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Mandado de Segurança com Pedido de Liminar

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EXCELENTÍSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AQUATRANS, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 
__________, vem respeitosamente, por intermédio de seu advogado (procuração 
em anexo), com fulcro no artigo 5º, LXIX da Constituição da República Federativa do 
Brasil e no artigo 1º da Lei nº 12.016/09, impetrar: 
 
MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE LIMINAR 
 
Em face do GOVERNADOR DO ESTADO X, agente público, com endereço 
profissional na Rua ___________, pelas razões de fato e direito expostas a seguir. 
 
I. DO CABIMENTO 
É cabível a presente ação de Mandado de Segurança com fundamento no 
artigo 5º, inciso LXIX da CRFB, que determina: 
[...] LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito 
líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o 
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou 
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; 
Nesse diapasão, a parte autora encontra respaldo legal, ainda, no artigo 1º da 
Lei 12.016/09, que dispõe: 
Art. 1
o
 Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido 
e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, 
ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica 
sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, 
seja de que categoria for e sejam quais forem às funções que exerça. 
 
II. DOS FATOS 
A impetrante, concessionária de transporte público aquaviário no Estado X há 
sete anos, foi surpreendida com a edição do Decreto nº 1.234, da Chefia do Poder 
Executivo Estadual, que declarou a caducidade do contrato de concessão. Na 
qualidade de Poder Concedente, o impetrado fixou o prazo de trinta dias para 
assumir o serviço, a partir do qual iria ocupar as instalações e requerer os bens 
reversíveis. 
Entretanto, cabe ressaltar que a impetrante não fora cientificada acerca de 
qualquer insatisfação ou inadequação na prestação do serviço encarregado, 
questionando-se, portanto, a juridicidade do decreto e a arbitrariedade da 
declaração. Salienta-se, ainda, que não foi dado à empresa Aquatrans qualquer 
direito relativo à defesa. 
 
III. DOS FUNDAMENTOS 
Primeiramente, ressalta-se o cabimento da nulidade do Decreto 1.234 diante 
da inobservância do princípio do devido processo legal, com respaldo no artigo 5º, 
inciso LIV da CRFB. Nesse sentido, partindo da premissa que a concessão é uma 
espécie de contrato de administrativo com prazo certo e determinado, o Poder 
Público não pode desfazer o negócio desmotivadamente e sem pagamento de 
indenização proporcional ao tempo restante do acordo. Também cabe ressaltar que 
a concessão não pode ser desfeita se a prestação do serviço estiver em 
conformidade com as obrigações assumidas; caso contrário, a caducidade deve ser 
declarada mediante justificativas plausíveis de inadequação ou descumprimento. 
Por conseguinte, vejamos o disposto nos artigos 38, §§ 2 º e 3º da Lei 
8.987/95, que servirão de embasamento para o esclarecimento do litígio: 
 § 2o A declaração da caducidade da concessão deverá ser precedida da 
verificação da inadimplência da concessionária em processo administrativo, 
assegurado o direito de ampla defesa. 
 § 3
o
 Não será instaurado processo administrativo de inadimplência 
antes de comunicados à concessionária, detalhadamente, os 
descumprimentos contratuais referidos no § 1º deste artigo, dando-lhe um 
prazo para corrigir as falhas e transgressões apontadas e para o 
enquadramento, nos termos contratuais. 
Nessa perspectiva, constata-se mediante os termos do próprio Decreto, que a 
declaração de caducidade não foi precedida de verificação do inadimplemento, 
conforme preconizado pelo §2º da Lei Geral das Concessões de Serviços Públicos 
(Lei nº 8.987/95). Dessa forma, pode-se apurar não somente uma violação do 
supracitado dispositivo, como também o desacato ao princípio do contraditório e da 
ampla defesa, ambos dispostos na Constituição Federal, respectivamente nos 
incisos LIV e LV. 
Além disso, no tocante à determinação do §3º da Lei 8.987/95, esclarece-se 
que não houve comunicação do Poder Público à concessionária acerca das 
supostas irregularidades que culminariam na caducidade da concessão, tampouco 
foi concedido prazo para corrigir as transgressões motivadoras da decisão. 
 
IV. DA MEDIDA LIMINAR 
Presentes os requisitos qualificadores da medida liminar e, com base no 
artigo 7º, III e parágrafos da Lei 12.016/09, conclui-se necessária a concessão 
fadada a suspender os efeitos do Decreto editado equivocadamente pelo 
Governador do Estado X. Resta-se preservada, ainda, a permanência da impetrante 
na prestação de serviços ao Poder Público visto que a empresa nunca causou 
nenhum prejuízo à Administração Pública; razão pela qual presta serviços 
ininterruptamente há sete anos. 
 
V. DO PEDIDO 
Diante do exposto, requer: 
1. Concessão de liminar que determine a suspensão da eficácia do ato 
impugnado e a autorização da continuidade da prestação do serviço da 
impetrante; 
2. Notificação da autoridade coatora para prestar informações, no prazo 
determinado em lei; 
3. Intimação do Ministério Público; 
4. Procedência do pedido com concessão de segurança para suspender o 
ato que declarou a caducidade do contrato. 
 
Nestes termos, pede deferimento. 
 
 
 
Niterói, 15 de abril de 2021 
Ana Carolina Nunes Pereira 
OAB nº ____________

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