Prévia do material em texto
GABRIELA NOVAES OLIVEIRA – 258 – BIOQUÍMICA 1 ENERGIA → carboidratos + lipídeos + proteínas = produtos de alto conteúdo energético ingerido pelos animais o Compostos que seguem rotas metabólicas diferentes a fim de produzir compostos essenciais para a v ida; METABOLISMO → conjunto das reações químicas que ocorrem num organismo vivo com o fim de promover a satisfação de suas necessidades energéticas; o FUNÇÕES ESPECÍFICAS Obter energia química – degradação de nutrientes; Converter moléculas dos nutrientes em unidades precursoras das macromoléculas; Organizar estas unidades em polímeros; Sintetizar e degradar biomoléculas; VIAS METABÓLICAS o Série de rações relacionadas que podem ser caracterizadas como: CATABOLISMO → conjunto de vias produtoras de energia; degradam biomoléculas; ANABOLISMO → conjunto de vias que gastam energia para sintetizar biomoléculas. o As vias são independentes, mas coordenadas → regulação das enzimas regula o metabolismo; GLICOSE o Oxidação completa → 2840Kj/mol (180g); o Fácil de estocar (glicogênio e amido); o Versátil – pode ser convertida em aminoácidos, ácidos graxos, nucleotídeos, intermediários metabólicos; o Produzida por organismos fotossintéticos; o POLIMERIZAÇÃO → armazenamento de energia formando polímeros estruturais; o QUEBRA → geração de energia (via das pentoses + glicólise); o REMANEJAMENTO → utilização em outras vias biossintéticas; GABRIELA NOVAES OLIVEIRA – 258 – BIOQUÍMICA 2 GLICÓLISE → conjunto de reações enzimáticas que levam à degradação de uma molécula de glicose em duas moléculas de piruvato; Ocorre no citoplasma em 10 reações, possuindo duas fases: o FASE PREPARATÓRIA Cinco primeiras reações; Fosforilação da glicose → 2 etapas de quebra de ATP + lise da glicose em duas moléculas menores; 1ª REAÇÃO DE ATIVAÇÃO → gasto de uma molécula de ATP; inserção de fosfato na glicose que sofre uma isomerização; 2ª REAÇÃO DE ATIVAÇÃO → inserção de mais um fosfato e mais um ATP quebrado; QUEBRA DA HEXOSE FOSFATO → formação de duas trioses fosfato (um aldeído e uma cetona, a qual será convertida em aldeído dando continuidade para a próxima fase); o FASE DE PAGAMENTO Geração de moléculas de ATP que vão suprir o que foi gasto na primeira fase além de dar um lucro energético; Fosforilação das duas moléculas de gliceraldeído 3P → acontece a partir do fosfato inorgânico; Etapas de desfosforilação → quebra de ligação de fosfato e inserção no ADP, formando ATP; Formação de NADH por meio de oxidação e fosforilação; o SALDO - 2 ATP e 2 NADH; GABRIELA NOVAES OLIVEIRA – 258 – BIOQUÍMICA 3 ENZIMAS X SUBSTRATO o GLUT → Glucose Transporter; transportadores de glicose responsáveis por introduzi-la nas células; Níveis de açúcar altos no sangue → insulina libera e células captam esse carboidrato acionando as GLUT; GLICOSE DENTRO DA CÉLULA – Início da glicólise; o 1ª reação é catalisada pela hexoquinase – fosforila a glicose a partir da quebra de uma molécula de ATP; A glicose é fosforilada no grupo hidroxil ligado ao C6 sendo transformada em glicose-6-fosfato; DESTINOS DA GLICOSE-6-FOSFATO Armazenada – glicogênio, amido e sacarose; Oxidada na glicólise – piruvato; Oxidada através das vias das pentoses fosfato; Precisa de Mg2+ como cofator; Enzima regulada alostericamente pelo produto → alta concentração de glicose 6-fosfato faz com que ela se ligue ao sítio alostérico da hexoquinase, fazendo com que haja uma diminuição da sua atividade enzimática; o Cargas positivas da enzima estabilizam as cargas negativas do fosfato → ataque por um grupo hidroxila da glicose ao ATP; Libera a glicose 6-fosfato e o ADP; OBS: A fosforilação assegura que a glicose permanecerá no interior da célula. HEXOQUINASE X GLICOQUINASE o HEXOQUINASE Possui 4 isoenzimas → 3 com funcionamento parecido e uma com comportamento cinético diferente (hexoquinase IV = glicoquinase); Presente na maioria dos tecidos; Km baixo – alta afinidade por glicose; (0,5mM); Velocidade máxima baixa; Não é induzida por insulina; Inibição alostérica pelo produto (glicose-6-fosfato); Controla a concentração de glicose na célula; GABRIELA NOVAES OLIVEIRA – 258 – BIOQUÍMICA 4 o GLICOQUINASE Localizada em maior quantidade nas células do fígado (hepatócitos) e células beta pancreáticas; Possui ↑ Km – poupa os estoques de glicose para outros tecidos; afinidade mais baixa ↔ em uma concentração de glicose mais baixa, as enzimas vão ter maior afinidade por essa glicose; ↑ Vmax – em jejum, consegue aumentar a capacidade de processar a glicose, aumentando a sua velocidade de reação quando a hexoquinase já atingiu a Vmax; É induzida por insulina – faz com que as células do fígado consigam fosforilar mais moléculas de licose e com isso mantê-las presas em seu interior (↓ concentração da glicose na corrente sanguínea); Não sofre inibição pelo produto (proteína reguladora do fígado) e controla a concentração de glicose plasmática (glicemia); OBSERVAÇÃO: essa primeira reação da glicólise é comum com outras vias metabólicas, acontecendo também na síntese de glicogênio (glicogênese) e também na via das pentoses; SEGUNDA REAÇÃO DA GLICÓLISE o Isomerização da glicose-6-fosfato → atuação da fosfoglicose isomerase a fim de obter uma molécula mais simétrica que seja mais fácil de quebrar; A isomerização garante a simetria do intermediário para a posterior quebra da molécula. TERCEIRA REAÇÃO DA GLICÓLISE o Catalisada pela fosfofrutoquinase 1 e envolve a quebra de uma molécula de ATP e adição de fosfato a frutose- 6-fosfato → molécula fosforilada em suas duas extremidades (frutose-1,6-difosfato); o Essa enzima está relacionada com o comprometimento dessa molécula para a via glicolítica → metabolicamente irreversível (a molécula não tem mais volta – molécula comprometida com a via metabólica); GABRIELA NOVAES OLIVEIRA – 258 – BIOQUÍMICA 5 o A fosfofrutoquinase 1 pode ser regulada alostericamente de acordo com o nível de energia da célula; Célula com grande quantidade de AMP ou de ADP → célula com pouca energia; Alta concentração de ATP → condição de muita energia – glicólise desnecessária; A conversão de frutose-6-fosfato em frutose-1,6-disfosfato é regulada positivamente quando tivermos pouca energia e negativamente quando tivermos muita energia; ATP INATIVA A ENZIMA; AMP E ADP ATIVA A ENZIMA; o A fosfofrutoquinase 1 pode ser inibida alostericamente por citrato – relacionado com uma alta quantidade de energia da célula; o No fígado, existe uma possibilidade adicional de regulação da PFK-1 → frutose-2,6-bifosfato; Não é um intermediário da glicólise; É uma molécula reguladora (fígado) produzida para regular a glicólise; Ativa a fosfofrutoquinase 1; Fígado – responsabilidade de produzir a glicose para outros tecidos (geralmente não consome) → utiliza a glicose para envia-la a outras vias; 4ª REAÇÃO DA GLICÓLISE o Reação de quebra da glicólise realizada pela aldolase gerando duas moléculas com 3 carbonos → hidoxiacetona- fosfato e gliceraldeído-3-fosfato; o A quebra não resulta em duas moléculas iguais, porém são isômeras → possibilidade de conversão a partir de uma isomerase; GABRIELA NOVAES OLIVEIRA – 258 – BIOQUÍMICA 6 5ª REAÇÃO DA GLICÓLISE (FIM DA FASE PREPARATÓRIA) o Ação da enzima triose fosfato isomerase (TP1) que converte as moléculas uma na outra; o GLICERALDEÍDO-3-FOSFATO – imediatamente consumido na próxima reação; Consequência: ↑ concentração de diihidroxicetona fosfato; TPI passa a isormerizar a di-hidroxicetona-fosfato em uma segunda molécula de gliceraldeído-3-fosfato; o A glicólise continua com duas moléculas de Gliceraldeído ‐ 3 ‐fosfato – únia molécula capaz de participarda 2ª fase da via glicolítica; 6ª REAÇÃO DA GLICÓLISE o Realização de uma fosforilação a partir de um fosfato inorgânico, gerando 2 NADH a partir de 2 NAD+; o A reação é catalisada pela Gliceraldeído 3P desidrogenase; o Primeiro ocorre uma oxidação e depois uma fosforilação; Após ocorrer a oxidação, há uma formação de um intermediário que vai estar ligado a enzima conservando a energia, dando continuidade de maneira mais fácil para a fosforilação; o Gliceraldeído 3-fosfato chega à enzima, se ligando covalentemente a ela e formando o intermediário → o intermediário é oxidado (remoção de e- e de H+) → formação do NADH e manutenção da energia para inserção do fosfato à molécula, formando o produto 1,3‐bifosfoglicerato; GABRIELA NOVAES OLIVEIRA – 258 – BIOQUÍMICA 7 7ª REAÇÃO DA GLICÓLISE o Doação de fosfato do 1,3-bifosfoglicerato para um ADP formando uma molécula de ATP – 2 reações = 2 moléculas; o Reação catalisada pela fosfoglicerato quinase – também precisa de magnésio como cofator; o Fosforilação em nível do substrato; GABRIELA NOVAES OLIVEIRA – 258 – BIOQUÍMICA 8 8ª REAÇÃO DA GLICÓLISE o Isomerização – troca de fosfato de lugar; o Ação da fosfoglicerato mutase que muda a localização do fosfato, deixando-o mais próximo da carga negativa; 9ª REAÇÃO DA GLICÓLISE o Reação de desidratação catalisada pela enolase que vai transformar o 2-fosfoglicerato em fosfoenolpiruvato; 10ª REAÇÃO DA GLICÓLISE o Remoção do fosfato e formação de ATP por meio da catálise realizada pela piruvato quinase – fosforilação em nível do substrato; fosfoenolpiruvato é transformado em piruvato com a geração de 2 ATP GABRIELA NOVAES OLIVEIRA – 258 – BIOQUÍMICA 9 o PIRUVATO QUINASE Enzima irreversível que também precisa ser muito bem regulada; Alostericamente ativada por frutose 1,6‐bifosfato; Alostericamente inativada por indicadores de alta energia (ATP, Acetil- CoA, ácidos graxos de cadeia longa e alanina); CÁLCULO DE RENDIMENTO DA GLICÓLISE o Grande parte da energia gerada é conservada pela fosforilação acoplada de quatro moléculas de ADP a ATP o RENDIMENTO TOTAL (para cada molécula de glicose) – 4 ATP; o RENDIMENTO LÍQUIDO – 2 ATP, 2NADH e piruvato; Fase preparatória – gasto de 2 ATP (1ª reação – hexoquianse e 3ª reação – fosfofrutoquinase 1); GABRIELA NOVAES OLIVEIRA – 258 – BIOQUÍMICA 10 Fase de pagamento – gração de 4 ATP (7ª reação – fosfoglicerato quinase e 10ª reação – piruvato quinase); o Resultados – fosforilação de 2 ADP a ATP pelos substratos fosforilados e transferência de elétrons e H+ para 2 NAD+, formando 2 NADH; OBSERVAÇÃO: A via glicolótica pode acontecer anaerobicamente ou aerobicamente (rendimento de cerca de 28 ATP) o DESTINO DO NADH Eles vão doar seus elétrons em etapas seguintes da respiração aeróbia, num processo chamado de cadeia transportadora de elétrons, gerando uma grande quantidade de ATP; o DESTINO DO ATP o DESTINO DO PIRUVATO GABRIELA NOVAES OLIVEIRA – 258 – BIOQUÍMICA 11 RESPIRAÇÃO AERÓBIA o Catabolismo aeróbico (PRESENÇA DE OXIGÊNIO) → piruvatos produzidos são transportados para dentro da mitocôndria e lá irão sofrer reações enzimáticas na matriz mitocondrial (convertido em Acetil-CoA); o O Acetil-CoA continua para outras vias metabólicas, como o ciclo de Krebs; o DESCARBOXILAÇÃO OXIDATIVA Piruvato → Acetil‐CoA; Ligação entre a GLICÓLISE e o CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO Geração de 1 molécula de CO2 e 1 molécula de NADH Complexo Piruvato Desidrogenase – enzima complexa por 3 tipos (E1, E2, E3 - Piruvato desidrogenase, Di‐hidrolipoil transacetilase, Di‐hidrolipoil desidrogenase); OBSERVAÇÃO Essa enzima possui vários cofatores e coenzimas que são derivadas de vitaminas (B1, B2, B3, B5); BÉRI-BÉRI – doença nutricional ocasionada pela deficiência de B1; Sintomas: fraqueza muscular, perda de sensibilidade dos pés e mãos, distúrbios gastrointestinais, dificuldade de respirar, problemas cardiovasculares, dificuldade para falar, confusão mental e paralisia; ↑ piruvato e lactato e ↓ energia). o REGULAÇÃO DA PIRUVATO DESIDROGENASE – quando há um excesso de energia na célula, essa enzima é inativada por fosforilação; quedas do nível de ATP – ativada tirando um fosfato da E1; GABRIELA NOVAES OLIVEIRA – 258 – BIOQUÍMICA 12 FERMENTAÇÃO LÁTICA o Oxidação do piruvato na ausência de oxigênio; o Doação de H+ para a reação acontecer – regeneração do NAD+ para ser utilizado nas etapas de reação da glicólise; FERMENTAÇÃO ALCÓOLICA o Oxidação do piruvato na ausência de oxigênio (bactérias e leveduras); GABRIELA NOVAES OLIVEIRA – 258 – BIOQUÍMICA 13 ERITRÓCITOS o Células que perdem seu núcleo e suas mitocôndrias durante o processo de maturação; o Sem mitocôndrias, não há respiração aeróbica e a fermentação é principal fonte de energia; CONTRAÇÃO MUSCULAR ESQUELÉTICA o Miócitos são especializados em gerar ATP como fonte imediata de energia; o No músculo esquelético em repouso, os combustíveis são: ácidos graxos livres e corpos cetônicos (que são convertidos em acetil-CoA na presença de oxigênio); o No músculo esquelético em contração rápida, os combustíveis são: glicose e glicogênio (que são convertidos em lactato na ausência de oxigênio - ↑ demanda de ATP e ↓ fluxo sanguíneo); CORRIDA RÁPIDA – 100m em 10s → o músculo possui uma quantidade de ATP em repouso (presente na miosina) que é suficiente para apenas 1s Uso de outra fonte para repor o estoque → fosfocreatina (energia para suprir 5s) – déficit; Atuação da adrenalina – estimula a quebra de glicogênio; ↑ lactato e ↓pH diminuem a eficiência O lactato é processado no fígado ‐ Ciclo de Cori HIPÓXIA o Quantidade insuficiente de oxigênio transportado para os tecidos do corpo (infarto, AVC, obstrução etc) o SEPSE → toxinas de bactérias (LPS – lipopolissacarídeo) circulando na corrente sanguínea que gera uma resposta inflamatória sistêmica → hipoperfusão. GABRIELA NOVAES OLIVEIRA – 258 – BIOQUÍMICA 14 CÉLULAS TUMORAIS o Em células tumorais, o consumo de glicose pode ser até 10 vezes maior; Células que se desenvolvem em condição de hipóxia; Aumentam a captação e o consumo de glicose; Adaptam‐se a condição de baixo mais pH; A taxa de glicólise está relacionada com agressividade; o HIF 1 – fator de transcrião induzido por hipóxia que aumenta a síntese de enzimas glicolíticas; CARBOIDRATO o Amido – nutriente derivado dos vegetais (maltose e isomaltose); o Lactose – componente do leite (glicose e galactose); o Sacarose – presente nas frutas (glicose e frutose); GLICOSE → produto da digestão do amido, sendo a forma de carboidrato mais abundante nas células do corpo; GLICOGÊNIO → armazenamento da glicose nos animais; GABRIELA NOVAES OLIVEIRA – 258 – BIOQUÍMICA 15 GABRIELA NOVAES OLIVEIRA – 258 – BIOQUÍMICA 16 GLICOGÊNIO o Polímero de armazenamento de glicose; FÍGADO – manutenção da glicemia; glicose único alimento; utilizado pelo cérebro; MÚSCULO - fonte de energia para atividade repentina; fornece energia na ausência de 02; o Degradação controlada de glicogênio que vai liberar glicose e aumentar a quantidade de glicose disponível entre as refeições; o Serve como um “tampão” para manter os níveis sanguíneos de glicose; o Diferente dos ácidos graxos, a glicose liberada pode fornecer energia na ausência de oxigênio (suprimento para a atividade anaeróbia) o GLICOGENÓLISE (VIA METABÓLICA) Liberação da glicose‐1P Remodelação do glicogênio Isomerização em glicose‐6P GLICOGÊNIO FOSFORILASE – enzima desramificadora (ela realiza a hidrolise); GABRIELA NOVAES OLIVEIRA – 258 – BIOQUÍMICA17 o METABOLISMO DO GLICOGÊNIO Via de sinalização por GLUCAGON/EPINEFRINA; Ativa uma cascata de sinalização intracelular; Ativa a Glicogênio Fosforilase.