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AD2 Literatura na Formação do leitor

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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO
	Nome: Vanessa Carreiro Felipe Garcia
	Matrícula: 18216080059
	Polo: ITAOARA
AD2 – 2020.2
DISCIPLINA: LITERATURA NA FORMAÇÃO DO LEITOR
Coordenação: Profª Ana Maria de Bulhões Carvalho
Caro (a) aluno (a):
Esta é a segunda avaliação a distância deste semestre; uma avaliação individual e com consulta. Aproveite a boa ocasião para reforçar seus conhecimentos, considerando-a como um estudo dirigido, uma oportunidade de melhorar seu rendimento final na disciplina e garantir resultado satisfatório no Curso.
Esta avaliação será realizada exclusivamente pela plataforma. Para responder às perguntas, leia os enunciados das questões e procure ser claro(a) e objetivo(a) na elaboração de suas respostas.
INSTRUÇÕES PARA REALIZAÇÃO DA PROVA
· Leia no Tutorial da plataforma o passo a passo para a realização deste tipo de avaliação on-line.
· Se tiver alguma dúvida no preenchimento ou na maneira de postar a sua prova, consulte a tutoria a distância.
· Revise tudo antes de enviar.
Boa prova!
Conteúdos: Aulas 6, 7 e 8.
A 5ª questão deve ser respondida no Diário de Bordo e será pontuado com 20 pontos. A prova como “Atividade” vai valer 80.
11
QUESTÃO 1 (2 PONTOS)
Leia o conto de Machado de Assis, Um bilhete, e depois ouça a gravação, disponível na plataforma.
(Conto publicado em A Estação em 1885)
Antes mesmo que acabasse o baile, Maria Adelaide dizia à mãe que não queria ficar um minuto mais que fosse.
· Que é isso? disse-lhe a mãe. Deu uma hora agora mesmo.
· Não quero saber. Vamo-nos embora.
· Ora, meu Deus!
· Vamos, vamos.
Não havia que dizer, a mãe era governada pela filha, e perderia o lugar no céu, se tanto fosse preciso, para não desgostá-la. Note-se que não cedia pouco desta vez; cedia a ceia, que era excelente, e a boa viúva professava esta filosofia: — que as ceias excelentes são preferíveis às boas, as boas às más e as más às que não têm existência. Sacrificava a melhor parte do baile; mas, enfim, contanto que a filha não padecesse.
Padecer, padecia. No carro, logo que as duas entraram, Maria Adelaide começou a ralhar com tudo, com o carro, com a capa, com o calor, com o pó, com a mãe e consigo mesma. A mãe entendeu logo: era algum desgosto que o Chico Alves lhe dera. Realmente, lembrou-se que o Chico Alves, indo despedir-se delas, nem alcançou que Maria Adelaide olhasse para ele. A moça deu-lhe os dedos, a pontinha apenas, e falou-lhe de costas; naturalmente estavam brigados.
A viagem foi atribulada. Nunca o mau humor da moça foi tamanho nem tão explosivo. A mãe pagou pelo namorado, mas como era prudente e estava com fome, preferiu não dizer nada.
Em casa, continuou o mau humor. A pobre criada da moça padeceu como nunca. Maria Adelaide entrou para os seus aposentos, furiosa, despiu-se às tontas, dizendo coisas duras, rasgando uma das mangas do vestido, atirando as flores ao chão, raivosa e indignada sem causa aparente. No fim, disse à criada que se fosse embora, e ficando só rebentaram-lhe as lágrimas. Assim mesmo sozinha, ia falando, mordendo os lábios, dando punhadas nos joelhos. Depois arrancou da cadeira, foi à secretária e escreveu este bilhete:
Nunca pensei que o senhor fosse tão pérfido. Nunca imaginei que pudesse proceder como fez no baile; creia que não manifestei o meu desgosto por dois motivos: — o primeiro, porque ainda tive força de me dominar; segundo, porque depois do que o senhor me fez, nada pode haver mais entre nós. Case-se com a viúva, se quer. Mande as minhas cartas e adeus. Esta determinação é irrevogável. Qualquer tentativa de reconciliação obrigar-me-á ao que não quero.
Tinha dado expansão à cólera, deitou-se para dormir. O sono não veio logo; a raiva agitou a pobre moça, e só quando começou a madrugada foi que ela pôde dormir um pouco. No dia seguinte, o Chico Alves recebia este bilhete:
Desculpa algumas palavras que te disse ontem no baile. Estava muito zangada. Vem hoje tomar chá, e eu te explico tudo.
(https://pt.wikisource.org/wiki/Um_Bilhete, consultado em 18/9/2020)
RESPONDA:
1.1 Que elementos singularizantes da prosa estão presentes no conto? Diga quais são e como se caracterizam.
O conto presente na leitura acima e também na gravação da plataforma, esprime uma narrativa mais densa que os demais textos, sendo que o conto pode ser curtou ou longo, conforme o desejo do autor, com base no número de personagens e o estilo de escrita do autor. Na forma de prosa de ficção, apresenta texto escrito de forma corrida, com parágrafos, expondo uma história com prosa narrativa, poucos personagens e ambientações das ações, etc. Do universo ficcional. No conto observa-se a existência de somente um clímax na história, possuindo elementos como enredo, tempo, espaço, personagem, narrador, conflito e desfecho.
1.2 Há um narrador que conduz a história. Que tipo de narrador ele é, e o que a narração do ator Othon Bastos reforça deste narrador literário?
O narrador neutro, que sabe e tem acesso em tudo na história, mas se mantém neutro. Entra direto no enredo, parece conhê-lo. Mostra o que vê, reforça que ele conhece a fundo a história, tem acesso a seus pensamentos ações, e sentimentos, utiliza a terceira pessoa.
QUESTÃO 2 (2 PONTOS)
Leia a crônica “Máscaras e dúvidas”, que Roberto da Matta publicou dia 14 de setembro, em O globo, na página Opinião, transcrita abaixo:
Quebrei um dente e fui obrigada a romper a quarentena atual e a outra, de cinquenta anos, ara visitar o Dr. Rodrigo Medina, meu competente dentista. Como era emergência, marcamos ao anoitecer, quando seria prontamente atendido.
Devidamente mascarado e me sentindo um pouco o bandido da história em quadrinhos, ou um reles político nacional, andei por intermináveis corredores do prédio e, driblando a insegurança da idade, cheguei ao consultório, sentei-me e fiquei esperando minha vez. [...]
Minutos depois, entrou no consultório uma jovem senhora. Após os reconhecimentos mútuos, demandado pela “boa educação”, começamos uma conversa trivial. Observamos o terror da pandemia que nos obrigava a usar máscaras; comentamos o nosso nojo pelos governantes que roubaram recursos médicos e construíram hospitais fantasmas. Notando da percepção de minha companheira de espera, perguntei no que ela trabalhava.
· Sou professora, disse. – E você?
· Sou do mesmo ramo, sou professor da PUC-Rio.
· De quê?
· De Antropologia Social ou Cultural – respondi de pronto, para explicar que o cultural que eu ensino nada tem a ver com o “show business”[...] mas com valores e costumes...
· O senhor conhece o Roberto da Matta? – perguntou imediatamente a minha companheira de espera.
· Acho que sim – disse o mascarado. Creio que conheço um pouco...
· Eu adoro o que ele escreve. Como ele é? Perguntou [...].
A pergunta banal me pegou. Afinal quem era mesmo eu? Seria o pai, avô, irmão, filho, viúvo, tio ou primo?Ou seria um velho professor-pesquisador conjugado por um esforço cronista e autor? Ou simplesmente um velho?
· Bem, respondi. Ele é um cara complicado, indeciso, enfático e até mesmo grosseiro. Acho que é impaciente com a burrice nacional, mas isso é um direito dele...
· Então você teve convivência com ele... – questionou a moça do rosto escondido.
· Convivo com ele desde os tempos de primeira comunhão, escola e faculdade... Aliás fui ao seu casamento e ao lançamento do seu primeiro livro aqui em Niterói... Ele é muito difícil de conviver, pois sempre usa uma máscara.
· É mascarado?
· Não, mas sofre de uma profunda e neurótica honestidade – disse, tirando a minha máscara e revelando que eu era quem, num raro momento, falava da minha própria pessoa.
A moça sorriu e pediu uma desculpa impossível, pois sempre vivemos num país no qual todos devem saber com quem falam. Exceto quando nos mascaramos, como fazem os governantes desonestos, os poderosos e os muito ricos.
Em seguida fui consertar o dente.
(O globo, 14.9.2020, caderno 1, Opinião)
2.1 Trata-se de uma crônica. Aponte duas características desse gênero literário presentes no texto, embasando sua resposta em exemplos tirados dotexto.
Características do gênero literário crônica: Assuntos contemporâneos; linguagem simples e coloquial; poucos personagens; tom humorístico, irônico; muito usado no jornalismo; textos rápidos e objetivos.
Assuntos contemporâneos: “Observamos o terror da pandemia que nos obrigava a usar máscaras; comentamos o nosso nojo pelos governantes que roubaram recursos médicos e construíram hospitais fantasmas”.
Linguagem coloquial: “Quebrei um dente e fui obrigada a romper a quarentena atual e a outra (..)”.
· Tom irônico, humorístico: “O senhor conhece o Roberto da Matta? – perguntou imediatamente a minha companheira de espera”.
· Acho que sim – disse o mascarado. “Creio que conheço um pouco...”.
Poucos personagens: “Notando da percepção de minha companheira de espera, perguntei no que ela trabalhava”.
2.2 A crônica é literária. Sua linguagem, portanto é conotativa. Há duas frases nesta crônica em que a ambiguidade é usada para ampliar os sentidos. Quais são elas e o que sugerem?
“De Antropologia Social ou Cultural – respondi de pronto, para explicar que o cultural que eu ensino nada tem a ver com o “show business”[...] mas com valores e costumes...”.
“Devidamente mascarado e me sentindo um pouco o bandido da história em quadrinhos(...)”.
QUESTÃO 3 (2 PONTOS)
Leia agora a crônica em versos de Arnaldo Antunes, O real resiste.
Autoritarismo não existe Sectarismo não existe Xenofobia não existe Fanatismo não existe
Bruxa fantasma bicho papão
O real resiste
É só pesadelo, depois passa Na fumaça de um rojão
É só ilusão, não, não Deve ser ilusão, não não É só ilusão, não, não
Só pode ser ilusão
Miliciano não existe Torturador não existe Fundamentalista não existe Terraplanista não existe
Monstro vampiro assombração O real resiste
É só pesadelo, depois passa Múmia zumbi medo depressão Não, não, não, não
Não, não, não, não Não, não, não, não.
Trabalho escravo não existe Desmatamento não existe Homofobia não existe Extermínio não existe
Mula sem cabeça demônio dragão O real resiste
É só pesadelo, depois passa Como o estrondo de um trovão É só ilusão, não, não…
(In:
https://www.google.com/search?q=o+real+resiste+arnaldo+antunes+letra&oq=O
+reala+resiste&aqs=chrome.6.69i57j46j0l5.16303j0j7&sourceid=chrome&ie=UTF- 8, consultado em 18.9.2020)
(Assista ao vídeo em https://www.youtube.com/watch?v=pIn-NmZzVMU)
3.1 A crônica, no sentido estreito do gênero, é escrita em prosa. Mas há criações musicais que, pelo perfil que apresentam, podem ser lidos e ouvidos como crônica. Que elementos, neste caso epecífico, podem ser destacados? Dê exemplos tirados do texto.
Aborda temas cotidianos e comtemporâneoas, numa linguagem simlpes e objetiva, com texto curto. Relato de algo a partir do tempo.
Musica que materializa a capacidade do povo de se indignar e contestar os moldes sociais de divisão hierárquicas e de esteriótipos, fortalecido ainda por um descrédito dos governos.
Críticas a problemáticas atuais:
“Autoritarismo não existe Sectarismo não existe Xenofobia não existe Fanatismo não existe
Bruxa fantasma bicho papão” , é exemplo de uma crítica política, numa expressão artística que busca moblizar reflexões.
Comparando os preconceitos com personagens ficcionais:
“Trabalho escravo não existe Desmatamento não existe Homofobia não existe Extermínio não existe
Mula sem cabeça demônio dragão”.
Linguagem simples e objetiva:
“Monstro vampiro assombração O real resiste
É só pesadelo, depois passa Múmia zumbi medo depressão Não, não, não, não
Não, não, não, não Não, não, não, não”.
3.2 Que figuras conhecidas do imaginário popular pertencem ao maravilhoso da literatura infantil e que Arnaldo Antunes usa na composição? E qual uso ele dá, qual sentido?
Figuras como: bruxa, fantasma, bicho papão,mostro, vampiro, assomração, múmia, zumbi, mula sem cabeça, demônio, dragão.
O autor apresenta em sua obra uma sonoridade intimista, na perplexidade do cenário atual apresentado da omissão, na defesa sobre a tortura o milicianismo, numa armonização da mentira. Em contra partida as pessoas reais resistem, em uma soiedade que cada vez mais tem que unir e manifestar. Estas figuras imaginárias, são usadas para expressar uma irônia na intervenção musical, num processo de reflexão entre o que é real e está presente na sociedade, ao mundo imaginário perfeito cultuado por uma parte da sociedade para esconder as mazelas sociais, os preconceitos, as omissões e negligências dos integrantes do corpo social assim como os governantes. As resistências do que é rela está nas massas.
QUESTÃO 4 (2 PONTOS)
Na mesma linha de atualização das figuras, veja o que acontece com a bruxa má, neste conto de Moacir Scliar, Bruxas não existem.
Quando eu era garoto, acreditava em bruxas, mulheres malvadas que passavam o tempo todo maquinando coisas perversas. Os meus amigos também acreditavam nisso. A prova para nós era uma mulher muito velha, uma solteirona que morava numa casinha caindo aos pedaços no fim de nossa rua. Seu nome era Ana Custódio, mas nós só a chamávamos de "bruxa".
Era muito feia, ela; gorda, enorme, os cabelos pareciam palha, o nariz era comprido, ela tinha uma enorme verruga no queixo. E estava sempre falando sozinha. Nunca tínhamos entrado na casa, mas tínhamos a certeza de que, se fizéssemos isso, nós a encontraríamos preparando venenos num grande caldeirão.
Nossa diversão predileta era incomodá-la. Volta e meia invadíamos o pequeno pátio para dali roubar frutas e quando, por acaso, a velha saía à
rua para fazer compras no pequeno armazém ali perto, corríamos atrás dela gritando "bruxa, bruxa!".
Um dia encontramos, no meio da rua, um bode morto. A quem pertencera esse animal nós não sabíamos, mas logo descobrimos o que fazer com ele: jogá-lo na casa da bruxa. O que seria fácil. Ao contrário do que sempre acontecia, naquela manhã, e talvez por esquecimento, ela deixara aberta a janela da frente. Sob comando do João Pedro, que era o nosso líder, levantamos o bicho, que era grande e pesava bastante, e com muito esforço nós o levamos até a janela. Tentamos empurrá-lo para dentro, mas aí os chifres ficaram presos na cortina.
· Vamos logo - gritava o João Pedro -, antes que a bruxa apareça. E ela apareceu. No momento exato em que, finalmente, conseguíamos introduzir o bode pela janela, a porta se abriu e ali estava ela, a bruxa, empunhando um cabo de vassoura. Rindo, saímos correndo. Eu, gordinho, era o último.
E então aconteceu. De repente, enfiei o pé num buraco e caí. De imediato senti uma dor terrível na perna e não tive dúvida: estava quebrada. Gemendo, tentei me levantar, mas não consegui. E a bruxa, caminhando com dificuldade, mas com o cabo de vassoura na mão, aproximava-se. Àquela altura a turma estava longe, ninguém poderia me ajudar. E a mulher sem dúvida descarregaria em mim sua fúria.
Em um momento, ela estava junto a mim, transtornada de raiva. Mas aí viu a minha perna, e instantaneamente mudou. Agachou-se junto a mim e começou a examiná-la com uma habilidade surpreendente.
· Está quebrada - disse por fim. - Mas podemos dar um jeito. Não se preocupe, sei fazer isso. Fui enfermeira muitos anos, trabalhei em hospital. Confie em mim.
Dividiu o cabo de vassoura em três pedaços e com eles, e com seu cinto de pano, improvisou uma tala, imobilizando-me a perna. A dor diminuiu muito e, amparado nela, fui até minha casa. "Chame uma ambulância", disse a mulher à minha mãe. Sorriu.
Tudo ficou bem. Levaram-me para o hospital, o médico engessou minha perna e em poucas semanas eu estava recuperado. Desde então, deixei de acreditar em bruxas. E tornei-me grande amigo de uma senhora que morava em minha rua, uma senhora muito boa que se chamava Ana Custódio.
(In: https://escolakids.uol.com.br/portugues/contos-curtinhos.htm, consultado em 17.9.2020)
4.1 Qual a principal diferença que se nota no conto de Moacir Scliar em relação aos contos de histórias infanto-juvenis em que há bruxas?
Conto onde um dos personagens se encontra como narrador, em primeira pessoa, ele participa com os demais personagens. Na literatura infanto-juvenil se pauta na valorizaçãoda familia, nos modelos sociaias de convivência, na vida doméstica, casamento, heideiros. Etc. E no conto mostrado o personagem menciona “Desde então, deixei de acreditar em bruxas”, evidencia a diferença entre o real e o imaginário.
4.2 Como o espírito do tradicional maravilhoso está presente no conto?
O maravilho, afasta-se do sentido real, porém apresenta reações espandidas. Se relaciona com tempos, costumes e os recursos. Relaciona a ideia de bruxa como um ser malvado e com características feias que todo mundo tem medo. Com características da estrutura, das personagens principais, que na maioria das vezes se apresentam com um herói ou heroína, elemento representante do mal (bruxa). Com espaço e tempo não tão definidos, e a ideia de maravilhoso no texto se refere à presença da figura da bruxa e uma moralidade marcante, sempre o em vencendo o mal. O estranhamento que vai além do sentido conotativo das palavras, numa conversa entre os seres fantásticos com o homem e a exarcebação do mesmo.
QUESTÃO 5 (2 PONTOS) DIARIO DE BORDO
Inspire-se em um dos gêneros literários explorados nesta avaliação e crie um Diário de bordo em que apareça a figura da bruxa. Capriche na elaboração da personagem.
Respondida no Diário de Bordo na plataforma