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PSEUDOCISTO PANCREÁTICO E NEOPLASIAS CÍSTICAS DO PÂNCREAS

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PSEUDOCISTO PANCREÁTICO 
É uma COLEÇÃO LÍQUIDA nos tecidos peripancreáticos, normalmente decorrente de uma PANCREATITE AGUDA. É a 
mais frequente entre as patologias císticas do pâncreas. 
Em geral, o Pseudocisto forma-se por uma ruptura do ducto pancreático principal ou de seus pequenos ramos 
intrapancreáticos sem uma necrose pancreática reconhecida. Essa teoria sugere que o extravasamento de líquido 
pancreático resulta em uma coleção persistente e localizada, que se torna delimitada após 4 semanas. 
< 4 semanas: coleção de líquido 
> 4 semanas: pseudocisto 
O Pseudocisto é uma evolução natural de 5-15% dos pacientes com quadro clínico de pancreatite aguda. Também 
pode desenvolver-se em momentos de agudização de pancreatite crônica e pós-traumatismo pancreático. 
ESTRUTURA: é circundado por uma cápsula fibrosa bem-definida (quanto mais antigo, mais fibroso), sem 
revestimento epitelial e material sólido em seu interior. 
NÃO possui parede própria, o seu revestimento provém de estruturas adjacentes que em contato com a inflamação 
no Pâncreas começam a fibrosar e coletar líquido. 
CLÍNICA: a maioria é assintomático com regressão espontânea. Os pacientes sintomáticos irão variar conforme o 
tamanho, localização e eventuais complicações do Pseudocisto. 
Se infectado irá gerar dor e febre; se romper algum vaso importante (Ex.: art. Esplênica) irá gerar choque hipovolêmico. 
Dor epigástrica é o principal sintoma, acompanhada de massa no abdome superior. 
Laboratorialmente: leucocitose moderada sem desvio à esquerda, persistência da elevação da amilase e da lipase em 
níveis inferiores aos encontrados na pancreatite aguda (três vezes o valor superior normal). 
Exame físico: desconforto à palpação abdominal, sem sinal de irritação peritoneal, com massa palpável pulsátil ou não. 
DIAGNÓSTICO 
TC do abdome com contraste (helicoidal multifásica em cortes finos) = PADRÃO-OURO, porque mostra o tamanho, a 
sintopia da lesão com as vísceras adjacentes (principalmente o estômago), a relação com o pâncreas e a presença de 
comunicação ou dilatação do ducto pancreático, necrose, calcificações no parênquima (características de pancreatite 
crônica) e outras lesões menores. 
 
 
 
 
 
 
 P = pseudocisto na cabeça do pâncreas 
 Setas = duodeno 
 
A RNM ou US podem ser necessárias para confirmar ausência de conteúdo sólido na coleção. 
Líquido do Pseudocisto: conteúdo claro ou amarronzado, não mucinoso e com parede lisa. 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
Outras patologias císticas: cistos de retenção, neoplasias císticas, cistos simples, hidáticos e de mesentério. 
A TC pode sugerir a diferença, mas a confirmação se é neoplasia ou pseudocisto virá pela BIÓPSIA da punção do 
líquido. 
 
 
 
 
 CE 19-9 é especifico para o Pâncreas, porém gera muitos falsos positivos. 
TRATAMENTO 
 ASSINTOMÁTICOS + PSEUDOCISTO < 5-6cm = OBSERVAR por no mínimo 6 meses para ver se terá resolução 
espontânea. 
A resolução espontânea dos Pseudocistos pode ocorrer pela reabsorção do conteúdo, pela drenagem para vísceras 
adjacentes ou pelo próprio ducto pancreático em um período de até 12 meses. 
 Sintomáticos (independentemente do tamanho): 
1. DRENAGEM EXTERNA - perdeu espaço para a DRENAGEM PERCUTÂNEA intervencionista: 
O procedimento é guiado por TC do abdome com contraste na qual a coleção é puncionada com agulha. O 
trajeto do cateter pode ser transperitoneal, retroperitoneal ou transgástrico, sendo exteriorizado na parede 
abdominal. Está indicado para coleções volumosas determinando obstruções – infectadas ou não – cujas 
paredes não apresentam definição e espessura adequadas para o procedimento cirúrgico. 
2. DRENAGEM INTERNA - principal técnica, menos agressiva e com menores chances de complicações, porém 
com maior chance de recidiva! 
 
PSEUDOCISTO NEOPLASIA CISTICA 
Rico em amilase e lipase Pobre em amilase e lipase 
Baixo valor do CEA Alto valor do CEA e CE 19-9 
Não tem parede própria Tem parede própria e por isso pode ser excisado 
Conteúdo não mucinoso Presença de mucina: cistoadenomas mucinosos e cistoadenocarcinomas 
 
CISTODUODENOANASTOMOSE – pseudocistos localizados na cabeça do pâncreas e que apresentam contato com a 
parede duodenal. Principal complicação: fístula duodenal (tratamento bastante difícil); 
CISTOGASTROANASTOMOSE – pseudocistos de localização retrogástrica, e o objetivo é realizar uma comunicação do 
pseudocisto com o estômago. Após aberta a parede anterior do estômago, essa comunicação é estabelecida e a parede 
posterior do estômago é suturada à parede anterior do pseudocisto. 
CISTOJEJUNOANASTOMOSE – outras localizações do pseudocisto. 
3. RESSECÇÃO: técnica com menor percentual de recidiva, pois consiste na exérese completa da lesão. As duas 
principais indicações são o pseudocisto na pancreatite crônica ou a lesão de localização na cauda do pâncreas. 
É o tratamento das neoplasias císticas também!! 
COMPLICAÇÕES 
SANGRAMENTOS: quadro clínico de hipotensão e choque hipovolêmico. Cirurgia de emergência para a ligadura do 
vaso sangrante e para o tratamento do Pseudocisto. 
PERFURAÇÕES: ruptura livre para a cavidade provoca abdome agudo por peritonite química. O tratamento é cirúrgico 
com lavagem da cavidade e drenagem externa do Pseudocisto. 
INFECÇÃO: por translocação bacteriana. Pode ser tratada por punção percutânea, drenagem externa, laparotomia 
(quando não há maturação das paredes) ou por drenagem interna cirúrgica ou endoscópica (quando as paredes são 
bem formadas). 
NEOPLASIAS CÍSTICAS 
70% dos pacientes são assintomáticos e 75% das lesões são benignas. 
São lesões que possuem parede própria, epitélio próprio, ou seja, consigo retirá-lo. 
As neoplasias císticas primárias podem ser: Serosa, Mucinoso, Adenocarcinoma. 
DIAGNÓSTICO 
A imagem inicial das lesões é feita por US abdominal e TC abdominal com contraste (TAC), na qual existem sinais 
sugestivos de malignidade e que requerem tratamento cirúrgico: 
1. Dilatação do ducto pancreático (Wirsung) a partir de 1 cm; 
2. Presença de componente sólido intralesional com realce pelo contraste e contornos irregulares; 
3. Icterícia associada à lesão cística na cabeça pancreática; 
4. Cisto > 8cm; 
5. Paredes císticas espessadas e com realce pelo contraste. 
Características preocupantes, e requerem investigação confirmatória, por Ecoendoscopia com biópsia, e, muito 
provavelmente, cirurgia: 
Cistos de 3 cm ou maiores, ducto principal com tamanho entre 5 e 9 mm, nódulo mural sem realce pelo contraste, 
mudança abrupta no calibre do ducto pancreático com atrofia distal e linfadenopatia. 
O marcador CA 19-9 e o CEA, com níveis séricos aumentados, também se correlacionam com transformação maligna. 
CARACTERÍSTICA DO TUMOR DE PÂNCREAS: sobrevida global é 5% em 5 anos, normalmente é descoberto quando já 
tem 2-3 cm + linfonodos comprometidos. 
CRITÉRIOS DE MAL PROGNÓSTICO: linfonodos acometidos, presença de dor dorsal e constante (invasão do plexo 
celíaco), lesões que extrapolam os limites da glândula. 
CRITÉRIOS DE IRRESSECABILIDADE (tanto para cistoadenocarcinoma quanto para tumor sólido): 
1. Invasão do tronco celíaco; 
2. Invasão da artéria mesentérica superior; 
3. Invasão do tronco celíaco nervoso. 
Quando existe o comprometimento da veia porta em até 30% ou ¼ da parede existe a opção de fazer a ressecção da 
lesão, retirar uma parte da veia e realizar um enxerto venoso. Associado a esse procedimento tem um índice de 
mortalidade é alto, pelo aumento do tempo cirúrgico, o campleamento da veia porta reduz o aporte sanguíneo ao 
fígado. 
Quimioterapia neoadjuvante não é tão eficiente como é para o carcinoma epidermóide de esôfago. Porém, 
dependendo dos casos (pouca invasão de veia porta e tumor menor de 3cm), vale a pena tentar reduzir o tamanho 
da lesão para realizar o procedimento cirúrgico após. 
TRATAMENTO CIRÚRGICO 
1. DUODENOPANCREATECTOMIA (DPT): procedimento de escolha potencialmente curativopara o tratamento de 
neoplasias invasivas da cabeça pancreática e região periampular (papila de Vater, colédoco terminal, duodeno). 
- Ressecção do terço distal do estômago (antro), todo duodeno, porção inicial do jejuno, vesícula biliar, terminal do 
colédoco e cabeça do pâncreas. 
- É necessário a reconstrução de todo o trânsito digestivo, biliar e pancreático. 
 
 
 
 
 
 
 
2. PANCREATECTOMIA CORPOROCAUDAL ou CAUDAL ou TOTAL + ESPLENECTOMIA: é o procedimento cirúrgico de 
escolha para tumores localizados em corpo e cauda pancreáticos. A retirada do baço ocorre pela grande 
proximidade à cauda pancreática. 
 Retirada parcial do pâncreas - insulina continua sendo produzida, mesmo que por um pequeno segmento do 
órgão. O paciente não fica diabético, podendo, apenas, ter uma alteração na digestão de alimentos 
gordurosos. 
 Retirada total do pâncreas - pode haver a indução ao DM. 
 
 
 
 
 
 
 
 
NEOPLASIA INTRADUCTAL MUCINAL PAPILÍFERA (IPMN) 
É uma lesão potencialmente maligna composta por células colunares produtoras de mucina dentro do ducto 
pancreático. 
Não é uma patologia cística, porém a produção exacerbada de muco provoca dilatação do sistema ductal pela 
obstrução. Isso mimetiza uma lesão cística. 
Tem mais chance de malignizar que o mucinoso! 
CLÍNICA: pouco mais da metade dos pacientes são sintomáticos, e os sintomas mais comuns são dor abdominal (58%), 
perda de peso (43%), icterícia (27%) e pancreatite (18%). 
DIAGNÓSTICO: RM é o exame mais importante na avaliação do sistema ductal pancreático. Uma das manifestações 
mais comuns é o aumento de lipase e amilase. Se durante uma CPRE ou endoscopia eu enxergar muco saindo pela 
papila, o diagnóstico está feito. Só é necessário o estadiamento. 
NEOPLASIA CÍSTICA MUCINOSA (NCM) 
É uma lesão sem comunicação com o sistema ductal. São lesões maiores, em média com 4 cm, únicas (unilocular) e 
que se localizam no corpo e cauda pancreáticos em dois terços dos casos. 
Tem um curso de displasia, então há mais chance de malignizar que a NCS. Por isso, tem indicação cirúrgica. 
CISTOADENOCARCINOMA: é a forma maligna da NCM. Apresenta como sintomas: icterícia, emagrecimento, dor 
(comportamento clássico de neoplasia). Tem como comportamento biológico menos agressivo que o CA de pâncreas, 
tem sobrevida de 60% em 5 anos, então é potencialmente curável. 
CISTOADENOMA SEROSO 
Tumor benigno de conteúdo seroso, com baixa concentração ou ausência de marcadores tumorais e enzimas 
pancreáticas, mais comum em mulheres. 
O risco de malignização é muito baixo, normalmente são múltiplos cistos localizados na cabeça do pâncreas. 
DIAGNÓSTICO - sinal patognomônico na TC: em aspecto microcístico que formam vários locus em forma de colmeia e 
que no centro da lesão há uma cicatriz. 
TRATAMENTO: observar em pacientes assintomáticos, cistos pequenos. A cirurgia está indicada em pacientes 
sintomáticos e nos indivíduos em que, após investigação, não é possível determinar a natureza da lesão. 
 A ressecção das lesões tende a ser econômica em termos de preservação do parênquima e, 
consequentemente, da função exócrina e endócrina do Pâncreas.

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