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ENTREVISTA CENTRADA NO PACIENTE

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ENTREVISTA CENTRADA NO PACIENTE
A entrevista centrada no paciente coleta dados não apenas pessoais ou emocionais, como também elucida muitos dos sintomas físicos queixados pelo paciente que não são esclarecidos pelo método centrado no médico.
MODELOS DE CUIDADOS EM SAÚDE:
MÁGICO-RELIGIOSO
⦁ Ocorrências do cotidiano, incluindo a saúde e a doença, explicadas pela relação com divindades
MODELO BIOMÉDICO CONVENCIONAL
⦁ A tarefa do profissional/equipe de saúde é diagnosticar a doença do paciente e prescrever um tratamento específico visando remover a causa (agente etiológico específico) ou aliviar os sintomas ⦁ O grande recurso teórico/prático: diagnóstico diferencial ⦁ O profissional de saúde é um observador afastado e neutro e o paciente é um recipiente passivo • proporciona ao médico: “identificar a doença ou descartar patologia orgânica”
LIMITAÇÕES DESSE MODELO: - Toma por princípio que a doença é totalmente explicável por desvios da norma de variáveis biológicas (somáticas), que poderiam ser medidas, mensuradas. - Não deixa espaço dentro de sua estrutura para as dimensões sociais, psicológicas e comportamentais das doenças. - Exige que as doenças sejam tratadas apenas como entidades independentes do ser humano que as apresenta.
Ou seja: o modelo médico convencional simplifica excessivamente os problemas da condição de estar doente
MODELO BIOPSICOSSOCIAL
• Doença não pode ser separada da pessoa. • Pessoa não pode ser separada do seu meio. • A tarefa do profissional/equipe de saúde é compreender a pessoa, sua enfermidade e sua doença em todos os níveis para fornecer o cuidado mais adequado. • Para realizar essa tarefa o profissional/equipe de saúde deve ser empático e trabalhar em colaboração com o paciente, estimulando-o a ter um papel ativo no seu cuidado.
*Qual é a maior reclamação aos profissionais de saúde nos órgãos públicos? - Quebra na comunicação entre a pessoa atendida e o médico
MÉTODO CLÍNICO CENTRADO NA PESSOA
⦁ O método clínico centrado na pessoa foi desenvolvido para lidar com a complexidade -UTILIZA UMA ABORDAGEM BIOPSICOSSOCIAL-
⦁ Sua essência é o entendimento da pessoa como um todo, o conhecimento de sua experiência com a doença e a tentativa de estabelecer planos de manejo comum.
⦁ O MCCP tem intuito de garantir que as características de cada pessoa sejam levadas em consideração, e que se chegue a um plano de tratamento elaborado de acordo com esses fatores, incorporando e subordinando a medicina baseada em evidências.
Vantagens do MCCP:
⦁ Menos reclamação por negligência médica. ⦁ Maior satisfação do médico. ⦁ Maior adesão ao tratamento ⦁ Melhores condições fisiológicas
Componentes do MCCP:
1.Explorando a doença e a experiência com a doença 
• Pistas e dicas emitidas pelas pessoas quando procuram atendimento são importantes porque refletem o que estão pensando e sentindo: 
• Expressão verbal ou corporal de sentimentos 
• Tentativas de entender ou explicar os sintomas 
• Falas que salientam preocupações pessoais 
• Relatos de histórias da pessoa que remetem a condições de saúde e/ou fatores de risco 
• Comportamentos que sugerem preocupações ou expectativas mal resolvidas; por exemplo, resistência a aceitar condutas, busca de segunda opinião, solicitação repetida de consultas a curto prazo
AVALIAR DIMENSÕES DA EXPERIÊNCIA DA DOENÇA, REPRESENTADAS PELO ACRÓSTICO SIFE:
• Os sentimentos das pessoas em relação ao seu sofrimento/problema (p.ex. “Como o sr. se sente em relação a essa falta de ar?”)
 • As ideias das pessoas sobre o que está errado (”O que o sr. acha que pode estar causando essa falta de ar?) 
• Os efeitos da doença no funcionamento das pessoas (“Como essa falta de ar influencia nas coisas que o senhor faz no dia-a-dia, como dormir, trabalhar, comer, passear?”) 
• Qual a expectativa das pessoas sobre o cuidado/tratamento a ser oferecido (“Como o senhor acha que eu poderia ajudá-lo?”)
2. Entendendo a pessoa como um todo 
• A pessoa (história de vida, questões pessoais e de desenvolvimento) 
• O contexto próximo (família, trabalho, rede de apoio social) 
• O contexto remoto (cultura, comunidade, ecossistema)
AVALIAR DIMENSÕES:
• Preocupações e dúvidas existenciais ((exemplos: “O que eu quero da vida?”; “Para onde eu quero ir na minha vida?” , “Afinal, quem eu sou realmente?” , etc) e as respostas às mesmas levam a diferentes comportamentos e sentimentos da pessoa que está sendo cuidada e podem influenciar na sua aderência a tratamentos. 
• A história de vida e o contexto atual devem ser perguntados explicitamente (exemplos: “Por favor, me conte de onde o senhor vem?” , “Com quem o senhor mora” , “Como é o seu relacionamento com os vizinhos? E com a família” , “O Sr. e religioso?”
3. Elaborando um plano conjunto de manejo dos problemas 
• Problemas e prioridades
• Objetivos do tratamento e/ou manejo da doença 
• Papéis da pessoa atendida e do médico
4.Incorporando prevenção e promoção de saúde 
• Melhora da saúde
• Prevenção e redução de riscos 
• Identificação precoce 
• Redução das complicações
5. Intensificando o relacionamento entre pessoa e médico 
• Compaixão 
• Poder 
• Cura
• Consciência de si mesmo 
• Transferência e contratransferência
6. Sendo realista
• Tempo e timming 
• A construção de uma equipe e o trabalho em equipe 
• Administração sensata de recursos
Timing:
Refere ao momento correto de abordar determinada questão, bem como a prontidão para compartilhar preocupações e experiências com os profissionais.
COPING:
objetivo principal de desenvolver habilidades para enfrentar situações estressoras, ansiogênicas ou problemáticas, cada vez mais frequentes em nosso dia-a-dia ou estresse do trabalho.
DESAFIOS MCCP:
• O MCCP inclui a atenção ao relacionamento entre a pessoa atendida e o médico e, por implicação, à autoconsciência do médico.
• Um novo método clínico deve encontrar espaço para o exercício da imaginação e para restaurar o equilíbrio entre o pensar e o sentir.
• As mudanças implicadas na transformação do método clínico são bem mais profundas do que novas técnicas para fazer entrevistas, elas exigem uma transformação no que significa ser médico.
• Também exigem uma forma diferente de se pensar a doença e a saúde, bem como uma redefinição do conhecimento médico.
• O MCCP pode ser visto como um movimento para trazer a prática médica e o ensino de volta ao centro, para reconciliar a medicina clínica com a existencial.