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Tutoria – Problema 1 Essa ferida não vai “sarar”? ➔ Termos desconhecidos: LEUCOPLASIA → é uma placa branca não raspável, sendo considerada como uma lesão epitelial potencialmente maligna. Sua coloração branca é resultado de um espessamento da camada superficial de queratina, havendo uma predileção pelo sexo masculino acima dos 40 anos. As regiões mais comuns de seu aparecimento são: a semi-mucosa labial, a mucosa jugal e a gengiva. Pode ser definida também como uma condição na qual manchas ou lesões espessas e brancas aparecem dentro na boca - geralmente na gengiva ou nas bochechas - e é causada pelo crescimento celular excessivo. CARCINOMA EPIDERMÓIDE → é o tipo mais comum de câncer bucal que se apresenta como uma massa tumoral com aspecto Crateriforme (lesão com depressão central e bordas elevadas e endurecidas) que dificulta o diagnóstico e atinge pacientes com hábitos de etilismo e tabagismo associados. COILOCITOSE → é quando a célula está abaulada, vacuolizada com núcleos localizados na periferia da célula. É uma característica da infecção produtiva pelo HPV. GLOSSECTOMIA TOTAL → remoção cirúrgica dá língua. As repercussões são: Dificuldades severas de deglutição e fala, pode haver reflexos na deglutição NEOPLASIA → é toda doença caracterizada por uma nova formação tecidual monoclonal, cujas células acumularam alterações genéticas que conferem vantagem competitiva para a sua proliferação e sobrevida com graus variáveis de comprometimento da diferenciação celular. Podem ser benignas (menor potencial de comprometimento do hospedeiro; não invadem) e malignas (maior agressividade biológica e maior probabilidade de ocasionar óbito do hospedeiro; invadem e eventualmente se disseminam). o "neo"= novo; "plasia" = formação; É uma proliferação anormal do tecido, que foge parcial ou totalmente do controle do organismo e tende à autonomia e à perpetuação, com efeitos agressivos sobre o hospedeiro. o Câncer é uma neoplasia maligna que pode invadir tecidos e estruturas adjacentes, quer efetuem ou não disseminação para tecidos distantes no organismo. Câncer: Termo comum para todos os tumores malignos. Tumor: Termo empregado originalmente ao crescimento causado pela inflamação. Atualmente, usa-se para caracterizar qualquer crescimento. Tutoria – Problema 1 ➔ Objetivos: 1. ENTENDER A BIOLOGIA DO CÂNCER: O CÂNCER é um processo patológico que se inicia quando uma célula anormal é transformada por mutação genética do DNA celular, a mesma forma um clone e começa a se proliferar de maneira incontrolável e adquirem características invasivas. A hiperplasia, a metaplasia e a displasia são exemplos desse tipo de crescimento celular. O câncer é uma doença que se inicia com danos ao DNA celular. Uma vez danificado esse DNA, há 3 processos que podem ocorrer com a célula: A morte celular pelo erro em si ou pela ativação da apoptose feita por genes de supres-são tumoral (gatekeepers), o reconhecimento e o reparo do dano por genes de reparo do DNA (caretakers) ou, mais raramente, a transmissão do dano para as células descendentes por falhas nos outros mecanismos. Quando existe transmissão desse dano às células descendentes (células-filhas), ocorre o processo das neoplasias. Oncogênese e carcinogênese são termos utilizados para designar o processo de desenvolvimento de uma neoplasia, desde as alterações mais precoces no DNA celular até a formação de um câncer. ➔ GENES SUPRESSORES TUMORAIS (GATEKEEPERS E CARETAKERS), PROTO-ONCOGENES E ONCOGENES: o PROTO-ONCOGENES: são genes normais responsáveis pela codificação de proteínas que intervêm na proliferação e na diferenciação celular e que, quando sofrem mutações, se transformam em oncogenes, responsáveis pela conversão das células normais em células cancerosas. Os três mecanismos genéticos responsáveis pela transformação dos proto-oncogenes em oncogenes são: mutações pontuais (p.ex.: deleções); amplificação de genes em que há múltiplas cópias de um proto-oncogene, o que potencializa sua função, e rearranjo de cromossomos (p.ex.: translocações, inversões e super-expressão gênica). Os oncogenes atuam na proliferação celular incontrolada, inibindo a diferenciação celular e a apoptose. Atualmente, existem mais de trinta oncogenes identificados. Por outro lado, existe um mecanismo de “controle de qualidade” do ciclo celular, realizado por genes que podem induzir a célula à apoptose (gatekeepers) ou reparar o DNA da célula mutada (caretakers). No entanto, quando esses genes se encontram anormais, a sobrevivência prolongada e aberrante da célula facilitará o acúmulo de mutações e irá contribuir com a oncogênese. Um desses genes, denominado de “guardião do genoma”, tal a sua importância, é o gene supressor tumoral de p-53, que é um alvo comum de alteração (Tabela 1). o CARCINÓGENOS: O organismo humano está exposto a múltiplos agentes capazes de induzir ao câncer. Eles são chamados de carcinógenos. Independentemente da exposição a carcinógenos, as células sofrem processos de mutação espontânea. Deve-se considerar que a vigilância imunológica é um mecanismo de correção ou exclusão de células mutantes. Dessa forma, a deficiência imunológica parece aumentar a incidência de neoplasias. Quando há diminuição no número de linfócitos T killers, ocorre também diminuição da vigilância imunológica, facilitando a sobrevida de células alteradas. É forte evidência desse fato a correlação entre pacientes com síndrome da imunodeficiência adquirida (aids) e sarcoma de Kaposi. Tutoria – Problema 1 Sabe-se também que a predisposição hereditária tem papel nesse processo. Segundo o National Cancer Institute (NCI), as características do câncer hereditário incluem: tumores múltiplos primários no mesmo órgão ou em órgãos diferentes, tumores bilaterais em órgãos pares, multifocalidade no mesmo órgão, idade de início mais jovem que a usual, tumores com aspectos histológicos raros, tumores que ocorrem no gênero não usualmente afetado (como câncer de mama em homens) tumores associados com anomalias congênitas (como síndrome de Down), tumores associados a outras doenças raras. Existe uma variedade de carcinógenos descrita e comprovadamente associada ao desenvolvimento do câncer e, muitos deles, inclusive, estão relacionados ao risco ocupacional. Alguns carcinógenos podem ser vistos na Tabela 2: Tutoria – Problema 1 ➔ Características do câncer: a maioria das células cancerosas adquire essas propriedades durante o seu desenvolvimento, tipicamente por meio de mutações nos genes relevantes: • Autossuficiência nos sinais de crescimento; • Insensibilidade aos sinais de anticrescimento; • Invasão tecidual e metástase • Potencial replicativo ilimitado; • Angiogênese sustentada; • Evasão à apoptose. Tutoria – Problema 1 “Todo e qualquer tumor surge de uma única célula que adquire características que a tornam uma célula neoplásica.” “A célula neoplásica é resultado da soma de sucessivas mutações não-letais, em trechos específicos do DNA, ao longo de muitas gerações de células” ONCOGÊNESE: O processo de formação do tumor é chamado de oncogênese (ONCO=massa), tendo como seus responsáveis os efeitos cumulativos de diferentes agentes cancerígenos. Estes agentes podem provocar o surgimento de mutações genéticas, ou seja, alterações no DNA dos genes, as quais passarão a dar instruções serradas para suas atividades. Essas alterações podem ocorrer em genes especiais, denominados proto-oncogenes tornando-os ativos, sendo chamados de oncogenes, que são responsáveis pela malignização das células. o O mecanismo de divisão das células é mantido sob controle de 2 grupos de genes: o Osefeitos acumulativos de diferentes agentes são os responsáveis pelo início, promoção, progressão, manifestação: Tutoria – Problema 1 FASES ONCOGÊNESE/CARCINOGÊNESE → O processo do desenvolvimento de um câncer envolve uma sequência de 3 fases: iniciação, promoção e progressão: 1. INICIAÇÃO: é um processo rápido, mas, uma vez ocorrido, as células “iniciadas” podem persistir por tempo considerável. Muitas dessas células transformadas nunca crescerão ou poderão crescer muito lentamente. As células iniciadas precisam passar por pelo menos um ciclo de divisão celular para que a alteração no DNA seja fixada. A exposição a carcinógenos, a predisposição genética (proporção de oncogenes e mutações acumuladas) e os aspectos multifatoriais ligados ao ambiente (hábitos, dieta, atividades, idade, etc.) determinam a criação de clones celulares atípicos com aumento da fração de crescimento (maior proporção de células em mitose). • Interação entre o causador de lesão e DNA celular; • Replicação do DNA lesionado e divisão celular; • Genoma alterado, mas não-expresso; • Fenótipo celular normal. 2. PROMOÇÃO: Decorre da ação continuada de substâncias promotoras, cujo efeito não depende da dose ou da potência, mas do tempo de ação e da intensidade das reações que determinam. A maior parte das substâncias envolvidas é iniciadora e também promotora, ainda que não simultaneamente (a atividade promotora não ocorre paralelamente com a iniciadora). Trata-se de um processo lento, prolongado, caracterizado por reação inflamatória. Requer continuidade e repetição. Determina aumento das alterações cromossômicas, elevação do índice mitótico e aumento da probabilidade de mutações. A fase de promoção leva à expressão clínica da neoplasia. • Expressão da alteração ocorrida na iniciação; • Expansão clonal das células iniciais; • Lesões tumorais benignas (fenótipo alterado). 3. PROGRESSÃO: As células tornam-se indiferenciadas (muito diferentes da célula original). Posteriormente, há secreção do fator de angiogênese tumoral que gera maior vascularização dentro da massa neoplásica, aumentando dramaticamente seu ritmo de crescimento e sua invasividade (potencial de causar metástase). → As fases para o desenvolvimento da metástase englobam: I. Infiltração: há o rompimento da membrana basal decorrente da produção de enzimas (proteases, colagenases) pelas células cancerígenas e perda da capacidade de adesão à membrana basal (caderinas e integrinas), aumentando a motilidade da célula. II. Embolização: as células cancerosas desprendem-se e migram pelo vaso sanguíneo, linfático ou por via transcelômica (parede a parede dos órgãos e dos tecidos). III. Sobrevivência: aproximadamente 90% dessas células são destruídas pelo sistema imune, por células como os neutrófilos; o restante sobrevive. IV. Segregação: as células param em tecido de regiões distintas do local de origem e iniciam o processo de aderência e de migração transendotelial, em que produzem fatores de crescimento, como o fator endotelial de crescimento vascular, promovendo angiogênese e consequente nutrição e oxigenação celular. • Neoplasia expressa histologicamente. • Elevada taxa de proliferação. • Alterações bioquímicas. • Alta capacidade invasiva e metastática. 4. MANIFESTAÇÃO: • Metástases. Tutoria – Problema 1 EVOLUÇÃO DOS TUMORES: BASES MOLECULARES DA ONCOGÊNESE: o Proto-oncogenes: São genes cujos produtos favorecem o crescimento celular e diferenciação normais. o Anti-oncogenes: São genes que participam do controle negativo da proliferação celular. Tutoria – Problema 1 ➔ O dano genético atinge 2 classes de genes: 1) Oncogenes 2) Genes supressores do crescimento tumoral 1. ONCOGENES: São genes que promovem o crescimento descontrolado. Função dos oncogenes: a) Fatores de crescimento (GFR= Growth Factor); b) Receptores de fator de crescimento (GFR= Growth Factor Receptors); c) Proteínas transdutoras de sinal; d) Proteínas nucleares reguladoras. GÊNESE DAS NEOPLASIAS: 2. DIFERENCIAR NEOPLASIA DE CARCINOMA: ➔ Neoplasia: O processo de neoplasia é um resultado de alterações progressivas da função celular. Essas alterações fenotípicas conferem os potenciais proliferativo, invasivo e metastático que constituem a marca do câncer. ➔ Carcinoma: É o câncer que se origina de um tecido epitelial; é o tipo de câncer que surge quando uma célula epitelial qualquer sofre transformação maligna. O carcinoma basocelular e o carcinoma epidermoide, também chamados de câncer de pele não melanoma, são os tipos de câncer de pele mais freqüentes (70% e 25%, respectivamente). Tutoria – Problema 1 3. CONHECER A NOMENCLATURA DO CÂNCER E SUA CLASSIFICAÇÃO: ➔ Nomenclatura: o Para os tumores benignos, a regra é acrescentar o sufixo "OMA" (tumor) ao termo que design ao tecido que os originou. o Quanto aos tumores malignos, é necessário considerar a origem embrionária dos tecidos de que deriva o tumor. o Quando sua origem for dos tecidos de revestimento externo e interno, os tumores são denominados CARCINOMA. o Quando o epitélio de origem for glandular, passam a ser chamados de ADENOCARCINOMAS. ➔ Neoplasias benignas mesenquimais: ▪ Sufixo OMA→ ao tecido de origem (Exemplos): • Neoplasia benigna do tecido fibroso-fibroma; • Neoplasia benigna do tecido cartilaginoso-condroma; • Neoplasia benigna do tecido adiposo-lipoma; • Neoplasia benigna dos ossos-osteoma. ➔ Neoplasias malignas mesenquimais ▪ Sufixo SARCOMA→ ao tecido de origem (Exemplos): •Neoplasia maligna do tecido fibroso-fibrossarcoma; •Neoplasia maligna do tecido cartilaginoso-condrossarcoma; •Neoplasia maligna do tecido adiposo-lipossarcoma; •Neoplasia maligna dos ossos-osteossarcoma. ➔ Tumor benigno – OMA – exemplo de CONDROMA. ➔ Tumor benigno dos epitélios de revestimento – PAPILOMA. ➔ Os tumores benignos originados de glândulas são chamados de ADENOMAS. ➔ Os tumores malignos derivado do epitélio são chamados de CARCINOMAS. ➔ LINFOMAS: são as neoplasias malignas derivadas dos linfócitos e seus precursores. Tutoria – Problema 1 ➔ Classificação (possui 2 sistemas de avaliação – para neoplasias malignas): A Graduação histológica leva em conta o potencial de agressividade de um câncer, através da avaliação das células neoplásicas quanto à variação de forma e de volume, também pela relação núcleo-citoplasma, pelo polimorfismo nuclear, pelas irregularidades na distribuição da cromatina, o nº e o aspecto das mitoses e as características do citoplasma. As neoplasias malignas são graduadas desde Grau 1 (bem diferenciadas e comportamento menos agressivo) até Grau 4 (anaplásicas - Obs: Anaplasia: modificação no desenvolvimento de uma célula ou de um tecido, muitas vezes fazendo com que esta célula/tecido perca suas características de forma e função - mais agressivas e que demandam tratamento mais rigoroso). Há também variações na análise de um mesmo tumor , que pode variar de acordo com a amostra representada, de modo que em uma mesma lesão tumoral é possível identificar áreas mais ou menos “agressivas”. Já o Estadiamento infere a extensão de uma neoplasia maligna no hospedeiro. Ele considera características macro e microscópicas da neoplasia, como tamanho do tumor primário, extensão local da lesão, acometimento metastático de linfonodos e presença de metástases sistêmicas, decorrentes da disseminação de células malignas por via linfo-hematogênica. O método de estadiamento mais conhecido é o da União Internacional Contra o Câncer (UICC), conhecido como TNM, que é baseado em 3 parâmetros principais: (T): Propriedades do tumor primário: pode ser classificado de T1 à T4,de acordo com o tamanho da neoplasia e seu padrão de invasão local; (N): Acometimento de nódulos linfáticos (que drenam o tumor primário): varia de N0 (ausência de metástases para linfonodos), N1 à N3, conforme o número de linfonodos comprometidos e a distância entre o tumor e o nódulo comprometido. (M): Disseminação metastática sistêmica: varia de M0, sem metástases sistêmicas, a M2, de acordo com a extensão e o número de órgãos à distância do tumor primário acometidos. As neoplasias sólidas restritas ao órgão em que se originam (T1 ou T2, N0, M0) podem apresentar expectativa de cura mediante remoção cirúrgica local. As lesões mais avançadas localmente, mesmo com acometimento de alguns linfonodos regionais (T3 com N0 ou N1, e M0), ainda podem ser abordadas cirurgicamente mediantes intervenções radicais, com complementação terapêutica empregando quimioterapia ou radioterapia. Já as lesões com metástases a distância (qualquer que seja T, tumores com pelo menos N2 e, principalmente, M1) tem prognóstico desfavorável, sendo menos provável o sucesso da abordagem cirúrgica. Tutoria – Problema 1 Gradação do tumor: A gradação se refere à classificação das células tumorais, ou seja, procuram definir o tipo de tecido a partir do qual o tumor se originou e o grau em que as células tumorais retêm as características funcionais e histológicas do tecido de origem (diferenciação). Para estabelecer o grau do tumor são usadas amostras de células a partir de raspagens teciduais, líquidos orgânicos, secreções ou lavabos, biopsia ou excisão cirúrgica. O tumor recebe um valor numérico que vai de 1 a 4. Os tumores de grau 1 (tumores bem diferenciados) se assemelham ao tecido de origem em estrutura e função. Os que não se assemelham são descritos como precariamente diferenciados ou indiferenciados e recebem grau 4. 4. ENTENDER O CARCINOMA E O SEU MECANISMO DE CARCINOGÊNESE: ➔ Carcinoma: é o tipo de câncer mais comum nos seres humanos, podendo surgir em praticamente todos os tecidos do nosso corpo. É o câncer que se origina de um tecido epitelial; é o tipo de câncer que surge quando uma célula epitelial qualquer sofre transformação maligna. Por exemplo, se a célula que sofreu mutação é uma célula epitelial do rim, o câncer que surge dela é o carcinoma de células renais; se a origem do câncer for a célula epitelial do fígado, conhecida como hepatócito, o câncer se chamará hepatocarcinoma. Nem todo carcinoma tem sua origem facilmente reconhecida. Alguns deles sofrem uma mutação tão grande, que perdem totalmente as características da célula original. O patologista consegue reconhecer que o tumor veio de um epitélio, mas de qual é impossível afirmar. Este tipo de célula maligna recebe o nome de carcinoma indiferenciado ou carcinoma anaplásico. Um mesmo órgão pode ter mais de um tipo de carcinoma e mais de um tipo de câncer. Por exemplo, dos 3 cânceres mais comuns de pele, 2 são carcinomas (carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular) e 1 não é carcinoma (melanoma). Já no câncer de pulmão, os 4 tipos mais comuns de câncer são todos originados de células epiteliais: carcinoma de pequenas células do pulmão, carcinoma epidermoide do pulmão, adenocarcinoma do pulmão e carcinoma de grandes células do pulmão. o Adenocarcinoma: Se o câncer surge de um tecido epitelial que contém glândulas, como o estômago, cólon, pâncreas, próstata ou mama, o carcinoma é chamado de adenocarcinoma (adeno = pertence a uma glândula). Na mama, o adenocarcinoma é o tipo mais comum de câncer, correspondendo a mais de 90% dos casos. O adenocarcinoma da mama é dividido em 2 grupos: ▪ Carcinoma ductal da mama, quando a origem do câncer são os ductos que transportam o leite. Tutoria – Problema 1 • Carcinoma lobular da mama, quando a origem do câncer são os bulbos, pequenos sacos que armazena o leite. ***Os carcinomas e adenocarcinomas mais comuns são os da pele, próstata, pulmão, mama, cólon, útero, fígado, rins e pâncreas. o Carcinoma in situ: é a forma mais precoce de câncer, quando as células tumorais ainda estão restritas ao local de sua origem, não havendo invasão de estruturas próximas, nem disseminação da doença pelo sangue (não há metástases). Para tratar o carcinoma in situ basta retirar cirurgicamente o tumor, pois todas as células malignas estarão restritas a este pedaço de tecido removido. ➔ O processo de carcinogênese, ou seja, de formação de câncer, em geral se dá lentamente, podendo levar vários anos para que uma célula cancerosa prolifere e dê origem a um tumor visível. Esse processo passa por vários estágios antes de chegar ao tumor. São eles: • Estágio de iniciação: É o primeiro estágio da carcinogênese. Nele as células sofrem o efeito dos agentes cancerígenos ou carcinógenos que provocam modificações em alguns de seus genes. Nesta fase as células se encontram, geneticamente alteradas, porém ainda não é possível se detectar um tumor clinicamente. Encontram-se "preparadas", ou seja, "iniciadas" para a ação de um segundo grupo de agentes que atuará no próximo estágio. • Estágio de promoção: É o segundo estágio da carcinogênese. Nele, as células geneticamente alteradas, ou seja, "iniciadas", sofrem o efeito dos agentes cancerígenos classificados como oncopromotores. A célula iniciada é transformada em célula maligna, de forma lenta e gradual. Para que ocorra essa transformação, é necessário um longo e continuado contato com o agente cancerígeno promotor. A suspensão do contato com agentes promotores muitas vezes interrompe o processo nesse estágio. Alguns componentes da alimentação e a exposição excessiva e prolongada a hormônios são exemplos de fatores que promovem a transformação de células iniciadas em malignas. • Estágio de progressão: É o terceiro e último estágio e se caracteriza pela multiplicação descontrolada e irreversível das células alteradas. Nesse estágio o câncer já está instalado, evoluindo até o surgimento das primeiras manifestações clínicas da doença. ***Os fatores que promovem a iniciação ou progressão da carcinogênese são chamados agentes oncoaceleradores ou carcinógenos. O fumo é um agente carcinógeno completo, pois possui componentes que atuam nos três estágios da carcinogênese. 5. DIFERENCIAR O CÂNCER BENIGNO DO MALIGNO: ???? http://www1.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=320 http://www1.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=320 Tutoria – Problema 1 6. CONHECER O CÂNCER DE BOCA, SEUS TIPOS, FATORES DE RISCO, EPIDEMIOLOGIA E SEU DIAGNÓSTICO: Objetivo 9!!! ➔ Tipos de câncer de boca (ou orofaringe): • Carcinoma de células escamosa: corresponde à 90% dos cânceres da cavidade oral e da orofaringe; são cânceres que começam nas células planas, que normalmente formam o revestimento da boca e da garganta. O estágio inicial do câncer de células escamosas é denominado carcinoma in situ, isto é, as células cancerosas estão presentes apenas no epitélio (superfície). Isso é diferente de um carcinoma de células invasivas, onde as células cancerígenas se desenvolvem nas camadas mais profundas da cavidade oral ou orofaringe. • Carcinoma verrucoso: é um tipo de carcinoma de células escamosas que representa menos de 5% de todos os cânceres orais. É um câncer de crescimento lento que raramente dissemina para outras partes do corpo, mas pode invadir camadas profundas do tecido adjacente. Tutoria – Problema 1 • Carcinoma de glândulas salivares: O câncer de glândulas salivares pode se desenvolver nas glândulas da mucosa da boca e perto da garganta. Existem vários tipos de câncer de glândulas salivares, incluindo carcinoma adenoide cístico, carcinoma mucoepidermoide e adenocarcinoma polimorfo de baixo grau. • Linfomas: são cânceres que se iniciam nas amígdalas e a base da língua,os quais pertencem ao sistema imunológico (linfoide). ➔ Fatores de risco/etiopatogênese/etiopatogenia: Tabagismo, etilismo (associados ou não); exposição à luz ultravioleta (solar); predisposição genética; deficiências nutricionais; infecção pelo papiloma vírus humano (HPV); abuso de drogas ilícitas e práticas sexuais promíscuas; fatores irritativos locais como traumas decorrentes de dentes fraturados, próteses mal adaptadas, câmaras de vácuo, que podem causar lesões hiperplásicas ou hiperqueratóticas. Mas esses fatores irritativos tem ação modificadora e indutora, mas não iniciadora. Pode ocorrer também a associação entre a predisposição genética e os fatores químicos ou físicos. - Tabagismo: Quem fuma cigarro ou utiliza outros produtos derivados do tabaco, como cigarro de palha, de Bali, de cravo ou kreteks, fumo de rolo, tabaco mascado, charutos, cachimbos e narguilé, entre outros, tem risco muito maior de desenvolver câncer de boca e de faringe do que não fumantes. Quanto maior o número de cigarros fumados, maior o risco de câncer. - Exposição ao sol sem proteção representa risco importante para o câncer de lábios. - Excesso de gordura corporal aumenta o risco de câncer de boca. - Exposição a óleo de corte, amianto, poeira de madeira, poeira de couro, poeira de cimento, de cereais, têxtil e couro, amianto, formaldeído, sílica, fuligem de carvão, solventes orgânicos e agrotóxico está associada ao desenvolvimento de câncer de boca. Os trabalhadores da agricultura e criação de animais, indústria têxtil, de couro, metalúrgica, borracha, construção civil, oficina mecânica, fundição, mineração de carvão, assim como profissionais cabeleireiros, carpinteiros, encanadores, instaladores de carpete, moldadores e modeladores de vidro, oleiros, açougueiros, barbeiros, mineiros, canteiros, pintores e mecânicos de automóveis podem apresentar risco aumentado de desenvolvimento da doença. → Epidemiologia: Atualmente, no Brasil, o câncer é a 2ª causa de morte (somente ultrapassado pelas doenças CV). O câncer bucal atinge, respectivamente, a 8ª e 9ª posições no gênero masculino e feminino. Dentre os diversos tipos de câncer bucal, o carcinoma epidermóide representa 95% destas lesões. Geralmente é diagnosticada em fase avançada (geralmente assintomático na sua fase inicial) - (normalmente pela falta de atenção e despreparo do cirurgião-dentista, principalmente para diagnóstico precoce); Apresenta alto índice de mortalidade e morbidade. O Carcinoma epidermóide tem maior incidência na 6ª década de vida e predisposição pelo gênero masculino em relação ao feminino (proporção de 2 a 8:1), porém constatou-se uma incidência de 4,6% em dultos jovens (17-40 anos; média de 33 anos). As regiões da cavidade bucal mais acometidos são o lábio inferior, a língua, o assoalho bucal, a região do trígono-retro-molar, a gengiva e a mucosa jugal. O câncer bucal é o 6º câncer mais comum no mundo, representando um grande problema de saúde pública, e quando não diagnosticado e tratado precocemente apresenta alta morbidade e mortalidade. Ele é representado em 90% pelo carcinoma epidermóide (ou espinocelular) e os outros 10% representados por neoplasias mesenquimais e de glândulas salivares. A estimativa do INCA para 2010 é de 489.270 casos novos de câncer no Brasil, sendo que 14.120 corresponderiam aos casos novos de câncer de boca (homens e mulheres), ficando o mesmo na sétima posição entre os cânceres mais comuns. A região sudeste do Brasil apresenta o maior número de casos novos, perfazendo 75.90 casos, correspondendo a mais da metade de todos os casos novos no Brasil. Os casos novos de câncer de boca representam a quinta posição em relação a todos os tipos de câncer para os homens e a sétima posição para as mulheres. O carcinoma epidermóide (CEC) ou Câncer Epidermóide Bucal (CEB) acomete principalmente o sexo masculino e idade superior aos 40 anos, podendo acometer pacientes mais jovens também. (INCA): Estimativa de novos casos: 15.190, sendo 11.180 homens e 4.010 mulheres (2020 - INCA) Número de mortes: 5.898 sendo 4.672 homens e 1.226 mulheres (SIM - 2015) Tutoria – Problema 1 ➔ Diagnóstico: As características histopatológicas são, normalmente, elucidadas, embora as características clínicas e radiográficas sejam sugestivas. Além do exame anatomopatológico, a citologia esfoliativa e o teste com azul de toluidina indica área de abrangência na biópsia. As características clínicas e anatomopatológicas auxiliam na classificação do grau e estadiamento, conduzindo ao tratamento adequado e prevendo o diagnóstico. - Histologicamente: apresenta ninhos e cordões epiteliais formado pela proliferação de células epiteliais escamosas, que invadem o tecido conjuntivo. A invasão pode ainda acometer outros tecidos adjacentes como o ósseo, muscular, adiposo e vasos sanguíneos. Podem ser observados: Pleomorfismo, hipercromatismo e mitoses atípicas que são visualizadas nos núcleos celulares. A resposta celular inflamatória exacerbada, geralmente eosinofílica, áreas focais de necrose e fibrose densa podem complementar o quadro histológico. Apresenta ainda potencial de angiogênese. A lâmina própria e a submucosa podem ser invadidas por células epiteliais, o que auxilia na identificação do estadiamento patológico e no grau de malignidade do tumor. - 50% dos casos de câncer bucal são diagnosticados em estágios avançados, reduzindo a sobrevida do paciente, limitando o tratamento e influenciando na qualidade de vida. O carcinoma epidermóide bucal pode apresentar-se de várias formas, a mais comum é de uma lesão ulcerada, bordas elevadas, nítidas e endurecidas, com centro necrosado e base endurecida. As outras formas do carcinoma epidermóide bucal são representadas por: lesão ulcerada superficial, lesões endofíticas (ulcero-infiltrativas, ulcero- destrutivas), lesões endofíticas e lesões nodulares. Os locais de maior acometimento são borda lateral de língua, lábio inferior, assoalho bucal. O diagnóstico deve ser realizado por meio de exame clínico (intra e extra-oral) e com o auxílio de exames complementares, tais como a biópsia incisional, imaginológicos (eventual destruição óssea) e alguns caso pode ser utilizada a citologia esfoliativa. 7. IDENTIFICAR AS CARACTERÍSTICAS DAS LESÕES CANCERÍGENAS DO CÂNCER DE BOCA E COMO OCORRE A EVOLUÇÃO DO BENIGNO PARA O MALIGNO: ➔ Lesões: O Carcinoma epidermóide, apresenta-se como uma massa tumoral de base séssil; textura e superfície rugosas, eritematosa, rósea ou esbranquiçado; de contorno irregular, com margens difusas, que impossibilitam sua delimitação exata. Geralmente é sintomático, mas pode ser assintomático. Sangramento, halitose e linfadenopatia maxilo-mandibular podem estar associados, e quando adjacente às glândulas salivares, pode apresentar sialorreia (muita saliva). Na radiografia, tem aspecto “roído de traça” por causa da perda óssea. Mais no Objetivo 10!!! ➔ Evolução/Estadiamento: 8. IDENTIFICAR OS CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO (TNM DE CÂNCER DE BOCA): O sistema descrito abaixo é o mais recente sistema da AJCC (Comitê Conjunto Americano Sobre o Câncer), vigente desde janeiro de 2018. Ele usa o estadiamento patológico, que é determinado da análise da amostra retirada da cirurgia, também denominada estadiamento cirúrgico. Às vezes, se a cirurgia não é possível imediatamente, o tumor é realizado o estadiamento clínico (que não é mostrado abaixo), baseado nos resultados do exame físico, exame de endoscopia, biópsia e exames de imagem. O estadiamento clínico pode ser usado para planejar o tratamento. Às vezes, porém, o tumor se disseminou além das estimativas do estadiamento clínico, e pode não prever o prognóstico do paciente com a precisão de um estadiamento patológico. Tutoria – Problema 1 ➔ Estágios do câncer de boca e orofaringe e lábio p16 negativo: Estágio 0. Tis, N0, M0. EstágioI. T1, N0, M0. Estágio II. T2, N0, M0. Estágio III. T3, N0, M0; T1, T2, T3, N1, M0. Estágio IVA. T4a, N0 ou N1, M0; T1, T2, T3 ou T4a, N2, M0. Estágio IVB. Qualquer T, N3, M0; T4b, qualquer N, M0. Estágio IVC. Qualquer T, qualquer N, M1. ➔ Estágios do câncer de orofaringe p16 positivo: Estágio I. T0, T1 ou T2, N0 ou N1, M0. Estágio II. T0, T1 ou T2, N2, M0; T3 ou T4, N0 ou N1, M0. Estágio III. T3 ou T4, N2, M0. Estágio IV. Qualquer T, qualquer N, M1. ➔ Recidiva: A recidiva não é um estágio no sistema TNM. Recidiva da doença significa que o câncer voltou após o tratamento. O câncer de boca e de orofaringe pode recidivar na boca ou garganta (recidiva local), nos linfonodos próximos (recidiva regional) ou em outra parte do corpo, como os pulmões (recidiva à distância). 9. ESTUDAR A FISIOPATOLOGIA DO CÂNCER DE BOCA: É o câncer que afeta os lábios e o interior da cavidade oral, o que inclui gengivas, mucosa jugal (bochechas), palato duro (céu da boca), língua (principalmente as bordas), assoalho da língua (região embaixo da língua) e amígdalas. É mais comum em pessoas brancas e está associado ao tabagismo e ao etilismo. No câncer de lábio, o principal fator de risco é a exposição solar. A principal característica do câncer de boca em seu estágio inicia é a ausência de sintomas dolorosos, porém em estágios mais avançados a dor pode ocorrer em cerca de 40% dos pacientes, em geral somente quando alcançam um tamanho clínico considerável. A dor pode variar de a um leve desconforto a dores excruciantes em casos avançados, especialmente na língua. Outros sintomas comumente encontrados incluem a dor de ouvido, sangramento, mobilidade dos dentes, dificuldade para respirar, dificuldade para engolir, dificuldade para falar, trismo muscular e parestesia. Aparência Clínica: A aparência clínica do carcinoma epidermoide em casos avançados é bastante característica facilitando seu diagnóstico, porém em situações iniciais podem ser confundidos com outras lesões benignas levando a diagnósticos incorretos atrasando o início do tratamento. Apesar das fortes características suspeitas encontradas, a realização da biopsia é fundamental e sempre obrigatória para o diagnóstico definitivo da lesão, sendo tecnicamente fácil de ser realizada após um breve treinamento. As lesões fundamentais clássicas encontradas são as úlceras e os nódulos firmemente aderidos aos tecidos subjacentes. Eventualmente os pacientes podem apresentar linfoadenopatia cervical sem nenhum outro sintoma. Em casos extremos o paciente pode apresentar fístulas cutâneas, sangramento, anemia intensa e caquexia. Úlcera: Essa lesão fundamental é a mais comumente encontrada, se apresentando como uma úlcera com assoalho necrótico, margens irregulares e elevadas, quando palpadas apresentam um endurecimento bastante característico, em estágios avançados a dor é irradiante e espontânea. Nódulo: Algumas neoplasias apresentam um padrão de crescimento exofítico, podendo apresentar nódulos, com bordas mal delimitadas e duros a palpação. Lesões não características e precoces: Uma grande dificuldade encontrada é quando a lesão não possui uma característica clínica suspeita, fato esse bastante comum em lesões precoces, podendo levar ao profissional a postergar a realização da biópsia. A apresentação clínica de lesões precoces em geral são lesões leucoeritroplásicas, que são manchas branco-avermelhadas com superfície delicadamente rugosa, a elasticidade do tecido se altera e a palpação pode-se sentir um discreto endurecimento da área em relação à mucosa normal, no caso apresentado o uso do azul de toluidina foi importante para uma melhor visualização do carcinoma, posteriormente confirmado pela biópsia incisional. Lesões como essa são assintomáticas e podem nunca serem percebidas pelo paciente, por isso a importância do exame profissional buscando discretas alterações de cor na superfície da mucosa. Uma regra deve ser adotada por todo profissional: “Ao se tratar uma lesão por mais de 15 dias sem sinais de rem issão, provavelmente o diagnóstico inicial estava incorreto”, por isso não insista, nesses casos a recomendação é realizar uma biópsia ou encaminhar para um estomatologista. A realização de uma adequada anamnese e exame clínico podem levar também a condutas mais acertadas como no caso abaixo, onde o paciente foi encaminhado para um centro de referência para realização de uma biópsia, pois a úlcera persistia por mais de 30 dias, porém após o exame pode-se contatar que a hipótese clínica era de uma úlcera traumática e não uma úlcera neoplásica, após a extração do terceiro molar fraturado, houve a cicatrização total da lesão em quatro semanas. Lesões potencialmente cancerizáveis (LPC): são as leucoplasias, as eritroplasias, o líquen plano e a queilite actínica. - Leucoplasia: Definida como uma placa branca com risco aumentado de malignização que não pode ser classificada como nenhuma outra lesão branca, acredita-se que sua prevalência mundial esteja ao redor dos 2%, porém existe diferenças regionais que fazem esse número variar em função do gênero. A leucoplasia é muito mais comum em fumantes, o álcool é considerado um fator de risco independente e as evidências da participação do HPV são controversas. Podem ser divididas em homogêneas (LH) e não homogêneas (LNH), as LNH também são chamadas Tutoria – Problema 1 de leucoeritroplásicas. A leucoplasia verrucosa é um tipo de leucoplasia não homogênea. Temos ainda a leucoplasia verrucosa proliferativa (LVP), que é um subtipo da leucoplasia verrucosa, porém com caracterizada por ser multifocal, resistente aos tratamentos propostos e com alta taxa de malignização. Acredita-se que sua taxa de malignização esteja ao redor de 1% para todos os tipos de leucoplasias existentes, a presença de displasia epitelial no exame histopatológico é considerado o fator de risco mais importante para avaliar seu potencial de malignização. Apesar da recomendação de tratamento das leucoplasias não há evidências que sua remoção cirúrgica interfira na ocorrência de lesões malignas. - Eritroplasia: é definida como uma mancha vermelha que não pode ser diagnosticada como outra lesão com risco aumentado de malignização, o tabaco e o álcool são considerados importantes fatores de risco, e em geral se apresenta como uma lesão única. Encontramos na literatura uma prevalência variando de 0,02% a 0,83%, de qualquer maneira muito mais rara que a leucoplasia e com risco de malignização muito mais alto. - Líquen Plano: Apesar de bastante controverso é considerado pela maioria dos autores como uma lesão potencialmente cancerizável, com uma taxa anual de malignização por volta de 0,5%. Essa malignização pode ocorrer em todos os seus tipos clínicos, porém o tipo erosivo parece ser mais relevante. A biópsia é sempre recomendada e apesar de falta de evidências científicas recomenda-se seu acompanhamento pela vida toda. Queilite Actínica: é representada por alterações nos lábios com degeneração tecidual causada por luz solar, o risco de transformação varia de 12 a 22%. É observada mais no sexo masculino, acima de 40 anos, leucodermas, na semimucosa labial inferior, devido á exposição crônica desta área aos raios UVA e UVB; Caracteriza-se-se inicialmente por vermelhidão nos lábios inferiores e posteriormente por placas ou manchas brancas, descamação, erosão, fissuras e eventualmente ulceração e perda do limite entre vermelhão labial e pele. O diagnóstico é feito pelos aspectos clínicos e biópsia incisional. O tratamento varia conforme o grau de atipia (ou displasia) e a idade do paciente, sendo que o tratamento em pacientes jovens é mais radical. O tratamento consiste em uso de barreiras mecânicas físicas (boné e chapéu) e químicas (protetor solar), cirúrgico, crioterapia e uso de agentes tópicos como creme de imiquimode a 5% e fototerapia dinâmica. É necessário o acompanhamento do paciente a cada 04 meses. Sinaise sintomas de câncer de boca e orofaringe: - Ferida na boca que não cicatriza. - Dor na boca que não desaparece. - Caroço ou inchaço na bochecha. - Mancha branca ou vermelha nas gengivas, língua, amígdalas ou mucosa da boca. - Ferida na garganta ou sensação de ter algo preso na garganta. - Dificuldade para mastigar ou engolir. - Dificuldade de mover a mandíbula ou a língua. - Dormência na língua ou outra área da boca. - Inchaço da mandíbula causando desconforto com a dentadura. - Enfraquecimento dos dentes ou dor ao redor dos dentes. - Alterações na voz. - Nódulo ou massa no pescoço. - Perda de peso. - Mau hálito constante. 10. CONHECER O TRATAMENTO DO CÂNCER DE BOCA: O tratamento em geral depende de fatores associados entre as características clínicas e anátomopatológicas, sendo a cirurgia a modalidade mais instituída. Dependendo do grau de estadiamento e das características anatomopatológicas, foram indicadas diversas modalidades terapêuticas. Porém, nem sempre existe esta correlação entre a evolução clínica e os parâmetros clínico-patológicos. O tratamento cirúrgico é indicado nos estágios I e II, e no III e IV é indicado a radioterapia associada à cirurgia. São frequentes também cirurgias reconstrutivas estéticas, na reabilitação da mastigação e fonação. A mucosite oral pode estar associada à quimioterapia e radioterapia, e é o efeito mais debilitante durante o tratamento oncológico. Muitas vezes, o tratamento pode ser interrompido devido sua intensidade. A xerostomia, sintoma da boca seca, é outro efeito que compromete a qualidade de vida do paciente. Pacientes xerostômicos estão mais suscetíveis a desenvolver cáries e infecções na boca. Cerca de 90% dos pacientes que são atendidos previamente a radioterapia e/ou quimioterapia apresentam algum problema odontológico. Os problemas mais frequentes são doenças da gengiva (gengivite e periodontite), cáries extensas, lesões periapicais (granulomas ou cistos radiculares) e próteses mal adaptadas causando algum tipo de irritação da mucosa bucal. A eliminação de focos de infecção na boca é de suma importância, visto que, estes podem causar a interrupção do tratamento oncológico ou complicações sérias tardiamente, como a osteorradionecrose. Todos os pacientes que são submetidos à radioterapia para tumores em região de cabeça e pescoço e em grande parte aqueles que recebem tratamento quimioterápico podem desenvolver alterações na cavidade bucal. O atendimento odontológico anteriormente, durante e após estas modalidades de tratamento para o câncer, pode diminuir os efeitos colaterais, amenizar sintomatologias que podem até interromper o tratamento do câncer como é o caso de mucosites intensas. O atendimento odontológico prévio a radioterapia (região de cabeça e pescoço) deve ser priorizado, todas as extrações dentárias devem ser realizadas anteriormente ao tratamento radioterápico e evitadas após, devido ao risco de desenvolver osteorradionecrose, sendo este o pior efeito colateral. Ressalta-se que as exodontias devem ser realizadas pelo menos 15 dias antes do início da radioterapia. Nesta fase, é necessário um atendimento rápido e eficaz Tutoria – Problema 1 para que o paciente possa iniciar a radioterapia. O controle e manutenção dos hábitos de higiene bucal devem ser intensificados durante a radioterapia e/ou quimioterapia, pois agentes microbianos podem colonizar sobre feridas bucais (mucosite) causando problemas sistêmicos. A qualidade da higiene oral do paciente é um fator bem estabelecido. Pacientes com boa condição bucal e que mantêm boa higiene durante o tratamento de câncer tendem a ter menos episódios de mucosite do que pacientes com higiene oral precária. Observa-se ainda que pacientes com mesma idade, tendo o mesmo protocolo de tratamento e características de saúde oral semelhantes não desenvolvem mucosite com a mesma frequência devido à capacidade individual de cada indivíduo absorver e excretar drogas. A diminuição do fluxo salivar é outro fator que devemos controlar nesta fase, a saliva age na lubrificação e proteção da mucosa e sua redução também pode tornar a boca um ambiente propício para o desenvolvimento de candidose. Saliva artificial deve ser prescrita quando o paciente queixar de boca seca. Conduto, alguns pacientes preferem ingerir constantemente água à saliva artificial. Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer - MS): Na grande maioria das vezes é cirúrgico, tanto para lesões menores, com cirurgias mais simples, como para tumores maiores. O cirurgião de Cabeça e Pescoço é o profissional que vai avaliar o estágio da doença. Essa avaliação, associada a exames complementares determinará o tratamento mais indicado. A radioterapia e a quimioterapia são indicadas quando a cirurgia não é possível ou quando o tratamento cirúrgico traria sequelas funcionais importantes e complicadas para a reabilitação funcional e a qualidade de vida do paciente. A cirurgia normalmente consiste na retirada da área afetada pelo tumor associada à remoção dos linfonodos do pescoço e algum tipo de reconstrução quando necessário. Nas lesões mais simples, muitas vezes é necessário apenas a retirada da lesão. Nos casos mais complexos, além do tratamento cirúrgico, é necessária realização de radioterapia para complementar o tratamento e obter melhor resultado curativo. Em todas as etapas do tratamento é importante o aspecto interdisciplinar (com a participação de vários profissionais de saúde) visando a prevenir complicações e sequelas. Referências bibliográficas: Livros: o Patologia – processos gerais Autor: Marcello Franco o Robbins - Patologia básica o Fisiopatologia da doença o https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520452066/cfi/0!/4/4@0.00:21.5 (Oncologia para enfermagem) Sites: inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-boca http://www.oncoguia.org.br/conteudo/taxa-de-sobrevida-para-cancer-de-boca-e-orofaringe/7430/279/ https://www.revodontolunesp.com.br/article/5880197b7f8c9d0a098b518b https://www.eurocytology.eu/pt/course/1289 http://www1.inca.gov.br/impressao.asp?op=cv&id=319 https://www.mdsaude.com/oncologia/carcinoma/ http://www.oncoguia.org.br/conteudo/tipos-de-cancer-de-boca-e-orofaringe/957/278/ http://www.oncoguia.org.br/conteudo/estadiamento-do-cancer-de-boca-e-orofaringe/7429/279/ Artigos: file:///C:/Users/Nat%C3%A1lia%20Alves/Desktop/P4/Modulo%201%20- %20Prolifera%C3%A7%C3%A3o%20celular/Tutoria/Artigo%20-%20CARCINOMA%20EPIDERMOIDE.pdf http://www.romulopassos.com.br/app/webroot/img/ArquivosCurso/materiais/20150129161031000000YXVsYV8tX2Fz MjAxNTAxMjkxNjEwMzEwMDAwMDA=.pdf http://revodonto.bvsalud.org/pdf/apcd/v67n3/a02v67n3.pdf https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/pab/4/unidades_casos_complexos/unidade08/unidade08_ft_cancer.p df https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520452066/cfi/0!/4/4@0.00:21.5 http://www.oncoguia.org.br/conteudo/taxa-de-sobrevida-para-cancer-de-boca-e-orofaringe/7430/279/ https://www.revodontolunesp.com.br/article/5880197b7f8c9d0a098b518b https://www.eurocytology.eu/pt/course/1289 http://www1.inca.gov.br/impressao.asp?op=cv&id=319 https://www.mdsaude.com/oncologia/carcinoma/ http://www.oncoguia.org.br/conteudo/tipos-de-cancer-de-boca-e-orofaringe/957/278/ http://www.oncoguia.org.br/conteudo/estadiamento-do-cancer-de-boca-e-orofaringe/7429/279/ file:///C:/Users/Natália%20Alves/Desktop/P4/Modulo%201%20-%20Proliferação%20celular/Tutoria/Artigo%20-%20CARCINOMA%20EPIDERMOIDE.pdf file:///C:/Users/Natália%20Alves/Desktop/P4/Modulo%201%20-%20Proliferação%20celular/Tutoria/Artigo%20-%20CARCINOMA%20EPIDERMOIDE.pdf http://www.romulopassos.com.br/app/webroot/img/ArquivosCurso/materiais/20150129161031000000YXVsYV8tX2FzMjAxNTAxMjkxNjEwMzEwMDAwMDA=.pdf http://www.romulopassos.com.br/app/webroot/img/ArquivosCurso/materiais/20150129161031000000YXVsYV8tX2FzMjAxNTAxMjkxNjEwMzEwMDAwMDA=.pdf http://revodonto.bvsalud.org/pdf/apcd/v67n3/a02v67n3.pdfhttps://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/pab/4/unidades_casos_complexos/unidade08/unidade08_ft_cancer.pdf https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/pab/4/unidades_casos_complexos/unidade08/unidade08_ft_cancer.pdf
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