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Aula 3 Nutrição Fisiologia dos Ruminantes Classificação dos animais de acordo com o comportamento alimentar. Carnívoros Cães e gatos Trato gastrointestinal (TGI) curto Herbívoros Ruminantes Não ruminantes (eqüídeos, coelhos, elefantes etc) TGI longo -> adaptação para facilitar a digestão das fibras (digestão difícil) Onívoros Humanos e suínos TGI intermediário (tanto carnes quanto vegetais) Fisiologia digestiva em Ruminantes Boca Preensão dos alimentos Bovinos: língua (não tem dentes incisivos superiores) Caprinos e Ovinos: dentes incisivos, língua e lábio superior. Mastigação Ação da mandíbula, língua e bochecha (1º ato da mastigação) Quebra de partículas alimentares – trituração Secreção salivar para umidificar, lubrificar e digerir parcialmente o alimento. Molde de bolo alimentar para facilitar a deglutição. Dividida em duas fazes ruminantes Rápida – 1º Lenta – Ruminação Glândulas salivares – Secretoras de Saliva Glândula parótidas – são responsáveis pela secreção de 50% da saliva (uma vaca produz 60 – 180 litros de saliva por dia) Glândulas submaxilares Glândulas sublinguais Glândulas secundarias Células serosas Água, eletrolitróitos e proteína Células mucosas Mucina (muco) (altamente lubrificante) Aula 3 Nutrição Mecanismo –Secreção Salivar 1)Fibras do nervo facial e glossofaríngeo (inervação Parassimpatica) inervam as células secretoras das glândulas salivares, estimulando-as por meio de receptores colinérgicos (Acetilcolina). 2)As células glandulares secretam água, eletrólitos, enzimas e muco. 3)Quando a saliva passa pelos ductos coletores, sua composição se modifica O epitélio dos ductos reabsorve eletrólitos (sódio e Cloreto), dando origem ao produto final – Saliva Obs: A expectativa de comer pode iniciar uma resposta parassimpática que resulta na secreção salivar (som, olfato, visão) Saliva – Funções Umedece e lubrifica os alimentos para facilitar na deglutição Presença de lisozima – enzima antibacteriana Controla a população bacteriana presente na saliva Digere a parede celular das bactérias Fornece micronutriente aos micro- organismos do rúmen. Propriedade antiespumante A saliva dos ruminantes não tem alfa-amilase, e têm pH alcalino, com o objetivo de tamponar o pH ruminal e manter o ambiente propício para os mos (micro-organismos). A saliva do bovino contém lípase salivar. Deglutição 1) Fase voluntária A língua molda o alimento em forma de bolo alimentar e o empurra para faringe e esôfago. 2) Fase involuntária 1- A respiração para momentaneamente 2- O palato mole é elevado, fechando a abertura faringeana da nasofaringe, impedindo a entrada do alimento pelas narinas. 3- A língua é pressionada contra o palato duro, fechando a abertura oral da faringe, de modo que o osso hióide e a laringe são puxados para frente, empurrando a glote sob a epiglote, bloqueando a abertura laríngea. 4- Onda peristáltica emburra o bolo alimentar para abertura do esôfago, de sorte que o esfíncter esofágico superior se relaxe e recebe o alimento. Esôfago Presença de fibras musculares na parede do esôfago. Dividido em Esfíncter esofágico superior Corpo esofágico Esfíncter esofágico inferior Movimentos propulsivos – peristalse Refluxo -> a cárdia não se fecha adequadamente Aula 3 Nutrição Refluxo nos ruminantes não é um movimento desejado. Rúmen Possui grande número de papilas que aumenta a área de superfície e facilita a absorção. A parede do rúmen tem epitélio estratificado pavimentoso queratinizado. Papilas altamente vascularizadas Ocupa todo o lado esquerdo do abdômen Função Câmara de fermentação Absorção de AGVs Não há secreção de enzimas digestivas, exceto dos micro-organismos. Retículo Cranialmente ao rúmen Parede pregueada (cristais do retículo) com formato de favos de mel. Prega rumino-reticular: mantém comunicação do rúmen e retículo bem aberto. Função Misturar a digesta e regurgitação (contração do retículo). Não há secreção de enzimas, exceto dos micro-organismos Fermentação Omaso Pregas delgadas (folhosa) Função Maceramento do alimento, compressão e absorção. Absorção Água e AGVs. Abomaso Estômago verdadeiro Mucosa lisa com pregas Regiões: cárdia, fundica e pilórica Função Secreta HCL, pepsina, lisozima Quanto mais concentrado este animal come, mais aumenta o HCL e aumenta acidez. Desenvolvimento dos pré-estômagos Bezerro nascido Papilas Favos de mel Aula 3 Nutrição Rúmen-retículo em colapso e sem funcionamento Dieta limitada ao leite Goteira esofágica – o leite não passará pelo rúmen, caindo direto no abomaso 3 a 8 semanas (período de transição) Ingestão de leite + alimentos fibrosos Inicio da secreção salivar Desenvolvimento ruminorreticular Fermentação microbiana 8 a 12 semanas o bezerro terá o estômago já desenvolvido. Ruminação Reflexo da regurgitação pós prandial de ingesta parcialmente digerida do rúmen- retículo. Inicio de meia hora a uma hora e meia após a ingestão do alimento. Movimentos do rúmen-retículo são responsáveis por: Mistura do conteúdo ruminal Saída do alimento pelo orifício retículo- omasal Regurgitação do alimento para a ruminação Eructação de gases A duração da ruminação depende das características do alimento Teor de fibra, tamanho das partículas, número de refeições e quantidade de alimento ingerido. Em média, ocorrem 4 a 24 períodos de ruminação, de 10 a 60 min cada. O animal pode gastar até 7h com ruminação, uma média de 33min/kg de MS em ração concentrada, e 133min/Kg de MS de palha de aveia. Podem ocorrer 40 a 70 movimentos mandibulares durante a ruminação, em períodos de 45 a 60 segundos. ♥ Motilidade rumino - reticular coordenada por extenso sistema neuronal, sendo a inervação vagal essencial para a coordenação dos padrões de motilidade Tipos de receptores: Receptores de estriamento nas paredes monitoram o volume do rúmen e sua distensão Quimiorreceptores do rúmen e retículo monitoram o pH, concentração dos AGCC e força iônica. Microbiologia ruminal Bactérias, fungos e protozoários Metabolismo bacteriano Ácidos graxos voláteis Amônia Metano Intestino delgado No ID o quimo recebe ação da bile, suco pancreático e entérico. Aula 3 Nutrição Digestão no ruminante é caracterizada pela atividade fermentativa nos prés-estômagos, atividade enzimática no abomaso e atividade enzimática no ID. Ação absortiva dos enterócitos Alto turnover celular (reposição celular – estão constantemente em mitose) (90-120h) Intestino grosso Ceco e colón compreendem as câmaras de fermentação. Colón Absorção de água e eletrólitos Armazenamento de fezes Fermentação de matéria orgânica, que escapa da digestão e absorção no ID Reto Esfíncteres Interno Tonicamente contraído Inervação parassimpática e simpática (relaxa e contrai) Externo Contração Tonica Contração voluntária
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