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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO PAULO Gepeto, nacionalidade, viúvo, profissão, inscrito no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, portador do RG sob o nº XX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na Avenida Brasil, Nº 45, Bairro Santa Luzia, na cidade São Paulo, estado do São Paulo, vem por meio de seu procurador propor a presente AÇÃO DE USUCAPIÃO ESPECIAL URBANA Com fulcro no artigo 183 da CF, art. 1240 do CC, art. 12, §2 da Lei nº 10.257/01 e art. 246, § 3 do CPC, em face de Fada Azul, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrita no CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, portadora do RG nº XX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliada na Rua________, Nº XXX, Bairro _______, Cidade ______, Estado____, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: JUSTIÇA GRATUITA Requer ao autor a concessão dos benefícios da justiça gratuita com fulcro no artigo 98 do CPC e na lei 1060/50, em virtude de ser pessoa pobre na acepção jurídica da palavra e sem condição de arcar com os encargos decorrentes do processo sem prejuízo de seu próprio sustento e de sua família. DOS FATOS Gepeto, pessoa desprovida de bens materiais, adquiriu de terceiro, há sete anos e meio, posse de terreno medindo 240m² em área urbana, onde construiu moradia para sua família. O terreno está situado na Avenida Brasil, n. 45, no bairro Santa Luzia, na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo. São seus vizinhos do lado direito Augusto, esquerdo Carla e, dos fundos, Felipe. A posse é exercida de modo ininterrupto, de forma mansa e pacífica, sem qualquer oposição, desde o momento em que foi adquirida. No último ano, o ramo de construção de casas para moradia passou a ocupar a maior parte do bairro onde Gepeto mora. Tendo em vista que o bairro passou recentemente por uma reestruturação e que o ramo imobiliário tem crescido mesmo diante da pandemia, Gepeto recebeu diversas ofertas para que saísse do imóvel. No entanto, todas as ofertas apresentadas a ele eram de valores ínfimos, sob a alegação de que o nome dele não constava do registro, mas sim o nome da Fada Azul, desconhecida de Gepeto. Gepeto não tem interesse em vender o imóvel, tendo em vista que, atualmente está com 80 anos e perdeu sua esposa para a Covid-19. Além do mais, seus filhos não mais moram com ele, já tendo economia própria cada um deles. Gepeto, então, nutre a esperança de passar seus últimos anos no imóvel e futuramente transferi-lo aos seus filhos por ocasião de sua morte. DO DIREITO Assegura o art. 183 da CF e art. 1240 do CC que adquirirá a propriedade do imóvel, mediante usucapião especial urbana, a situação fática que apresentar a junção de alguns elementos fundamentais: “Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.” “Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.” Diante do caso em tela o requerente a mais de nove anos e meio reside no terreno sem interrupções e sem oposições de forma mansa e pacífica, onde construiu moradia simples para sua família, junto com seus vizinhos confrontantes, que são testemunhas que o requerente adquiriu a posse do terreno a partir de um terceiro, onde já havia Augusto como seu confrontante do lado direito, Carla do lado esquerdo e Felipe nos fundos. O possuidor não é proprietário de nenhum outro imóvel, seja ele rural ou urbano, o artigo 246, § 3º do CPC que descreve que a situação será feita pessoalmente. “Art. 246. A citação será feita: § 3º Na ação de usucapião de imóvel, os confinantes serão citados pessoalmente, exceto quando tiver por objeto unidade autônoma de prédio em condomínio, caso em que tal citação é dispensada.” Conforme este artigo, a presente ação, então, terá o condão de declarar o domínio do imóvel ao possuidor, autor da mesma. DOS PEDIDOS Ante o exposto, pede seja julgada procedente a presente ação, concedendo ao autor o domínio útil do imóvel em questão, para requerer: A) Que seja citado o réu que é proprietário do imóvel litigioso para responder a presente ação; B) Requer que a tramitação do processo tenha prioridade segundo o art. 1048, §1 CPC; C) Que sejam citados todos os confinantes conforme as especificações já citadas; D) Intimação do Ministério público, cuja manifestação se faz obrigatória no presente feito; E) Que seja concedido ao autor os benefícios da Justiça Gratuita, inclusive perante o Cartório de Imóveis de acordo com o art. 12, § 2º da Lei nº 10257/01 – Estatuto da Cidade; F) Que a sentença seja transcrita no registro de imóveis, mediante mandado, por constituir esta, título hábil para o respectivo registro junto ao Cartório de Registro de Imóveis. Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidos. Dá-se o valor da causa R$:XXXXXXXX Nestes Termos, Pede-se deferimento. Local/Data Advogado OAB