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Gabriela Sampaio Rodrigues Técnicas anestésicas regionais para MANDÍBULA (bloqueio) ● O nervo mandibular (V3), é uma ramificação do trigêmio, que sai pelo forame oval e se ramifica em: ○ temporal profundo anterior; ○ bucal/bucinador; ○ lingual; ○ alveolar inferior com ramos dentais e peridentais; ○ milo-hióideo; ○ mentoniano. ● Toda vez que se for intervir em dentes inferiores posteriores será ideal fazer os três bloqueios: ○ alveolar inferior (estruturas mais duras); ○ lingual (estruturas de tecido mole do lado interno ou medial do rebordo mandibular ipsis lateral até a língua); ○ bucal. ● É necessário bloquear os dois lados (esq. e dir.) quando trata-se de um dente próximo à linha média (ICI), porque a inervação do lado oposto pode invadir a região de interesse. ○ Ou fazer uma técnica infiltrativa de fundo de sulco, direcionando a solução anestésica para o ápice daquele dente. ○ EM DENTES INFERIORES POSTERIORES AS INFILTRATIVAS NÃO FUNCIONAM, pois a tábua óssea é muito espessa, e o anest. não chega até o dente. ● Posição do paciente: ○ paciente deve estar em posição de decúbito dorsal (deitado com a cabeça pra cima), com a boca aberta e plano mandibular paralelo ao solo. ■ no bloqueio do mentoniano: a boca fica entreaberta. ● O profissional deve ficar à direita e à frente do paciente. ● O Bisel da agulha deve estar voltado para a superfície óssea. NERVO ALVEOLAR INFERIOR ou nervo dentário inferior ● Esse nervo penetra no forame mandibular, andando pelo canal dentário inferior e saindo pelo forame mentoniano. ● Também segue intra-ósseo inervando de canino a incisivo central (dentes anteriores). ● Áreas anestesiadas: ○ regiões do 3º molar inferior ao incisivo central inferior do lado de interesse: ■ polpa, ligamento periodontal, osso alveolar; ■ cortical vestibular e lingual; ■ periósteo lingual; ○ região inervada pelo nervo mentoniano; ■ periósteo e mucosa vestibular do 1PM ao ICI; ■ mucosa e pele do lábio inferior; ■ pele do mento. ● Sintomatologia: ○ Formigamento do lábio inferior, língua e região do mento do lado correspondente. ● Técnica intraoral: ○ Agulha longa de calibre 25 - para evitar fratura ○ Palpar o bordo anterior do ramo ascendente mandibular (BARM) - é a parte ascendente da curva que tem após o terceiro/segundo molar. ○ Depois reconhecer as pregas (prega pterigomandibular) – o que pode ser mais difícil em pacientes edêntulos. ○ A BARM e a prega formam um ângulo, e desse ângulo, deve ser feita uma bissetriz (ou seja, deve ser dividido ao meio). ○ A inserção da agulha deve ocorrer pela parte mais interna dessa bissetriz, a 1cm da oclusal dos dentes inferiores ou no ponto médio entre o plano oclusal superior e inferior. ○ Carpule deve estar apoiada na comissura labial contralateral. ○ Muitas vezes se pode acabar tocando na espinha de spix, de forma que se deverá desviar dela, a contornando e voltando para o mesmo local. ● Técnica extraoral: ○ Agulha maior (não poderá ser realizada com carpule). ○ De fácil acesso e localização. ○ Se palpa a região posterior da mandíbula, localizando também o BARM. ○ A agulha vai ser inserida na parte central do ramo ascendente mandibular. ○ Indicação: ■ paciente com trismo (sem abertura o suficiente) NERVO LINGUAL ● Esse nervo possui trajeto medial e anterior, paralelo ao dentário inferior e inervando a região interna ou lingual da mandíbula ou assoalho da boca. ● Embora as áreas de inervação sejam bastante delimitadas, pode acontecer de ter uma invasão do lingual ao alveolar inferior e vice-versa. ○ O nervo lingual é como se fosse um prolongamento do alveolar inferior. ● Áreas anestesiadas: ○ do 3º molar inferior ao incisivo central: ■ periósteo e mucosa lingual. ○ ⅔ anteriores da língua: ■ mucosa e musculatura dessa região. ○ mucosa do sulco gengivolingual; ○ glândulas sublingual e submandibular; ○ soalho da boca. ● Sintomatologia: ○ Formigamento na porção anterior da língua, do lado correspondente. ● Técnica: ○ Parte da posição final da alveolar inferior. ○ Na mesma posição do bloqueio alveolar inferior, o profissional, deverá: ■ Depositar 2/3 da substância anestésica. ○ Ainda com a carpule na região de comissura contralateral, deverá retirar em torno de 1 cm da agulha e movimentá-la em direção à linha média, mantendo equidistância dos planos oclusais. ■ Nessa posição, o restante do tubete (1/3) deverá ser depositado. NERVO BUCAL ou bucinador ● Esse nervo inicia na parte interna (região do trígono retromolar) e cruza a parte interna da mandíbula, até chegar na face vestibular. ● Área anestesiada: ○ do 3º molar ao 2º pré-molar inferior: ■ periósteo e mucosa vestibular. ○ nervo bucinador (e, consequentemente o músculo bucinador); ○ porção inferior da mucosa jugal do lado correspondente. ● Sintomatologia: sem sintomas e ausência de dor durante a anestesia. ● Técnica: ○ Mesma agulha do nervo dentário inferior e do nervo lingual. ○ Palpar o bordo ascendente do ramo mandibular (quase no ápice do trígono). ○ Ela será encontrada ao subir a região de depressão após o terceiro molar, que é limitada por um lado pela linha oblíqua externa e em outro pela interna. ○ Elas se fundem e, mais acima, haverá o trígono. ○ Deve-se palpar a região do vértice do trígono e a agulha será inserida levemente acima dela. ○ Agulha inserida no trígono retromolar = localizado após o último molar inferior, para distal e vestibular. ○ Penetrar a agulha até aproximadamente 2 mm, até encontrar resistência óssea. NERVO MENTONIANO ● Teoricamente, ao bloquear o alveolar inferior, o mentoniano será bloqueado também, dessa forma, esse bloqueio seria indicado para quando não se quer anestesiar toda a área da mandíbula, mas apenas a região do mento (para anestesiar os incisivos, por exemplo). ● Pode ocorrer parestesia = sensações diferentes, formigamentos, sensação de inchaço. ○ Se o nervo não for rompido, volta a sensações normais depois de um tempo. ● Área anestesiada: ○ do 1º pré-molar ao incisivo central inferior: ■ periósteo e mucosa vestibular. ○ mucosa e pele do lábio inferior; ○ pele do mento; ○ estruturas inervadas pelo nervo incisivo inferior (polpa, osso alveolar, ligamento periodontal, cortical vestibular e lingual e periósteo lingual de 1PM ao IC) ● Sintomatologia: ○ anestesia do lábio inferior e da região do mento do lado anestesiado. ● Técnica: ○ Agulha curta - calibre 25 ou 27. ○ Afasta-se levemente a comissura do lábio inferior com o polegar (ou indicador). ■ o paciente pode ficar com a boca entreaberta para não tensionar o lábio. ○ Fixa a mandíbula com o indicador (ou polegar – varia se é destro ou canhoto). ■ para evitar movimentos bruscos do paciente. ○ O forame localiza-se entre os ápices do 1º ou do 2ºPM. ○ Dessa forma, deve-se anestesiar entre os ápices dos pré-molares (agulha inserida um pouco anterior ao fundo de sulco vestibular). ○ Agulha inserida de cima para baixo, paralela ao dente, bem próxima à superfície óssea, sem penetrar muito. ○ Aplicar o anestésico até quando a região começar a sofrer isquemia (ocorre em bloqueios palatinos e mentoniano).
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