mas a designação “maligno” sempre levanta uma bandeira vermelha. A nomenclatura dos tumores malignos segue essencialmente o mesmo esquema usado para as neoplasias benignas, com adição de algumas expressões. Os tumores malignos que surgem em tecidos mesenquimais sólidos são geralmente chamados de sarcomas (do grego sar = carnosa; e.g. fibrossarcoma, condrossarcoma,leiomiossarcoma,rabdomios sarcoma), enquanto os que surgem de células formadoras de sangue são as leucemias (literalmente, sangue branco) ou linfomas (tumores de linfócitos ou seus precursores). As neoplasias malignas de origem nas células epiteliais, derivadas de qualquer uma das três camadas germinativas, são denominadas carcinomas. Portanto, o câncer que surge na epiderme de origem ectodérmica, o câncer que se origina nas células dos túbulos renais derivados da mesoderme e nas células do revestimento do trato gastrointestinal derivados da endoderme são todos denominados carcinomas. Os carcinomas podem ser ainda mais especificados. O termo carcinoma de células escamosas denota um câncer em que as células tumorais lembram o epitélio escamoso estratificado, e adenocarcinoma denota uma lesão em que as células epiteliais neoplásicas crescem em um padrão glandular. Algumas vezes o tecido ou órgão de origem pode ser identificado e é adicionado como um descritor, como no adenocarcinoma de células renais ou no carcinoma de células escamosas broncogênico. Não é infrequente que um câncer seja composto por células de origem tecidual desconhecida,devendo ser designado meramente como um tumor maligno indiferenciado. -Tumor maligno tem o crescimento de células indiferenciadas do tecido que formam uma massaroca de células que vão perdendendo a vascularização e suprimento até formar necrose(as células que estão se multiplicando não se parecem mais com o tecido sadio) Nomenclatura das neoplasias(tabelas) A nomenclatura dos tipos mais comuns de tumor é apresentada na Tabela. Fica evidente, a partir dessa lista, que há alguns termos inapropriados, mas profundamente enraizados devido ao seu uso. Por exemplo,designações que soam benignas, tais como linfoma, melanoma, mesotelioma e seminoma, são usadas para certas neoplasias malignas. É também importante reconhecer que os termos que soam ameaçadores são aplicados a algumas lesões triviais. As hamartomas se apresentam como massas desorganizadas, mas benignas, compostas por células naturais de uma área em particular. Uma vez consideradas como uma deformidade do desenvolvimento que não mereciam o sufixo -oma, muitas de fato apresentam aberrações cromossômicas clonais que são adquiridas por meio de mutações somáticas, e com base nisso hoje em dia são consideradas neoplasias.Coristoma é o termo aplicado a um resto heterotópico de células. Por exemplo, um nódulo pequeno de tecido pancreático bem desenvolvido e normalmente organizado pode ser encontrado na submucosa do estômago, do duodeno, ou do intestino delgado. O termo coristoma, que sugere uma neoplasia, sugere a essas lesões uma gravidade muito além de seu significado real. Exceções Tumores Mistos Nas maioria das neoplasias benignas e malignas, todas as células parenquimatosas se assemelham entre si. Com pouca frequência, contudo, a diferenciação divergente de um único clone neoplásico cria umtumor misto, tal como o tumor misto de glândula salivar. Esses tumores contêm componentes epiteliais esparsos em meio a um estroma mixoide que pode conter ilhas de cartilagem ou osso . Todos esses elementos surgem de um único clone capaz de produzir tanto células epiteliais quanto mioepiteliais; portanto, a designação de preferência para tais neoplasias é adenoma pleomórfico. A grande maioria das neoplasias, até mesmo os tumores mistos, são compostos por células de uma única camada germinativa. Uma exceção é o tumor chamado teratoma, que contém células maduras ou imaturas ou tecidos reconhecidamente pertencentes a mais de uma camada germinativa (às vezes a todas as três). O teratoma se origina de células germinativas totipotentes, normalmente presentes nos ovários e nos testículos e, algumas vezes, é também encontrado em restos embrionários anormais na linha média. Tais células podem se diferenciar em qualquer um dos tipos celulares encontrados no corpo adulto e, portanto, não surpreendentemente, podem originar neoplasias que contêm, de maneira desordenada, osso, epitélio, músculo, gordura, nervo e outros tecidos. Um padrão particularmente comum é observado no teratoma cístico ovariano (cisto dermoide), que se diferencia principalmente em linhagens ectodérmicas para criar um tumor cístico revestido de pele e repleto de pelos, glândulas sebáceas e estruturas dentárias. Características das neoplasias Benignas e Malignas Diferenciação e Anaplasia O termo diferenciação refere-se à extensão com que as células do parênquima neoplásico assemelham-se às células parenquimatosas normais correspondentes, tanto morfológica quanto funcionalmente; a falta de diferenciação é denominada anaplasia. Em geral, os tumores benignos são bem diferenciados. A célula neoplásica em um tumor benigno de adipócitos – um lipoma assemelha-se tanto à célula normal que pode ser impossível reconhecer o tumor através da análise microscópica das células individuais. Somente o crescimento de tais células formando uma massa distinta revela a natureza neoplásica da lesão. Pode- se chegar tão perto da árvore que não se enxerga mais a floresta. Em tumores bem diferenciados benignos, as mitoses são geralmente raras e apresentam configuração normal. Em contrapartida, enquanto as neoplasias malignas exibem uma ampla gama de diferenciação das células parenquimatosas, a maioria exibe alterações morfológicas que traem sua natureza maligna(ficam diferentes das células sadias) Neoplasias malignas que são compostas por células pouco diferenciadas são denominados anaplásicas. A falta de diferenciação, ou anaplasia, é considerada uma marca da malignidade. O termo anaplasia significa “formar-se para trás”, indicando uma reversão da diferenciação para um nível mais primitivo. A falta de diferenciação,ou anaplasia,frequentemente está associada a muitas outras alterações morfológicas; -Pleomorfismo: Células cancerígenas sempre mostram pleomorfismo – uma variação no tamanho e na forma. Assim, as células dentro do mesmo tumor não são uniformes, mas variam desde células pequenas com um aspecto indiferenciado, até células tumorais gigantes, muitas vezes maiores do que as suas vizinhas. Algumas células tumorais gigantes possuem apenas um único núcleo gigante polimórfico, enquanto outras apresentam dois ou mais grandes núcleos hipercromáticos. Essas células gigantes não devem ser confundidas com as células de Langhans ou células gigantes tipo corpo estranho inflamatórias, que são derivadas dos macrófagos e contêm muitos núcleos pequenos de aspecto normal. -Morfologia Nuclear anormal: Caracteristicamente, os núcleos são desproporcionalmente grandes para a célula, com uma razão núcleo-citoplasma que pode chegar a 1:1, em vez da relação normal de 1:4 ou 1:6. A forma do núcleo é variável e muitas vezes irregular, e a cromatina está normalmente agrupada de forma desordenada e distribuída pela membrana nuclear, ou com uma coloração mais escura que o normal (hipercromática). Nucléolos anormais grandes também são comumente observados. -Mitoses: Diferentemente dos tumores benignos e de algumas neoplasias malignas bem diferenciadas, nos tumores indiferenciados, muitas células estão na mitose, refletindo atividade proliferativa maior das células parenquimatosas. A presença de mitoses, contudo, não indica, necessariamente, que um tumor seja maligno ou que o tecido seja neoplásico. As mitoses são indicativas de crescimento celular rápido. Desse modo, as células em mitose são muitas vezes observadas em tecidos normais que apresentam rápida renovação, como o revestimento epitelial do intestino e as proliferações não neoplásicastais como as hiperplasias. Mais importante como característica morfológica de malignidade são as figuras mitóticas atípicas, bizarras, algumas vezes com fusos tripolares, quadripolares ou multipolares. -Perda de polaridade: Além das anormalidades citológicas, a orientação das células anaplásicas é significativamente alterada. Lençóis ou grandes massas de células tumorais crescem de maneira anárquica e desorganizada. -Outras Alterações: Células tumorais em crescimento obviamente requererem um suprimento sanguíneo mas, frequentemente, o estroma vascular é escasso e, como resultado grandes áreas centrais de necrose isquêmica desenvolvem-se em vários tumores malignos de crescimento rápido. Como se pode presumir, quanto maior a diferenciação da célula transformada, mais ela retém as capacidades funcionais da sua contraparte normal. Portanto, as neoplasias benignas e carcinomas bem diferenciados de glândulas endócrinas frequentemente secretam hormônios característicos de sua origem. Níveis aumentados desses hormônios no sangue são usados clinicamente para detectar e acompanhar esses tumores. As células altamente anaplásicas e indiferenciadas, não importa qual seja seu tecido de origem, perdem sua semelhança com as células normais das quais se originaram. Em alguns casos, novas e inesperadas funções emergem. Desse modo, alguns tumores expressam proteínas fetais que não são produzidas por células comparáveis em adultos, enquanto outras expressam proteínas que são normalmente encontradas apenas em outros tipos de células adultas. Invasão Local O crescimento dos cânceres é acompanhado por infiltração progressiva, invasão e destruição do tecido circundante, ao passo que quase todos os tumores benignos crescem como massas expansivas coesas que permanecem em seu local de origem e não possuem capacidade para se infiltrar, invadir ou formar metástase em áreas distantes. Como os tumores benignos crescem e se expandem lentamente, geralmente eles desenvolvem um contorno de tecido fibroso comprimido, algumas vezes referido como uma cápsula que os separam do tecido hospedeiro. Esta cápsula é constituída em grande parte de matriz extracelular depositada pelas células estromáticas, tais como fibroblastos, que são ativados por danos hipóxicos resultantes da pressão do tumor em expansão. Essa encapsulação não evita que o tumor cresça, mas cria um plano tecidual que torna o tumor bem definido, facilmente palpável, móvel (não fixo), e facilmente excisável por enucleação cirúrgica. No entanto, existem exceções a essa regra. Por exemplo, os hemangiomas (neoplasias compostas por vasos sanguíneos entrelaçados) frequentemente não são encapsulados e podem dar a impressão de permear a área em que surgem (p. ex., derme da pele e o fígado); quando essas lesões são extensas, eles podem ser irressecáveis. Por outro lado, os tumores malignos são, no geral, pouco demarcados em relação ao tecido normal ao seu redor e não há um plano de clivagem bem definido. Os tumores malignos de expansão lenta, contudo, podem propiciar o desenvolvimento de uma cápsula fibrosa aparente, que pode empurrar uma ampla frente tumoral em direção às estruturas normais adjacentes. O exame histológico de tais massas “pseudoencapsuladas” quase sempre mostra fileiras de células penetrando na margem e infiltrando as estruturas adjacentes, um padrão de crescimento em forma de caranguejo que constitui a imagem popular do câncer. Juntamente com o desenvolvimento de metástases, a capacidade de invasão é a característica mais confiável para diferenciar os tumores malignos dos benignos. A maioria dos tumores malignos não reconhece os limites normais anatômicos e espera-se que eles penetrem a parede do cólon ou do útero, por exemplo, ou perfurem a superfície cutânea. Tal capacidade torna sua ressecção cirúrgica difícil ou impossível, e mesmo quando o tumor parece bem circunscrito é necessário remover uma margem considerável de tecidos aparentemente normais adjacentes à neoplasia infiltrante, a fim de garantir a excisão local completa. Alguns cânceres parecem evoluir de um estágio pré-invasivo referido como carcinoma in situ. Isso é comum nos carcinomas da pele, mama e algumas outras áreas e é melhor ilustrado pelo carcinoma do colo uterino.Os cânceres epiteliais in situ mostram características citológicas de malignidade sem a invasão da membrana basal. Eles podem ser considerados uma etapa anterior ao câncer invasivo; com o tempo, a maioria penetra a membrana basal e invade o estroma subepitelial. Metástase A metástase é definida pela propagação de um tumor para áreas que são fisicamente descontínuas com o tumor primário e de forma inequívoca marca um tumor como maligno, pois, por definição, neoplasias benignas não formam metástases. A invasividade dos tumores malignos permite que eles penetrem nos vasos sanguíneos, linfáticos e cavidades corpóreas, provendo a oportunidade para a disseminação. Todos os tumores malignos podem formar metástase, mas alguns o fazem muito raramente. Alguns exemplos incluem neoplasias malignas das células gliais do sistema nervoso central, denominados gliomas, e os carcinomas basocelulares da pele. Estes tipos de câncer fazem a invasão no início de seu curso, mas raramente formam metástase. Cânceres do sangue (leucemias e linfomas, às vezes chamados de tumores líquidos) são derivados de células formadoras de sangue que normalmente possuem a capacidade de entrar na corrente sanguínea e se deslocar para áreas distantes; como resultado, as leucemias e linfomas são frequentemente disseminadas ao diagnóstico e são sempre consideradas malignas. Vias de Disseminação: A disseminação dos cânceres pode ocorrer através de três vias: (1) implante direto nas cavidades ou superfícies corpóreas, (2) disseminação linfática e (3) disseminação hematológica. Embora possa ocorrer uma disseminação iatrogênica das células tumorais em instrumentos cirúrgicos – a razão pela qual, por exemplo, biópsias de massas testiculares nunca são realizadas – geralmente é raro. Implante em cavidade e superfícies Corpóreas: O implante de células tumorais em cavidades e superfícies corpóreas pode ocorrer sempre que uma neoplasia maligna penetra em um “campo aberto” natural sem barreiras físicas. A cavidade peritoneal é o local mais frequentemente envolvido,mas qualquer outra cavidade – pleural, pericárdica, subaracnoide e do espaço articular – pode ser afetada. Tal implantação é particularmente característica de carcinomas que se originam nos ovários, e que, com certa frequência, se espalham para superfícies peritoneais que se tornam recobertas por uma pesada camada vítrea do tumor maligno. Disseminação Linfatica: O transporte através dos vasos linfáticos é a via mais comum para a disseminação dos carcinomas. Os sarcomas podem também utilizar essa rota. Os tumores não contêm linfáticos funcionais, mas os vasos linfáticos localizados nas margens tumorais são aparentemente suficientes para a disseminação das células tumorais. A ênfase na disseminação linfática para carcinomas e na disseminação hematogênica para sarcomas é enganosa, pois, em última instância, há numerosas conexões entre os sistemas vascular e linfático. O padrão de acometimento dos linfonodos segue as rotas naturais da drenagem linfática. Como os carcinomas da mama geralmente surgem nos quadrantes superiores externos, eles geralmente se disseminam primeiro para os linfonodos axilares. Os cânceres dos quadrantes internos drenam para os linfonodos ao longo das artérias mamárias internas. Portanto, os linfonodos infraclaviculares e supraclaviculares podem ser envolvidos. Os carcinomas do pulmão que surgem nas vias respiratórias principais formam metástases primeiramente para os linfonodos peri-hilares traqueobrônquicos e mediastinais. Os linfonodos locais, contudo, podem ser contornados – a denominada metástase saltada/saltitante – porque os vasos linfáticos podem ter sido obliterados em razão de anastomoses venolinfáticas, ou devido à inflamação, ou à radiação. Um linfonodo sentinela é definido como “o primeiro linfonodo em uma cadeia linfática regional que recebe o fluxo da linfa que vem do tumor primário.” Disseminação Hematogênica: A disseminação hematogênica é típica dos sarcomas, mas também é vista nos carcinomas. As artérias, com suas paredes mais espessas, são menos prontamente invadidas do que as veias. Contudo, a disseminação arterial pode ocorrer quando as células tumorais passam através dos leitos capilares pulmonares, ou através dos shunts arteriovenosos pulmonares, ou quando as metástases pulmonares por si mesmas originam êmbolos tumorais. Nessa disseminação vascular, diversos fatores influenciam os padrões de distribuição das metástases. Com a invasão venosa, as células produzidas pelo sangue seguem o fluxo venoso de drenagem do local da neoplasia, enquanto as células tumorais frequentemente se detêm no primeiro leito capilar que encontram. É compreensível que o fígado e os pulmões estejam mais frequentemente envolvidos em tal disseminação hematogênica, porque toda a drenagem da área portal flui para o fígado e todo o sangue da veia cava flui para os pulmões. Os cânceres que surgem em íntima proximidade com a coluna vertebral com geralmente embolizam através do plexo paravertebral, e essa via está envolvida nas frequentes metástases vertebrais dos carcinomas da tireoide e da próstata. Alguns cânceres possuem a propensão de invadir as veias. O carcinoma de células renais frequentemente invade os ramos da veia renal e depois a própria veia renal, de onde ele pode crescer de forma semelhante a uma cobra, subindo pela veia cava inferior, alcançando, por vezes, o lado direito do coração. Os carcinomas hepatocelulares com frequência penetram as vênulas portais e hepáticas, crescendo dentro delas até atingir os canais venosos principais. É notável observar que esse crescimento intravenoso pode não ser acompanhado por uma ampla disseminação tumoral. Evidência histológica de penetração tumoral em pequenos vasos no sítio da neoplasia é obviamente uma característica perigosa. Resumindo: Metaplasia e Displasia A metaplasia: E definida como a substituição de um tipo celular por outro tipo celular. A metaplasia quase sempre é encontrada em associação com os processos de dano, reparo e regeneração teciduais. Frequentemente, o tipo celular é mais adaptado a alguma alteração do ambiente. Por exemplo, o refluxo gastro-esofágico danifica o epitélio escamoso do esôfago, levando à sua substituição por epitélio glandular (gástrico ou intestinal), mais adaptado a um ambiente ácido. Displasia: O termo displasialiteralmente significa “crescimento desordenado”. Ela pode ser encontrada principalmente em epitélios, e é caracterizada por uma constelação de alterações que incluem a perda da uniformidade das células individuais, assim como a perda de sua orientação arquitetural. As células displásicas podem exibir pleomorfismo considerável e frequentemente contêm núcleos hipercromáticos grandes com uma grande razão núcleo-citoplasma. A arquitetura do tecido pode ser desordenada. Por exemplo, no epitélio escamoso displásico, a maturação progressiva normal das células altas pertencentes à camada basal em células escamosas achatadas da superfície pode ser perdida parcial ou completamente, levando à substituição do epitélio por células de aspecto basal com núcleos hipercromáticos. Além disso, as figuras mitóticas são mais abundantes do que no tecido normal e, ao invés de estarem confinadas à camada basal, elas podem ser observadas em todos os níveis, incluindo células da superfície. Quando as alterações displásicas são marcantes e envolvem toda a espessura do epitélio, porém a lesão não penetra na membrana basal, ela é considerada como uma neoplasia pré-invasiva e é denominada carcinoma in situ.Uma vez que as células tumorais tenham rompido a membrana basal, diz-se que o tumor é invasivo. As alterações displásicas são frequentemente encontradas adjacentes a focos de carcinoma invasivo e em algumas situações, tais como em tabagistas de longa data e em pessoas com esôfago de Barrett, a displasia epitelial grave comumente antecede o aparecimento do câncer. Além disso, algumas mutações associadas a cânceres desenvolvidos (ver adiante) podem estar presentes mesmo em displasias “leves”. Assim, embora a displasia possa ser uma precursora da transformação maligna, ela nem sempre progride para o câncer. Com a remoção das causas agressoras, displasias leves a moderadas que não envolvem toda a espessura do epitélio podem ser completamente reversíveis. Até mesmo o carcinoma in situ pode persistir por anos antes de se tornar invasivo. Por fim, mesmo que a displasia ocorra com frequência no epitélio metaplásico, nem todos epitélios metaplásicossão displásicos. -Ocorre a perda de função das células e perda ou redução da sua diferenciação Neoplasia Benigna ou Neoplasia Maligna? Benigna Benigna Maligna Maligna Imagens Macroscópicas de Neoplasias Malignas:
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