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gestão da qualidade

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i 
 
 
 
GESTÃO DA QUALIDADE APLICADA A CANTEIRO DE OBRAS 
 
Camila dos Santos Quintanilha Braga 
 
 
Projeto de Graduação Apresentado ao Curso de 
Engenharia Civil da Escola Politécnica, da 
Universidade Federal do Rio de Janeiro, como 
parte dos requisitos necessários à obtenção do 
título de Engenheira. 
 
Orientador: Jorge dos Santos 
 
 
Rio de Janeiro 
Setembro de 2016 
 
 
 
ii 
 
GESTÃO DA QUALIDADE APLICADA A CANTEIRO DE OBRAS 
 
 
Camila dos Santos Quintanilha Braga 
 
 
 
 
 
PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTEDO DO CURSO 
DE ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL 
DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A 
OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL. 
Examinado por: 
 
Prof. Jorge, dos Santos, D.Sc. 
 
Prof.ª Ana Catarina Jorge Evangelista, D.Sc. 
 
Prof. Wilson Wanderley da Silva, D.Sc. 
 
Prof. Willy Weisshuhn, M.Sc. 
 
iii 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Braga, Camila dos Santos Quintanilha 
Gestão da qualidade aplicada a canteiro de obra/ Camila dos Santos 
Quintanilha Braga – Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2016. 
xii, 112 p.: il.; 29,7cm 
Orientador: Jorge dos Santos 
Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica? Curso de Engenharia 
Civil,2016. 
Referências Bibliográficas: p. 95-100 
1. Introdução 2. Contextualização: Canteiro de Obras 3. Legislação e 
modelos de conformidade aplicáveis a canteiros de obras 4. Estrutura 
organizacional para o funcionamento do canteiro de obra 5. Boas práticas na 
gestão de canteiro de obras 6. Estudo de caso 7. Conclusões 
I. Santos, Jorge II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, 
Engenharia Civil. III. Gestão da qualidade aplicado a canteiro de obras. 
iv 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Tudo é considerado impossível até acontecer” 
Nelson Mandela 
 
v 
 
 
AGRADECIMENTOS 
Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida. 
Aos meus pais, Valéria e Vantuil, pelo apoio, carinho, dedicação e por sempre 
acreditarem em mim. 
Ao meu irmão Diogo e minha cunhada Yasmim, pelo companheirismo, pela cumplicidade 
e pela paciência. 
Ao meu namorado Daniel, pela motivação e por estar sempre ao meu lado nas 
dificuldades. 
Aos meus melhores amigos Meggie, Pedro, Isabela e Liz pelas horas de estudo, pela 
parceria nos trabalhos e amizade. As dificuldades foram mais leves com vocês. 
Ao meu orientador Jorge, por seus ensinamentos, paciência e dedicação. Esse trabalho 
não se tornaria realidade sem sua ajuda. 
A todas as pessoas que contribuíram de alguma forma para o meu sucesso e por todo o 
carinho que me dedicaram. 
 
 
 
 
 
 
 
vi 
 
 
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte 
dos requisitos necessários para obtenção do grau de Engenheira Civil. 
Gestão da qualidade aplicada a canteiro de obras 
Camila dos Santos Quintanilha Braga 
Setembro/ 2016 
Orientador: Jorge dos Santos 
Curso: Engenharia Civil 
Com um mercado cada vez mais exigente que cobra das empresas cada vez mais 
produtividade, eficiência e qualidade, este trabalho vem para apresentar formas de se 
alcançar essas características através do emprego de ferramentas da gestão da 
qualidade nos canteiros de obras. 
Apesar de comprovado o ganho de produtividade e qualidade com o aprimoramento 
do canteiro e sua gestão, muitas empresas ainda negligenciam essa parte, 
aumentando custos e prejudicando a qualidade do produto final. 
Sendo assim, este trabalho tem como objetivo estudar a aplicação dos requisitos de 
modelos de gestão da qualidade e seu impacto para gestão de canteiros de obra. 
Palavras-chave: canteiro de obra, gestão da qualidade, boas práticas. 
 
 
 
 
 
 
 
vii 
 
 
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfilment of the 
requirements for degree of Civil Engineer. 
Quality management applied to construction sites 
Camila dos Santos Quintanilha Braga 
September/2016 
Advisor: Jorge dos Santos 
Course: Civil Engineering 
With a more exigent market that increasingly demands productivity, efficiency and 
quality from companies, this paper comes to present ways of reaching these 
characteristics by the use of quality management tools at construction sites. 
 Although proven the gains in productivity and quality improvement of the building site 
and its managements, many companies still neglect this part, raising costs and 
impairing the final product. 
That way, this paper has the objective of study the application of quality management 
models requirements and its impact in construction sites management. 
Key words: quality management; construction site. 
 
 
 
 
 
 
 
 
viii 
 
INDICES 
1 Introdução ............................................................................................................ 1 
1.1 A importância do tema .................................................................................... 1 
1.2 Objetivos ........................................................................................................ 2 
1.3 Justificativa da escolha do tema ..................................................................... 2 
1.4 Metodologia .................................................................................................... 3 
1.5 Estrutura da monografia ................................................................................. 4 
2 Contextualização: Canteiro de Obras ................................................................ 5 
2.1 O que é um canteiro de obras ........................................................................ 5 
2.2 Aspectos históricos da sua criação e evolução ............................................... 5 
2.3 Tipos de canteiros de obra utilizados .............................................................. 7 
2.4 Funções dos canteiros de obra: ...................................................................... 8 
2.4.1 Áreas operacionais: ............................................................................... 10 
2.4.2 Áreas de apoio ...................................................................................... 11 
2.4.3 Sistema de transportes (obras verticais) ................................................ 16 
2.5 Importância dos canteiros para a materialização do empreendimento de 
construção .............................................................................................................. 18 
2.6 Construção e mobilização do canteiro: ......................................................... 21 
2.7 Peculiaridades da construção que dificultam ou facilitam o planejamento, 
instalação, e manutenção dos canteiros de obras: .................................................. 23 
2.7.1 Fase de planejamento: .......................................................................... 23 
2.7.2 Fase de instalação:................................................................................ 26 
2.7.3 Fase de manutenção: ............................................................................ 26 
3 Legislação e modelos de conformidade aplicáveis a canteiro de obras ....... 28 
3.1 Legislação que deve ser atendida para projetar, licenciar e instalar um 
canteiro de obra: ..................................................................................................... 28 
3.1.1 Ministério do Trabalho - Normas Regulamentadoras ............................. 28 
3.1.2 Convenção Coletiva de Trabalho ........................................................... 35 
3.1.3 Legislação Ambiental ............................................................................. 36 
3.2 Modelos de conformidade de gestão da qualidade aplicáveis a construção 
civil com enfoque aos canteiros de obra. ................................................................. 42 
3.2.1 SiAC/PBQP-H – 2012 ............................................................................43 
3.2.2 ABNT NBR ISO 9001:2015 .................................................................... 46 
3.3 Sobre as normas técnicas da ABNT aplicáveis a canteiros de obra ............. 49 
4 Estrutura organizacional para o funcionamento do canteiro de obra ........... 51 
4.1 Estruturas organizacionais das empresas construtoras ................................ 51 
4.2 Estruturas Analíticas Operacionais (EAO) para as obras .............................. 52 
ix 
 
4.3 . Estrutura organizacional de administração do canteiro de obras ................ 57 
4.4 Orçamento e gestão dos custos do canteiro de obra .................................... 61 
4.4.1 Custos do canteiro de obras: ................................................................. 61 
4.4.2 Cálculo das despesas do canteiro ......................................................... 63 
4.5 Dificuldades enfrentadas para a gestão do canteiro de obra. ....................... 64 
5 Boas práticas na gestão de canteiros de obra ................................................ 68 
5.1 Construção Enxuta – modelo Toyota ............................................................ 68 
5.2 Programa 5s ................................................................................................. 73 
5.3 SiAC - PBQP-H:2012 .................................................................................... 77 
6 Estudo de Caso .................................................................................................. 84 
6.1 Caracterização da Empresa A ...................................................................... 84 
6.2 Caracterização do empreendimento: ............................................................ 85 
6.3 Caracterização do canteiro: .......................................................................... 86 
6.3.1 Planejamento......................................................................................... 87 
6.3.2 Instalação .............................................................................................. 87 
6.3.3 Administração ........................................................................................ 88 
6.3.4 Manutenção ........................................................................................... 88 
6.3.5 Desmobilização ..................................................................................... 88 
6.4 Análise crítica da gestão da qualidade do canteiro da obra A. ...................... 89 
6.4.1 Atendimento as NR’s: ............................................................................ 89 
6.4.2 Atendimentos ao SiAC – PBQP-H:2012 ................................................ 91 
6.4.3 Atendimento a ISO 9001:2015 ............................................................... 95 
6.4.4 Atendimento a Construção Enxuta ........................................................ 97 
6.4.5 Atendimento ao Programa 5s ................................................................ 99 
6.5 Considerações finais do estudo de caso ..................................................... 101 
7 Conclusões ...................................................................................................... 103 
7.1 Considerações finais: ................................................................................. 103 
7.2 Sugestões para trabalhos futuros ............................................................... 104 
8 Referências Bibliográficas .............................................................................. 105 
9 Anexos ............................................................................................................. 112 
 
 
 
 
 
x 
 
ÍNDICE DE TABELAS 
 
Tabela 1- Tipos de canteiro, adaptado de Illingworth (1993) ......................................... 7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
xi 
 
ÍNDICE DE FIGURAS 
 
Figura 1 - Evolução do PIB (IBGE) ............................................................................... 1 
Figura 2 – Gruas (Fonte: Gruas,2016) ........................................................................ 18 
Figura 3 – Evolução dos patamares de qualidade (DANILEVICZ,2014)...................... 43 
Figura 4 - EAO para obra de edificações de pequeno porte (LIMMER,2010) .............. 53 
Figura 5 - EAO de um projeto complexo ..................................................................... 54 
Figura 6 - Estrutura organizacional em linha (LIMMER, 2010) .................................... 57 
Figura 7 - Estrutura matricial (LIMMER, 2010) ............................................................ 58 
Figura 8 - Estrutura organizacional Empresa A (VIVANCOS, 2001) ........................... 58 
Figura 9 -Estrutura organizacional Empresa B (VIVANCOS, 2001) ............................ 59 
Figura 10 - Estrutura organizacional Empresa C (VIVANCOS, 2001) ......................... 60 
Figura 11 - Estrutura organizacional da obra A (A autora) .......................................... 85 
Figura 12 - Central de estocagem de aço (fonte: a autora) ......................................... 95 
Figura 13 - Central de Resíduos (Fonte: a autora) ...................................................... 99 
Figura 14 - Armazenamento inadequado (Fonte: a autora) ....................................... 100 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
file:///F:/TCC/Gestão%20de%20canteiro%20de%20obra%20Rev%20Final2.docx%23_Toc463419978
file:///F:/TCC/Gestão%20de%20canteiro%20de%20obra%20Rev%20Final2.docx%23_Toc463419980
file:///F:/TCC/Gestão%20de%20canteiro%20de%20obra%20Rev%20Final2.docx%23_Toc463419981
file:///F:/TCC/Gestão%20de%20canteiro%20de%20obra%20Rev%20Final2.docx%23_Toc463419982
file:///F:/TCC/Gestão%20de%20canteiro%20de%20obra%20Rev%20Final2.docx%23_Toc463419983
xii 
 
ÍNDICE DE SIGLAS 
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas 
ARL – Administração, Risco e Lucro 
ART – Anotação de Responsabilidade Técnica 
BDI – Bonificação e Despesas Indiretas 
CA – Certificado de Aprovação 
CIPA – Comissão interna de prevenção de Acidentes 
CLT – Consolidação das Leis do Trabalho 
COFINS – Contribuição para Financiamento da Seguridade Social 
CREA – Conselho Regional de Engenharia e Agronomia 
EAO – Estruturas Analíticas Operacionais 
EIA – Estrutura Analítica de Insumos 
EPC – Equipamentos de Proteção Coletiva 
EPI - Equipamentos de Proteção Individual 
ETC – Estrutura de Tipo de Custo 
IMVP – International Motor Vehicle Program 
ISO – International Organization for Standardization 
LI – Licença de Instalação 
LO – Licença de Operação 
LP – Licença Prévia 
MTE – Ministério do Trabalho e Emprego 
NBR – Norma Brasileira 
NR – Norma Regulamentadora 
PBQP-H - Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat 
PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional 
PDCA – Plan, Do, Check e Act 
PIB – Produto Interno Bruto 
PIS – Plano de Integração Social 
PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais 
RCC – Resíduo da Construção Civil 
SESMT – Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do 
Trabalho 
SiAC – Sistema de Avaliação da Conformidade de Serviços e Obras 
STP – Sistema Toyota de Produção 
 
 
 
1 
 
1 INTRODUÇÃO 
1.1 A importância do tema 
Nos últimos cinco anos deu-se início no Brasil um forte processo de 
desaceleração econômica. 
O gráfico da figura 1 mostra a taxa do PIB de -3,8%, a menor desde 1990, que 
apresentou um PIB de -4,3% naquele ano. 
 
Figura 1 - Evolução do PIB (IBGE) 
Nesse cenário de incertezas a indústria da construção civil tem a necessidade 
de se reinventar enxugando custos e investindo em planejamento e produtividade para 
garantir margens lucrativas e manter o faturamento ativo. 
Entretanto nessa mesma indústria, ainda hoje, existem obras sendo 
executadas de formas artesanais sem um planejamento formal, garantias de prazos ou 
orçamento.O processo de transformação da construção civil de uma produção artesanal 
para uma produção visando à produtividade passa pelo planejamento e nesse 
contexto a necessidade do gerenciamento do canteiro de obras se apresenta. 
2 
 
O gerenciamento do canteiro de obras é a materialização de todo planejamento 
do projeto, pois a cada etapa do projeto de uma construção, o canteiro deve ser 
modificado para melhor atender as necessidades, materiais devem ser previamente 
adquiridos e armazenados, a mão de obra deve ser treinada, resíduos descartados, 
tudo isso para que o projeto a ser construído ande sempre pensando na melhoria 
contínua, no aumento da produtividade, adequação aos prazos e redução dos custos 
sem nunca perder a qualidade. 
Só com um canteiro bem gerido e em simbiose com o projeto a indústria da 
construção poderá enxugar custos de forma inteligente e eficaz e assim sobreviver à 
crise. 
1.2 Objetivos 
O trabalho tem como objetivo estudar a aplicação de requisitos das normas 
ABNT NBR ISO 9001 e Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de 
Serviços e Obras da Construção Civil - SiAC / PBQP-H para a gestão de canteiros de 
obras e seu impacto no planejamento, instalação, administração e manutenção de 
canteiros de obras e quais as boas práticas necessárias para atendê-los e gerar um 
aumento da qualidade e da produtividade para a execução das obras de construção 
civil. 
1.3 Justificativa da escolha do tema 
Os contratantes estão, a cada dia, mais preocupados com prazos, custos e a 
qualidade de seus empreendimentos. A maioria das obras tem geralmente prazos para 
entrar em operação, orçamento limitado, pois hoje a viabilidade do empreendimento 
depende de um mercado cada vez mais competitivo, e a crescente preocupação com 
a qualidade, que deve ser a maior possível para os prazos e orçamentos fixados. 
Segundo LIMMER (2010), o prazo de execução é determinado a partir do elenco 
de atividades a serem executadas, da sua sequência lógica, do seu inter-
3 
 
relacionamento, da metodologia e dos processos de execução e da disponibilidade 
dos recursos. 
O custo deriva dos mesmos fatores, alinhados para o prazo de execução e, 
também, da disponibilidade do recurso financeiro, o qual, em última análise 
retroalimenta a determinação do prazo. 
Sendo assim, o gerenciamento de um canteiro de obras tem por objetivo atingir 
graus cada vez maiores de qualidade e produtividade na execução do projeto, ou seja, 
visa atingir padrões de prazo, custo e qualidade previamente estabelecidos. E assim 
ser competitivo e ter lucro. 
Neste aspecto, a gestão da qualidade quando implantada em canteiros de obras 
pode contribuir para: reduzir os custos operacionais, através da diminuição dos custos 
da qualidade e aumento da eficiência, aumento da transparência e conhecimentos 
dentro do canteiro, aumento da motivação dos empregados à medida que eles 
trabalham com maior eficiência e aumento da satisfação dos clientes por terem os 
requisitos atendidos. 
1.4 Metodologia 
Para o desenvolvimento deste trabalho foi realizada uma revisão bibliográfica 
abrangente ao planejamento, implantação e gestão de canteiro de obras e a suas 
influências na qualidade, no custo e no prazo das obras de construção civil. Foram 
pesquisadas monografias de graduação e de cursos de especialização ligados ao 
tema, dissertações de mestrado, teses de doutorados, livros, artigos de revistas e 
boletins técnicos, bem como pesquisa de sites especializados. 
Para permitir a visualização na prática da teoria pesquisada foi desenvolvido 
estudo de caso em empresa de engenharia atuante no mercado da construção civil. 
4 
 
1.5 Estrutura da monografia 
Além do primeiro capítulo, que apresenta a problemática e a metodologia da 
monografia, o trabalho é desenvolvido em outros cinco capítulos, mais o capítulo de 
conclusões. 
Capítulo dois – Contextualização: Canteiro de obras - Apresenta uma 
caracterização do que é um canteiro de obras e os responsáveis para sua implantação 
e gestão, sua função e importância dentro da indústria da construção e suas 
peculiaridades, bem como sua evolução ao longo dos anos. 
Capítulo três - Legislação e modelos da conformidade aplicados a canteiro de 
obras – Disserta sobre a legislação que deve ser atendida para projetar, licenciar, e 
instalar um canteiro de obras, assim como, os modelos de conformidade de gestão da 
qualidade (ISO9001 e SiAC/ PBQP-H) necessários à boa gestão. 
Capítulo quatro - Estrutura organizacional para o funcionamento do canteiro de 
obras – Descreve a estrutura organizacional típica que empresas utilizam para instalar 
administrar e manter os canteiros de obras e o perfil do profissional que gerencia 
essas ações. Aborda aspectos relacionados ao orçamento e gestão dos custos do 
canteiro e o modo de orça-los, planeja-los e controla-los. Apresenta também as 
principais dificuldades enfrentadas pelas construtoras e por suas equipes 
responsáveis pela gestão do canteiro de obras. 
Capítulo cinco - Boas práticas na instalação e gestão de canteiro de obras – 
Fala sobre as boas práticas disponíveis no mercado para o planejamento, instalação, 
administração e manutenção de canteiros de obras. 
Capítulo seis - Estudo de caso: Apresenta um estudo sobre a influência da 
utilização de sistemas de gestão da qualidade para gestão de um canteiro e suas 
consequências. 
Capítulo sete – Conclusão: Apresenta as conclusões obtidas por este trabalho. 
5 
 
2 CONTEXTUALIZAÇÃO: CANTEIRO DE OBRAS 
2.1 O que é um canteiro de obras 
O canteiro de obras pode ser definido como o local que presta um auxílio 
temporário para que a construção de determinada estrutura possa ser executada. O 
canteiro pode ser comparado com uma fábrica que tem por objetivo produzir um único 
produto e que, diferente das outras fábricas em que os processos são imutáveis, os 
equipamentos fixos, e o produto se movimenta entre os diferentes setores até ser 
concluído, nela o produto a ser fabricado está fixo e é a fábrica que deve se moldar 
para atender a cada etapa suas necessidades, além de toda a estrutura ser mutável, 
provisória e ser totalmente desmobilizada ao final da etapa final, ou seja, quando o 
empreendimento for concluído. 
 A NR18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção - 
define o canteiro como: “Área de trabalho fixa e temporária onde se desenvolvem 
operações de apoio e execução de uma obra.”. 
A NBR12284 – Áreas de Vivência em Canteiro de Obras define como: “Áreas 
destinadas à execução e apoio dos trabalhos da indústria da construção, dividindo-se 
em áreas operacionais e áreas de vivência”. 
2.2 Aspectos históricos da sua criação e evolução 
 
Desde a revolução industrial na década de 30 até a década de 70 o Brasil vivia 
um período ruim em termos de produtividade, acidentes de trabalho e condições 
dignas de trabalho no setor da construção civil. As condições de trabalho precárias 
não condiziam com a crescentes exigências internacionais que segundo Junior (2013), 
exigiam construções de melhor qualidade, produzidas de forma mais rápida, mais 
barata e incorporando tecnologia muito mais complexa. 
6 
 
Com aumento do nível de exigência dos clientes públicos e privados, 
preocupados em garantir um retorno adequado aos seus investimentos, implicou em 
uma alteração na postura de se conduzir o processo da construção, onde se insere o 
propósito de redução de acidentes de trabalho e das doenças ocupacionais. 
Segundo Junior (2013), em 1990 o Programa Brasileiro de Qualidade e 
Produtividade (PBQP) foi criado com o intuito de preparar o país para a competição 
internacional, abrindo assim nosso mercado para o mundo. A preocupação era, então, 
com a qualidade do produto, com a engenharia da produção, com os sistemas de 
produção, com a introdução dos conceitos de ISO 9000 ou de qualidade total. As 
certificações passaram a ser uma preocupação a mais nasorganizações industriais: 
os processos de reengenharia, de identificação dos objetivos próprios das empresas, 
especializando funções e terceirizando os serviços não essenciais. 
Com essa nova mentalidade mudanças na construção civil tiveram que ser 
implementadas, o que afetava diretamente a questão do canteiro de obras, precisava-
se de qualidade, controle dos materiais, de sua estocagem, precisava-se de 
qualificação da mão de obra, treinamentos, conscientização. Os operários ganham 
importância no processo, e desde a criação das normas de regulamentadoras de 
segurança no trabalho, ter um trabalhador em campo requer condições humanas e 
seguras de trabalho. 
Em suma, a adequação da construção civil, demandava a adequação de sua 
“fábrica móvel”, o canteiro, que a partir da década de 70 até hoje não parou de se 
modificar para atender as exigências de um mercado tão competitivo, colocando assim 
o canteiro de obras como o coração da gestão da obra. 
 
 
 
7 
 
2.3 Tipos de canteiros de obra utilizados 
 
De acordo com Illingworth (1993), os canteiros de obra podem ser enquadrados 
dentro de um dos três seguintes tipos: restritos, amplos e longos e estreitos. Na 
tabela1 é caracterizado cada um destes tipos. 
 
Tabela 1- Tipos de canteiro, adaptado de Illingworth (1993) 
O primeiro tipo de canteiro (restrito) é o mais frequente nas áreas urbanas das 
cidades, especialmente nas áreas centrais. Devido ao elevado custo dos terrenos 
nessas áreas, as edificações tendem a ocupar uma alta percentagem do terreno em 
busca de maximizar sua rentabilidade. Em decorrência disto, Illingworth (1993) afirma 
que os canteiros restritos são os que exigem mais cuidados no planejamento, 
devendo-se seguir uma abordagem criteriosa para tal tarefa. 
Illingworth (1993) destaca duas regras fundamentais que sempre devem ser seguidas 
no planejamento de canteiros restritos: 
a. Sempre atacar primeiro a fronteira mais difícil; 
b. Criar espaços utilizáveis no nível do térreo tão cedo quando possível. 
Tipo Descrição
1 . Restritos
A construção ocupa o terreno completo ou uma alta 
percentagem deste. Acessos restritos.
Exemplos Construções em área centrais da cidade, ampliações e reformas
2 . Amplos
A construção ocupa somente uma parcela relativamente 
pequena do terreno. Há disponibilidade de acessos para veículos 
e de espaço para áreas de armazenamento e acomodações de 
pessoal 
Exemplos 
Construção de plantas industriais, conjuntos habitacionais 
horizontais e outras grandes obras como barragens ou sinais 
hidrelétricas
3 . Longos e estreitos
São restritos em apenas uma das dimensões, com possibilidade 
de acesso em poucos pontos do canteiro
Exemplos 
Trabalhos em estradas de ferro e rodagem, redes de gás e 
petróleo, e alguns casos de obras de edificações em zonas 
urbanas.
8 
 
A primeira regra recomenda que a obra inicie a partir da divisa mais 
problemática do canteiro. O principal objetivo é evitar que se tenha de fazer serviços 
em tal divisa nas fases posteriores da execução, quando a construção de outras 
partes da edificação dificulta o acesso a este local. Os motivos que podem determinar 
a criticidade de uma divisa são vários, tais como a existência de um muro de arrimo, 
vegetação de grande porte ou um desnível acentuado. 
A segunda regra aplica-se especialmente a obra nas quais o subsolo ocupa 
quase a totalidade do terreno, dificultando, na fase inicial da construção, a existência 
de layout permanente. Exige-se, assim, a conclusão, tão cedo quanto possível, de 
espaços utilizáveis ao nível do térreo, os quais possam ser aproveitados para locação 
de instalações provisórias e de armazenamento, com a finalidade de facilitar os 
acessos de veículos e pessoas, além de propiciar um caráter de longo prazo de 
existência para as referidas instalações. 
2.4 Funções dos canteiros de obra: 
Em um canteiro de obra é que o processo da transformação dos insumos, da 
mão de obra, materiais e equipamentos em obra construída ocorrem. Para tal, se 
estabelecem várias linhas de produção que se deslocam para gerar um produto final 
que permanece fixo durante todo o processo de produção. Além disso, é preciso 
também fornecer locais adequados e seguros para suprir as necessidades básicas 
humanas de alimentação, higiene, descanso, lazer, convivência, bem como áreas de 
apoio que compreendem áreas que desemprenham função de apoio à produção. 
Segundo Limmer (2010), para a determinação de todas as instalações 
necessárias, e seus respectivos arranjos, os canteiros devem atender a algumas 
funções básicas como: 
a. Integração: todos os elementos que compõem a cadeia de produção 
deverão estar harmonicamente integrados. A falha de um deles poderá 
resultar em ineficiência global. (LIMMER 2010) 
9 
 
b. Minimizar distâncias: as distâncias entre os diversos elementos de 
produção devem ser reduzidas ao mínimo possível, sendo interessante 
aqui o uso de fluxogramas e da pesquisa operacional para determinar 
essas distâncias mínimas. (LIMMER 2010) 
c. Disposição de áreas de estocagem e de locais de trabalho: 
subordinam-se às exigências da operação, de modo que haja fluxo 
contínuo e sem retrocesso de mão de obra, matérias e equipamentos. 
Evitar ao máximo, cruzamentos e retornos de vias impróprios, pois 
causam interferência e congestionamentos. Caso necessário, prever 
tratamento das superfícies de rolamento dos caminhos ou, no mínimo, 
um revestimento adequado que permita uma boa drenagem. Sempre 
que possível, manter os postes que sustentam condutores de energia 
elétrica afastados das laterais das vias de transporte e, quando 
necessário, cruzar uma via de transporte com uma linha, usar 
condutores enterrados e devidamente protegidos contra as cargas do 
tráfego. (LIMMER 2010) 
d. Uso de espaços: ao alocar espaços para depósitos escritórios etc., 
usar as três dimensões. Um jirau num almoxarifado poderá abrigar uma 
série de materiais de pequeno porte, por exemplo. (LIMMER 2010) 
e. Produtividade: condições adequadas de trabalho e de segurança 
conduzem à melhoria da produtividade. (LIMMER 2010) 
f. Flexibilidade: sendo a construção de um empreendimento um 
processo dinâmico, no qual a configuração do sistema de produção se 
altera constantemente, deve ser sempre possível adequar as 
instalações ao processo produtivo, sem muita dificuldade. (LIMMER 
2010) 
Combinando as áreas necessárias a produção do empreendimento e conforto 
dos operários, levando-se em conta as funções básicas mencionadas por Limmer 
10 
 
(2010), faz um canteiro funcional. Tal canteiro deve ter para atender o mencionado 
acima no mínimo as seguintes instalações: 
2.4.1 Áreas operacionais: 
As áreas operacionais são as áreas destinas a produção, ou seja, são as áreas 
na periferia da construção onde se preparam elementos necessários à obra. Essas 
áreas podem variar de quantidade e tipologia dependendo das necessidades da obra. 
Limmer (2010) mostra quais os fatores preponderantes que determinam quais as 
áreas operacionais de acordo com a necessidade de cada obra. 
São eles: 
a. O porte da obra: a área a ser construída ou, no caso de obras com 
elementos planos horizontais não muito bem definíveis, o seu volume. 
(LIMMER 2010) 
b. A natureza e o tipo de obra: o canteiro de obras varia de acordo com 
esses dois fatores. Se a natureza da obra for a de uma instalação 
industrial, poderá haver estruturas metálicas assentes sobre fundações 
de concreto armado. Se for uma barragem de terra, predominarão os 
aterros compactados etc. Quanto ao tipo, por exemplo, uma construção 
de natureza habitacional, ela pode ter sua estrutura de elementos pré-
moldados. (LIMMER 2010) 
c. A localização da obra: Se dentro de um perímetro urbano, se longe 
dele, observando-se a existência de acessos (vias urbanas, estradas de 
rodagem, estradas de ferro, hidrovias, aerovia, etc.), comércio, tipos 
potenciais de fornecedores, hotéis, escolas,postos de combustível, 
oficinas mecânicas e oportunidades de lazer. A existência ou não de 
serviços públicos, como fornecimento de energia elétrica, 
comunicações, telefônicas, água, potável, e facilidades para disposição 
de rejeitos sólidos e líquidos. (LIMMER 2010) 
11 
 
d. Diversificação dos tipos de materiais e de elementos construtivos: 
para em função deles, prever depósitos e linhas de produção. 
e. Especialização das empresas que irão participar da obra: para fins 
de previsão das instalações a serem fornecidas para a sua atuação 
competente. (LIMMER 2010) 
f. Condições locais do mercado de trabalho: para fins de necessidade 
ou não de alojamentos. (LIMMER 2010) 
Exemplificando, as áreas operacionais da construção de um edifício residencial 
localizada no centro de uma cidade não serão as mesmas das áreas operacionais da 
construção de uma barragem no interior do estado onde não há infraestrutura local. 
São alguns exemplos de áreas operacionais: 
Central de concreto, central de aço, central de argamassa, central de formas, 
central de carpintaria, etc. 
2.4.2 Áreas de apoio 
São áreas que não estão ligadas diretamente a produção, mas que são de vital 
importância para que o trabalho seja desenvolvido. Segundo Saurin (2006), elas são 
subdivididas em três subáreas que são: área de apoio à produção, área técnico-
administrativa e áreas de vivência. 
a. Áreas de apoio à produção: 
As áreas de apoio operacionais são áreas de suporte à produção, ou 
seja, fornecem suprimentos e materiais necessários para cada etapa da obra. 
Por serem áreas suportes são muito influenciadas pela produção, sendo 
assim, essas áreas são áreas dinâmicas que tem seu volume e, 
principalmente, tipologia influenciadas pela tipologia e porte da obra em que 
se inserem. (SAURIN 2006) 
i. Almoxarifado: 
O almoxarifado é o local que armazena e gerencia os materiais. 
12 
 
O dimensionamento do almoxarifado depende do porte da obra, do 
volume de materiais e equipamentos, da tipologia do material a ser 
estocado e o quanto de estoque a obra necessita. (SAURIN 2006) 
Ao longo da obra todos os itens listados acima podem receber 
mudanças, sendo assim o almoxarifado que tinha um tamanho menor 
no início da obra, passa a aumentar conforme o aumento das frentes de 
trabalho e reduzir novamente conforme a construção chega ao fim, ou 
começar grande e ir diminuindo. Essas quantidades devem ser 
verificadas no decorrer da obra em conjunto com o planejamento, para 
que materiais não faltem e estejam disponíveis no momento da 
necessidade. (SAURIN 2006) 
Além da função de armazenagem, o almoxarifado controla a 
entrada e saída de materiais e ferramentas, por todas essas funções ele 
deve se localizar, de preferência, próximo ao ponto de descarga de 
caminhões, transportes verticais e do escritório da obra. (SAURIN 2006) 
b. Área de apoio técnico/administrativo: 
São áreas onde acontece a gestão e controle da obra, são lugares, 
como o escritório da obra, onde o corpo técnico toma suas decisões e 
gerencia cada etapa da obra ou como as guaritas de vigia, a portaria, os 
tapumes e os acessos, onde se controla tudo que entra e sai da obra, 
mantendo assim a segurança e o controle. (SAURIN 2006) 
i. Escritório da obra: 
O escritório da obra é um espaço isolado onde são desenvolvidos 
trabalhos relacionados gestão da obra. Nesse local, engenheiros, 
estagiários, mestres e técnicos controlam as frentes que já estão em 
execução e preparam as próximas. Geralmente o escritório da obra possui 
13 
 
computadores para gerenciamento de arquivos digitais e um sistema de 
arquivamento de toda a documentação da obra. (SAURIN 2006) 
O escritório de obra geralmente apresenta salas para o engenheiro 
e estagiários, sala para o mestre de obras e o técnico de edificações, sala 
de reuniões e banheiros. 
Sua localização ideal é próxima ao almoxarifado, perto do portão de 
entrada e que tenha vista para o canteiro. (SAURIN 2006) 
ii. Guarita de vigia e portaria: 
A portaria é o local onde se controla a entrada e a saída de veículos 
e pessoas com sua localização próxima a entrada de pessoas e se 
possível também próximo à entrada de veículos. (SAURIN 2006) 
As guaritas são locais onde abrigam os vigias dia e noite. Em obras 
de pequeno porte as guaritas são anexadas à portaria e um único local 
serve para as duas funções, porém para obras grandes isso não é possível 
tendo em vista a grande quantidade de fluxo. (SAURIN 2006) 
As guaritas devem ser localizadas em locais que permitam a 
visualização do canteiro das divisas e do almoxarifado. (SAURIN 2006) 
iii. Acesso à obra e tapumes: 
O portão para o acesso de pessoas à obra deve ser um portão 
exclusivo (não pode estar integrado ao portão de veículos) que deve estar 
integrado com um planejamento de acesso, que estuda a melhor maneira 
de visitantes e funcionários, entrarem em segurança na obra, sem que o 
mesmo entre, ou tenha que passar por dentro do canteiro. (SAURIN 2006) 
O portão de acesso deve ter: identificação orientando sua função 
(se para entrada de pessoas ou veículos), uma inscrição com o número do 
14 
 
terreno, fechadura, caixa de correios fixada no tapume e campainha. 
(SAURIN 2006) 
O (s) portão (ões) de acesso de veículos deve estar integrado (os) 
com a área de descarga de materiais e sua localização deve ser pensada 
de tal forma que minimize as movimentações no interior do canteiro. Caso 
o terreno abranja mais de uma rua, os portões devem ser posicionados na 
rua com o menor fluxo de carros. (SAURIN 2006) 
Os tapumes têm a função de isolar a área da construção impedindo 
que pessoas entrem em áreas perigosas por desconhecimento. O ideal e o 
mais seguro são tapumes que permitem a visualização da obra para quem 
está na rua e a visualização da rua para quem está na obra, mas nem 
sempre isso é possível, pois, nos dias atuais existem altos índices de 
vandalismo e furtos. (SAURIN 2006) 
Além da função de isolamento, está se tornando uma prática muito 
comum, tapumes diferentes que ajude no marketing do empreendimento. 
O tapume deve conter placas com informações da obra como: 
nome dos responsáveis técnicos responsáveis pela execução da obra, 
pelos projetos e pelos serviços complementares. (SAURIN 2006) 
Usualmente sobre os tapumes são colocadas as placas da 
empresa e também de fornecedores. A placa deve reservar espaço para a 
colocação do selo do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura 
(CREA), devendo conter ainda o nome dos responsáveis técnicos pela 
execução da obra e pelos projetos e serviços complementares. (SAURIN 
2006) 
c. Áreas de vivência (Segundo as diretrizes da NR18) 
i. Instalações Sanitárias: 
15 
 
Instalações destinadas aos cuidados de higiene pessoal que 
segundo a NR18 deve conter um lavatório, um vaso sanitário, e um 
mictório para cada grupo de vinte trabalhadores ou fração e um chuveiro 
para cada grupo de 10 trabalhadores ou fração. 
ii. Vestiários: 
Os vestiários são locais destinados à troca de roupa e estes devem 
conter, segundo a NR18, armários individuais dotados de fechadura ou 
dispositivos com cadeado e bancos em número suficientes para atender 
aos funcionários. 
iii. Alojamentos 
Os alojamentos são locais onde se abrigam os trabalhadores que 
dormem na obra e sua obrigatoriedade ocorre somente se houver 
trabalhadores alojados 
iv. Local de refeições: 
O refeitório é o local onde as refeições são efetuadas e que 
segundo a NR18 deve conter lavatórios instalados em suas proximidades 
ou no seu interior, mesas com tampos liso e laváveis, assentos em número 
suficiente para atender aos usuários e depósito com tampa para os detritos 
v. Cozinha: 
A cozinha é o local de preparo das refeições e só é obrigatório caso 
haja necessidade de se preparar as refeições na obra. Segundo a NR18 a 
cozinha deve possuir pia para lavar os alimentos e utensílios, instalações 
sanitárias, que não secomuniquem com a cozinha, de uso exclusivo dos 
encarregados de manipular gêneros alimentícios, refeições e utensílios e 
recipiente, com tampa, para coleta de lixo. 
vi. Lavanderia: 
Da mesma forma que o alojamento, a lavanderia só é obrigatória 
em casos de trabalhadores alojados na obra. 
16 
 
A lavanderia é um espaço para a lavagem de roupas, e esta deve 
conter segundo a NR18, tanques individuais ou coletivos em número 
adequado. 
Apesar de obrigatória, a lavanderia pode não ser construída caso a 
empresa contrate um serviço terceirizado para a lavagem e secagem das 
roupas de uso individual do trabalhador. 
vii. Área e lazer (obrigatório somente se houver trabalhadores 
alojados): 
A área de lazer só é obrigatória por norma caso haja trabalhadores 
alojados e se caracteriza como um espaço descontraído onde os 
trabalhadores possam relaxar. Não há uma definição do que deve ou não 
haver em uma área de lazer, mas estes variam desde televisões, mesa de 
jogos, hortas e até mesmo campos de futebol. 
viii. Ambulatório 
Local onde se aplicam os primeiros socorros aos trabalhadores. 
Não é obrigatório quando a frente de trabalho for menor que 50 
trabalhadores. 
O ambulatório deve conter o material necessário à prestação de 
Primeiros Socorros de acordo as características da atividade desenvolvida. 
E deve possuir um profissional treinado na área de saúde. 
2.4.3 Sistema de transportes (obras verticais) 
a. Elevador de carga: 
O elevador de carga permite o transporte de materiais quando há 
diferença de nível em uma construção, é um equipamento que, quando sua 
instalação é necessária, tem função estratégica no canteiro e sua localização 
deve ser muito bem estudada. (SAURIN 2006) 
17 
 
A localização do elevador de carga deve ser uma das primeiras 
decisões a serem tomadas na definição do arranjo físico, tendo em vista a 
influência que a posição deste equipamento exerce sobre a localização de 
outras instalações do canteiro (SAURIN 2006). 
Para se decidir a sua localização deve se pensar uma diminuição das 
distâncias tanto em relação aos locais de armazenamento de recursos quanto 
em relação à movimentação desses recursos na construção. 
b. Elevador de passageiros: 
O elevador de passageiros permite a movimentação vertical de pessoas 
através dos níveis da obra. 
De acordo com a NR18, o elevador de passageiros deve ser instalado a 
partir da execução da 7ª laje dos edifícios em construção com oito ou mais 
pavimentos, ou altura equivalente, cujo canteiro possua pelo menos trinta 
trabalhadores. 
A torre deve estar em local isolado das áreas de produção e 
preferencialmente próximas das áreas de vivência, existindo um caminho 
seguro entre estas últimas áreas e o acesso ao elevador (SAURIN 2006). 
c. Gruas 
Gruas (figura 2) são equipamentos para o transporte vertical e 
horizontal de carga. Este equipamento funciona fazendo o içamento de 
materiais através de uma lança, cabo de aço e gancho. São utilizadas quando 
o material transportado tem grandes dimensões ou peso elevado. 
18 
 
 
2.5 Importância dos canteiros para a materialização do 
empreendimento de construção 
No Brasil o canteiro de obras ainda não atingiu o nível de importância que lhe é 
devido, porém cada dia mais, construtores e empreendedores começam a reconhecer 
a importância e o impacto que a elaboração de um bom canteiro pode gerar em seu 
empreendimento (VIEIRA, 2006). 
O canteiro é diretamente responsável pela movimentação e estocagem de 
materiais, por assegurar condições de trabalho e segurança da mão de obra e de 
forma indireta pela motivação do operário, pela produtividade e pelo custo. 
Tais características são descritas abaixo com suas devidas importâncias para o 
empreendimento a ser construído. 
a. Condições de trabalho e segurança da mão de obra 
Uma das mais importantes conquistas dos trabalhadores da indústria da 
construção foi a obrigatoriedade, prevista na NR 18, de implantação de áreas 
de vivência nos canteiros de obra. Pois essas áreas são responsáveis por 
garantir as boas condições humanas para o trabalho, influenciando o bem-
estar do trabalhador e, consequentemente, o número de acidentes. As 
condições de trabalho e os índices de acidentes estão fortemente ligados, na 
Figura 2 – Gruas (Fonte: Gruas,2016) 
19 
 
medida em que estas condições determinam as bases das relações sociais e 
o estado psicológico dos trabalhadores (NORONHA, 2009). 
É de responsabilidade do canteiro de obras prover a infraestrutura 
necessária para garantir a segurança e bem-estar dos trabalhadores. 
Condições estas indispensáveis nos dias atuais. Trabalhador bem-disposto e 
redução dos acidentes, que causam afastamentos e pagamentos de seguros, 
garantem a obra um aumento na produtividade e redução dos custos. 
b. Movimentação e estocagem de material 
Segundo Vieira (2006), a organização do canteiro de obras é 
fundamental para o bom desenvolvimento das atividades, para evitar 
desperdícios de tempo, perdas de materiais e falta de qualidade dos serviços 
executados. Vieira (2006) diz que a logística tem a responsabilidade de 
contribuir na elaboração do planejamento, organização e projeto do layout 
para que todo o processo de desenvolvimento da obra transcorra da melhor 
maneira possível. 
O projeto logístico de um canteiro tem uma influência muito grande nos 
tempos de deslocamentos e na movimentação de materiais, interfere na 
execução das atividades, assim como na produtividade como um todo 
(VIEIRA, 2006). 
Para se entender a importância do canteiro na estocagem e 
movimentação de materiais, deve-se entender que estes são parte de um 
processo maior mencionado por Vieira, a logística. Uma definição clássica do 
que vem a ser logística é descrita por Ballou (2007): 
A logística empresarial associa estudo e administração dos fluxos de 
bens e serviços e da informação associada que os põe em movimento. O 
objetivo é vencer o tempo e a distância na movimentação de bens e ou na 
estrega de serviços de forma eficaz, eficiente e efetiva. 
20 
 
Definida por Dalacorte (2008) como: 
O processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, a movimentação 
e o armazenamento de materiais e seu fluxo de informação mediante os 
canais de marketing, de modo a poder maximizar as lucratividades presente e 
futura, através do atendimento de pedidos a baixo custo. 
O canteiro de obras é quem possibilita que a logística aconteça. A 
estocagem de materiais tem por objetivo final aumento da produtividade e 
consequentemente a maximização do lucro, com a compra de materiais em 
quantidade que possibilitam a redução do preço unitário do material e dos 
custos com o frete, além da diminuição das distâncias e a manutenção da 
produção de maneira contínua garantindo que o material sempre estará 
disponível nos momentos de necessidade, sem os inconvenientes dos 
atrasos da entrega que ocorreriam caso o material fosse comprado 
fracionado, dependendo assim da eficiência de terceiros. 
Vieira (2006) destaca ainda que um canteiro bem planejado e com uma 
logística bem desenvolvida pode proporcionar importantes melhorias no 
processo produtivo, como: 
i. Promover a realização de operações seguras e salubres, não 
gerando descontinuidades produtivas por acidentes de trabalho; 
ii. Minimizar distâncias para movimentação de pessoal e matéria com 
consequente redução de tempos improdutivos; 
iii. Redução sensível com perdas de materiais devido ao excesso de 
movimentação, assim como a deterioração dos mesmos; 
iv. Aumentar o tempo produtivo; 
v. Evitar obstrução da movimentação de materiais e equipamentos; 
21 
 
vi. A manutenção de um canteiro limpo e organizado consegue 
também manter a boa moral dos trabalhadores e, dessa forma, 
torna-os mais produtivos e colaborativos. 
2.6 Construção e mobilização do canteiro: 
2.6.1. Projeto do canteiro 
A construção do canteiro de obras deve primordialmente, ocorrerantes do 
início da obra. É necessária a realização de um projeto, considerando todos os 
aspectos legais e requisitos específicos de cada obra e região para que todas as 
necessidades da obra sejam pensadas e atendidas. Assim sendo, dependendo do 
porte e características organizacionais da empresa construtora são adotados 
procedimentos diferenciados. 
Algumas já possuem em sua equipe permanente, profissionais especializados 
que cuidam do levantamento das peculiaridades de cada empreendimento e do 
desenvolvimento dos projetos dos canteiros de obras. 
Outras empresas terceirizam a atividade de desenvolvimento dos projetos do 
canteiro de obras. 
Há ainda empresas que não desenvolvem projetos formais e utilizam 
containers ou outros recursos padronizados e disponíveis no mercado. 
Algumas empresas construtoras têm padrões estabelecidos para seus 
canteiros que são respeitados e facilitam bastante o atendimento aos padrões 
mínimos requeridos. Outras empresas construtoras adaptam cada projeto a cada 
empreendimento. 
2.6.2. Construção do canteiro 
As empresas construtoras, principalmente de porte grande e médio, têm 
equipes específicas para a construção de seus canteiros de obras. Essas equipes por 
22 
 
vezes além da construção de canteiros executam atividades operacionais nos 
empreendimentos em execução e são mobilizadas em função das necessidades. 
Muitas empresas terceirizam a construção de seus canteiros a empresas 
especializadas na construção de edificações provisórias. 
Uma parcela considerável das empresas construtoras, notadamente de 
pequeno porte, executa a construção de seus canteiros de obra de forma improvisada 
utilizando mão de obra de outras obras em andamento. 
 2.6.3. Mobilização do canteiro 
Construído o canteiro de obras vem à necessidade de promover a mobilização 
do mesmo para que seja dado início na obra. 
A mobilização de canteiros envolve uma série de ações que merecem ser 
cuidadosamente conduzidas para não comprometer a segurança, a produtividade e, 
até mesmo, a viabilidade da obra. [...] além disso, um canteiro mal planejado gera 
descumprimento de normas que visam garantir a segurança no ambiente de trabalho 
(NAKAMURA, 2010). 
Há ações que devem anteceder a mobilização como: 
a) Providenciar licenças de instalação e acionamento dos serviços de 
concessionárias de serviços públicos tais como energia elétrica, gás, água, telefone, 
etc.; 
b) Definir, selecionar e treinar a equipe que irá cuidar da administração do 
canteiro de obras e que necessariamente deverá obedecer às normas internas da 
empresa construtora; 
c) Levantar e providenciar os diversos recursos para o funcionamento do 
canteiro, tais como equipamentos, móveis, equipamentos de informática, 
equipamentos de proteção individual e coletiva, materiais técnicos de consumo, 
23 
 
materiais de escritório, de higiene, alimentação, etc. necessários ao início da obra e 
funcionamento do canteiro; 
d) Definir as regras de disciplina, controle e funcionamento do canteiro de 
obras. 
Tomadas todas essas providências ocorrem então a mobilização propriamente 
dita do canteiro de obras estando tudo pronto para o início da obra. 
Empresas bem consolidadas são capazes de mobilizar um canteiro em apenas 
uma semana, dependendo do negócio e do cliente em questão (NAKAMURA, 2010). 
Por outro lado, as empresas pouco consolidadas mobilizam um canteiro de forma 
desorganizada e muitas vezes sem um projeto. As instalações provisórias não são 
reaproveitadas de uma obra para outra e sua mobilização é bastante demorada, pois 
segundo Nakamura (2010), o descaso com procedimentos aparentemente corriqueiros 
durante a mobilização pode significar atrasos, desperdícios e muita dor de cabeça. 
 
2.7 Peculiaridades da construção que dificultam ou facilitam o 
planejamento, instalação, e manutenção dos canteiros de 
obras: 
Em qualquer ambiente existem elementos que facilitam ou dificultam o 
desenvolvimento de determinada atividade e o canteiro de obras não é uma exceção. 
Sendo assim, existem características peculiares à construção que de alguma forma 
interferem positiva ou negativamente as fases do canteiro. 
São elas: 
2.7.1 Fase de planejamento: 
a. Tipologia da construção 
24 
 
Dependendo da tipologia da construção o canteiro pode apresentar 
mais ou menos estruturas de apoio à construção, o que desobstrui espaços, 
tanto mais quanto o processo se afaste do sistema de moldagem in loco para 
o sistema de montagem. Além disso, pode se ter um considerável aumento 
da produtividade e diminuição dos custos com mão de obra. 
A definição do processo construtivo depende das características do 
projeto, do tempo para execução, das tecnologias existentes, do 
conhecimento das mesmas, e do balanço entre os recursos necessários e 
disponíveis (financeiro, materiais, mão de obra, equipamentos e espaço), 
entre outros fatores (FERREIRA, 1998). 
b. Mão de obra e Terceirização 
A terceirização com relação à gestão do canteiro de obras pode se 
tornar um fator complicador, pois o canteiro deve fornecer instalações para 
atender tanto seus próprios funcionários quanto os da terceirizada. Além 
disso, segundo (NETO, 2013), a terceirização deve participar e entender do 
plano logístico da empresa gerenciadora, pois do contrário, paralelismo entre 
atividades podem ocorrer interferindo negativamente gerando diversas formas 
de interferências entre as frentes de trabalho. 
Apesar disso, ARAÚJO (2007) apresenta as vantagens na terceirização, 
pois segundo ele, a terceirização gera desburocratização; alívios na estrutura 
organizacional; melhora na qualidade dos serviços gerando assim melhoria 
do produto final; aumenta a eficácia empresarial; gera aumento da 
flexibilidade nas empresas; agiliza o processo decisório e administrativo; 
simplifica a organização; e gera economia de recursos: humanos, materiais, 
econômicos e financeiros. 
Elementos de grande importância, pois geram grandes impactos na 
logística do canteiro e consequentemente na sua gestão. 
25 
 
Em contrapartida, uma mão de obra mal preparada e não especializada, 
como as que encontramos na construção civil atualmente, pode causar o 
inverso do citado por Araújo e consequentemente a organização do canteiro. 
c. Dimensão das áreas 
A dimensão das áreas do canteiro pode ser um complicador quando 
estas se encontram em duas extremidades, ou muito pequenas, onde a 
construção ocupa grande parte do terreno, ou no caso de canteiros externos 
pouca área disponível, ou terrenos de grande extensão, onde o deslocamento 
dos operários seja demasiadamente grande e as instalações das áreas de 
vivência, como sanitários, por exemplo, se encontre muito afastadas e 
demandem grandes deslocamentos para serem alcançadas ocasionando 
perdas na produtividade. 
d. Topografia 
Terrenos muito acidentados causam transtornos na movimentação de 
materiais e equipamentos, além dos cuidados adicionais quando ao 
desbarrancamento de taludes. Terrenos desse tipo além de causar inúmeros 
transtornos para a armazenagem de materiais e consequentemente para a 
logística do canteiro causa bastante diminuição da produtividade devido à 
segurança. Por esse motivo esse tipo de canteiro deve ter seu layout muito 
bem desenvolvido para que surpresas desagradáveis sejam evitadas. 
e. Arranjo do canteiro 
A análise do arranjo é útil para a identificação de problemas 
relacionados ao arranjo físico propriamente dito, permitindo observar, por 
exemplo, a localização equivocada de algumas instalações ou o excesso de 
cruzamentos de fluxo em determinada área (SAURIN, 2006). 
Apesar de sua importância, muitas empresas vêm negligenciando 
determinar arranjos diferenciados para cada obra, adotando modelos 
26 
 
parecidos que podem favorecer em alguns casos, mas podem ser prejudiciais 
em outros. 
A determinação do arranjo é casuística e deve ser determinado, 
principalmente, de acordocom a tipologia da construção, das dimensões do 
terreno e sua topografia a fim de ser obter um arranjo que maximize a 
produção e facilite a gestão das atividades. 
2.7.2 Fase de instalação: 
a. Tipologia das instalações provisórias: 
A escolha da tipologia das instalações provisórias pode trazer 
vantagens e desvantagens, e segundo Saurin (2006), seja qual for o sistema 
utilizado, deve ser considerado os seguintes critérios: custos de aquisição, 
custos de implantação, custos de manutenção, reaproveitamento, 
durabilidade, facilidade de montagem e desmontagem, isolamento térmico e 
impacto visual. 
Esse fator pode trazer grandes benefícios se escolhido de forma 
adequada as necessidades do canteiro. 
2.7.3 Fase de manutenção: 
a. Fases do canteiro 
Um canteiro de obras se modifica ao longo da execução da obra, 
diferindo muito quanto aos materiais, serviços, equipamentos e mão de obra 
que devem comportar. Sendo assim, é interessante que se observe as 
principais fases em que se pode subdividi-lo. Existem diferentes critérios para 
se fazer tal subdivisão, e esta pode ser mais ou menos detalhada em função 
do próprio tempo de que se dispõe para discutir o planejamento (SOUZA, 
1997). 
27 
 
A definição das fases deverá ser feita em função dos principais marcos 
existentes, que impliquem e alterações substantivas na alocação de espaços 
no canteiro, devido ao início de novos serviços, alteração nos processos de 
produção, chegada ou utilização de novos materiais e equipamentos, 
implantação de novas instalações, ou à necessidade de liberação de espaços 
para novas frentes de serviços, entre outros (FERREIRA, 1998). 
b. 5s 
O 5S é o programa de qualidade total que trata da arrumação, da 
ordem, da limpeza, do asseio e da autodisciplina dos funcionários de uma 
organização, tendo como objetivo proporcionar reorganização em setores e 
customização de materiais, proporcionando melhoria no desempenho 
organizacional (RODRIGUES, 2011). 
A denominação 5S vem das iniciais de cinco palavras de origem 
japonesas: Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu e Shitsuke (Rodrigues, 2011). 
Para o canteiro de obras, o 5S é uma potente ferramenta, pois um 
canteiro organizado minimiza despesas e maximiza produtividade. 
O programa 5S será detalhado melhor no capítulo 5 deste trabalho. 
 
28 
 
3 LEGISLAÇÃO E MODELOS DE CONFORMIDADE 
APLICÁVEIS A CANTEIRO DE OBRAS 
3.1 Legislação que deve ser atendida para projetar, licenciar e 
instalar um canteiro de obra: 
3.1.1 Ministério do Trabalho - Normas Regulamentadoras 
As Normas Regulamentadoras (NR’s) são um conjunto de requisitos e 
procedimentos relativos à segurança do trabalho, de observância obrigatória às 
empresas privadas, públicas e órgãos do governo que possuam empregados regidos 
pela Consolidação das Leis do trabalho – CLT. 
Para o surgimento das Normas Regulamentadoras primeiramente, a Lei nº 
6.514 de 22 de dezembro de 1977, estabeleceu a redação da Consolidação das Leis 
do trabalho – CLT, relativas à segurança e medicina do trabalho. Cabendo ao 
Ministério do Trabalho estabelecer as disposições complementares às normas 
relativas à segurança do trabalho. 
Em 08 de junho de 1978, o Ministério do Trabalho aprovou a portaria nº3.214, 
que regulamentou as normas regulamentadoras pertinentes à Segurança e Medicina 
do Trabalho. E em 1978, através da Portaria nº3.214, foram aprovadas, naquela 
época, 28 (vinte e oito) Normas Regulamentadoras. Hoje em dia as Normas 
Regulamentadoras aprovadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego somam-se 36 
(trinta e seis). 
As NR’s que são aplicadas nos canteiros de obras são: 
a. NR 1 – Disposições Gerais; 
A NR 1 aborda as disposições gerais relativas as demais NR’s e onde 
são abordadas questões como a obrigatoriedade da observância das NR’s 
pelas empresas privadas, públicas e pelos órgãos dos Poderes Legislativo e 
29 
 
Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do 
Trabalho - CLT 
b. NR 2 – Inspeção Prévia; 
A NR 2 fala sobre as inspeções que um novo estabelecimento, antes de 
iniciar sua atividade, deve ter para que suas instalações sejam aprovadas 
pelo ministério do trabalho. 
c. NR 3 – Embargo ou Interdição; 
A NR 3 estabelece as situações de emergência as quais a são passiveis 
de embargo ou interdição das obras e que durante o embargo da obra, 
podem ser desenvolvidas atividades necessárias à correção da situação 
apresentada, desde que seja adequado aos trabalhadores. 
d. NR 4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em 
Medicina do Trabalho – SESMT; 
A NR 4 estabelece que empresas privadas e públicas, os órgãos 
públicos da administração direta e indireta e os poderes Legislativos e 
Judiciários, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do 
Trabalho – CLT, conforme o grau de risco de sua atividade principal e o seu 
número de empregados, obrigatoriamente, deverá constituir o Serviço 
especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho – 
SESMT, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do 
trabalhador no local de trabalho. 
e. NR 5 – CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes; 
A NR 5 estabelece que a formação da CIPA deva ocorrer em qualquer 
empresa ou instituição que podem admitir trabalhadores, além de 
empregados com a carteira assinada. Empresas que possuem no mínimo 20 
empregados são obrigadas a manter a CIPA. 
30 
 
f. NR 6 – EPI’s – Equipamentos de Proteção Individual 
A NR 6 preconiza que a empresa é obrigada a fornecer aos 
empregados, gratuitamente, os EPI’s adequados ao risco do trabalho, eles 
devem estar em perfeito estado de conservação e funcionamento, a fim de 
restaurar a saúde, a segurança e a integridade física dos trabalhadores. 
Todo equipamento de proteção individual entregue ao empregado deve 
haver o CA (Certificado de Aprovação) do MTE para que possa ser utilizado e 
as empresas fornecedoras do produto deverão ter registro no departamento 
de Segurança e Saúde do Trabalho. 
g. NR 7 – PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde 
Ocupacional; 
A NR 7 estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação 
do PCMSO, por parte dos empregadores, que admitam trabalhadores como 
empregados. 
O PCMSO tem por objetivo a prevenção, rastreamento e diagnóstico 
precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natureza 
subclínica, além de constatação da existência de casos de doenças 
profissionais ou danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores. 
Avaliações e exames complementares são exigidos as empresas de 
acordo com o grau de risco do trabalho exercido. 
h. NR 8 – Edificações; 
A NR 8 estabelece requisitos técnicos mínimos que devem ser 
observados nas edificações, para garantir segurança e conforto aos que nela 
trabalhem. 
i. NR 9 – PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais; 
31 
 
A NR9 estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, 
por parte de todos empregadores e instituições que admitam trabalhadores 
como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais 
(PPRA). 
A mesma visa a prevenção da saúde e da integridade dos 
trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e 
consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que 
venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção 
do meio ambiente e dos recursos naturais. 
j. N R 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade; 
A NR10 estabelece os requisitos e as condições mínimas de execução 
de medidas de controle e sistemas preventivos, visando garantir a segurança 
e a saúde dos trabalhadores que direta ou indiretamente, interajam em 
instalações elétricas e serviços com eletricidade. 
k. NR 11 – Transporte, Movimentação, Armazenamento e Manuseio de 
Materiais; 
A NR 11 estabelece a implantação da segurança para operações de 
elevadores, guindastes, transportadores industriaise máquinas 
transportadoras, a fim de garantir resistência, segurança e conservação. 
l. NR 12 – Segurança no Trabalho em Maquinas e Equipamentos; 
A NR 12 estabelece medidas de prevenção de acidentes e doenças do 
trabalho nas fases de projeto, a utilização de máquinas e equipamentos de 
todos os tipos e ainda visa regularizar a sua fabricação, importação, 
comercialização, exposição e cessão a qualquer título. 
m. NR 15 – Atividades e Operações Insalubres; 
32 
 
A NR 15 descreve as atividades, as operações e agentes insalubres, 
sendo eles qualquer tipo de ambiente que possa vir a oferecer algum risco à 
saúde dos trabalhadores. 
n. NR 16 – Atividades e Operações Perigosas; 
A NR 16 - regulamenta as atividades e operações legalmente 
consideradas perigosas, estipulando as recomendações prelecionistas 
correspondentes. 
Além disso, ela coloca que o exercício de trabalho em condições de 
periculosidade assegura ao trabalhador a percepção de adicional de 30% 
(trinta por cento), incidente sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de 
gratificações, prêmios ou participação nos lucros da empresa. 
o. NR 17 – Ergonomia; 
A NR 17 estabelece parâmetros de ergonomia a fim de garantir a 
saúde, segurança e conforto do funcionário. 
p. NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da 
Construção; 
A NR 18 estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento 
e de organização, que objetivam a realização de medidas de controle e 
sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio 
ambiente de trabalho na Indústria da Construção. 
Devido a sua grande importância para a conformidade do canteiro de 
obras a NR 18 foi abordada com mais detalhes no item 2.2.4 c deste trabalho. 
q. NR 19 – Explosivos; 
33 
 
A NR 19 preconiza o parâmetro de depósito, manuseio e armazenagem 
de explosivos. Esta é uma atividade de alto risco, portanto, se faz necessário 
a NR-16. 
r. NR 20 – Segurança e Saúde com Inflamáveis e Combustíveis; 
A NR 20 estabelece as disposições regulamentares acerca do 
armazenamento, manuseio e transporte de líquidos combustíveis e 
inflamáveis, objetivando a proteção da saúde e a integridade física dos 
trabalhadores em seus ambientes de trabalho. 
Entende-se como “líquido combustível” todo aquele que possua ponto 
de fulgor igual ou superior a 70ºC e inferior a 93,3ºC. 
s. NR 21 – Trabalho a Céu Aberto; 
A NR 21 impõe a existência de abrigos, ainda que rústicos capazes de 
proteger os trabalhadores contra intempéries, sendo eles quaisquer 
condições climáticas que estejam mais intensas; vento forte, chuva torrencial, 
tempestade, furacão, seca, vendaval etc. 
t. NR 23 – Proteção Contra Incêndio; 
A NR 23 destaca as medidas de proteção contra incêndios, visando a 
prevenção da saúde e integridade física dos trabalhadores e que a mesma 
deve ser realizada em todas as empresas. 
u. NR 24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de 
Trabalho; 
A NR 24 decreta condições sanitárias e de conforto em locais como 
instalações sanitárias, vestiários, refeitórios, cozinhas e alojamentos. 
v. NR 25 – Resíduos Industriais; 
34 
 
A NR 25 preconiza as medidas preventivas relacionadas a resíduos 
industriais no que diz respeito ao destino final do mesmo, destacando que é 
proibido o lançamento ou a liberação nos ambientes de trabalho de quaisquer 
contaminantes gasosos sob a forma de matéria ou energia, direta ou 
indiretamente, de forma a serem ultrapassados os limites de tolerância 
estabelecidos pela norma NR-15. 
w. NR 26 – Sinalização de Segurança; 
A NR 26 fixa as cores que devem ser usadas nos locais de trabalho 
para prevenção de acidentes, identificando os equipamentos de segurança, 
delimitando áreas, identificando as canalizações empregadas nas indústrias 
para a condução de líquidos e gases advertindo contra riscos. 
x. NR 33 – Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços 
Confinados; 
A NR 33 define o reconhecimento de espaços confinados, assim como 
a avaliação, monitoramento e controle de riscos que ali pode haver. 
Entende-se espaço confinado qualquer área ou ambiente não projetado 
para ocupação humana contínua, que possua meios limitados de entrada e 
saída, cuja ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou 
onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio. 
y. NR 34 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da 
Construção e Reparação Naval; 
A NR 34 estabelece requisitos mínimos e as medidas de proteção à 
segurança, à saúde e ao meio ambiente de trabalho nas atividades da 
indústria de construção e reparação naval. 
z. NR 35 – Trabalho em Altura; 
35 
 
A NR35 estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção 
para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a 
execução, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores 
envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade. 
3.1.2 Convenção Coletiva de Trabalho 
A Convenção Coletiva de Trabalho está regulamentada nos artigos 611 e 
seguintes da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e trata-se de um contrato 
obrigatório que deve ser estipulado a cada um ou dois anos entre trabalhadores e 
patrões, cada um, representado por seu respectivo sindicato. (SITECON, 2016) 
A Convenção Coletiva de Trabalho é de realização obrigatória e fixa normas 
que servem para adequar a legislação trabalhista, genérica e ampla, à realidade de 
cada categoria. 
Uma vez por ano, na data-base, é convocada Assembleia Geral para instalar o 
processo de negociação coletiva. Isso significa que, nesta data, reajustes, pisos 
salariais, benefícios, direitos e deveres de empregadores e trabalhadores serão objeto 
de negociações. Se os sindicatos, autorizados pelas respectivas assembleias gerais, 
estiverem de acordo com as condições estipuladas na negociação, assinam a 
Convenção Coletiva de Trabalho, o documento que deverá ser registrado e 
homologado no órgão regional do Ministério do Trabalho. As determinações da 
convenção Coletiva atingem a todos os integrantes da categoria. (GUIA DE 
DIREITOS, 2016). 
Sem a Convenção Coletiva de Trabalho, trabalhadores não recebem 
remuneração acima do salário mínimo e de outro lado os empregadores não podem 
utilizar-se de instrumentos legais de flexibilização do trabalho como turnos e as 
escalas de revezamento. Assim, não existe Categoria Profissional (trabalhadores) ou 
Economia (patronal) que consiga sobreviver, no campo trabalhista, sem Convenção 
Coletiva. (SITECON, 2016) 
36 
 
3.1.3 Legislação Ambiental 
A construção civil é um importante seguimento da indústria brasileira, tida como 
um indicativo do crescimento econômico e social. Contudo, está também se constitui 
em uma atividade geradora de grandes impactos ambientais. 
Segundo CARNEIRO (2001), a construção civil é uma das atividades que mais 
contribui com ações que alteram o meio ambiente. Essas alterações ocorrem na fase 
de implantação da obra, execução dos serviços, que ocorre em toda a vida útil da 
construção: execução, manutenção, reforma, desocupação e demolição. 
Por esse motivo a lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981 (BRASIL, 1981), que 
dispõe sobre as diretrizes da Política Nacional de Meio ambiente, introduziu o conceito 
de licenciamento ambiental entre os instrumentos da política brasileira no setor. 
Além disso, a Constituição Federal (BRASIL, 1988), diz no artigo 225: Todos 
têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo 
e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o 
dever de defendê-lo e preservá-lo para às presentes e futuras gerações. 
Assim sendo, a preservação ambiental é assegurada por lei e os canteiros de 
obras tem obrigação atende-la 
A localização, construção, instalação, ampliação, modificação e operação de 
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradasefetivas ou potencialmente poluidoras, bem como os empreendimentos capazes, sob 
qualquer forma de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento 
do órgão ambiental competente sem prejuízo de outras licenças legalmente exigíveis 
(Resolução CONAMA 237 (BRASIL,1997)). 
As principais diretrizes ambientais as quais os canteiros devem cumprir estão 
listadas a seguir: 
a. Geração de Resíduos da Construção Civil (RCC): 
37 
 
A definição para RCC segundo a Resolução CONAMA 307/2002 diz: 
“Resíduo da construção civil: são os provenientes de construções, 
reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes 
da preparação e da escavação de terrenos tais como: tijolos, blocos 
cerâmicos, concreto em geral solos rochas, metais, resinas, colas, tintas, 
madeiras e compensados, forros, argamassa gesso, telhas, pavimento 
asfáltico, vidros, plástico, tubulações, fiação elétrica, etc., comumente 
chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha. ” 
De forma geral, os RCC são vistos como resíduos de baixa 
periculosidade, sendo o impacto causado, principalmente, pelo grande 
volume gerado. Contudo, nesses resíduos também são encontrados materiais 
orgânicos, produtos perigosos e embalagens diversas que podem acumular 
água e favorecer a proliferação de insetos e de outros vetores de doenças 
(KARPINSK, 2009). 
Segundo Pucci (2006), historicamente o manejo dos RCC esteve a 
cargo do poder público, que enfrentava o problema de limpeza e recolhimento 
dos RCC depositados em locais inapropriados, como áreas públicas, 
canteiros, ruas, praças e margens de rios. 
Em 2002 a Resolução CONAMA 307(BRASIL, 2002), alterada pela 
Resolução 348/2004 (BRASIL, 2004) determinou que o gerador fosse o 
responsável pelo gerenciamento desses resíduos. Essa determinação 
representou um avanço legal e técnico, estabelecendo responsabilidades aos 
geradores, tais como segregação dos resíduos em diferentes classes e o seu 
encaminhamento para reciclagem e disposição final adequada. 
A resolução CONAMA 307/2002, alterada pela resolução CONAMA 
348/2004, propõe a classificação dos resíduos da construção civil, que 
deverão seguir a seguinte divisão: 
38 
 
i. Classe A – são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como 
agregados, tais como: de construção, demolição, reformas e 
reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, 
inclusive solos provenientes de terraplanagem; de construção, 
demolição reformas e reparos de edificações: componentes 
cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.) 
argamassa e concreto; de processo de fabricação e/ou demolição 
de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) 
produzidas nos canteiros de obras; 
ii. Classe B – são os resíduos recicláveis para outras destinações, 
tais como: plásticos, papel/ papelão, metais, vidros, madeira e 
outros; 
iii. Classe C – são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas 
tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a 
sua reciclagem/ recuperação, tais como os produtos oriundos do 
gesso; 
iv. Classe D – são resíduos perigosos oriundos do processo de 
construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles 
contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, 
reformas e reparos de clinicas radiológicas, instalações industriais 
e outros, bem como telhas e demais objetos, e materiais que 
contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde. 
b. Efluentes Líquidos: 
Os corpos d’água têm capacidade de autodepuração, principalmente 
por meio do processo de diluição. Mudanças significativas, entretanto, 
extrapolam esta capacidade e provocam ruptura do equilíbrio, caracterizando 
a poluição do corpo receptor aquático (MOREIRA, 2006). 
39 
 
A poluição ou a contaminação dos corpos d’água é causada pelo 
lançamento de efluentes líquidos e detritos. As águas subterrâneas também 
podem ser poluídas ou contaminadas devido ao lançamento de efluentes e/ou 
disposição inadequada de resíduos no solo, favorecendo os processos de 
infiltração e percolação (MOREIRA, 2006). 
Segundo Ribeiro (2006) os efluentes gerados na construção civil são: 
esgoto domiciliar e águas residuária de lavagem da betoneira. 
c. Poluentes Atmosféricos: 
Segundo a Resolução CONAMA nº3 de 28 de junho de 1990, poluentes 
atmosféricos é “qualquer forma de matéria ou energia com intensidade e em 
quantidade, concentração, tempo ou característica em desacordo com os 
níveis estabelecidos, e que tornem ou possam tornar o ar: improprio, nocivo 
ou ofensivo à saúde; inconveniente ao bem-estar público; danoso aos 
materiais, à fauna e flora; prejudiciais à segurança, ao gozo da propriedade, e 
às atividades normais da comunidade”. 
d. Poluição Sonora: 
A atividade industrial é intensiva na geração de ruídos, fator que pode 
provocar desde incômodos até perdas de audição e sérios distúrbios nas 
pessoas e nos animais (MOREIRA, 2006) 
Os ruídos suportáveis por seres humanos e animais não ultrapassam 40 
ou 50 decibéis. Sons acima de 85 decibéis podem provocar danos à saúde 
das pessoas, sendo 120 decibéis o máximo que o ouvido humano pode 
suportar (MOREIRA, 2006). 
A geração de ruído, portanto, é um importante fator de desequilíbrio 
ambiental e deve merecer atenção tanto do ponto de vista da saúde 
ocupacional quanto do bem-estar da comunidade vizinha (MOREIRA,2006). 
40 
 
e. Licenciamento Ambiental: 
A Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, introduziu o conceito de 
licenciamento ambiental e a Resolução CONAMA nº 237(BRASIL,1997), 
define licenciamento ambiental como: 
“Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente 
licencia a localização, instalação ampliação e operação de empreendimentos 
e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou 
potencialmente poluidoras; ou aquelas que, sob qualquer forma, possam 
causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e 
regulamentares e as normas técnicas aplicáveis no caso. ” 
A licença ambiental é, portanto, uma autorização, emitida pelo órgão 
público competente, concedida ao empreendedor para que execute sua 
construção, desde que atenda as exigências legais para resguardar o meio 
ambiente. 
Antes de se iniciar uma construção e consequentemente a instalação do 
canteiro de obras existem licenças que devem ser atendidas para cada etapa 
do licenciamento, são elas a licença prévia (LP), licença de instalação (LI) e 
licença de operação (LO): 
i. Licença prévia (LP): 
A licença prévia aprova a localização e atesta a viabilidade 
ambiental do empreendimento ou atividade. Qualquer planejamento 
realizado antes da licença prévia é suscetível de alteração (TCU,2004). 
Na fase de Licença Prévia são levantados os impactos ambientais 
e sociais prováveis do empreendimento; são avaliados tais impactos, no 
que tange à magnitude e abrangência; são formuladas medidas que, 
uma vez implementadas, serão capazes de eliminar ou atenuar os 
impactos; são ouvidos os órgãos ambientais das esferas competentes; 
41 
 
são ouvidos os órgãos e entidades sensoriais, em cuja área de atuação 
se situa o empreendimento; são discutidos com a comunidade (caso 
haja audiência pública) os impactos ambientais e respectivas medidas 
mitigadoras e é tomada a decisão a respeito da viabilidade ambiental do 
empreendimento, levando em conta a sua localização e seus prováveis 
impactos, em confronto com as medidas mitigadoras dos impactos 
ambientais e sociais (TCU,2004). 
ii. Licença de Instalação (LI): 
Segundo a Resolução Conama nº237, de 1997, a Licença de 
instalação do empreendimento ou atividade, com a concomitante 
aprovação dos detalhamentos e cronogramas de implementação dos 
planos e programas de controle ambiental, vale dizer, dá validade à 
estratégia proposta para o trato das questões ambientais durante a fase 
de construção. 
Na fase de Licença prévia

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