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ENEM - FILOSOFIA: METAFÍSICA A Metafísica como Teologia II

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ENEM – FILOSOFIA
METAFÍSICA – A Metafísica como Teologia II
A crença que então crescia cada vez mais no Império Romano criou a Igreja e deu início a um 
processo de adaptação da Filosofia, pois esta preconizava a independência do homem pelo uso da 
razão e isso não estava em conformidade com os parâmetros da nova fé. A razão se fundamenta em 
uma verdade dialógica sustentada pelo pensamento que organiza, analisa, julga, calcula e busca uma
resposta pela via da explicação racional. A fé, por outro lado, se fundamenta na verdade revelada, 
sustentada pela crença que não duvida e se justifica numa solução milagrosa sem explicação 
racional, atribuída somente a Deus ou força divina.
A Filosofia, com a sua raiz na cultura grega, considera o homem capaz de fazer os melhores 
julgamentos em relação ao mundo e à vida, mas a religião cristã, de raiz judaica, entende o 
contrário, pois o homem é fruto da queda do paraíso e desde então se encontra sob o jugo das 
ordens divinas – uma tutela eterna. A razão coloca todos os homens em condições iguais de 
pensamento e de ação, mas a fé considera que se deve ser observada uma hierarquia entre o Divino 
e o terreno, estando a palavra revelada reservada apenas para a pequena comunidade de padres para 
ser interpretada e compreendida.
Conforme o cristianismo ganha terreno, sobretudo após a conversão do Império Romano a esta 
religião, aumenta a tensão entre a liberdade de narrativa necessária à Filosofia e a limitação da 
interpretação dogmática requerida pelo cristianismo, o que faz com que surjam divergências entre 
as interpretações as Escrituras Sagradas. Por isso, desde os padres apologistas até a Filosofia 
patrística e a Filosofia escolástica se pode encontrar padres que se preocuparam uma conciliação 
entre as necessidades da fé e da razão como, por exemplo, na questão da verdade. Era preciso uma 
forma de garantir a validade de suas interpretações.
Aconteceu então que a razão da Filosofia passou a ser então moldada para justificar a fé: esta 
deixou de ser apenas crença (sentimento, âmbito subjetivo) para se tornar teoria filosófica (âmbito 
objetivo). Isto se deve a uma desvalorização da razão como forma de produzir conhecimento, como 
foi tentado em Atenas na época clássica antiga, ficando ela como mero exercício argumentativo. 
Havia ainda um certo ceticismo no Império Romano em relação à possibilidade de uma verdade 
apenas, o que o uso da razão filosófica pela fé trataria de modificar de forma magistral com o uso 
dos métodos filosóficos.

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