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1 Clínica de Pequenos Animais II Doença renal – aguda x crônica Composição: Rins o Importante para homeostase do corpo Ureter Vesícula urinária Uretra. Funções do rim: Equilíbrio hidro-eletrolítico o Balanço de água, pressão e eletrólitos Equilíbrio ácido-basico o Principal órgão responsável pelo sistema tampão Excreção de compostos nitrogenados o Principalmente amônia que é toxico para o organismo Síntese hormonal o Secreta e produz hormônios O rim possui três porções: Córtex Pelve Medula. Córtex Medula Pelve 2 Clínica de Pequenos Animais II Composição do néfron: 1. Cápsula de Bowman 2. Glómerulo 3. Arteríola aferente 4. Arteríola eferente 5. Túbulo contornado proximal 6. Túbulo contornado distal 7. Túbulo coletor 8. Alça de Henle. Formação da urina. Rins filtram aproximadamente 20 a 25% do debito cardíaco. o Todo cardiopata vai se tornar um doente renal e vice-versa Fluxo sanguíneo renal = 20mL/min/kg Urina feita em 3 etapas: Filtração glomerular; Reabsorção tubular; Secreção tubular. Unidade morfofuncional do rim é o néfron 3 Clínica de Pequenos Animais II Taxa de filtração glomerular (TFG): Capacidade do glomérulo de filtrar Depende de três pressões: o Pressão hidrostática glomerular Quantidade de sangue que chega da artéria aferente e vai para o glomérulo Um animal com insuficiência cardíaca, a taxa diminui o Pressão hidrostática tubular Equilíbrio de liquido que entra e sai do nefron Se for baixa prejudica a absorção Se for alta lesa o túbulo o Pressão oncótica plasmática Depende da quantidade de albumina Pouca albumina, a PO é baixa Muita albumina é alta a PO. Fatores de influenciam a TFG Diminui a taxa de filtração glomerular. Diminuição da pressão hidrostática o Choque o Hipovolemia o Desidratação Aumento da pressão oncótica do plasma o Severa desidratação Aumento da pressão hidrostática dos túbulos o Obstrução uretral ou ureteral Reduz a filtração como mecanismo compensatório Taxa de filtração glomerular normal é 4ml/kg/min em cães e gatos 4 Clínica de Pequenos Animais II Todas as vezes que não filtra, ocorre a morte de néfrons, porque ele só é alimentado depois da filtração e, além disso, compostos vão lesar a mucosa. E tem ainda hidronefrose, pielonefrite. Filtração Glomerular. Proteínas maiores que 66.000 daltons são excluídos do filtrado glomerular, o Componentes da parede dos capilares glomerulares são carregadas negativamente Repele proteínas como a albumina que tem carga negativa Proteínas que tem 66.000 daltons algumas podem passam e outras não. Os compostos nitrogenados são filtrados pelos capilares glomerulares, laboratorialmente representados pela uréia e creatinina. Reabsorção tubular: Reabsorve o Sódio o Potássio o Fosfato o Glicose o Aminoacidos Na teoria não deve ter albumina se tiver é que o glomérulo já tem alguma lesão. Não devem se acumular no sangue Processoas ativos (bomba de Na/K), com gasto de energia (ATP) 5 Clínica de Pequenos Animais II Secreção de hormônios: ADH o Secretada pela hipófise o Aumenta a permeabilidade da água nos túbulos distais e coletores Aldosterona o Estimula a reabsorção de sódio e secreção de potássio para os túbulos renais PTH o Promove a reabsorção de cálcio e inibe a reabsorção de fósforo pelos túbulos. Secreção tubular: Transferência de elementos da área peritubular para dentro do lúmen dos túbulos o Animais com acidose metabólica depende do rim para secretar bicarbonato Importante para o equilibrio ácido-basico. Néfron: Túbulo proximal o Reabsorção de 60% do filtrado o Glicose o Amnoácidos o 65% a 80% do potássio Alça de Henle O túbulo distal e o coletor são importantes sítios para ions (H+) e secreção de potássio. 6 Clínica de Pequenos Animais II o Reabsorção de água e sódio o Concentração e diluição da urina Túbulo distal o Secreta ions H+ o Reabsorve bicarbonato e Na o Secreta K Ação da aldoterona o Conversão de amônia em amônio Senão existir animal vai ter o odor urêmico e a mucosa lesionada. Túbulo coletor o Reabsorção de água Principalmente pela ação do ADH. 7 Clínica de Pequenos Animais II Síntese hormonal. Eritropoietina o Estimula as “stem cell” na medula óssea Quanto menos de eritropoietina tiver menor será a produção de sangue. Anemia. Sistema renina-angiotensina-aldosterona o Melhora o débito cardíaco Síntese de Vitamina D o Hidroxila a vitamina D Transforma a vitamina D no cacitriol Importante para absorver cálcio intestinal o Forma ativa da vitamina D Importante a incidência de raios solares Prostaglandinas o Produzidas localmente no tecido resultante dos fosfolípides de membrana o Função de modulação de fluxo renal Dilata as arteríolas renais Importante na queda e aumento de débito Supressão da atividade de ADH o (se tiver muita prostaglandina, pode ter redução de ADH). Proteinúria Proteínas têm de ser reabsorvida, porque é importante para o corpo 8 Clínica de Pequenos Animais II Detecção: Exame de urina o Teste é sensível a detecção de albumina o Pouco sensível em relação à Igs e outras proteínas Detectadas apenas quando em grande quantidade. o O exame NÃO pode ser analisado somente pela fita Necessária a centrifugação e análise do sedimento e da densidade. Densidade: <1020 – proteína negativa – normal 1020 – 1035 - + proteína que vem do sedimento urinário o Proveniente de túbulos >1035 - ++ o Proteína de compostos naturais que fazem parte do exame de urina Célula descamativa normal A detecção de proteína na urina é clinicamente preocupante quando esta for persistente. Proteinúria ocorre quando se tem mais de 20 mg/dl/Kg/dia de proteína na urina Ocorre por causa variáveis. A proteína não é necessariamente a filtrada, pode ser do túbulo, podendo estar normal. 1.025 a 1.035 é a densidade normal Prestar atenção: Obstrução e vômito elevam uréia e creatinina e não significa lesão renal. Proteinúria pode ser causada por uma cistite, não só por uma lesão renal. 9 Clínica de Pequenos Animais II Densidade baixa e proteína alta o Rim está deixando passar tudo e não está concentrando. Pedir função renal Classificar a proteinúria em: Pré-renal (pré-glomerular) Renal (glomerular) Pós-renal (pós-glomerular). Proteinúria Pré renal (pré glomerular) Proteína sérica normal ou aumentada e sedimento urinário inativo Lesão renal tem menor concentração urinária, poliúria e polidipsia compensatória. Sobrecarga glomerular Hiperproteinemia 9 g/dL, o Mieloma múltiplo o Erliquiose o Transfusão excessiva de plasma Mais comum do que a tubular. Sobrecarga tubular Excessiva produção de proteínas plasmáticas de baixo peso molecular o Hemoglobina o Mioglobina Lesa túbulos por mecânica mesmo. Funcional Carga de exercício intensa o Libera proteína na corrente sanguínea o Excesso de proteínas chegam ao glomérulo e o lesa. Febre Convulsões Congestão venosa 10 Clínica de Pequenos Animais II Proteinúria Renal (glomerular) Proteína sérica normal ou reduzida e sedimento urinário inativo Mais comum Forma mais severa Resultante de lesões nos capilares glomerulares permitindo a passagem de proteínasde alto peso molecular para o filtrado glomerular. Pós renal (pós glomerular) Proteína sérica normal e sedimento urinário ativo (leucócitos). o É uma proteinúria mais suave o Comumente encontramos cistites acompanhando. o Ocorre por alteração no trato urinário inferior que leva a um dano epitelial. Inflamação Trauma Neoplasia Isquemia do epitélio. É uma alteração momentânea do organismo que liberará muitas proteínas e irá lesionar o rim Doenças primárias: o Doença auto-imune Anti-membrana basal o Inflamação Piometra o Neoplasia. Doenças secundárias o Deposição de complexos imunes o Amiloidose o Hiperadrenocorticismo. 11 Clínica de Pequenos Animais II Sedimento da urina: DRC é inativo o Porque lava toda hora, já não concentra mais. Faz muito xixi e bebe muita água. DRA tem muito sedimento. Relação proteína urinária:creatinina urinária: Um dos exames de rotina feito no paciente renal é relação da proteína e creatinina urinária, usada como tentativa precoce de detecção de lesão renal (P-U:C-U) e ajuda no prognóstico. Determinação da creatinina urinária, mesmo método utilizado para a mensuração sérica, porém diluir 20 vezes. Para chegar ao resultado da tabela, é necessário dividir uma pela outra e assim compara com a tabela: Valor PU/CU Interpretação < 0,5 Normal Entre 0,5 a 1,0 Suspeito > 1,0 Proteinúria significativa Conceitos básicos Doença renal: o Processo mórbido do rim não se especificando a quantidade da lesão renal ou da presença de insuficiência do órgão. Pode ser reversível ou Proteinúria de origem pré renal com lesão constante pode evoluir se tornando renal e pós renal. 12 Clínica de Pequenos Animais II não, pode ser agudo ou crônico, e tentar ter uma idéia se vai evoluir rápido para a insuficiência renal. Insuficiência renal: o Incapacidade renal de exercer suas funções de conservação, excreção e endócrinas – 75% ou mais dos néfrons estão afuncionantes, pode ser aguda ou crônica. Na crônica não há o que fazer. Azotemia: o Elevação na concentração plasmática de solutos nitrogenados (mensuráveis através dos níveis de uréia e creatinina), pode ser pré-renal, renal e pós-renal Uremia: o Reunião de sintomas clínicos e das anormalidades bioquímicas que se relacionam a insuficiência renal, e que incluem manifestação renais e extra-renais (por ex.: gastroenterites hemorrágicas, anemias, hiperparatireodismo, etc.) Não há exame clínico que indique que 75% dos néfrons são afuncionais. O que se faz é tratar. Se valores de uréia e creatinina não baixam, tem doença e, quem sabe, insuficiência. Insuficiências renais Doença Renal Aguda Insuficiência Renal aguda (I.R.A) o Deterioração abrupta e sustentada da função renal, resultando em azotemia e sintomas clínicos renais e sistêmicos. Pode haver Nem todo azotêmico é doente renal 13 Clínica de Pequenos Animais II recuperação, essa só terá depois de um tempo . Se for intenso o animal entra em óbito ou virar DRC. A morfologia renal da insuficiência aguda não muda. Causas: Fisiopatologia: Insuficiência é a morte celular o Afeta: Parte excretora Retenção de uréia e a creatinina Excesso de gastrina Parte regulatória Perda de Na Retenção de K Perda de água Retenção de ácidos Perda e não geração de HCO3 Sintomas Desidratação Anorexia/apatia Vômitos/diarréia Oligúria ou anúria Taquipnéia Sintomas Neurológicos Isquêmicas: Desidratação Hemorragias ICC Choque Oclusão vascular Anestesias Nefrotóxinas: Antimicrobiano ANES Metais pesados Tiacetarsamida Contrastes Urografia excretora Hipercalcemia Anestésicos Outras: Glomerulonefrite Pielonefrites Leptospirose Amiloidose Diabetes mellitus 14 Clínica de Pequenos Animais II Rim nota perda excessiva de coisas importantes. o Reduz a taxa de filtração para tentar reabsorver. Vai reduzir produção de urina. Diagnóstico: Identificação Histórico o Fatores de risco o Informação sobre volume urinário Oligúria ou anúria Exame físico Exames complementares o Hemograma Não tem anemia Não deu tempo ainda de ter diminuição da eritropoietina. o Função renal Uréia e creatinina alta Morte repentina de néfrons. Urinálise (fita e sedimentos) o Sedimento será presente Morte de néfrons o Densidade normal. Eletrólitos o Potássio estará aumentado Anúria. É como se fosse um renal crônico em fase terminal. 15 Clínica de Pequenos Animais II USG abdominal o Não acrescenta muito nesse momento Altera a ecogenicidade Não altera muito a relação cortico-medular nem no tamanho. Tratamento: É UMA EMERGÊNCIA!!! Terapia convencional Fluidoterapia Diuréticos o Animal esta em anúria o Tenta restabelecer o fluxo urinário ao normal o Pode prejudicar o rim se tiver hipovolemia. Urinálise e função renal são os de eleição Valores alterados na DRA Hemograma: leucocitose, monocitose, aumento no hematócrito e nas plaquetas plasmáticas compatíveis com a desidratação. Bioquímica: uréia e creatinina muito aumentadas e hiperfosfatemia. Urinálise: Densidade urinária normal, pode ocorrer proteinúria ou glicosúria devido a danos tubulares renais, assim como, piúria, bactenúria, cristalúria ou cilindúria (granulosos, séricos, hialinos) 16 Clínica de Pequenos Animais II Furosemida (2 a 3 mg/Kg por três repetições com intervalo de uma hora – monitora o quanto produz de urina, se não restabelecer o fluxo sabe que a chance de restabelecer depois é pequena) Correção da acidose metabólica o Animal teve vômito e diarréia Perda de bicarbonato e faz com que entre em acidose metabólica. O problema de repor bicarbonato é que preciso de bomba de efusão e ter os cálculos corretos o Erro pode levar a alcalose e a alcalose leva ao óbito. Pode usar Ringer com Lactato. Diálise peritoneal/hemodiálise o Custo é elevado. o Só se manda para hemodiálise se nada feito antes adiantou. o Na prática, muitas vezes não dá tempo Manejo da síndrome urêmica o Paciente estará convulsionando devido ao acúmulo de uréia e creatinina o Sem resposta de estimulo de ambiente Paciente tem grande chance de vir a óbito. Doença Renal Crônica Insuficiência Renal crônica (IRC) – perda crônica progressiva e irreversível das funções de conservação, de excreção e endócrinas, resultando em azotemia e uremia. Não ocorre recuperação. O rim é pequeno, vascularização pequena. Normalmente vivem leptospirose no começo do diagnóstico, alguns casos de erliquiose e lesões anestésicas 17 Clínica de Pequenos Animais II Não se sabe quando o doente renal agudo passa a ser crônico. Paciente crônico será poliúrico no começo, com polidipsia. Quanto mais néfrons vão morrendo, vai diminuindo a taxa de filtração. o Quando todos os néfrons morrerem, se torna oligúrico, anúrico. Animal emagrecendo, bebendo mais água, fazendo mais xixi, tem mais chance de ser crônico. Se proprietário diz que está oligúrico ou anúrico a chance de ser aguda é maior. o Mas se tem diagnóstico de DRC há anos, está em fase terminal. Causas: Fisiopatologia Morte celular progressiva Afeta: o Função excretora Retenção de uréia Excesso de gastrina Retenção de fosfatos (excesso de PTH) o Função regulatória Perda de Na+ Casos de DRC são mais comuns que de IRA. Congênitas ou familiares: Hipoplasia corticalDoença policística Agenesia. Infecciosas/Inflamatórias: Nefrite intersticial crônica Pielonefrite Leptospirose Glomerulonefrite. Outras: IRA Neoplasias Amiloidose Diabetes mellitus. 18 Clínica de Pequenos Animais II Retenção de K+ Perda de Ca+2 Perda de água Retenção de ácidos Perda e não geração de HCO3 - o Função de síntese de hormônios Déficit de eritropoietina Hipovitaminose D Sinais Desidratação Anorexia/hiporexia Poliúria/polidpsia Acidose metabólica em grau menor Vômito/diarréia Osteodistrofia Anemia Caquexia Sintoma neurológico Na doença renal crônica ocorre: Perda de massa renal Redução de tamanho e de vascularização o Sobretudo para as extremidades, para a região cortical. A doença renal crônica é uma perda da função renal primária que persistiu por longos períodos (meses a anos), o melhor é se basear nos exames e assim saber os estágios. Possui lesões estruturais dos néfrons irreversíveis. Tem que ser visualizado a fase pelos sintomas, não apenas pelo tempo. Doença renal crônica pode ser: Assintomático Sintomático Hoje já se sabe que a principal toxina urêmica é o paratohormônio. 19 Clínica de Pequenos Animais II o Pode evoluir para insuficiência renal Falência real Fase terminal. A falência é oriunda da diminuição funcional e de número de néfrons, essa redução diminui a taxa de filtração glomerular, devido a uma lesão no túbulo intersticial, o tecido vai sendo fibrosado e os néfrons sobreviventes irão se hipertrofiar e hiperfiltrar *Supernéfrons*. Perda progressiva e acentuada da massa renal terá perda da função renal que irá levar aos sinais clínicos, síndrome uremica e morte. Etiologia: Quando o animal apresenta sintoma já tem uma lesão de 75% dos néfrons. Progressão vai acontecer. O tratamento é para retardar a evolução. Congênita – geralmente ocorre entre 1 a 3 anos, por predisposição genética Aplasia ou hipoplasia renal – Doberman e Beagle Rins ectópicos Rins policísticos (persas e beagles) Hipoplasia cortical renal (Cocker) Displasia renal ( Shih-Tzu, Lhasa Apso) Esclerose glomerular (Doberman) Fibrose glomerular (Samoyeda) Atrofia glomerular (Doberman e poodle). Juvenil Adquirida Cães: Nefrite intersticial Glomérulo nefrite Amiloidose Displasia renal Adquirida Gatos: Nefrite intersticial Glomerulonefrite Linfoma Amiloidose Doentes renais não são iguais. Diagnóstico preciso, tratamento e bom prognóstico exigiriam biópsia. 20 Clínica de Pequenos Animais II Qualquer faixa etária pode ser acometida, mas em maior frequência em idosos. Cães: 6,5 -7 anos Gatos: 7 – 7,4 anos Causas da progressão: Teoria da Hiperfiltração Redução crônica da massa renal Poucos nefrons que sobraram vão tentar compensar Hiperfiltração (tentativa do organismo em filtrar) o Ocorre vasodilatação renal e um aumento de pressão e do fluxo sanguineo glomerular Aumento do fluxo protéico Rede glomerular já está lesada Ocorre a proteinuria. Teoria da injúria direta: Leva a morte de células o Haverá proliferação de células (fibrose) em vários nefrons Menos tecido renal funcionante Glomeruloesclerose. Hiperparatireodismo secundário renal Sinal clássico é mandíbula de borracha Influencia direta do fósforo e do cálcio A doença crônica é a perda progressiva da função dos néfrons, é um mecanismo compensatório até a perda de aproximadamente de 65 a 75%. Esta progressão da doença esta além do nosso poder de cura. Ambas levam a hipertensão glomerular. Isso ainda não quer dizer hipertensão sistêmica (ao longo prazo, sim) 21 Clínica de Pequenos Animais II IRC vai ter um diminuição da taxa de filtração glomerular o Diminuição da taxa de excreção do fósforo Excesso na corrente sanguinea Inibi enzima 1 alfa hidroxilase o Que faz a vitamina D virar calcitriol Promove a queda da absorção de cálcio intestinal Altera o equilíbrio Ca:P o Redução de cálcio sérico Estimulação do PTH Remove cálcio dos ossos e joga para o sangue. o Ação na parte final dos néfrons o Néfron lesionado não vai conseguir excretar fósforo de forma suficiente (não vai equilibrar). Amoniagênese renal: Néfons convertem amônia em amônio, que é menos tóxico Fígado ajuda, mas rim não está fazendo a maior parte Tem um aumento na concentração de amônia intra-renal promovendo injuria no túbulo intersticial o Néfrons convertem amônia em amônio. Sinais e Sintomas Poliúria/polidpsia Anorexia Letargia Emese Diarréia Ulceras Mucosas hipocoradas/pálidas Rins diminuídos (estagio terminal) Rins aumentados Lesões oculares Neurológico Osteodistrofia Alterações gastrointestinais Diminuição do fluxo sanguíneo da mucosa gástrica O rim atua na gastrina Haverá aumento de receptores de gastrina o Essa estimula o centro do vomito Relação Ca:P = 3:1 22 Clínica de Pequenos Animais II o Causando refluxo gastroduodenal e leva a uma acidose. Diarréia o Lesão de mucosa, descama, lesa cripta, absorve menos água Alterações neurológicas Toxinas urêmicas neurológicas Animal terá uma hipocalcemia e apresentará: o Tremores, o Mioclonais o Tetanias. Pode ocorrer: o Letargia o Comportamento bizarro o Tremores o Convulsão Só ocorre em estagio terminal. Alterações ósseas Osteodistrofia renal o Não ocorre em agudos, somente nos crônicos Devido ao aumento de fósforo circulante Levando a um aumento da reabsorção de Ca do ósseo o Manter o equilíbrio Ca:P Pode ocorrer uma calcificação metastática em tecidos moles. Alteração em pressão arterial: Hipertensão sistêmica o Ativa o sistema renina-angiotensina-aldosterona o Retem o sódio e aumenta a volemia Hipertensão glomerular leva a uma hipertensão sistêmica Sinais: o Hipertrofia ventricular esquerda o Alteração neurológica 23 Clínica de Pequenos Animais II o Lesões oculares como o descolamento de retina. Alterações eletrolíticas Acidose metabólica o Diminuição de excreção de íons H+ e reabsorção de HCO3- Ocorre no DRA e no DRC Causa: o Letargia o Inapetência o Vomito o Fragilidade capilar Se for grave, tentamos repor bicarbonato, mas esse deve ser reposto com a bomba de infusão. Hipocalemia: o Pode ocorrer o Diminuição de potássio (acontece quando cai abaixo de 3,5 mEq/L) o É rara em cão e mais comuns em gatos o Animal não consegue levantar o pescoço (ventro-flexão), o Associada à anorexia. o Se for importante, corrige. Muitas vezes só hidrata e estabiliza. Alterações hematopoiéticas Anemia. o Não síntese de eritropietina o Normocítica normocromica o Geralmente discreta. o Em dado momento pode exigir transfusão Não é aguda nem exige intervenção rápida. Quanto mais hipertenso, maior lesão glomerular e assim piora a progressão da lesão renal. 24 Clínica de Pequenos Animais II Sintoma: o Fraqueza o Inapetência o Anorexia. o Alterações no sistema imunológico: Pacientes tornam-se imunodeprimidos Mais suscetíveis a infecções bacterianas Diminui a função de neutrófilos e linfócitos Circulação de linfócitos T e B é reduzida em paciente urêmico. Diagnostico: Identificação Exame físico Histórico Exames complementares. o Urinálise: Densidade estará reduzida Se <1030 há 65% dos néfrons acometidos 1008 a 1012 (isostenúria) há 75% dos néfrons acometidos. o Semelhante a densidade do plasma Haverá sedimentos Proteinúria em intensidade variável Poucoscilindros. o Função renal: Valores de uréia e a creatinina acima da referência para a espécie, mas menos expressivo do que na aguda Fósforo: o Hiperfosfatemia Cálcio: o Hipocalmia ou normocalcemia Radiografia 25 Clínica de Pequenos Animais II o Mandíbula de borracha Ultrassonografia Biopsia renal Estadiamento da doença renal crônica Valor de proteinúria Cão Gato Subestágio <0,2 <0,2 Não proteinúrico 0,2 a 0,5 0,2 a 0,4 Borderline >0,5 > 0,4 Proteinúrico Pressão Sistólica (mmHg) Risco 150 Minimo risco 150-159 Pequeno risco 160-179 Risco moderado 180 Risco alto Primeiro por creatinina (são quatro estágios) Subestadiamento por proteinúria. Pressão sistólica. 26 Clínica de Pequenos Animais II Nível alto de proteinúria, mas baixa pressão, muda dieta. Alta pressão e proteína baixa, inibidor de ECA e vasodilatador. Tratamento: Diagnosticar e tratar a causa de base se possível Evitar fatores que piorem o quadro Retardar a progressão natural Tratamento da síndrome urêmica Fluidoterapia na fase poliúria/polidipsia Fase oligúrica o Monitorar o fluxo urinário (1 a 2 ml/Kg/hora) o Furosemida 2mg/Kg/IV a cada 30 minutos por 3 aplicações o Manitol na dose de 0,5 a 1 g/cão, dopamina. Hemodiálise o Não adianta fazer Não há mais nefron. Dieta o Restrição protéica Dar proteína de alto valor biológico Não é dizer que é hipoproteica o Diminuição dos teores de fósforo o Diminuição dos compostos nitrogenados derivados do catabolismo protéico o Ração: Hill’s K/d, Royal Canin Renal, Purina N/F. Quelantes intestinais do fosforo o Hidróxido de alumínio ou carbonato de cálcio na dose de 10 a 30 mg/Kg/TID o Administrado junto a refeição. o Monitorizar fósforo sérico a cada 15 dias A idéia é diminuir o fósforo. Distúrbios gastrointestinais o Ranitidina 27 Clínica de Pequenos Animais II o Sucralfato o Metoclopramida o Ondansetrona. Repor potássio o Limita a progressão do hiperparatiroidismo secundário renal o Durante a fluidoterapia o Mais importante no gato do que no cão o Usamos a dose de segurança. (10 mEq KCl em 250 mL de fluido) o Em gatos usamos o gluconato de potássio (1 a 3 mEq/kg dividido em 2 a 3 vezes ao dia) Tratar a hipertensão o De acordo com o subestagio, fazer 3 mensurações para saber quanto é. Restrição de sódio Bloqueadores dos canais de cálcio. Cães, a primeira opção são os inibidores da ECA o Se não adiantar, associa benzilato de amilodipina Gato, benzilato de amilodipina. Acidose o Corrigir sempre que possível. o Manter as concentrações de bicarbonato em torno de 17-22 mEq/L Suplementação de bicarbonato por via parenteral Suplementação oral para manutenção (< 17 mEq/L) administra na quantidade de 1 a 1,5 mL para cada 10kg de PV). Anemia o Eritropoietina recombinante humana Pode criar anticorpo Podemos dar suporte com suplementação de ferro (sulfato ferroso) Pode ter efeitos colaterais, inclusive hipertensão. Valores alterados na DRC Hemograma: Anemia não regenerativa normocítica normocrômica. Bioquímica: uréia e creatinina aumentados, hiperfosfatemia, hipocalemia, amilase aumentada hiper ou hipocalcemia, magnésio aumentado Urinálise: densidade baixa, pH normal, proteinuria, sem celularidade, sem nitritos,amarelo escuro (desidratação), cristalúria.