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Acromegalia

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ACROMEGALIA - VILAR 
 
➔ Acromegalia:​ doença sistêmica crônica decorrente da produção excessiva de GH e IGF1, 
clinicamente caracterizada por feições grosseiras e crescimento de extremidades. 
➔ Subdiagnosticada, sendo que 80% dos somatotropinomas hipofisários são macroadenomas 
ao diagnóstico. 
➔ Na quase totalidade dos casos causado por um adenoma hipofisário produtor de GH 
➔ Tumor raro. Incidência semelhante entre os sexos.Aproximadamente 10 caso por 1 milhão 
de pessoas 
➔ Mais comum entre 30 e 50 anos. 
➔ Associado a uma taxa de mortalidade duas vezes superior a da população geral , a qual 
pode ser revertida com GH normal 
➔ Gigantismo:​ crescimento linear excessivo, enquanto epífises de crescimento se encontram 
abertas. Menos de 5% dos somatotropinomas. Considerado altura acima de 3DP da média 
para idade ou acima de 2 DP da altura ajustada pela altura dos pais. 20% associado a 
síndrome de McCune Albright (Tríade: displasia fibrosa poliostótica, manchas café com leite 
e endocrinopatias hiperfuncionantes); 
Fisiopatologia 
★ Durante a organogenese adenohipofisaria, as células pluripotenciales originan diversos 
subtipos celulares 
★ Fatores de transcrição envolvidos = PROP-1 , POU1F1 (também denominados PIT-1) 
➔ GHRH atua na hipófise em receptor acoplado a proteína G estimulatória (ativa 
AMPC>>> eleva a adenilato ciclase>> aumenta o influxo de cálcio intracelular induz 
e mantém a função trófica dos somatotrofos além de estimular a transcrição do gene 
do GH e sua secreção). 
★ Outro secretagogo de GH >>> Grelina 
 - A grelina atua na secreção de GH em sinergismo com GHRH,atua principalmente 
no hipotálamo e o sinaliza pelo receptor do secretagogo de grelina tipo Ia (GHS_Ria ) para induzir 
secreção de GH em sinergismo com GHRH . 
★ Somatostatina atua 5 receptores, na hipófise destaca-se o SSTR2 e SSTR5. 
★ Gh é liberado por pulsos esporádico (cerca de 10 em 24hs, principalmente a noite, atinge 
valores > 30ug/L) e mínima secreção basal (< 0,2ug/L). 
○ Secreção basal influenciada por idade, sexo, nutrientes, neurotransmissores, 
exercício e estresse. 
○ Aumenta GH:​ desnutrição e jejum prolongado. Puberdade, gravidez 
○ Reduz GH​: envelhecimento e obesidade, Dm mal controlado, hipotireoidismo, 
doença hepática , uso de estrogeno 
○ Atua no crescimento linear, metabolismo de carboidratos (aumenta resistência a 
insulina), lipídios e minerais. Leva a resistência insulínica, com aumento da produção 
hepática de glicose e menor oxidação e captação da glicose pelos tecidos periféricos 
. Como consequência ocorre hiperinsulinismo secundário, intolerância à glicose e 
DM. 
○ GH atua nos receptores TRANSMEMBRANA presente em fígado, músculos e 
cartilagens através da dimerização do receptor liberando GHBP1 para a circulação 
(se liga ao GH sérico, prolongando meia vida e transportando) e induzindo 
sinalização intracelular via JAK2 , que é fosforilada a ligação a esse complexo das 
proteínas transdutoras de sinal e ativadores de transcrição(STAT) . As proteínas 
STAT são então fosforiladas e translocadas para o núcleo o que inicia a transcrição 
das proteínas alvo do GH , 
★ A sinalização intracelular do GH é suprimida por -> Supressores da sinalização de 
citocinas (SOCS) 
● GH estimula a geração do IGF 1 é produzido no fígado (80%), osso, músculo, rim e hipófise. 
Faz feedback negativo na hipófise.e hipotálamo. e tem efeito inibitório sobre a proliferação 
celular e indução de apoptose. Transportado pelo IGFBP3. 
● IGF-1 age em receptores transmembrana , do tipo tirosina quinase, aos quais se ligam com 
grande afinidade[ 
● Níveis de IGF-1 são mais elevados na adolescência e declinam ao longo da vida adulta. 
Etiologia 
★ Aproximadamente 98% dos pacientes com acromegalia tem um adenoma hipofisário secretor 
de GH (somatotropinoma) que pode ser um adenoma com células puras de GH ou misto com 
células de GH e prolactina (PRL) 
★ 80% desses adenomas são macroadenomas >10mm 
★ Muito raramente , pode resultar de hipersecreção de GHRH, hipotalâmica ou ectópica ( 2% 
dos casos) ou familiar. 
Excesso de GH 
➔ Causas Hipofisárias 
◆ Somatotropinomas (adenomas hipofisários produtores de GH) esporádicos 
● Somatotropinomas tem origem monoclonal​: mutação ativadora da 
subunidade alfa da proteína G estimulatória do receptor de GHRH> ativação 
constitutiva do AMPc. encontrada em aproximadamente 40% dos 
acromegálicos. 
● Outros genes: pRb, p27, KIP1, PTTG, 
● Gene da AIP (gene supressor tumoral 11q13.) em pacientes jovens, 
adenomas de comportamento agressivos 
◆ Síndrome de Gigantismo ligado ao X​ : 
● com gigantismo na primeira infância; macroadenomas invasivos, com grande 
capacidade de produção hormonal. pode manifestar se em contexto 
esporádico ou familiar. Presença de micro duplicação no cromossomo 
Xq26.3, onde se encontra o gene GRP101 que ativa a proteína G e a 
produção de GH; 
◆ Tumores de GH com grânulos adensamento distribuídos ​- surgem de modo 
insidiosos, crescimento lento e manifestam durante ou após a meia idade 
◆ Tumores de GH com grânulos esparsamente distribuídos ​= crescimento rápido. 
aparecem em indivíduos mais jovens e doença mais grave 
◆ Tumores mistos de GH e PRL 
◆ Tumores podem ser pluri -hormonais (<5%)- ​apresentam variados aspectos 
clínicos desde acromegalia, até hiperprolactinemia, hipercortisolismo e raramente 
hipertireodismo. 
◆ Carcinomas somatotróficos - ​extremamente raros - o DX é dado devido às 
metástase a distância. 
◆ Somatotropinoma silenciosos - ​sem clínica, a despeito de suas células se 
mostraram positivas para GH a IMH. OS níveis de GH e PRL normais ou 
modestamente elevados em 50% dos casos 
◆ Acromegalia familiar 
◆ Pode se apresentar na forma de adenomas hipofisários isolados ou como um dos 
componentes de NEM -1, do complexo de Carney ou da Síndrome De McCune- 
Albright 
● MEN-1:​ adenomas de paratireóide, tumores de ilhotas pancreáticas e 
adenomas hipofisários(encontrado em 45% dos casos, com 
somatotropinomas respondendo por cerca de 10¨%) . Necessário 2 de 3 
componentes. 
● Complexo Carney:​ autossômica dominante, caracteriza-se mixomas, 
manchas cutâneas pigmentadas e tumores adrenais, testiculares e 
hipofisários (dos quais 21% são somatotropinomas) 
 - Mais de 50% mutação inativadora do gene da subunidade regulatória da 
proteína quinase A1 (PRKAR1A) - levando a hiperplasia focal das células 
somatotróficas 
● Síndrome de McCune-Albright​ ocorre mutação somática ativadora no gene 
GNAS1 que codifica a subunidade alfa da proteína de ligação GTP . 
 -Distúrbio autossômico dominante caracterizado clinicamente pela tríade - 
displasia fibrosa poliostótica , pigmentação cutânea , e hiperfunção hormonal como como 
acro, puberdade precoce periférica , tireotoxicose , ou cushing. 
● Adenomas hipofisários familiares isolados (FIPA) :​ o termo é empregado 
quando existem mais de 2 casos de acromegalia ou gigantismo na família 
sem outras síndromes. gene envolvido ainda é desconhecido , em 20% 
foram identificados mutação no gene da AIP 
- Predominam em mulheres jovens, 74,6 % ocorrem em parentes de 1º e 2 
graus 
- Tendem a ser maiores , mais invasivos e menos responsivos ao tto 
medicamentoso 
- evidências recentes sugerem ser os somatotropinomas os tumores mais 
comuns em casos de FIPA com mutações no AIP 
 
 
 
➔ Causas Extra-Hipofisárias 
◆ Adenomas hipofisários ectópicos - ​podem surgir de remanescentes hipofisário no 
seio esfenoidal, no osso temporal petrose, na cavidade nasofaringeana ou na região 
suprasselar 
◆ Tumores periféricos secretores de GH - ​GH imunorreativo foi identificado em 
tecidos normais do fígado, pulmão, cólon , estômago e cérebro. bem como 
adenocarcinoma de pulmão, câncer de mama e tecidos ovarianos , sem evidência 
clínica de acro 
◆ Iatrogenia​ - . Administração exógena de GH 
Excesso de GHRH 
➔ Causas Hipotalâmicas 
○ Produção excessivade GHRH por patologias hipotalâmicas (hamartomas. 
coristomas, gliomas e sobretudo gânglio sintomas ; < 2% dos casos 
➔ Causas extra- hipotalâmicas - 
○ secreção de GHRH por tumores ectópicos 
● Carcinóides brônquicos e tumores neuroendocrino pancreaticos 
● Feocromocitoma, carcinoides do trato digestivo, carcinoide timico. 
 
 
Manifestações Clínicas 
➢ Distúrbio insidioso e com progressão gradual 
➢ Compressão do tumor em estruturas adjacentes - cefaleia, distúrbios visuais ou 
hipopituitarismo 
➢ Secreção excessiva do GH - aumento das extremidades, crescimento das maos e pes, 
alargamento do nariz, aumento dos lábios, crescimento exagerado da mandíbula com 
prognatismo, proeminência frontal , separação de dente mal oclusão dentária, macroglossia . 
alterações cutâneas. artralgia, artrite, síndrome do túnel do carpo, hiperidrose, pele oleosa, 
espessamento da pele, acrocórdons , Apneia obstrutiva do sono, síndrome de Raynaud 
➢ Complicações cardiovasculares. respiratórias, endócrinas , metabólicas e esqueléticas e 
neoplásicas resultante do excesso de gh 
➢ Apoplexia hipofisária pode ser a primeira manifestação - cefaleia súbita e intensa, 
acompanha ou não de perda de consciência, paralisia de pares cranianos, ou perda da visão 
 
Complicações: 
● Causa das mortes dos acromegálicos: 60% doenças vasculares, 25% respiratórias e 15% 
neoplásicas. 
● Cardiovasculares: 
○ Miocardiopatia: cardiomegalia e ICC grave 
○ Hipertrofia do VE anormalidade mais frequente descrita acontecendo em 25-100% 
dos casos 
○ Anormalidades no ECG , arritmias, defeitos de condução - Podem ser causa de 
morte súbita 
○ Ectasia de raiz aórtica foi descrito em 26% dos pacientes 
○ HAS 
○ AVC 
● Respiratórias: 
○ Complicações respiratórios respondem por 25% das mortes 
○ Prognatismo, lábios grossos , macroglossia , hipertrofia das estruturas nasais podem 
obstruir as vias respiratórias 
○ Calcificação traqueal , estenose laríngea, pneumomegalia 
● Apneia do sono é observada em 70% dos acromegálicos (predomínio em homens) 
 
● Endócrinas : 
○ Hiperprolactinemia : 1/3 dos pacientes podem ter , geralmente os níveis de prolactina 
situam-se menor que 100 - efeito de haste ou cosecreção 
○ Hipopituitarismo pode acontecer devido a compressão do tumor ou da haste 
○ Amenorreia ou disfunção erétil 
○ Dislipidemia : diminuição de HDL, aumento de TG , elevação de Lpa e achados de 
partículas de LDL pequenas e densas 
○ Hipercalcemia e hipercalciúria 
○ Intolerância a glicose e DM 
○ aumento de bócio , multinodular 
● Neoplásicas: 
● Risco aumentado de câncer , principalmente câncer de cólon. Aumento de 2-3 vezes 
em estudos. 
● Foi demonstrado que mais de três acrocórdons em pacientes acromegálicos com 
mais de 50 anos podem representar um marcador periférico da existência de pólipos 
colônicos adenomatosos. Recomendação atual é que todos os pacientes com 
doença ativa sejam submetidos a uma colonoscopia ao diagnóstico com repetição 
periódica a cada 3-5 anos do procedimento dependendo da existência ou nao de 
fatores de risco individuais. 
● Aumento do risco de ca de tireóide também 
Prognóstico 
● Redução de 5 a 10 anos na expectativa de vida. Dm e doença cardíaca associados a 
prognóstico mais desfavorável. 
● Reversão do risco com obtenção de níveis de GH < 2,5 ug/L (radioimunoensaio policlonal) ou 
< 1ug/L (imunoensaios mais sensíveis) e normalização do IGF 1. 
 
Diagnóstico 
❖ GH basal:​ 80 a 90% > 10 ug/L, ocasionalmente >100. Mas secreção pulsátil, torna amostra 
ao acaso de pouco valor diagnóstico. Pacientes com Acromegalia ativa podem ter GH dentro 
da normalidade. ( micromegalia - idosos e pacientes com microadenoma) 
❖ IGF1​: sem flutuação circadiana ou pulsátil, mais consistente para caracterização de atividade 
de doença. 
● IGF-1 elevado - gestação- hormônio lactogênio placentário simula o igf liga no 
receptor e aumenta o igf 1 , hipertireoidismo (aumenta sensibilidade hepática) , 
puberdade , uso de andrógenos não aromatizáveis, esteróides anabolizantes, 
corticoide e hipercortisolismo (por resistência ao IGF 1) 
❖ GH> 5-10 e IGF 1 >2x valor de referência já dá diagnóstico 
 
❖ Padrão ouro: TOTG 
Usado quando as dosagens de GH e IGF-1 basais não descartam o diagnóstico de 
Acromegalia. 
★ TOTG (75g glicose anidra> dosagem GH e glicemia a cada 30min por 2h). 
Na acromegalia GH pode aumentar, permanecer inalterado ou diminuir discretamente. 
Normal: supressão para < 1ug/L ou mesmo para < 0,4ug/L. , desde que haja hiperglicemia 
documentada 
Falsos positivos​: DM descompensado, doença renal ou hepática cornica, hipertireoidismo, anorexia, 
uso de opióides, desnutrição e adolescência. 
Falsos negativos:​ idosos, microadenoma. 
➔ Pacientes com DM não devem ser submetidos ao TOTG dando preferência ao GH e 
IGF-1 basais 
◆ GH ao acaso < 0,4 ug/L + IGF 1 normal para idade => excluiu diagnóstico de 
acromegalia 
◆ GH integrado médio das 24hs (dosagem a cada 20min) < 2,5ug/L => exclui o 
diagnóstico 
◆ Dosagem de GHRH​: indicado se GH/IGF1 elevados, mas RNM sem tumor ou 
hiperplasia detectado em hipotálamo-hipófise. Níveis elevados sugerem tumor 
ectópico, pois GHRH hipotalâmico não entra na circulação sistemica=> solicitar TC 
ou RNM tórax (+ comum) e abdome. 
◆ IGFBP3 elevado na acromegalia porem nao fornece pouca informação e não é 
recomendado dosagem 
◆ Teste estimulatório com TRH ou GnRH não apresenta vantagem adicional e pode 
induzir apoplexia. 
 
Após diagnóstico bioquímico >> realizar RM de hipófise 
❖ SE RMN NORMAL OU HIPERPLASIA > tc de tórax e abdome​ - se nao localizar pode fazer 
cintilografia com OctreoScan 
➢ Adenoma hipofisário > dosar prolactina 
➢ Exclui NEM 1 - dosar Cálcio e PTH 
❖ Macro em pacientes com < 30 anos tem chance grandes de mutação em AIP 
❖ Macroadenoma > fazer campo visual para ver se comprime quiasma 
➢ Rx crânio: alterações da sela túrcica (aumento de volume, imagem de duplo 
assoalho, erosão das clinóides), alargamento de seios da face e protrusão da 
mandíbula. 
➢ Rx mãos: aumento de partes moles, tufos em forma de cabeça de seta nas falanges 
distais, alterações císticas nos ossos do carpo, alargamento das bases das falanges. 
➢ Rx pés: índice calcâneo aumentado (normal < 22mm) 
➢ 
➢ Diagnóstico diferencial com >>> Paquidermoperiostose (osteoartropatia hipertrófica primária 
 
● Macro com baixa de chance de cura que não tenha comprometimento visual , ou CI a cirurgia 
 
 
● Cura IGF 1 Normal e Gh <0,4 
Gh 1,5x do valor vc pode tentar a Cabergolina ,dose de 1,5-3,5 mg mid Vo por semana 
Análogos de somatostatina - risco de litiase - Us abdome - e monitoramento da glicose 
Facilita a formação de calculo por inibiar a colecistoquinina 
Cabergolina doses elevadas acompanhar valvopatia , risco de aumento de impulsividade 
Se com uso de Análogos de somatostatina nao melhorar podemos adicionar o Pegvisiomanto ou ate 
tirar o analogo e deixar so pegvisiomanto ou outra opção eh passar o Pasireotide . 
Pasireotide controls o tumor - desvagsgem DM E CUSTO 
Pegvisiomanto ( pode começar com 10mg ) nao controla o tumor la em cima - ficar de olho no tumor 
pq ele nao controla o tumor e função hepática 
 
Em uso de droga GH < tem q ficar menor que 1 
 
Tratamento 
★ Objetivos​: normalização dos níveis de GH e IGF1 , controle do tamanho e efeito de massa, 
reduzir sinais e sintomas, prevenir e melhorar comorbidades associadas, e evitar mortalidade 
precoce. 
○ Tres modalidades terapêuticas disponíveis : ​cirurgia, tratamento medicamentoso 
e radioterapia . 
 
❖ Cirurgia 
➢ Tratamento de escolha. Único tratamento que apresenta cura imediata 
➢ Abordagem transesfenoidal por médicos experientes 
➢ Outra via: transfrontal (< 5% casos). 
➢ Eficácia 
■ Microadenoma: 75% remissão 
■ Macroadenoma varia 10 a 74% (média de 50%) de remissão 
■ Lesões > 2cm, invasão de estruturas vizinhas e GH >50 ug/L parecem se 
associar a menorsucesso cirúrgico 
■ Cuidados perioperatórios > corrigir deficiências hormonais - Se insf. adrenal - 
dose de estresse de corticoide na indução anestésica 
➢ Complicação 
■ Mortalidade pós operatórias é baixa < 1% - via transesfenoidal 
■ rinoliquorreia, meningite, sinusite, hematoma, paralisia de n.n. cranianos, DI 
transitório (30%) ou permanente (raro), SIADH , hipopituitarismo e recidiva 
tumoral. 
■ Se paciente com baixa chance de cura, risco cirúrgico alto, recusa do 
paciente - Avaliar tto medicamentoso 
 
 
 
Avaliação da Resposta 
➔ 1 mês após a cirurgia deve se fazer uma nova dosagem de Igf-1 e GH após 75 gramas de 
glicose anidra 
◆ Se GH < 1 pós TOTG e IGF-1 normal para a faixa etária o paciente é 
considerado curado​. 
➔ Caso os níveis de IGF-1 permanecem elevados deve-se fazer uma nova avaliação após 3 
meses , já que a normalização do IGf-1 demora esse tempo para normalizar 
➔ Os pacientes curados devem ser reavaliados com 3 e 6 meses e depois anualmente ja que 
pode haver recorrência em até 10-15 anos, apesar de ser bastante raro (0,4%) 
➔ A RM de sela deve ser realizada 3 meses após cirurgia. 
 
Medicamentoso 
❖ Três classes disponíveis - Análogos da Somatostatina, Agonistas dopaminérgicos e 
Antagonistas do receptor de GH 
➢ Análogos de somatostatina (SA) 
■ ATUAM ATRAVÉS DA LIGAÇÃO NOS RECEPTORES DE 
SOMATOSTATINA ( SSTR ) SENDO OS SUBTIPOS 5,2,3 E 1 
EXPRESSOS NOS SOMATOTROPINOMAS ( em ordem descrente quanto a 
freqüência de expressão) 
■ Os receptores SSTR1,2,3,5 são encontrados na hipófise normal e tumor. O 
SSTR2 e SSTR5 são os mais prevalentes no adenomas secretores de GH. 
Octreotide atua nos dois e essa estimulação leva a supressão da secreção 
hipofisária de GH e inibição da proliferação dos somatotrofos. 
■ Mecanismo de resistência tumoral: não expressão dos receptores ou 
receptores mutantes. 
 
○ Tipos e doses: 
Análogos da Somatostatina de Primeira geração: 
1) Octreotide -LAR 
○ Octreotide LAR (Sandostatin LAR) 10mg, 20mg e 30mg, 
○ DOSE​ : 10-30mg IM profunda em região glútea a cada 4 semanas 
○ Dose inicial de 20mg IM de 30/30 dias 
○ primeira reavaliação após 3 aplicações da medicação,imediatamente antes da 
quarta aplicação 
○ CONTROLE APENAS COM GH E IGF-1 , NÃO SENDO RECOMENDADO TOTG 
○ Se não controlar com 20mg aumentar para 30mng 
○ Pode também ser aplicado a cada 6 a 8 semanas; 40mg alguns pacientes. 
 
2) Lanreotide -autogel (Somatuline Autogel) 
○ 60,90,120mg - apresentação 
○ Dose de 90 E 120 MG a cada 4 semanas SC Profundo em região glútea 
# se ligam com maior afinidade ao SSTR2 subtipo de receptor expresso em todos os 
somatotropinomas , sendo o mais expresso em 45% dos casos 
 
■ Metanálise mostrou normalização IGF 1 em 67% e diminuição de GH < 
2,5ug/L em 57% pacientes. 
■ Não há diferença de eficácia entre as duas apresentações entre OCT-LAR e 
LAN ATG 
■ Controle do volume tumoral - ​é observado na maioria dos pacientes, 
sendo que a diminuição do volume tumoral maior que 20% é observada em 
66% dos pacientes com OCT-LAR (redução média de 51% e 63% com 
LAN-ATG (media 27%( 
 
○ Durante o tratamento 
■ avaliar eixo GH/IGF 1 a cada 3 meses, no dia da aplicação e antes 
dela. 
■ se GH basal < 1ng/ml e IGF 1 normal para idade: manter 
dose 
■ se aumentados, aumentar para dose acima a cada 4 
semanas. 
■ se IGF 1 abaixo da normalidade, reduzir a dose ou aumentar 
o intervalo para cada 6 a 8 semanas. 
■ Duração do tratamento 
■ Indefinidamente ou até que os efeitos terapêuticos plenos da 
radioterapia sejam obtidos. Estudos mostram que algum 
subgrupo de pacientes bem responsivos poderia se 
beneficiar da suspensão. 
■ Efeitos colaterais 
■ Gastrintestinais, anormalidades no trato biliar, anormalidades da 
glicose, dor local, queda de cabelo e hipotireoidismo,Bradicardia 
sinusal 
■ Colelitiase assintomática = deve realizar US abdome antes de iniciar 
o tratamento que deve ser repetida em caso de clínica de doença 
biliar -Facilita a formação de cálculo por inibir a colecistoquinina 
■ Acompanhar Gj e hba1c. 
 
Análogos da Somatostatina de segunda geração 
■ Pasireotide potencial de ligação a todos os receptores com exceção do 
SSTR4 ligando se ao SSTR1,SSTR3 SSTR5 com maior afinidade que 
octreotida e liga se ao SSTR2 com menor afinidade 
■ Pasireotide 40 mg IM a cada 4 semanas (200 a 600ug/dia SC). Mais eficaz 
que octretide-LAR em normalizar IGF1 e GH<2,5ug/L. 
■ Causa mais hiperglicemia , ralizar monitoramento da glicose 
■ Controle do tratamento após a terceira aplicação 
Agonistas dopaminérgicos 
○ Cabergolina 
○ Dose mínima 1,5 mg/semana 
○ Dose máxima 3,5 mg\semana 
○ afinidade ao receptor D2 da dopamina 
○ usado como terapia adjuvante em pacientes não curados pela 
cirurgia no PO que mantêm níveis séricos de GH e IGF1 pouco 
elevados em até 2x vezes o limite superior 
○ Pode ser associado ao Análogo de somatostatina de primeira 
geração 
○ Gh 1,5x do valor vc pode tentar a Cabergolina ,dose de 1,5-3,5 mg 
mid Vo por semana 
● Pode ser considerada como terapia inicial em casos selecionados 
■ Doença leve a moderada (IGF1 até 2X LSN 
■ Pacientes com os raros adenomas que cursem com PRL 
aumentada 
■ Redução do tamanho tumoral (<20%) foi vista em 34% em 
monoterapia adjuvante e se correlacionou com a presença 
da hiperprolactinemia e com níveis mais elevados de IGF 1 
● Efeitos colaterais 
○ Risco de regurgitação valvar 
○ realizar ECO basal e anual para pacientes com dose > 2mg/semana 
Antagonista do receptor de GH 
● Pegvisomanto 
● Dose inicial - 10mg\dia SC 
● Medir IGF-1 após 4-6 semanas e ajustar 
○ Molécula análoga do GH que se liga ao seu receptor porém impede a sua 
dimerização com consequente bloqueio da via de sinalização pós receptor e 
da síntese de IGF 1 
○ Não tem ação sobre o tamanho do tumor - reservado para os casos de 
falência do tto cirúrgico e do tto com Análogos da Somatostatina 
○ Pode ser usado em combinação com AS com eficácia superior a 95% 
○ Cuidado com hepatotoxicidade com a terapia combinada = 15% dos 
pacientes porém leve. 2% dos casos com a monoterapia 
 
 
Radioterapia 
○ Última opção: pacientes não curados pela cirurgia; não alcançaram o controle 
bioquímico ou tumoral com o uso de fármacos; se farmacoterapia não disponível ou 
não possa ser empregada. 
○ Radioterapia estereotáxica deve ser a preferida, a não ser que apenas a 
convencional esteja disponível. 
○ Permite o controle do volume tumoral em mais de 95% dos casos 
■ Complicações 
■ Alto risco de hipopituitarismo, distúrbios visuais (cegueira), 
isquemia ou necrose cerebral, atrofia cerebral, gliose 
hipotalâmica, disfunção neurocognitiva e carcinogênese 
cerebral secundária (2% em 20 anos), fator de risco 
independente para mortalidade cerebrovascular.

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