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UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA PRÓ-REITORIA ACADÊMICA CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO RODRIGO DOS SANTOS FRANKLIN UM PANORAMA GERAL DO SETOR ELÉTRICO MUNDIAL, SUAS CARACTERÍSTICAS E OS DIVERSOS TIPOS DE SISTEMAS UTILIZADOS NO BRASIL. UM ESTUDO DE CASO DOS DIVERSOS TIPOS DE PERDAS DE ENERGIA NA EMPRESA ENEL DISTRIBUIÇÃO RIO S.A NITERÓI 2017 http://asdnerpe.wordpress.com/tag/universidade-salgado-de-oliveira/ https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/ https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/ UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA PRÓ-REITORIA ACADÊMICA CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO RODRIGO DOS SANTOS FRANKLIN UM PANORAMA GERAL DO SETOR ELÉTRICO MUNDIAL, SUAS CARACTERÍSTICAS E OS DIVERSOS TIPOS DE SISTEMAS UTILIZADOS NO BRASIL. UM ESTUDO DE CASO DOS DIVERSOS TIPOS DE PERDAS DE ENERGIA NA EMPRESA ENEL DISTRIBUIÇÃO RIO S.A. Trabalho de conclusão de curso (TCC) apresentado a disciplina de Estágio Supervisionado do curso de Engenharia de Produção da Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO), para obtenção do título de bacharel em Engenharia de Produção. Professor orientador: Valter Lima Júnior Coorientador Professor: Olegário José de Lyra NITERÓI 2017 http://asdnerpe.wordpress.com/tag/universidade-salgado-de-oliveira/ https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/ https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/ RODRIGO DOS SANTOS FRANKLIN UM PANORAMA GERAL DO SETOR ELÉTRICO MUNDIAL, SUAS CARACTERÍSTICAS E OS DIVERSOS TIPOS DE SISTEMAS UTILIZADOS NO BRASIL. UM ESTUDO DE CASO DOS DIVERSOS TIPOS DE PERDAS DE ENERGIA NA EMPRESA ENEL DISTRIBUIÇÃO RIO S.A. Relatório final, apresentado a Universidade Salgado de Oliveira, como parte das exigências para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia de Produção. Local, ___ de____________ de _____. BANCA EXAMINADORA ________________________________________ Prof. Orientador (Valter Lima Junior) ________________________________________ Prof. Coorientador (Olegário Jose de Lyra) ‘’Cada sonho que você deixa para trás, é um pedaço do seu futuro que deixa de existir’ ’Steve Jobs... AGRADECIMENTO “Agradeço а Deus, pois sеm ele еυ nãо teria forças pаrа ultrapassar esta longa jornada. Agradeço аos meus professores е аоs meus colegas qυе sempre estiveram ao meu lado ajudando na conclusão da minha pesquisa. Aos meus pais que sempre me incentivaram a não desistir dos meus sonhos, meu querido avô Donino que muito me ajudou, em especial a minha esposa, Carla a minha rainha que torce pela minha vitória em todos os momentos.” RESUMO A distribuição de energia é um segmento do sistema elétrico, com a finalidade de entregar energia elétrica ao consumidor final. Esse segmento é um sistema de instalações e componentes elétricos que operam sob responsabilidade das concessionárias de distribuição, o sistema é dividido basicamente em subestação de distribuição e em linhas de distribuição. Este trabalho tem como objetivo propor a utilização de novas tecnologias no sistema de distribuição de energia elétrica, com a finalidade de melhorar a qualidade do fornecimento de energia elétrica no Brasil. A estrutura do trabalho tem por finalidade mostrar como ele será apresentado em sua versão final, sendo importante observar que ao longo da realização do trabalho e das pesquisas, alguns tópicos desta estrutura poderão sofrer variações. Sendo assim, os materiais que serão utilizados para realizar o estudo dos sistemas atuais de distribuição, assim como para a busca de novas tecnologias serão utilizados livros específicos voltados para o sistema de distribuição de energia elétrica, artigos, normas e resoluções da ANEEL e também especificações técnicas dos fabricantes destas novas tecnologias. Palavras-chave: Distribuição de Energia. Brasil. Proposta de Melhorias. ABSTRACT The distribution of energy is a segment of the electric system, with the purpose of delivering electric energy to the final consumer. This segment is a system of electrical installations and components that operate under the responsibility of distribution concessionaires, the system is basically divided into distribution substation and distribution lines. This work aims to propose the use of new technologies in the electric power distribution system, with the purpose of improving the quality of electric power supply in Brazil. The structure of the work aims to show how it will be presented in its final version, and it is important to note that during the work and research, some topics of this structure may vary. Therefore, the materials that will be used to carry out the study of current distribution systems, as well as for the search for new technologies will be used specific books focused on the electric energy distribution system, articles, standards and resolutions of ANEEL and also specifications Of these new technologies. Keywords: Energy Distribution. Brazil. Proposed Improvements LISTA DE FIGURAS Figura 1– Fórmula para cálculo da energia elétrica..............................................18 Figura 2 – Distribuição de Energia Elétrica no Brasil............................................20 Figura 3 – Energia Hidrelétrica..............................................................................26 Figura 4 – Principais usinas brasileiras.................................................................27 Figura 5 – Usina Termelétrica ..............................................................................30 Figura 6 – Usina Termelétrica ..............................................................................30 Figura 7 – Método para obtenção da energia elétrica por fonte nuclear...............33 Figura 8 – Usina Nuclear ......................................................................................34 Figura 9 – Energia eólica......................................................................................36 Figura 10 - Energia eólica.....................................................................................37 Figura 11 – Estrutura Organizacional do Setor Elétrico brasileiro........................50 Figura 12 - sistema de transmissão/distribuição de energia.................................64 Figura 13 – Tabelas sobre perdas de energia .....................................................68 Figura 14 – Gráficos sobre o percentual de perdas do sistema global das distribuidoras .........................................................................................................70 Figura 15 – Furto de energia em comércios ........................................................73 SUMÁRIO INTRODUÇÃO.......................................................................................................11 OBJETIVO GERAL...............................................................................................15 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.................................................................................15 REFERENCIAL TEÓRICO....................................................................................16 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................17 CAPITULO 1- UM PANORAMA GERAL DO SETOR ELÉTRICO MUNDIAL......181.1. Definição do conceito da energia elétrica...............................................18 1.2. Evolução da energia elétrica no Mundo....................................19 1.2.1. Procedimentos de Distribuição - PRODIST ..........................................................23 1.3. Crescimento da Transmissão elétrica Mundial......................................24 1.4. Procedimentos de geração da energia elétrica .....................................25 1.4.1.Energia hidrelétrica....................................................................................26 1.4.2. Energia termelétrica..................................................................................30 1.4.3 .Energia nuclear.........................................................................................32 1.5. Outros tipos de fontes de energia utilizados.............................................36 1.5.1. Energia Eólica...........................................................................................36 1.5.2. Energia Solar............................................................................................43 1.5.3. Geotérmica................................................................................................44 1.5.4. Energia Marítima.......................................................................................45 1.5.5. Biogás.......................................................................................................46 1.6. O sistema de transporte da Energia Elétrica .............................................47 1.7. Como funciona a interligação dos sistemas elétricos..............................49 CAPÍTULO 2- ESTRUTURA DE UM SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA E SUAS CARACTERÍSTICAS..................................................................................50 2.1.Estrutura do Setor Elétrico Brasileiro .........................................................50 2.2. SEP “Sistema Elétrico de Potência” ..........................................................52 2.2.1. Geração de Energia Elétrica.....................................................................55 2.2.2. Rede de Transmissão...............................................................................55 2.2.4. Rede de Sub-transmissão ........................................................................56 2.2.5 Redes de Distribuição................................................................................56 CAPÍTULO 3- OS DIVERSOS TIPOS DE SISTEMAS UTILIZADOS NO BRASIL..................................................................................................................58 3.1.Características do Sistema Elétrico Brasileiro ..........................................58 3.2.Geração de Energia Elétrica no Brasil.........................................................60 3.3.Sistema Interligado Nacional - SIN ..............................................................60 3.4. Transmissão de Energia Elétrica no Brasil................................................62 3.5. Sistemas de Distribuição no Brasil ............................................................64 3.6.Sistema de Compensação.............................................................................65 CAPÍTULO 4- UM ESTUDO DE CASO DOS DIVERSOS TIPOS DE PERDAS DE ENERGIA NA EMPRESA ENEL DISTRIBUIÇÃO RIO S.A. ................................66 4.1. História da Enel Distribuição Rio.................................................................66 4.2. Problemas .....................................................................................................67 4.3. Solução proposta .........................................................................................72 METODOLOGIA ...................................................................................................74 CRONOGRAMA ...................................................................................................75 CONCLUSÃO .......................................................................................................76 BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................77 Referência .........................................................................................................79 11 INTRODUÇÃO No capítulo 1, tratamos de estudo aprofundado acerca do tema (Um panorama geral do setor elétrico mundial), cujo objetivo é analisar as diversas alternativas para melhorar o desempenho dos sistemas de distribuição utilizados atualmente, propondo a utilização de novas tecnologias no sistema de distribuição, visando obter melhores níveis de tensão de energia elétrica aos consumidores e aumento da confiabilidade do sistema de distribuição. A eletricidade tornou-se a fundamental fonte de luz, calor e força aproveitada no mundo atual. Atividades simples como assistir à televisão ou navegar na internet somente são possíveis porque a energia elétrica vem até a casa de cada um. Fábricas, supermercados, shoppings e uma variedade de outros lugares precisam dela para funcionar. Grande parte dos avanços tecnológicos que alcançamos se deve à energia elétrica, obtida a partir de todos os outros tipos de energia, a eletricidade é transportada e chega aos consumidores no mundo inteiro por meio de sistemas elétricos complexos, compostos de quatro etapas: geração, transmissão, distribuição e consumo. As fontes de energia mais utilizadas no mundo são (matriz energética mundial); Petróleo Carvão, turfa e xisto Biocombustíveis e resíduos (incluindo biomassa) Energia Nuclear Energia hidroelétrica Fontes renováveis de energia (principalmente solar, geotérmica e eólica) No capítulo 2, falaremos sobre a (Estrutura de um sistema elétrico de Potência e suas características). A geração de energia elétrica no Brasil é predominantemente hidroelétrica e esta sequência tem início nas usinas, após isso a energia elétrica é transmitida pelas linhas de transmissão até chegar às subestações, em que seus níveis de tensão são diminuídos e então são distribuídas aos consumidores finais, utilizando as linhas de distribuição de energia elétrica. O sistema de distribuição de energia é aquele que se confunde com a própria topografia das cidades, ramificado ao longo de ruas e avenidas para conectar fisicamente o sistema de transmissão, ou mesmo unidades geradoras de e pequeno 12 porte, aos consumidores finais da energia elétrica. A conexão, o atendimento e a entrega efetiva de energia elétrica ao consumidor do ambiente regulado ocorrem por parte das distribuidoras de energia. A energia distribuída, portanto, é a energia efetivamente entregue aos consumidores conectados à rede elétrica de uma determinada empresa de distribuição, podendo ser rede de tipo aérea (suportada por postes) ou de tipo subterrânea (com cabos ou fios localizados sob o solo, dentro de dutos subterrâneos). Do total da energia distribuída no Brasil, dentre as Distribuidoras associadas à Abradee (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DISTRIBUIDORES DE ENERGIA ELÉTRICA), o setor privado é responsável pela distribuição de, aproximadamente, 60% da energia, enquanto as empresas públicas se responsabilizam por, aproximadamente, 40% como ocorre com o sistema de transmissão, a distribuição é também composta por fios condutores, transformadores e equipamentos diversos de medição, controle e proteção das redes elétricas. Todavia, de forma bastante distinta do sistema de transmissão, o sistema de distribuição é muito mais extenso e ramificado, pois deve chegar aos domicílios e endereços de todos os seus consumidores. As redes de distribuição são compostas porlinhas de alta, média e baixa tensão. Apesar de algumas transmissoras também possuírem linhas com tensão abaixo de 230 kV, as chamadas Demais Instalações da Transmissão (DIT), grande parte das linhas de transmissão com tensão entre 69 kV e 138 kV são de responsabilidade das empresas distribuidoras. Essas linhas são também conhecidas no setor como linhas de transmissão. Além das redes de transmissão, as distribuidoras operam linhas de média e baixa tensão, também chamadas de redes primária e secundária, respectivamente. As linhas de média tensão são aquelas com tensão elétrica entre 2,3 kV e 44 kV, e são muito fáceis de serem vistas em ruas e avenidas das grandes cidades, frequentemente compostas por três fios condutores aéreos sustentados por cruzetas de madeira em postes de concreto. No capítulo 3, iremos abordar o tema (Os diversos tipos de sistemas utilizados no Brasil). As redes de baixa tensão, com tensão elétrica que pode variar entre 110 e 440 V, são aquelas que, também afixadas nos mesmos postes de concreto que sustentam as redes de média tensão, localizam-se a uma altura inferior. As redes de baixa tensão levam energia elétrica até as residências e pequenos comércios/indústrias por meio dos chamados ramais de ligação. Os 13 supermercados, comércios e indústrias de médio porte adquirem energia elétrica diretamente das redes de média tensão, devendo transformá-la internamente para níveis de tensão menores, sob sua responsabilidade. O Brasil contou, em 2015, com mais de 77 milhões de “Unidades Consumidoras” (UC), termo que corresponde ao conjunto de instalações/equipamentos elétricos caracterizados pelo recebimento de energia elétrica em um só ponto de entrega, com medição individualizada e correspondente a um único consumidor. Do total de UCs brasileiras, 85% são residenciais. Pode-se dizer, por fim, que o setor de distribuição é um dos mais regulados e fiscalizados do setor elétrico; além de prestar serviço público sob contrato com o órgão regulador do setor, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a própria Agência edita Resoluções, Portarias e outras normas para o funcionamento adequado do setor de Distribuição, sendo muito rigorosa com sua fiscalização. Um exemplo são os Procedimentos de Distribuição (Prodist), o qual dispõe disciplinas, condições, responsabilidades e penalidades relativas à conexão, planejamento da expansão, operação e medição da energia elétrica. O Prodist, ainda, estabelece critérios e indicadores de qualidade para consumidores e produtores, distribuidores e agentes importadores e exportadores de energia. Outro referencial para o setor de distribuição é a Resolução 414 de 2010, a qual elucida, tanto para consumidores quanto para os demais agentes do setor, o que é a distribuição, conceitos-chave e normas de funcionamento, cobrança, atendimento, etc. Vale acrescentar que as distribuidoras de energia, assim como as transmissoras, não podem estabelecer seus próprios preços, pois são reguladas pelo Poder Concedente, representado pela ANEEL. Isso se deve principalmente ao fato de as distribuidoras serem concessionárias do serviço público de distribuição de energia, signatárias de contratos de concessão que preveem métodos regulatórios para o estabelecimento de preços aos consumidores. O sistema regulatório aplicado à distribuição de energia no Brasil é do tipo preço-teto (price-cap), no qual o órgão regulador estabelece os preços máximos que podem ser aplicados por essas empresas. Como ocorre também para as transmissoras, os mecanismos de regulação das Distribuidoras são basicamente a revisão tarifária, que incide periodicamente a cada três, quatro ou cinco anos, dependendo do contrato de 14 concessão, e o reajuste tarifário anual, que se trata de correção monetária e compartilhamento de ganhos de produtividade. No capítulo 4, falaremos sobre ‘’Um estudo de Caso dos diversos tipos de perdas de energia na empresa ENEL DISTRIBUIÇÃO RIO S.A.’’. As perdas energéticas sempre causaram prejuízos financeiros para as empresas, tantos as perdas na geração de energia, na transmissão, e na distribuição. As perdas causam impactos econômicos na sociedade como o maior custo da compra de energia, menor número de unidades consumidoras pagantes e menos tributos recolhidos em razão da diminuição de energia elétrica faturada. A questão fundamental do setor de distribuição, as perdas de energia elétrica, como já se infere pelo próprio nome, remetem à energia que, apesar de inserida no sistema interligado e nas redes aéreas de distribuição, não chega a ser comercializada. Neste capítulo abordaremos uma proposta de melhoria na distribuição da energia elétrica atual, e explicaremos como essa ideia funciona, seus benefícios e como poderíamos utiliza-la em nossa região. 15 OBJETIVO GERAL A finalidade deste trabalho é apresentar a evolução que está área da energia elétrica teve durante o passado até os dias atuais, mostrando a importância que a eletricidade teve para o nosso país bem como pelo mundo. Apresentando alternativas para aperfeiçoamento do planejamento e gerenciamento de fontes energéticas renováveis, vantagens e desvantagens dessas fontes de energia, abordando as etapas sobre as perdas de energia desde a geração, transmissão até a distribuição. As perdas técnicas e as perdas não técnicas. Não se trata de procurar resolver o problema de uma vez por todas, mas sim de apresentar de forma consistente, medidas que permitam minimizar as perdas e os problemas operacionais, acarretando em prejuízos econômicos para empresas e consumidores. OBJETIVO ESPECÍFICO Abordar a necessidade de melhores práticas e padrões de gerenciamento de projetos; Analisar as vantagens e desvantagens das fontes energéticas; Identificar as perdas de energia; Estabelecer estratégias para minimizar as perdas; Conceito de perdas técnicas e não técnicas; Esclarecer o conceito das fontes renováveis; Atualizar os conhecimentos na área de elétrica; Mostrar a necessidade de implantação de novas tecnologias; Implantação de práticas seguras; Abordar sobre a história da eletricidade no mundo; Gerir novos conceitos e melhorias contínuas no mercado de trabalho; Relembrar métodos estudados em sala de aula; Abordar as características, do setor elétrico de Potência; Criar novas soluções; Estudar novos métodos; 16 REFERENCIAL TEÓRICO Neste trabalho foi usado na pesquisa de referencial teórico autores conceituados da área de energia elétrica, como por exemplo: na área de distribuição e geração de energia cito o autor do livro ‘’energias renováveis, geração, distribuição e eficiência energética’’ autor, JOSE ROBERTO SIMÕES MOREIRA, onde descrevo as etapas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. O referencial teórico permite verificar, o estado do problema a ser pesquisado, sob os aspectos teórico e de outros estudos e pesquisas já realizados. Ele tem como objetivos desenvolver ideais com base em referências bibliográficas, visando o embasamento teórico do estudo e elucidar quais são os mestres que já estudaram sobre o assunto, para dar sustentabilidade a nossa proposta. (AURÉLIO, 2003). Segundo (GOUVÊA et al.,2003) e (KAGAN et al., 2005), eles ressaltam os aspectos dos sistemas elétricos de Potência e os transportes utilizados, e devem ser considerados para o desenvolvimento da melhoria contínua, e das práticas operacionais. 17 JUSTIFICATIVA Este trabalho tem como objetivo melhorar o entendimento e visão do conceito das perdas de energia elétrica, assim como ampliar os conhecimentos na área de eletricidade, mostrando a sua origem, aestrutura do setor, a situação atual e apresentar propostas para seu desenvolvimento diante de um cenário cada vez mais exigente no que tange questões de sustentabilidade e ambientais, qualidade dos serviços, e eficiência dos processos. A evolução dos seus conceitos como um todo, dos fundamentos nos séculos passados até os tempos atuais, acrescentando maiores conhecimentos em minha formação como engenheiro de produção, contribuindo assim com meu crescimento e entendimento. Promover com mais clareza o serviço de planejamento e processo da etapa de perdas de energia elétrica, onde exige uma grande habilidade, e conhecimentos técnicos, e práticas adotadas na área de eletricidade. Mostrando assim a importância e as dificuldade de minimizar as perdas energéticas comerciais e técnicas. Através deste trabalho irei passar um pouco do que aprendi durante minha vida profissional na área e abordar a etapa de perdas onde tive a oportunidade de trabalhar alguns anos, iniciando minha vida profissional na parte de eletrotécnica e passando para o planejamento. Uma área muito complexa e que visa a sustentabilidade, fontes limpas de energia, diminuição de gases na atmosfera, e melhorias contínuas. Estabelecer a relação das etapas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. 18 CAPÍTULO 1- UM PANORAMA GERAL DO SETOR ELÉTRICO MUNDIAL 1.1. Definição do conceito da energia elétrica A energia elétrica é uma das formas de energia mais usadas em todo o mundo, eis que é gerada, especialmente, nas usinas hidrelétricas, utilizando o potencial energético da água. Entretanto, ela pode ser produzida também em usinas eólicas, termoelétricas, solares, nucleares entre outras. (GUSSOW, 2009). A energia elétrica é a capacidade de uma corrente elétrica concretizar trabalho. Essa maneira de energia pode ser alcançada através da energia química ou da energia mecânica, por intermédio de turbinas e geradores que transformam essas formas de energia em energia elétrica. A aplicação de uma diferença de potencial entre dois pontos de um condutor, gerando uma corrente elétrica entre seus terminais, origina o que entendemos como energia elétrica. Hoje em dia a energia elétrica é a principal fonte de energia do mundo. A principal função da energia elétrica é originar outros tipos de energia, como a energia mecânica e a energia térmica. (GUSSOW, 2009). Cálculo da energia elétrica EEL = P. ∆t EEL é a energia elétrica; P é a potência; ∆t é a variação do tempo. Figura 1: (Fonte: Lineu B. dos Reis, geração de energia elétrica – Ano 2000) Sistema Internacional de Unidades (SI), a energia é dada em joule (J), porém, a unidade de medida mais utilizada para é o quilowatt-hora (kWh). No Brasil, em 2015, cerca de 60% da energia elétrica produzida veio das usinas hidrelétricas, e o restante, das usinas nucleares (Angra I e Angra II), termoelétricas e das fontes de energias renováveis (energia eólica e biomassa). 19 A energia elétrica é baseada na produção de diferenças de potencial elétrico entre dois pontos. Estas diferenças possibilitam o estabelecimento de uma corrente elétrica entre estes dois pontos. A energia elétrica, para chegar ao consumidor final, depende de uma eficiente rede elétrica, composta por fios e torres de transmissão. A energia elétrica é de fundamental importância para o desenvolvimento das sociedades atuais. Ela pode ser convertida para gerar luz, força para movimentar motores e fazer funcionar diversos produtos elétricos e eletrônicos que possuímos em casa (computador, geladeira, micro-ondas, chuveiro, etc.). A energia elétrica, produzida através das águas, sol e vento é considerada uma forma de energia limpa, pois apresenta baixos índices de produção de poluentes em todas as fases de produção, distribuição e consumo. Além disso, é uma fonte renovável, pois nunca irá se esgotar como acontecerá um dia com o petróleo (GOUVÊA et al.,2003). 1.2. Evolução da energia elétrica no Mundo Constitui-se de uma rede complexa de elementos que tem por finalidade conduzir a energia desde o local de sua produção até o lugar onde será consumida. Esse sistema conecta unidades geradoras, vias de transmissão e distribuição e consumidores finais da energia elétrica A rede nem sempre foi integrada. Tempos atrás, antes do processo de industrialização intenso na região Sudeste do país, as linhas de transmissão e distribuição eram isoladas e visavam a atender as necessidades locais. Porém, a dimensão continental do Brasil, a urbanização, a industrialização e o aumento da demanda por energia elétrica em algumas regiões específicas, como no Sul e Sudeste, motivaram a integração do sistema de energia elétrica no país. Outro fator importante para essa necessidade de integração era que, em muitos casos, a produção de energia, em grande parte de origem hidrelétrica, não estava localizada próximo dos locais de maior consumo, como os grandes centros urbanos e as regiões industriais. (GOUVÊA et al.,2003). 20 Figura 2: Distribuição da energia elétrica no Brasil. Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/geografia/distribuicao-energia- no-brasil.html, Acesso em 28 de agosto de 2017. Segundo a Eletrobras, as empresas distribuidoras de energia (públicas ou privadas) são responsáveis pela entrega de energia e, assim como acontece com o sistema de transmissão, a distribuição é constituída por fios condutores, transformadores e equipamentos de medição, controle e proteção das redes elétricas. O sistema de distribuição é muito mais amplo e ramificado que o de transmissão, pois tem por objetivo chegar aos domicílios e empresas de todos os consumidores finais. A composição das redes de distribuição possui linhas de alta, média e baixa tensão. A potência da energia distribuída e entregue pode ser dividida em: 21 • redes elétricas primárias - redes de distribuição de média tensão que, além do papel de distribuição, atendem a médias e grandes empresas e indústrias. • redes elétricas secundárias - redes de distribuição de baixa tensão que atendem consumidores residenciais, pequenos estabelecimentos comerciais e iluminação pública. Segundo revelam estudos, o Brasil possui hoje cerca de 80 milhões de Unidades Consumidoras (UC) (ponto de entrega de energia com medição individualizada e correspondente a um único consumidor). A maior parte das Unidades Consumidoras (85%) são residenciais, contudo, a indústria é responsável por 35% do consumo de energia elétrica no país (MOREIRA.,2017). As redes de transmissão e distribuição de energia no Brasil seguiram a trajetória histórica do processo de urbanização e industrialização. Os maiores centros urbanos e as regiões industriais do país são os maiores consumidores de energia elétrica. Nesse sentido, a infraestrutura das redes de transmissão e distribuição foi direcionada para esses espaços. O segmento de transmissão no Brasil é composto em 2008 por mais de 90 mil quilômetros de linhas e operado por 64 concessionárias. Essas empresas, que obtiveram as concessões ao participar de leilões públicos promovidos pela Aneel, são responsáveis pela implantação e operação da rede que liga as usinas (fontes de geração) às instalações das companhias distribuidoras localizadas junto aos centros consumidores (tecnicamente chamados de centros de carga). As concessões de transmissão são válidas por 30 anos e podem ser prorrogadas por igual período. A grande extensão da rede de transmissão no Brasil é explicada pela configuração do segmento de geração, constituído, na maior parte, de usinas hidrelétricas instaladas em localidades distantes dos centros consumidores. A principal característica desse segmento é a sua divisão em doisgrandes blocos: o Sistema Interligado Nacional (SIN), que abrange a quase totalidade do território brasileiro, e os Sistemas Isolados, instalados principalmente na região Norte. (MOREIRA,2017) O SIN abrange as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte do Norte. Em 2008, concentra aproximadamente 900 linhas de transmissão que somam 22 89,2 mil quilômetros nas tensões de 230, 345, 440, 500 e 750 kV (também chamada rede básica que, além das grandes linhas entre uma região e outra, é composta pelos ativos de conexão das usinas e aqueles necessários às interligações internacionais). Além disso, abriga 96,6% de toda a capacidade de produção de energia elétrica do país – oriunda de fontes internas ou de importações, principalmente do Paraguai por conta do controle compartilhado da usina hidrelétrica de Itaipu. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) é responsável pela coordenação e controle da operação do SIN, realizada pelas companhias geradoras e transmissoras, sob a fiscalização e regulação da Aneel. Entre os benefícios desta integração e operação coordenada está a possibilidade de troca de energia elétrica entre regiões. Isto é particularmente importante em um país como o Brasil, caracterizado pela predominância de usinas hidrelétricas localizadas em regiões com regimes hidrológicos diferentes. (MAMEDE, 2011). Como os períodos de estiagem de uma região podem corresponder ao período chuvoso de outra, a integração permite que a localidade em que os reservatórios estão mais cheios envie energia elétrica para a outra, em que os lagos estão mais vazios – permitindo, com isso, a preservação do “estoque de energia elétrica” represado sob a forma de água. Esta troca ocorre entre todas as regiões conectadas entre si. Outra possibilidade aberta pela integração é a operação de usinas hidrelétricas e termelétricas em regime de complementaridade. Como os custos da produção têm reflexo nas tarifas pagas pelo consumidor e variam de acordo com a fonte utilizada, transformam-se em variáveis avaliadas pelo ONS para determinar o despacho – definição de quais usinas devem operar e quais devem ficar de reserva de modo a manter, permanentemente, o volume de produção igual ao de consumo segundo a (MAMEDE, 2002). 23 1.2.1. Procedimentos de Distribuição - PRODIST São documentos elaborados pela ANEEL e normatizam e padronizam as atividades técnicas relacionadas ao funcionamento e desempenho dos sistemas de distribuição de energia elétrica (PRODIST, 2012). Módulos PRODIST • Módulo 1 - Introdução • Módulo 2 - Planejamento da Expansão do Sistema de Distribuição • Módulo 3 - Acesso ao Sistema de Distribuição • Módulo 4 - Procedimentos Operativos do Sistema de Distribuição • Módulo 5 - Sistemas de Medição • Módulo 6 - Informações Requeridas e Obrigações • Módulo 7 - Cálculo de Perdas na Distribuição • Módulo 8 - Qualidade da Energia Elétrica • Módulo 9 - Ressarcimento de Danos Elétricos • Módulo 10 - Sistema de Informação Geográfica Regulatório Atualmente, o sistema de distribuição de energia elétrica no Brasil é operado por 67 concessionárias, sendo que 9 estão localizadas na região norte, 11 na região nordeste, 5 na região centro-oeste, 22 na região sudeste e 17 na região sul do país. Nos últimos anos está havendo uma migração do sistema de distribuição de rede aérea convencional para o sistema de distribuição em rede compacta, pois o sistema convencional “está exposto a todas as influências do meio (tempestade, raio, ventania, acumulo de poeira, excesso de umidade, depósito de salitre em ambiente litorâneo, arborização, etc.)” e devido a estes motivos, acaba apresentando elevadas taxas de falhas na segundo a (ANEEL, 2017). 24 1.3. Crescimento da transmissão de energia elétrica Mundial As usinas de energia elétrica são, geralmente, construídas longe dos centros consumidores (cidades e indústrias) e é por isso que a eletricidade produzida pelos geradores tem de viajar por longas distâncias, em um complexo sistema de transmissão.(ZANETTA, 2006). Ao sair dos geradores, a eletricidade começa a ser transportada através de cabos aéreos, revestidos por camadas isolantes e fixados em grandes torres de metal. Chamamos esse conjunto de cabos e torres de rede de transmissão. Outros elementos importantes das redes de transmissão são os isolantes de vidro ou porcelana, que sustentam os cabos e impedem descargas elétricas durante o trajeto. No caminho, a eletricidade passa por diversas subestações, onde aparelhos transformadores aumentam ou diminuem sua voltagem, alterando o que chamamos de tensão elétrica. No início do percurso, os transformadores elevam a tensão, evitando a perda excessiva de energia. Quando a eletricidade chega perto dos centros de consumo, as subestações diminuem a tensão elétrica, para que ela possa chegar às residências, empresas e indústrias. A partir daí os cabos prosseguem por via aérea ou subterrânea, formando as redes de distribuição.(ZANETTA, 2006). Segunda a Eletrobrás (2015), depois de percorrer o longo caminho entre as usinas e os centros consumidores nas redes de transmissão, a energia elétrica chega em subestações que abaixam a sua tensão, para que possa ser iniciado o processo de distribuição. Entretanto, apesar de mais baixa, a tensão ainda não é adequada para o consumo imediato e, por isso, transformadores menores são instalados nos postes de rua. Eles reduzem ainda mais a voltagem da energia que vai diretamente para as residências, o comércio, as empresas e indústrias. As empresas responsáveis pela distribuição também instalam em cada local de consumo um pequeno aparelho que consegue medir a quantidade de energia por eles utilizada. A medição é feita por hora e chamamos de horário de pico o momento em que uma localidade utiliza maior quantidade de energia elétrica. Nos centros urbanos, o horário de pico se dá por volta das 18 horas, quando escurece e, normalmente, as pessoas chegam do trabalho acendendo as luzes, ligando os 25 condicionadores de ar e a televisão e tomando banho com a água aquecida por chuveiros elétricos. Podemos observar que o consumo de eletricidade varia de acordo com a estação do ano e com a região do país, dependendo do nível de luminosidade e do clima, entre outros fatores. O Sistema Interligado Nacional (SIN), o sistema de transmissão brasileiro, considerado o maior do mundo, é controlado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que conta com a participação de empresas de todo o país, trabalhando de forma interligada. A Eletrobrás possui mais da metade das linhas de transmissão do Brasil e tem participado ativamente da expansão do Sistema Interligado Nacional (SIN). O SIN, formado basicamente por empresas de geração, transmissão e distribuição do país, permite o intercâmbio de energia elétrica entre as diversas regiões brasileiras. Isso significa que a eletricidade que chega até a sua casa pode ter viajado centenas ou milhares de quilômetros em linhas de transmissão. Além disso, pode ter sido gerada por diferentes usinas ao longo do ano. Apesar de o SIN abastecer a maior parte do país, alguns sistemas menores e isolados também são utilizados, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Os sistemas isolados geram a energia que vai ser consumida apenas em uma determinada localidade ou até mesmo por uma só indústria. (ANEEL, 2017). 1.4. Procedimentos de geração de energia elétrica Para produzir energia elétrica é obter a força necessária para girar as turbinas das usinas de eletricidade. Gigantescos sistemas de hélices, elas movem geradores que transformam a energia mecânica (movimento) em energia elétrica. Essa força pode ser obtida de diversas fontes de energia primária. No Brasil, a energia elétrica vem, em primeiro lugar, de usinas hidrelétricas;depois, de termelétricas; e, por último, de usinas nucleares (KAGAN et al., 2005) A energia elétrica é gerada através de usinas hidrelétricas, termoelétricas e termonucleares que são conhecidas como convencionais, porém têm-se também as fontes alternativas que são representadas pela energia solar, usinas eólicas, usinas utilizando a queima da biomassa, e outras fontes menos usuais como a utilização da 26 força das marés. Por apresentar um maior potencial hídrico para geração de energia elétrica a maior parte da energia gerada no Brasil é proveniente de usinas hidrelétricas, geralmente, afastadas dos centros de carga e construídas onde exista disponibilidade de água. Umas das alternativas de geração que podem estar localizadas perto dos centros de carga são as termoelétricas, que utilizam algum tipo de combustível para queimar e, deste modo, produzindo o vapor que acionará as turbinas geradoras de energia elétrica (KAGAN et al., 2005). 1.4.1.Energia hidrelétrica Em países como o Brasil, que possui muitos rios com grandes desníveis, uma das soluções mais econômicas para fazer girar turbinas é aproveitar a força das águas, construindo usinas hidrelétricas. Em uma usina desse tipo, uma barragem, também conhecida como represa, controla as águas do rio. Figura 3: Energia Hidrelétrica Fonte: http://grupoperfeito.blogspot.com.br/2010/10/energia- Acesso em 22 de outubro de 2017. No interior da barragem, são instalados grandes tubos inclinados, geralmente chamados de aquedutos, que abrigam as turbinas. A água desce pelos tubos e faz girar o sistema de hélices, movimentando o eixo dos geradores que produzem a energia elétrica. Perto dos geradores são instalados os transformadores, equipamentos que acumulam e enviam a energia elétrica para os cabos das linhas de transmissão. (MOREIRA, 2017). Segundo (FAINZILBER, 2000), depois de 27 movimentar as turbinas, as águas voltam para o leito do rio sem sofrer nenhum tipo de degeneração. É por isso que a energia hidrelétrica é considerada uma fonte limpa, além de ser renovável. No Brasil, a maior quantidade de energia elétrica produzida provém de usinas hidrelétricas. Construída e administrada por Brasil e Paraguai no rio Paraná, é a segunda maior hidrelétrica do mundo em potência instalada, com 14 mil megawatts de capacidade de geração, atrás apenas de Três Gargantas, na China. A Eletrobrás detém metade de Itaipu em nome do governo brasileiro, além de ser dona, por meio de suas empresas, de algumas das principais hidrelétricas em operação no país, como Tucuruí, no rio Tocantins, e Xingó e as usinas do Complexo Paulo Afonso, no rio São Francisco. Figura 4: Principais usinas brasileiras. Fonte: http://meioambiente.culturamix.com/projetos/hidreletricas-no-brasil Acesso em 31 de outubro de 2017. Principal fonte da energia que consumimos no Brasil, as usinas hidrelétricas sempre destacaram-se no país. Apesar de ser resultante de um processo que utiliza a água, que é uma fonte renovável, o modelo passou a ser muito discutido principalmente entre os anos de 2014 e 2015, quando a falta de chuva ameaçou o abastecimento de parte da região sudeste. (FAINZILBER, 2000) 28 Mas, mesmo com essa dependência de fatores climáticos, a energia produzida pelas hidrelétricas brasileiras pode ser considerada como sustentável, uma vez que as águas que movimentam as turbinas são reutilizadas dentro do ciclo hidrológico, além de não produzirem poluentes e ajudarem a absorver os gases responsáveis pelo efeito estufa. (AURÉLIO, 2013). Historicamente, as barragens que resultaram na construção de usinas no Brasil datam do século XIX, porém os investimentos e funcionamentos mais importantes se dão entre os anos de 1939 a 1945, período que pode ser destacado por ser após a Segunda Guerra Mundial. A água é um recurso renovável, fato que mantém a sustentabilidade das hidrelétricas, porém esse potencial pode ser garantido apenas se forem adotadas políticas e ações de preservação de nascentes e rios. Ainda podemos citar como uma vantagem, o custo menor de produção de uma hidrelétrica em relação as usinas termelétricas, nucleares e eólicas, por exemplo. Porém, entre os pontos negativos podemos destacar o fato de que nas grandes áreas onde as barragens das hidrelétricas são construídas podem estar localizadas espaços de riqueza ambiental singular e com espécies de fauna e flora que podem ser prejudicadas com a instalação.(AURELIO, 2013). Outra questão quanto ao espaço de construção das barragens são as possíveis populações indígenas, que não se contentam com a mudança para outro espaço por considerarem muito o afeto que têm por aquele local em questão. Vantagens das hidrelétricas: Uso de recurso renovável (água); Menor custo de construção em relação a outras usinas; Não produz poluentes; Ajuda a absorver gases responsáveis pelo efeito estufa. Desvantagens das hidrelétricas: Dependência de fatores climáticos; Construção que pode alterar fauna e flora; Construção que pode afetar populações indígenas . A maioria da energia elétrica produzida no Brasil está realmente concentrada nas usinas hidrelétricas, apesar dos maiores investimentos em termelétricas e usinas voltadas para a energia nuclear.(AURELIO, 2013). Porém, hoje em dia, algumas empresas destacam-se pelo tamanho de seus negócios e também por sua capacidade de geração. Entre elas estão: 29 Furnas: implantada no Rio Grande, em Minas Gerais, no ano de 1958 e funcionando na cidade de Passos, também em Minas Gerais, desde 1963, a empresa de Furnas é responsável pela administração de 17 hidrelétricas no país. Segundo a empresa, pelo menos 40% da energia consumida em todo país tem em sua produção alguma passagem por esse sistema. Com isso, Furnas fornece energia para áreas responsáveis pela localização de um número superior a 60% das casas do Brasil – montante que representa mais do que 80% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. A empresa também conta com um plano de expansão para novos municípios e, consequentemente, em uma maior efetividade de seu abastecimento e capacidade de produção. (AURÉLIO, 2013). Segundo a Eletrobrás (2015), Itaipu: construída no Rio Paraná, entre o Brasil e o Paraguai, a Usina de Itaipu é binacional e está sujeita a políticas e regras que regem os dois países. Entre as cidades contempladas pela usina, estão as brasileiras Foz do Iguaçu e Guaíra, além das paraguaias Ciudad del Este e Salto del Guairá. Operante desde 1984, atualmente, ela é a responsável pela maior criação de energia considerada limpa e renovável do mundo, mas tem a sua produção muito mais consumida pelo Paraguai, com um número que supera os 70% de sua produção, enquanto no Brasil o número está um pouco acima dos 15% da energia que é produzida pela binacional. Tucuruí: com obras que começaram em 1975, no Rio Tocantins, no sudeste do estado do Pará, a hidrelétrica de Tucuruí é considerada a maior usina 100% nacional, resultante de um projeto de engenharia totalmente brasileiro. Em potência, ela ainda é inferior a Itaipu, porém, como já dissemos, a empresa pertence ao Paraguai, além do Brasil. A usina hidrelétrica de Tucuruí abastece parte das redes elétricas dos estados do Pará, além do Maranhão e Tocantins e é considerada a principal geradora do chamado Subsistema Norte. A barragem da usina alcança, em terra, as marcas de 11 km de comprimento, por 78 metros de altura, enquanto o reservatório cheio conta com medidas de 200 km de comprimento e mais de 2.800 km² de área, o que representa cerca de 341 km² por MW instalado, aproximadamente. https://www.resumoescolar.com.br/fisica/conceito-e-como-calcular-a-potencia-na-fisica/ 30 Ainda segundo a Eletrobrás (2015), as ligações da Tucuruí estão a Presidente Dutra, localizada no Maranhão e Usina Hidrelétrica de Sobradinho, além de Boa Esperança,que fica no estado do Piauí. Principais hidrelétricas do Brasil: Furnas de Itaipu ,Belo Monte, São Luíz do Tapajós ,Tucuruí, Santo Antônio ,Ilha Solteira, Jirau ,Xingó , Paulo Afonso IV, Jatobá. 1.4.2.Energia termelétrica Em regiões com poucos recursos hidrográficos, mas com boas reservas de óleo, carvão ou gás, é possível girar as hélices das turbinas com a força do vapor resultante da queima desses combustíveis. Para isso, são construídas usinas termelétricas. Vejamos na figura 4 abaixo: (ANTÔNIO et al.,2004). Figura 5: Usinas termelétricas. Fonte:http://www.engquimicasantossp.com.br/2015/06/usinas-termoeletricas-energia- combustao.htm.l Acesso em 31 de outubro de 2017. A maioria das usinas termelétricas usa fontes primárias consideradas não- renováveis, mas em alguns lugares do Brasil já é possível gerar energia queimando combustíveis alternativos, como a biomassa. (ANTÔNIO et al., 2004). Figura 6: Usinas termelétricas. Fonte:http://www.engquimicasantossp.com.br/2015/06/usinas-termoeletricas-energia- combustao.html. Acesso em 31 de outubro de 2017. 31 Usina termoelétrica ou termelétrica (português brasileiro) ou central termoelétrica (português europeu) é uma instalação industrial usada para geração de energia elétrica a partir da energia liberada por qualquer produto que possa gerar calor, como bagaço de diversos tipos de plantas, restos de madeira, óleo combustível, óleo diesel, gás natural, urânio enriquecido e carvão natural. Assim como na energia hidrelétrica, em que um gerador, impulsionado pela água, gira, transformando a energia potencial em energia elétrica, nas termelétricas a fonte de calor aquece uma caldeira com água gerando vapor d'água em alta pressão, e o vapor move as pás da turbina do gerador. A primeira usina termelétrica do Brasil foi inaugurada em 1883, em Campos dos Goytacazes, com a potência de 52 kW. A maior usina termoelétrica a carvão do Brasil é o Complexo Termoelétrico Jorge Lacerda em Santa Catarina. Uma usina termelétrica operando em ciclo combinado pode ser definida como um conjunto de obras e equipamentos cuja finalidade é a geração de energia elétrica, através de um processo que combina a operação de uma turbina à gás, movida pela queima de gás natural ou óleo diesel, diretamente acoplada a um gerador. Os gases de escape da turbina à gás, devido à temperatura, promovem a transformação da água em vapor para o acionamento de uma turbina a vapor, nas mesmas condições descritas no processo de operação de uma termelétrica convencional. A potência média dessas centrais vem a ser de 300 MW, muito inferior à de uma termelétrica convencional. A expansão dos gases resultantes da queima do combustível (óleo diesel ou gás natural) aciona a turbina a gás, que está diretamente acoplada ao gerador e, desta forma, a potência mecânica é transformada em potência elétrica. O funcionamento é exatamente igual ao descrito para usina termelétrica convencional, porém a transformação da água em vapor é feita com o reaproveitamento do calor dos gases de escape da turbina a gás, na caldeira de recuperação de calor. Deve ser ressaltado o rendimento térmico do ciclo combinado, que proporciona a produção de energia elétrica com custos reduzidos. (ANTÔNIO et al.,2004). 32 1.4.3.Energia nuclear Na natureza, algumas substâncias, como o urânio, têm núcleos atômicos extremamente pesados e instáveis, que podem ser divididos em partículas menores se forem bombardeados por nêutrons. Os nêutrons, ao atingir um núcleo de urânio, provocam sua quebra em dois núcleos menores e a liberação de mais nêutrons, que, por sua vez, irão atingir outros núcleos de urânio e provocar novas quebras. Essa é uma reação em cadeia. No momento em que se dividem, os núcleos emitem calor na forma de radiação. Energia nuclear é a energia liberada em uma reação nuclear, ou seja, em processos de transformação de núcleos atômicos. Alguns isótopos de certos elementos apresentam a capacidade de se transformar em outros isótopos ou elementos através de reações nucleares, emitindo energia durante esse processo. Baseia-se no princípio da equivalência de energia e massa (observado por Albert Einstein), segundo a qual durante reações nucleares ocorre transformação de massa em energia. Foi descoberta por Hahn e Meitner com a observação de uma fissão nuclear depois da irradiação de urânio com nêutrons. (GALLETI, 2008) A energia elétrica gerada por uma fonte nuclear é obtida a partir do calor da reação do urânio. A queima do combustível produz calor que ferve a água de uma caldeira transformando-a em vapor. O vapor movimenta uma turbina que dá partida a um gerador que produz a eletricidade. Nos reatores as reações acontecem de maneira controlada, enquanto que nas bombas atômicas a reação em cadeia processa-se integralmente em um tempo muito curto, liberando de modo explosivo toda a energia armazenada no material fissionável, urânio ou plutônio. Um átomo é composto por um núcleo e pelos elétrons que ocupam a região ao redor do núcleo, que são muito leves e têm carga elétrica negativa. Dentro do núcleo, há dois tipos de partículas, os prótons e os nêutrons. O número de prótons é sempre igual ao número dos elétrons, num átomo eletricamente neutro, mas sua carga é positiva. Os nêutrons variam em número sendo mais numerosos quanto mais pesado for o átomo, e são eletricamente neutros. No urânio presente na natureza são encontrados átomos, que têm em seu núcleo 92 prótons e 143 33 nêutrons (cuja soma é 235), átomos com 92 prótons e 142 nêutrons e outros ainda, com 92 prótons e 146 nêutrons (238). Como o número de prótons e elétrons é sempre igual (92), pode-se dizer que esses são quimicamente iguais e são chamados de isótopos do mesmo elemento. Para diferenciá-los, usa-se o símbolo químico do elemento e no canto esquerdo um número, de acordo com seu peso atômico, da seguinte forma ZU, onde Z é a soma do número de prótons e o número de nêutrons. No caso do Urânio: 234U, 235U e 238U. (GRIPPI, 2006). O choque de um nêutron livre com o isótopo 235U causa a divisão do núcleo desse isótopo em duas partes, e ocasiona uma liberação relativamente alta de energia. Dá-se a esse fenômeno o nome de fissão nuclear. Figura 7: Método para obtenção da energia elétrica por fonte nuclear Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Energia_nuclear. Acesso em 31 de outubro de 2017. A tecnologia nuclear tem como uma das principais finalidades gerar energia elétrica. Aproveitando-se do calor emitido na reação, para aquecer a água até se tornar vapor, assim movimentando um turbo gerador. A reação nuclear pode acontecer controladamente em um reator de usina nuclear ou descontroladamente em uma bomba atômica (causando uma reação chamada reação em cadeia). (GRIPPI, 2006). https://pt.wikipedia.org/wiki/Energia_nuclear 34 Figura 8: usina nuclear. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Energia_nuclear. Acesso em 10 de agosto de 2017. A velocidade de uma reação em cadeia pode ser de dois tipos: não controlada e controlada. No primeiro caso, a reação ocorre muito rapidamente (em menos de 1 segundo), liberando enorme quantidade de energia. É o que acontece, por exemplo, na explosão da bomba atômica. No segundo caso, a reação é controlada pelos chamados reatores de fissão nuclear, permitindo que a energia liberada seja aproveitada e evitando explosões. Energia nuclear ou núcleo elétrica é proveniente da fissão do urânio em reator nuclear. Apesar da complexidade de uma usina nuclear, seu princípio de funcionamento é similar ao de uma termelétrica convencional, na qual o calor gerado pela queima de um combustível produz vapor, que aciona uma turbina, acoplada a um gerador de corrente elétrica. (GRIPPI, 2006) Na usina nuclear, o calor é produzido pela fissão do urânio no reator, cujo sistemamais empregado é constituído por três circuitos – primário, secundário e de refrigeração. No primeiro, a água é aquecida a uma temperatura de aproximadamente 320°C, sob uma pressão de 157 atmosferas. Em seguida, essa água passa por tubulações e vai até o gerador de vapor, onde vaporiza a água do circuito secundário, sem que haja contato físico entre os dois circuitos. O vapor gerado aciona uma turbina, que movimenta o gerador e produz corrente elétrica. https://pt.wikipedia.org/wiki/Energia_nuclear 35 No final dos anos 1960, o governo brasileiro decidiu ingressar na geração termonuclear, visando conhecer melhor a tecnologia e adquirir experiências para o futuro. Na época, cogitava-se a necessidade de complementação térmica para o suprimento de eletricidade no Rio de Janeiro. Decidiu-se, então, que essa complementação ocorresse por meio da construção de uma usina nuclear (Angra I) em Angra dos Reis (RJ). A construção de Angra I (657 MW) teve início em 1972. A primeira reação nuclear em cadeia ocorreu em março de 1982 e a usina entrou em operação comercial em janeiro de 1985. Mas, logo após, interrompeu suas atividades, voltando a funcionar somente em abril de 1987, operando, porém, de modo intermitente, até dezembro de 1990 (nesse período, operou com 600 MW médios durante apenas 14 dias). (GALLETI, 2008). Entre 1991 e 1994, as interrupções foram menos frequentes, mas somente a partir de 1995 a usina passou a ter operação regular. A construção de Angra II (1.350 MW) teve início em 1976 e a previsão inicial para a usina entrar em operação era 1983. Em razão, porém, da falta de recursos, a construção ficou paralisada durante vários anos e a operação do reator ocorreu somente em julho de 2000, com carga de 200 MW a 300 MW. Entre 20 de agosto e 3 de setembro daquele ano, a usina funcionou regularmente, com 915 MW médios. A partir de então, operou de modo intermitente até 9 de novembro, quando passou a funcionar com potência de 1.350 MW médios. As usinas nucleares brasileiras em operação (Angra 1 e Angra 2) estão localizadas na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, que fica em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, e pertence à Eletrobrás Eletronuclear. (GALLETI, 2008) 36 1.5.Outros tipos de fontes de energia utilizados Segundo a Eletrobrás (2008), no Brasil, 95% da energia elétrica que ilumina nossas casas é gerada em usinas hidrelétricas, que utilizam a força das águas. Há, porém, diversos outros tipos de fontes de energia. Tais como: 1.5.1. Energia Eólica A Energia eólica é a energia cinética contida nas massas de ar em movimento (vento). Seu aproveitamento ocorre por meio da conversão da energia cinética de translação em energia cinética de rotação, com o emprego de turbinas eólicas – também denominadas aero geradores – para a geração de eletricidade, ou de cata- ventos (e moinhos), para trabalhos mecânicos como bombeamento d’água. (PINTO, 2013). Figura 9: Energia Eólica Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Energia_e%C3%B3lica. Acesso em 10 de outubro de 2017. A energia eólica tem sido aproveitada desde a antiguidade para mover os barcos impulsionados por velas ou para fazer funcionar a engrenagem de moinhos, ao mover as suas pás. Nos moinhos de vento a energia eólica era transformada em energia mecânica, utilizada na moagem de grãos ou para bombear água. Os moinhos foram usados para fabricação de farinhas e ainda para drenagem de canais, sobretudo nos Países Baixos. Ao longo de milhares de anos, a força do vento tem sido aproveitada de inúmeras formas, desde o impulso de veleiros e barcos à vela, até à ventilação https://pt.wikipedia.org/wiki/Energia_e%C3%B3lica 37 natural de edifícios. A utilização do vento para produzir energia mecânica surgiu relativamente tarde na Antiguidade. A roda de vento do engenheiro grego Herão de Alexandria, concebida durante o século I d.C., é o mais antigo registro do uso de uma ferramenta destinada a captar a força do vento para alimentar uma máquina. (PINTO, 2013). Figura 10: Energia eólica Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Energia_e%C3%B3lica. Acesso em 31 de outubro de 2017. Os elementares moinhos de vento surgiram na Pérsia desde o século IX, possivelmente desde o século VII. A utilização deles tornou-se bastante comum no Oriente Médio e na Ásia Central, sendo inserido depois na China e Índia. Mais ou mesmo no ano 1000, os moinhos eram utilizados para bombear água do mar até às salinas na China e na Sicília, e a partir do século XI são já usados intensivamente na Europa ocidental na moagem de farinha, e na drenagem de terras alagadas para cultivo ou construção. Os primeiros europeus que vieram à América trouxeram a tecnologia consigo do Velho Continente. Em 1881, William Thomson propôs o uso da energia eólica na falta de carvão. (PINTO, 2013). Energia eólica é a transformação da energia do vento em energia benéfica, tal como no emprego de aero geradores para abrolhar eletricidade, moinhos de vento para produzir energia mecânica ou velas para estimular veleiros. A energia eólica, https://pt.wikipedia.org/wiki/Energia_e%C3%B3lica 38 enquanto opção aos combustíveis fósseis, é renovável, está permanentemente disponível, pode ser produzida em qualquer região, é limpa, não produz gases de efeito de estufa durante a produção e requer menos terreno. O impacto ambiental é de regra menos problemático do que o de outras fontes de energia. (PINTO, 2013). Os parques eólicos são conjuntos de centenas de aero geradores individuais ligados a uma rede de transmissão de energia elétrica. Os parques eólicos de pequena dimensão são usados na produção de energia em áreas isoladas. (AURÉLIO, 2003). As companhias de produção elétrica cada vez mais compram o excedente elétrico produzido por aero geradores domésticos. Existem também parques eólicos ao largo da costa, uma vez que a força do vento é superior e mais estável que em terra e o conjunto tem menor impacto visual, embora o custo de manutenção seja bastante superior. Em 2000, a produção de energia eólica era responsável por mais de 2,5% da eletricidade consumida à escala global, apresentando taxas de crescimento na ordem dos 25% por ano. A energia eólica faz parte da infraestrutura elétrica em mais de oitenta países. Em alguns países, como a Dinamarca, representa mais de um quarto da produção de energia. A energia do vento é bastante consistente ao longo de intervalos anuais, mas tem variações significativas em escalas de tempo curtas. À medida que cresce a proporção de energia eólica numa determinada região, torna-se necessário aumentar a capacidade da rede de modo a absorver os picos de produção, através do aumento da capacidade de armazenamento, e de recorrer à importação e exportação de eletricidade para regiões adjacentes quando há menos procura ou a produção eólica é insuficiente. As previsões meteorológicas auxiliam o ajustamento da rede de acordo com as variações de produção previstas. A energia eólica é utilizada há milhares de anos no bombeamento d'água, moagem de grãos e outras aplicações que envolvem energia mecânica. A geração eólica ocorre pelo contato do vento com as pás do cata-vento. Ao girar, essas pás dão origem à energia mecânica que aciona o rotor do aerogerador, que produz a eletricidade. A primeira turbina eólica comercial ligada à rede elétrica pública foi implantada na Dinamarca, em 1976. Hoje, existem mais de 30 mil turbinas eólicas em operação em todo o mundo. 39 O desenvolvimento tecnológico recente – principalmente no que tange à melhoria dos sistemas de transmissão, da aerodinâmica e das estratégias de controle e operação das turbinas – têm reduzido custos e melhorado o desempenho e a confiabilidade dos equipamentos. (AURÉLIO, 2003). O Brasil é favorecido em termos de ventos, que se caracterizampor uma presença duas vezes superior à média mundial e por uma volatilidade de apenas 5%, o que dá maior previsibilidade ao volume a ser produzido. Além disso, como a velocidade costuma ser maior em períodos de estiagem, é possível operar usinas eólicas em sistema complementar com usinas hidrelétricas, de forma a preservar a água dos reservatórios em períodos de poucas chuvas. Na atualidade utiliza-se a energia eólica para mover aero geradores - grandes turbinas colocadas em lugares com muito vento. Essas turbinas têm a forma de um cata-vento ou um moinho que produz com o movimento da hélice um campo magnético na turbina. Esse movimento, através de um gerador, produz energia elétrica. Precisam agrupar-se em parques eólicos, concentrações de aero geradores, necessários para que a produção de energia se torne rentável, mas podem ser usados isoladamente, para alimentar localidades remotas e distantes da rede de transmissão. É possível ainda a utilização de aero geradores de baixa tensão quando se trata de requisitos limitados. (AURÉLIO, 2003). A energia eólica pode ser considerada uma das mais promissoras fontes naturais de energia, principalmente porque é renovável, ou seja, não se esgota, limpa, amplamente distribuída globalmente e, se utilizada para substituir fontes de combustíveis fósseis, auxilia na redução do efeito estufa. Em países como o Brasil, que possuem uma grande malha hidrográfica, a energia eólica pode se tornar importante no futuro, porque ela não consome água, que é um bem cada vez mais escasso e que também vai ficar cada vez mais controlado. Em países com uma malha hidrográfica pequena, a energia eólica passa a ter um papel fundamental já nos dias atuais, como talvez a única energia limpa e eficaz nesses locais. Além da questão ambiental, as turbinas eólicas possuem a vantagem de poderem ser utilizadas tanto em conexão com redes elétricas como em lugares isolados, não sendo necessário a implementação de linhas de transmissão para alimentar certas regiões (que possuam aero geradores). (AURÉLIO, 2003). 40 A tecnologia de instalação da geração eólica pode ser onshore (em terra) ou offshore (marítima), na tecnologia offshore o custo de instalação é mais elevado comparado com onshore, contudo na offshore o potencial de geração é maior. Por este motivo a tecnologia offshore é utilizada em países com pequena extensão territorial ou com pouco espaço disponível para as instalações em terra. O sistema de geração de energia elétrica pode ser on-grid (interligado à rede) ou off-grid (isolado da rede). No sistema on-grid a geração de energia é interligada à rede elétrica do Sistema Interligado Nacional (SIN) o qual é mais utilizado comercialmente. Já no sistema off-grid a geração é isolada da rede convencional trabalhando de forma autônoma, aplicado em regiões rurais ou marítimas afastadas em que não é viável traspor linhas de transmissão. A produção de energia elétrica através de energia eólica tem várias vantagens das quais podemos ressaltar as principais. É uma fonte renovável, não emite gases de efeito estufa, gases poluentes e nem gera resíduos na sua operação, o que a torna uma fonte de energia de baixíssimo impacto ambiental. Os parques eólicos (ou fazendas eólicas) são compatíveis com os outros usos do terreno como a agricultura ou pecuária, já que os atuais aero geradores têm dezenas de metros de altura. O grande potencial eólico no mundo aliado com a possibilidade de gerar energia em larga escala torna esta fonte a grande alternativa para diversificar a matriz energética do planeta e reduzir a dependência ao petróleo. Em 2011 na União européia ela já representa 6,3% da matriz energética, e no mundo mais de 3,0% de toda a energia elétrica. Finalmente, com a tendência de redução nos custo de produção de energia eólica, e com o aumento da escala de produção, deve se tornar uma das fontes de energia mais barata. No entanto, apesar de todos os pontos positivos, é preciso se não forem feitos estudos de mapeamento, medição e previsão dos ventos, ela não é uma fonte de energia confiável. Não há muitos dados sobre o regime de ventos no Brasil, e eles costumam serem aproveitáveis somente durante parte do ano. Além disso, os parques eólicos produzem poluição sonora e visual. Também podem interferir na rota migratória de pássaros, e os aero geradores interferem na paisagem do local. Além disso, todo o equipamento é caro, o que pode inviabilizar a criação de parques eólicos. (MOREIRA, 2017). 41 Quanto ao impacto visual, gera poluição visual devido à alteração da paisagem do local, não que as demais fontes não alterem, como para alguns as pás dos geradores é uma poluição visual, para outros pode ser considerado um atrativo turístico como uma bela alternativa às demais fontes de energia. Em relação à poluição sonora, apesar de não ter pesquisas conclusivas indicando impacto na fauna, deve-se ter cuidado para evitar instalação em corredores de migração de aves ou habitats de reprodução de animais silvestres, e se preciso utilizar linhas de transmissão subterrâneas. Como qualquer máquina, também exige manutenção interna dos aero geradores que deve ser realizada de forma preventiva e constante. A maior desvantagem é a não regularidade da geração (ou intermitência da geração), pois a geração depende do vento que não são sempre constantes, e nem sempre há vento quando a eletricidade é necessária. Deste modo, como a disponibilidade de energia diária varia de um dia para outro, a geração eólica pode ser menos confiável que as fontes convencionais. Devendo ser alternativa complementar e não substituta na matriz energética. As estimativas constantes do Atlas do Potencial Eólico Brasileiro de 2010, elaborado pela Eletrobras, apontam para um potencial de geração de energia eólica de 143,5 mil MW no Brasil, volume superior à potência instalada total no país nesse mesmo ano. As regiões com maior potencial medido são Nordeste, Sudeste e Sul. Em 2012 a capacidade mundial de geração de energia elétrica através da energia eólica foi de aproximadamente 282 gigawatts (GW), o suficiente para abastecer as necessidades básicas de dois países como o Brasil (o Brasil gastou em média 70 gigawatts em janeiro de 2010). Para se ter uma idéia da magnitude da expansão desse tipo de energia no mundo, em 2008 a capacidade mundial foi de cerca de 120 GW e, em 2007, 59 GW. (MOREIRA, 2017). Segundo a Eletrobrás (2014), capacidade de geração de energia eólica no Brasil vem aumentando ano a ano. Em 2008 era de 341MW, em 2009 passou 606 MW, e em 2010 atingiu o valor de 920MW. O Brasil responde por cerca da metade da capacidade instalada na América Latina, mas representa apenas 0,38% do total mundial. Até 2005 a Alemanha liderava o ranking dos países em produção de energia através de fonte eólica, mas em 2008 foi ultrapassada pelos EUA. 42 Desde 2010 a china é o maior produtor de energia eólica. Em 2011 o total instalada nesse país ultrapassava os 62.000MW (62GW), comparado com os 44.000 instalado até 2010, foi um aumento de 41%. Em diversos países, a energia elétrica é determinada pelo vento que representa expressiva parcela da demanda. Na Dinamarca esta representa 28% da produção, 19% em Portugal, 16%, Espanha, 16% na Irlanda e 8% na Alemanha. Globalmente, a energia eólica não ultrapassa 2,5% do total gerado por todas as fontes, mas com um crescimento anual de 25%. Desde 2011, 83 países usam energia eólica em escala comercial. O custo da geração de energia eólica tem caído rapidamente nos últimos anos. Em 2005 o custo da energia eólica era cerca de um quinto do que custava no final dos anos 1990, e essa queda de custos deve continuar com a ascensão da tecnologia de produção de grandes aero geradores. No ano de 2003 a energia eólica foi a forma de energia que mais cresceu nos EUA. (PERALES, 2012) Amaioria das formas de geração de eletricidade requerem altíssimos investimentos de capital e baixos custos de manutenção. Isto é particularmente verdade para o caso da energia eólica, onde os custos com a construção de cada aerogerador podem alcançar milhões de reais, os custos com manutenção são baixos e o custo com combustível é zero. Na composição do cálculo de investimento e custo nesta forma de energia levam-se em conta diversos fatores, como a produção anual estimada, as taxas de juros, os custos de construção, de manutenção, de localização e os riscos de queda dos geradores. Sendo assim, os cálculos sobre o real custo de produção da energia eólica diferem muito, de acordo com a localização de cada usina. Segundo (MOREIRA, 2017), mesmo com a imponência dos hodiernos moinhos de vento, a técnica utilizada permanece a igual há 1000 anos, lembrando que brevemente será superada por diferentes métodos de eficiência e eficácia superiores, como é o caso da turbo-vela, uma voluta vertical adaptada a apanhar vento a baixa pressão ao passar nos rotores axiais resguardados internamente. Tal tipo fornece certos ímpetos de colisões das pás com elementos voadores, mas não intervém no áudio visão. Este procedimento já é um fato que pode ser inserido no meio ambiente marinho, haja vista que os animais aquáticos não correm riscos de choque como no ambiente terrestre. 43 O Brasil tem ampla potencialidade em energia eólica, de acordo com o Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, publicado pelo Centro de Pesquisas de Energia Elétrica da Eletrobras, o território brasileiro tem competência para produzir até 300 gigawatts, mas ultimamente a disposição instalada é de 8.12 GW, o que importa abaixo de 3% do potencial. Sendo assim, a potencialidade eólica brasileira é o maior de todo o potencial elétrico acomodado no país agora, o que representa 5,8% da matriz nacional fornecendo a seis milhões de casas. As usinas hidrelétricas brasileiras são grandes fontes de eletricidade. Estudos recentes sugerem que o país poderia até mesmo suprir a energia térmica pela energia eólica, visto que as usinas termoelétricas somente serão ativadas durante os períodos de seca, quando os rios permanecem mais baixos e as hidrelétricas são insuficientes para produzir toda a energia consumida. Todavia, é exatamente neste momento que o regime de ventos no Nordeste é mais forte. O maior centro de geração de energia eólica do país é o complexo eólico Alto Sertão I, situado na Bahia, com capacidade de gerar até 300MW, seguido do Parque eólico de Osório, localizado no Rio Grande do Sul, com a capacidade de gerar até 150 MW e ainda tem o Parque Eólico Cerro Chato com capacidade de gerar 91 MW localizado em Santana do Livramento - RS. A antevisão é que a informação da fonte de energia eólica na matriz energética brasileira vem ampliando, como ocorre no restante do mundo, proporcionando taxas de crescimento médias de potência investida superiores a 20%. (MOREIRA, 2017). 1.5.2.Energia Solar A energia solar é aquela energia obtida pela luz do Sol que pode ser captada com painéis solares. É uma fonte de vida e de origem da maioria das outras formas de energia na Terra. A energia solar chega ao planeta nas formas térmica e luminosa. Sua irradiação na superfície da Terra é suficiente para atender milhares de vezes o consumo mundial de energia. Essa radiação, porém, não atinge de maneira uniforme toda a crosta terrestre. Depende da latitude, da estação do ano e de condições atmosféricas como nebulosidade e umidade relativa do ar. 44 A produção de eletricidade a partir da energia solar vem crescendo nos últimos anos, e tem ganhado projeção com o desenvolvimento da micro e da minigeração.(GRADELLA, 2015). Tradicionalmente, o mais generalizado é o uso da energia solar para a obtenção de energia térmica. Esta aplicação destina-se a atender setores diversos, que vão da indústria, em processos que requerem temperaturas elevadas (por exemplo, secagem de grãos na agricultura) ao residencial, para aquecimento de água. Outra tendência é a utilização da energia solar para a obtenção conjunta de calor e eletricidade. O Brasil é privilegiado em termos de radiação solar. O Nordeste brasileiro apresenta radiação comparável às melhores regiões do mundo nessa variável. O que, porém, não ocorre em localidades mais distantes da linha do Equador, como as regiões Sul e Sudeste (GRADELLA, 2015). 1.5.3.Geotérmica A energia geotérmica (ou geotermal) é aquela obtida pelo calor que existe no interior da Terra. Os principais recursos são os gêiseres – fontes de vapor no interior da Terra que apresentam erupções periódicas. Embora conhecida desde 1904 – ano da construção da primeira usina, a evolução deste segmento sempre foi lenta e caracterizada pela construção de pequeno número de unidades, em poucos países. No Brasil, por exemplo, não há nenhuma unidade em operação, nem sob forma experimental. O porte de empreendimentos atuais, porém, é significativo. A potência instalada no campo de gêiseres da Califórnia é de 500 MW. Nos últimos anos, no esforço para diversificar a matriz, alguns países, como México, Japão, Filipinas, Quênia e Islândia, procuraram expandir o parque geotérmico. Quando não existem gêiseres e as condições são favoráveis, é possível estimular o aquecimento d'água usando o calor do interior da Terra. Um experimento realizado em Los Alamos, Califórnia provou a possibilidade de execução deste tipo de usina. 45 Em terreno propício, foram perfurados dois poços vizinhos, distantes 35 metros lateralmente e 360 metros verticalmente, de modo que eles alcancem uma camada de rocha quente. Em um dos poços é injetada água, ela se aquece na rocha e é expelida pelo outro poço e quando esta função acontece a água predominante na pedra penetra na mesma ocorrendo o processo de metabolização geotérmica. (MAIA, 2012). Esta é a melhor maneira de obter energia naturalmente. É necessário perfurar um poço que já contenha água e a partir daí a energia é gerada normalmente. Em casos raros, pode ser encontrado o que os cientistas chamam de fonte de "vapor seco", em que a pressão é alta o suficiente para movimentar as turbinas da usina com excepcional força, sendo assim uma fonte eficiente na geração de eletricidade. Aproximadamente todos os fluxos de água geotérmicos contêm gases dissolvidos, sendo que estes gases são enviados à usina de geração de energia junto com o vapor de água. É igualmente importante que haja tratamento adequado a água vinda do interior da Terra, que contém minérios prejudiciais à saúde. Se ocorrer despejo diretamente em rios locais, isto prejudica a fauna e a flora locais.(MAIA, 2012). 1.5.4. Energia Marítima A água é o recurso natural mais abundante do planeta e uma das poucas fontes para produção de energia que não contribui para o aquecimento global. Além disso, é renovável. O potencial de geração de energia elétrica a partir do mar inclui o aproveitamento das marés, correntes marítimas, ondas, energia térmica e gradientes de salinidade. A eletricidade pode ser obtida a partir da energia cinética (do movimento) produzida pelo movimento das águas ou pela energia derivada da diferença do nível do mar entre as marés alta e baixa – a energia maremotriz, o modo de geração de eletricidade por meio da utilização da energia contida no movimento de massas de água devido às marés. 46 Dois tipos de energia maremotriz podem ser obtidas: energia cinética das correntes devido às marés e energia potencial pela diferença de altura entre as marés alta e baixa. (AURÉLIO, 2013). Todas as tecnologias ainda estão em fase de desenvolvimento, com exceção desta última. Nenhuma ainda apresenta custos competitivos frente às demais fontes alternativas de energia. Um dos países que se destaca nas pesquisas é Portugal,
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