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Exérese de Cálculo Dentário em Cães


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Exérese de Cálculo 
Dentário em Cães 
 
 
 
A arcada dentaria dos caninos 
Os dentes são responsáveis pela quebra física do alimento em menores pedaços (mastigação). Isto aumenta a 
área de superfície do alimento exposta aos processos digestivos. 
Arcada Superior A maxila e os ossos incisivos do crânio (dentes na parte superior da boca) 
Arcada Inferior A mandíbula e os dentes inferiores 
 
Os dentes podem ser classificados conforme sua morfologia e função: 
• Incisivos (dentes de preensão) 
▪ São os dentes mais rostrais das arcadas inferior e superior. 
• Caninos (dentes dilaceradores) 
▪ Se houver, estão localizados ao lado dos incisivos, são maiores do que os outros dentes e 
apresentam pontas afiadas. Em algumas espécies, os dentes caninos são maiores e em forma de 
presa. 
• Pré-molares (dentes de corte) 
▪ São rostrais, estão na altura da bochecha e apresentam pontas e superfícies bastante afiadas em 
carnívoros. 
• Molares (dentes de trituração) 
▪ São dentes caudais e apresentam superfícies oclusais mais achatadas e largas que são utilizadas 
para a trituração em todas as espécies. 
 
 
 
 
 
 
 
Por @camilaliima.__ 
 
A superfície “interna” da arcada dentária inferior, voltada para a língua, é denominada superfície lingual dos 
dentes, e a superfície interna da arcada dentária superior é denominada superfície palatina (significando que 
ela está voltada para o palato duro no céu da boca). A superfície “externa” das arcadas superior e inferior, na 
parte frontal (extremidade rostral) da boca, é denominada superfície labial (o termo labial está relacionado 
aos lábios) e a superfície externa do dente mais caudal da boca é denominada superfície bucal (o termo bucal 
está relacionado às bochechas). 
No cão, o primeiro molar da arcada inferior (molar mais rostral) e o quarto pré-molar da arcada superior são 
grandes. Eles são denominados dentes carniceiros. Os abscessos que se formam no ápice (ponta) da raiz do 
dente carniceiro geralmente ultrapassam o osso fino da cobertura da maxila e começam a drenar através da 
pele, logo abaixo do olho. Como os dentes carniceiros apresentam raízes profundamente inseridas, removê-
los sempre necessita de grande esforço e técnica, se comparados a outros dentes. 
Apesar da sua aparência dura e inanimada, os dentes são estruturas vivas. Eles têm nervos, vasos sanguíneos 
e drenagem linfática. Portanto, os animais domésticos estão suscetíveis a lesões e dores nos dentes, tanto 
quanto os humanos. O suprimento sanguíneo e os nervos inserem-se no ápice da raiz do dente e formam a 
polpa no centro do dente. A dentina envolve a polpa do dente e auxilia a protegê-la por ser mais densa que o 
osso. A raiz do dente é coberta pelo cemento, um tecido conjuntivo rígido que prende o dente de forma segura 
na cavidade óssea. Finalmente, a coroa do dente é coberta por uma camada de esmalte rígido, que é o tecido 
mais rígido e resistente do organismo. O tecido epitelial ao redor dos dentes forma o que é anatomicamente 
chamado de gengiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curiosidade: O dente do carnívoro tem 
formato diferente do dente do herbívoro. 
Esta diferença reflete a função dos dentes. 
Os dentes dos carnívoros geralmente são 
mais pontudos na superfície oclusal (onde 
os dentes se juntam), pois são importantes 
para prender a presa (por isso, os dentes 
são ligeiramente curvados para trás) e 
para rasgar, cortar ou dilacerar o 
alimento. Por sua vez, os herbívoros têm 
superfícies oclusais mais lisas, que refletem 
a necessidade de triturar a planta e os 
grãos. 
Formacao dos Calculos Dentarios 
O cálculo dentário em cães, também conhecido como tártaro, é formado pela calcificação da placa dentária 
e também pelo acúmulo de restos de comida no dente que não são removidos de forma correta. Com isso, os 
dentes ficam afetados pela coloração marrom ou amarela, além de mau hálito. A placa bacteriana se acumula 
causando inflamação da gengiva, que se “solta” do dente (bolsa periodontal) permitindo que as bactérias 
invadam o ligamento periodontal e o osso levando a destruição gradativa destas estruturas que sustentam o 
dente (periodontite). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O acúmulo de cálculo dentário pode acarretar na migração dessas bactérias via sistema digestivo e ela se 
espalha, podendo causar problemas cardíacos, renais e hepáticos, além da perda dos dentes. 
A principal e mais fácil maneira de evitar o cálculo dentário é a escovação, utilizando sempre escovas e pastas 
ideais para os cachorros. Caso a escovação diária não seja possível, tente, pelo menos, realizar esse 
procedimento três vezes por semana. 
No cão, os dentes que acumulam cálculo em maior quantidade localizam-se de forma geral na maxila, sendo 
o 4º pré-molar e o 1º molar os mais afetados, uma vez que se encontram mais próximos do local onde se 
abrem os ductos das glândulas salivares parótida e zigomática. 
A forma de tratamento a ser realizada vai depender do estágio que o dente se encontrar: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Principais Instrumentos 
A remoção do cálculo é feito com instrumentos odontológicos manuais e mecânicos. Para a retirada usando 
instrumentos manuais são utilizados extratores de cálculo como a sonda periodontal. 
A remoção manual de placa e cálculo supragengival pode ser melhorada com auxílio de um aparelho de 
ultrassom odontológico. 
 
O aparelho de ultrassons é o instrumento mecânico mais utilizado na odontologia veterinária. é usado para 
remoção da placa e cálculo residuais e dos restos de alimentos e tem a vantagem de acelerar esse processo de 
remoção, diminuindo o tempo de anestesia. Vale lembrar que as unidades e ultrassom contaminam o ambiente 
através da dispersão de bactérias. Justifica-se assim a obrigatoriedade do uso de proteções como óculos, 
máscara e gorro por toda a equipe. 
 
O cálculo subgengival é mais difícil de ser removido por ser mais duro e ter tendência a localizar-se nas 
superfícies mais irregulares do dente, por ser de difícil visualização e por ser de difícil acesso. Nesses casos 
são usados preferencialmente uma cureta ou aparelhos de ultrassons odontológicos, onde a cureta se mostra 
ainda mais eficaz uma vez que a contaminação bacteriana posterior é menor. 
A vantagem do aparelho de ultrassom comparado com o uso de cureta, são a rapidez do tratamento e o fato de 
produzir menor traumatismo na gengiva. 
Devem ser usadas curetas, como as de Gracey por exemplo as quais lesam menos a gengiva devido a terem 
uma ponta arredondada. 
 
 
 
 
Após a remoção de cálculo deve proceder-se ao aplainamento radicular com auxílio de uma cureta, para 
criar uma superfície lisa sem rugosidades, de forma a dificultar a acumulação de detritos. 
Os procedimentos de remoção de cálculo e de aplainamento radicular, durante todo o tratamento periodontal, 
criam irregularidades na superfície do dente que irão favorecer a retenção de placa. Por essa razão efetua-se, 
no final, o polimento dessas superfícies expostas, para facilitar a remoção natural de placa bacteriana e 
dificultar a sua deposição. A técnica é efetuada recorrendo à utilização de uma taça de borracha ou escova 
acoplada à peça de mão de baixa rotação. 
 
 
 
 
 
 
Preparo do Paciente 
Assim como em outros procedimentos, na tartarectomia também é preciso realizar exames para avaliar o 
paciente e saber se ele está apto para o procedimento cirúrgico. É necessária uma atenção especial para 
pacientes idosos, devido seu quadro geral de saúde ser mais delicado. 
• Exames de imagem como raio x podem ser solicitados pelo médico veterinário 
• Uma avaliação pré-anestésica também é realizada, tendo o intuito de oferecer maior segurança para o 
paciente, por isso o hemograma pode ser solicitado. 
No pré e pós operatório é feito o uso de antibióticos a fim de eliminar o maior número possível de bactérias. 
Toda equipe deve estar devidamente paramentada, com todos os instrumentais necessáriosà sua disposição. 
Não esquecer de realizar todos os procedimentos necessários de assepsia para melhor segurança de todos. 
Instauração de fluidoterapia intravenosa com medicação pré-anestésica. 
 
Protocolo Anestesico 
De modo recorrente, a Anestesia Totalmente Intravenosa (TIVA) é utilizada na exérese de cálculo dentário 
em cães, e o propofol é um fármaco hipnótico muito usado em combinação com fármacos analgésicos. 
O protocolo anestésico comumente utilizado para a exérese de cálculo dentário é realizado por meio da 
anestesia geral, a qual propiciará um procedimento livre dor ao paciente, além de diminuir de modo 
considerável o nível de consciência, culminando em um procedimento menos traumático para o animal. 
Indubitavelmente, a anestesia propicia uma melhor técnica cirúrgica, visto que, o médico veterinário 
especializado em odontologia conseguirá realizar a destartarização em todas as faces dentárias. 
 
 
Tecnica Cirurgica 
 
A técnica cirúrgica baseia-se na eliminação da placa bacteriana e posterior polimento das superfícies dentárias 
a fim de evitar episódios recidivos de fixação acumulativa de agentes patogênicos. Aparelhos mecânicos 
ultrassônicos são utilizados no processo de destartarização dentária. 
Os aparelhos mecânicos ultrassônicos possuem jatos de água e não precisam entrar em contato direto com os 
elementos dentários do paciente, com a distância de poucos centímetros, esse instrumental consegue quebrar 
a placa bacteriana, o que propicia a exérese do cálculo. A ponta do aparelho não deve ser direcionada por mais 
de 20 segundos em apenas um dente com a finalidade de evitar lesões por calor. 
Após a remoção de material bacteriano mais espesso com o aparelho ultrassônico, podem ser utilizados 
instrumentais mais delicados como as curetas que terão funcionalidade na remoção de tecidos infectados e 
assim propiciarão também uma superfície dental mais lisa. 
Por fim, o polimento será realizado com uma taça de borracha ou escova acoplada de baixa rotação. O 
manuseio deve ser feito com cautela a fim de evitar lesões. 
 
 
 
 
 
 
 
Importante! 
• É recomendada a administração prévia de antibióticos em animais de alto risco, já que as bactérias 
também podem instalar-se nos locais de lesões cirúrgicas. 
• De maneira geral, os fármacos utilizados na antibioticoterapia são de amplo espectro, ou seja, atuam 
sobre bactérias Gram – e Gram +, além de não fazer distinção entre bactérias aeróbias e anaeróbias. 
Ex.: Amoxicilina 
• É, de certo, importante que a equipe cirúrgica siga os protocolos de segurança e faça o uso de todos 
os equipamentos individuais de segurança, inclusive de óculos, uma vez que o uso do aparelho 
ultrassônico dissemina no centro cirúrgico gotículas que contém microrganismos.