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01/12/2021 20:21 T002 https://www.sites.google.com/ulbra.br/G000296GS001/t002 1/25 O PROFISSIONAL COMO CONSULTOR Prof. Jeferson Luis Lima Cunha Atualizado por Prof. Rodrigo von Mengden Tomasi https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000296gs001/t001?authuser=0 01/12/2021 20:21 T002 https://www.sites.google.com/ulbra.br/G000296GS001/t002 2/25 Nesta unidade temática, você vai aprender O perfil do consultor; As características do profissional; Princípios éticos do consultor organizacional. https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000296gs001/t001?authuser=0 01/12/2021 20:21 T002 https://www.sites.google.com/ulbra.br/G000296GS001/t002 3/25 Introdução Podemos afirmar que o objetivo de um consultor ou de uma empresa de consultoria em relação a sua empresa-cliente é o de transformá-la em uma empresa de excelência. Porém, assim certamente o conjunto de colaboradores e de gestores da organização deve também desempenhar funções de maneira excelente. Para que esse objetivo seja alcançado, obviamente que o próprio consultor deverá oferecer serviços altamente qualificados à empresa-cliente. Essa oferta representa um serviço de excelência, um serviço competente. Assim, é natural entender que o consultor deve exibir e expressar competência, traduzindo de maneira ampla o perfil do consultor. A questão que se sobressai então é como alcançar essa competência. Para que se possa responder à questão e, consequentemente, ter um detalhamento maior do perfil do consultor, é preciso que se entenda o que torna um profissional competente. Sendo assim, os tópicos deste capítulo oferecerão pormenores dessas características, associando-as à atuação do consultor, além de particularizar a questão da ética profissional no exercício do serviço de consultoria. O profissional como consultor A palavra de ordem nas organizações contemporâneas é competência. Ser competente significa ser suficiente, capaz, estar apto a realizar algo. Uma organização que adota um modelo de gestão por competências está promovendo um sistema em que prioritariamente as aptidões de seus colaboradores serão avaliadas e confrontadas com as características necessárias e estabelecidas para a função ou cargo a ser ocupado por esse indivíduo. As competências podem ser determinadas e dimensionadas não apenas individualmente, mas em forma de grupos de trabalho. Equipes podem ter seu desempenho mensurado a partir de uma série de indicadores construídos sobre uma base de competências necessárias. Nessa mesma direção, as próprias empresas passam a ser vistas como empresas de excelência quando se mostram competentes em suas ações e, especialmente, em seus resultados. https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000296gs001/t001?authuser=0 01/12/2021 20:21 T002 https://www.sites.google.com/ulbra.br/G000296GS001/t002 4/25 Através de algumas definições, podemos entender o significado de competência e quais características que determinado indivíduo deve reunir para se tornar competente. De acordo com Chiavenato (2016), as competências básicas são aquelas na forma de conhecimentos, habilidades, atitudes, interesses, valor ou outra característica pessoal essencial para o desenvolvimento da tarefa e que diferenciam o desempenho das pessoas. Na mesma linha de pensamento, encontramos a definição indicada por Picarelli (2002), que afirma que “competência é o conjunto de características percebidas nas pessoas que envolvem conhecimentos, habilidades e atitudes que levam a um desempenho superior. Competências envolvem comportamentos observáveis e mensuráveis relacionados ao trabalho”. O perfil do consultor e as características do profissional https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000296gs001/t001?authuser=0 01/12/2021 20:21 T002 https://www.sites.google.com/ulbra.br/G000296GS001/t002 5/25 https://drive.google.com/file/d/1kzkif6WK2xjUr93iqjsH3XUdolAw5Qfx/view?usp=sharing https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000296gs001/t001?authuser=0 01/12/2021 20:21 T002 https://www.sites.google.com/ulbra.br/G000296GS001/t002 6/25 Figura 1: O profissional consultor. Fonte: Pixabay. Seguindo os conceitos de competência apresentados, analisaremos cada uma das características mencionadas, atribuindo-lhes comentários e associações ao exercício da consultoria. A Figura 2 traz as três características das competências básicas, colocadas em pirâmide, o que sugere uma determinada hierarquia. https://drive.google.com/file/d/1kzkif6WK2xjUr93iqjsH3XUdolAw5Qfx/view?usp=sharing https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fpixabay.com%2Fpt%2Fvectors%2Fhomem-neg%25C3%25B3cios-desenhos-animados-1351317%2F&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNGAAfA4MscwCi0Ov7_FLh885krg8g https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fpixabay.com%2Fpt%2Fvectors%2Fhomem-neg%25C3%25B3cios-desenhos-animados-1351317%2F&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNGAAfA4MscwCi0Ov7_FLh885krg8g https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000296gs001/t001?authuser=0 01/12/2021 20:21 T002 https://www.sites.google.com/ulbra.br/G000296GS001/t002 7/25 https://drive.google.com/file/d/1WNwrOQqvu4mE7CClsBpc8HdJOoy7Qpo3/view?usp=sharing https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000296gs001/t001?authuser=0 01/12/2021 20:21 T002 https://www.sites.google.com/ulbra.br/G000296GS001/t002 8/25 Figura 2: Pirâmide das características das competências básicas. A base como elemento de sustentação da pirâmide apresenta a característica denominada conhecimento ou saber. O consultor, antes de evoluir para os níveis superiores, precisa estar capacitado a interpretar diferentes problemas e situações nas empresas e fazer a leitura correta, encaminhando diagnósticos nessas situações ou criar estratégias de desenvolvimento exigindo um elevado grau de conhecimento do consultor. Para tanto, o profissional deve estar permanentemente em busca de atualização e contínua aprendizagem tanto em questões técnicas quanto de ordem geral. https://drive.google.com/file/d/1WNwrOQqvu4mE7CClsBpc8HdJOoy7Qpo3/view?usp=sharing https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000296gs001/t001?authuser=0 01/12/2021 20:21 T002 https://www.sites.google.com/ulbra.br/G000296GS001/t002 9/25 Para exemplificar, podemos imaginar um consultor que vai oferecer serviços na área de comércio internacional, cuja atenção com relação a barreiras tarifárias, os diferentes níveis de incerteza dos diferentes mercados, as políticas governamentais, as leis, a competição e outras tantas questões devem obrigatoriamente ser de pleno conhecimento do profissional. Da mesma forma, um consultor que trabalha na análise da situação financeira da empresa precisa não apenas ter a capacidade de analisar e interpretar os quadros demonstrativos da situação econômico-financeira da empresa como também estar atualizado sobre oportunidades de investimento, custos de aplicação de capital, fontes de recursos, entre outras questões. Muito mais do que o conhecimento de aspectos técnicos, o consultor precisa, particularmente, entender das funções administrativas e áreas funcionais da empresa, vistas de forma integrada. As relações entre os diversos departamentos, os reflexos de tomada de decisão em determinada área sobre as outras, as ferramentas existentes para desenvolvimento de planos, organização de processos, controles de resultados precisam ser de domínio amplo desse profissional. https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000296gs001/t001?authuser=0 01/12/2021 20:21 T002 https://www.sites.google.com/ulbra.br/G000296GS001/t002 10/25 Fique de olho! Ainda, cabe ao consultor conhecer os indivíduos como seres humanos com seus desejos, necessidades e idiossincrasias, pois com frequência encaminhamentos de projetos em setores ou na empresa como um todo envolverão seu corpo funcional, podendo trazer consigo, dependendo da forma com que é sugerido ou encaminhado, um clima de animosidade, incertezas, ceticismo e até mesmo de grande resistência. O conhecimento colocado na base indica claramente que não há como desenvolver habilidades sem que se tenha um bom domíniodo assunto. Para fazer bem feito é necessário conhecer muito bem aquilo que se pretende realizar. Em outras palavras, significa dizer que o consultor precisa ter inteligência empresarial com visão de futuro nos seus diversos tempos, de curto a longo prazo, ser especialista sem deixar de ser generalista e, mais importante, aprender continuamente, para ampliar, transmitir e compartilhar conhecimento. O segundo estágio da pirâmide traz a característica habilidade ou saber fazer. Uma vez atendida a condição base, ou seja, existindo conhecimento suficiente para o exercício da função, encaminha-se para a aplicação desse conhecimento onde a condição primeira é do consultor possuir uma visão sistêmica da organização e do contexto em que essa se insere, pois o fazer implica no repercutir em outras áreas, exigindo esse pensamento e visão do todo. Dessa forma, o consultor deve saber trabalhar em equipe, pois em muitas circunstâncias ele se associa a outros consultores, com outras especializações, mas envolvidos em único projeto. A parceria com diretores e colaboradores de níveis gerenciais por vezes também ocorre, exigindo da mesma forma essa habilidade. A comunicação é fundamental para que o consultor possa transmitir com nitidez as ideias e propostas formuladas. https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000296gs001/t001?authuser=0 01/12/2021 20:21 T002 https://www.sites.google.com/ulbra.br/G000296GS001/t002 11/25 Antes disso, ainda quando da construção dessas propostas, a comunicação adequada permitirá a assimilação das informações sem risco de ruídos ou distorções. Cabe ao consultor ter espírito crítico, questionador, e não aceitar como verdades os fatos porque simplesmente assim sempre o foram. A dúvida sistemática, o porquê de cada situação que se apresenta, deve ser constante nas análises realizadas. A interpretação e diagnóstico surge após o esgotamento de alternativas e possibilidades, procurando estabelecer tantas hipóteses quantas possíveis. Saber julgar com discernimento e equilíbrio também é uma habilidade fundamental do consultor que faz uso das anteriores, pois a precisão do julgamento ocorre na mesma proporção do uso de uma comunicação adequada, do levantamento de todas as possíveis hipóteses e das peculiaridades da situação. O espírito crítico deve ser acompanhado de ponderação, favorecendo um julgamento correto. Definir prioridades igualmente é uma habilidade conseguinte às anteriores, pois após todo o processo de crítica, análise, levantamento de hipóteses ou alternativas e de equilíbrio no julgamento, ao consultor cabe indicar ou recomendar as ações, priorizando-as de acordo com seu conhecimento e diante do cenário por ele construído. O terceiro e último estágio da pirâmide, denominado atitude ou saber fazer acontecer, representa uma característica comportamental. O consultor deve apresentar postura pró- ativa e interativa, trabalhando com os gestores e colaboradores com disposição e energia que influencie positivamente o relacionamento, além de transmitir segurança e credibilidade quanto ao trabalho realizado, transformando, aos olhos da empresa, riscos em oportunidades e favorecendo a aceitação e implementação das propostas, cercadas de grande entusiasmo e comprometimento de todos os envolvidos. Não há como criar um ambiente de ótimo clima organizacional e moral se aqueles que comandam e dirigem esse ambiente não se apresentam com alto grau de motivação. O consultor, desempenhando esse papel de impulsionador e promover um ambiente favorável a mudanças precisa estar igualmente motivado. A atitude é a forma com que o consultor busca tornar real suas ideias e concepções, com poder de convencimento que instigue seus interlocutores a crer nas proposições ou então a debaterem em busca de aprimoramento delas. A atividade do consultor envolve ainda saber lidar com erros e fazer disso uma possibilidade de aprendizagem, estabelecendo, nesse caso, de comum acordo com a empresa contratante, processos de experimentação, recomendáveis em momentos de inovação de produtos ou serviços e desenvolvimento de negócios. Ainda dentro das atitudes esperadas de um consultor, como característica final e complementar aos conhecimentos e habilidades já descritas, citamos a lealdade. O consultor deve ser leal e criar condições para que todos os colaboradores desenvolvam esse espírito dentro da organização. https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000296gs001/t001?authuser=0 01/12/2021 20:21 T002 https://www.sites.google.com/ulbra.br/G000296GS001/t002 12/25 Essa lealdade ou fidelidade, expressão tão comumente utilizada atualmente nas empresas hoje quando se refere ao objetivo a alcançar na relação com os clientes, deve ser plantada e disseminada inicialmente dentro da própria empresa. Não haverá cliente leal enquanto colaboradores não o forem, acreditando e lutando por sua organização. Esses três estágios da pirâmide das características das competências básicas representam uma síntese do conjunto de características que dão origem às competências necessárias para o bom exercício do consultor organizacional. Outros autores utilizam diferentes denominações, mas com conceitos que se aproximam bastante do apresentado. Um exemplo é o que preceitua Pierry (2006), listando três tipos de competências, mesmo que não sendo explicitamente recomendadas para o exercício da consultoria, mas para todo e qualquer tipo de atividade profissional, como podemos verificar a seguir: https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000296gs001/t001?authuser=0 01/12/2021 20:21 T002 https://www.sites.google.com/ulbra.br/G000296GS001/t002 13/25 Competências técnicas: https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000296gs001/t001?authuser=0 01/12/2021 20:21 T002 https://www.sites.google.com/ulbra.br/G000296GS001/t002 14/25 Competências emocionais ou afetivas: https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000296gs001/t001?authuser=0 01/12/2021 20:21 T002 https://www.sites.google.com/ulbra.br/G000296GS001/t002 15/25 Competências racionais ou intelectuais: https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000296gs001/t001?authuser=0 01/12/2021 20:21 T002 https://www.sites.google.com/ulbra.br/G000296GS001/t002 16/25 Podemos perceber a proximidade dos conceitos para denominações distintas onde as competências técnicas representam o conhecimento constante na base da pirâmide estudada. As competências emocionais ou afetivas são as habilidades que devem ser desenvolvidas, coincidindo, inclusive, a exemplos como a capacidade para trabalhar em equipe. Finalmente, as competências racionais ou intelectuais, que traduzem as atitudes esperadas de um profissional, destacando atitudes objetivas, concretas e de pró-atividade. Enfim, essas são as características que compõem as competências básicas de um consultor, que acabam por definir um perfil cuja base é o conhecimento, incluindo-se aí também a permanente busca por atualização, somada a habilidades que demonstram suas capacidades de atuação prática na aplicação dos conhecimentos, sabendo analisar, discernir, julgar possibilidades e alternativas, comunicar-se adequadamente e, por fim, ter uma atitude firme, correta, entusiasmada e que inspire confiança e lealdade na empresa- cliente. Ética do consultor organizacional https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000296gs001/t001?authuser=0 01/12/2021 20:21 T002 https://www.sites.google.com/ulbra.br/G000296GS001/t002 17/25 https://drive.google.com/file/d/1AaqLzjwiuIgPFWUk-8QCMnjyA0PpV1FB/view?usp=sharing https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000296gs001/t001?authuser=0 01/12/2021 20:21 T002 https://www.sites.google.com/ulbra.br/G000296GS001/t002 18/25 Figura 3: Ética profissional. Fonte: Pixabay. Podemos dizer que ética é uma preocupação inerente do ser humano que tem liberdade de escolha. Quando nos deparamos com cursos de ação alternativos, fica a pergunta sobre qual a escolha moral é correta. Então, o que é uma escolha ética? No caso específico da consultoria,não se espera que os profissionais cheguem a decisões, propostas ou consenso sobre o que é certo ou não fazer, inclusive porque, na diversidade de situações, não há uma prática de consultoria superior às demais. Entretanto, a escolha ética é um processo de tomada de decisão na qual a pessoa é a responsável pelas consequências de seu ato. Dessa forma, a responsabilidade passa a ser um componente fundamental em uma decisão ética. https://drive.google.com/file/d/1AaqLzjwiuIgPFWUk-8QCMnjyA0PpV1FB/view?usp=sharing https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fpixabay.com%2Fpt%2Fillustrations%2Fmundo-dos-neg%25C3%25B3cios-472556%2F&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNHDCoJdYhLdiEEAKgPeLszq8U-HLw https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fpixabay.com%2Fpt%2Fillustrations%2Fmundo-dos-neg%25C3%25B3cios-472556%2F&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNHDCoJdYhLdiEEAKgPeLszq8U-HLw https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000296gs001/t001?authuser=0 01/12/2021 20:21 T002 https://www.sites.google.com/ulbra.br/G000296GS001/t002 19/25 Re�ita O consultor organizacional ético é aquele que utiliza meios honestos para desenvolver seu trabalho, agindo de maneira responsável com relação à empresa-cliente, assim como com a comunidade e a própria categoria profissional. https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000296gs001/t001?authuser=0 01/12/2021 20:21 T002 https://www.sites.google.com/ulbra.br/G000296GS001/t002 20/25 O IBCO elaborou e disponibilizou em seu site o Código de Ética do Consultor, um instrumento de monitoramento e acompanhamento da conduta do consultor organizacional. São 19 cláusulas, distribuídas em quatro categorias que instruem quanto à atuação do profissional em relação à comunidade em geral, aos clientes da consultoria, à categoria de profissionais e ao próprio consultor como indivíduo. Esse código contempla, de maneira ampla, várias situações possíveis em que um consultor ou grupo de consultores atua, recomendando comportamentos e atitudes que certamente encaminham a bons resultados, entendendo-se isso como algo que respeita princípios morais estabelecidos pela sociedade em que se vive. De qualquer sorte, ainda assim consideramos relevante tecer algumas considerações sobre alguns desses itens. Na cláusula segunda do referido documento, cabe reforçar que o consultor não deve manter reserva de mercado, pois isso significa impedir que a empresa-cliente possa sustentar e dar continuidade aos serviços realizados quando da consultoria. O conhecimento relacionado ao serviço de consultoria desenvolvido deve ser compartilhado de maneira que a empresa-cliente possa ter essa sequência de trabalho efetiva e independente do consultor. Mesmo a introdução de inovações deve ocorrer de tal forma que fique absolutamente transparente todo o processo, credenciando assim a empresa- cliente a solidificar e ampliar os novos processos. Por outro lado, o consultor organizacional não deve fazer uso dos conhecimentos adquiridos, com relação a informações específicas e tecnologias existentes, para seu uso próprio ou em benefício de terceiros. https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000296gs001/t001?authuser=0 01/12/2021 20:21 T002 https://www.sites.google.com/ulbra.br/G000296GS001/t002 21/25 Fique de olho! Outro importante aspecto diz respeito ao trabalho do consultor com empresas-clientes que atuam em um mesmo segmento e praça, constituindo-se assim em concorrentes diretos. Sem dúvida, uma situação delicada e de difícil gerenciamento, mas, como qualquer problema, apresenta solução, ou melhor, alternativas possíveis de encaminhamento com resultados satisfatórios. Partindo-se de uma situação hipotética para efeito de análise didática, primeiramente é preciso entender que essa situação se trata de um dilema ético, pois o consultor já está prestando serviços para uma determinada empresa quando é contatado para prestar serviço para uma outra, concorrente. De imediato, duas hipóteses se apresentam. A primeira é a recusa, justificada exatamente pela questão em discussão, ou seja, já existe um contrato com uma empresa do mesmo ramo e, mesmo que não haja cláusula de exclusividade, não entende o consultor como sendo correto oferecer seus conhecimentos para uma concorrente de um cliente seu. Por outro lado, partindo da premissa que o consultor oferece seus serviços ao mercado como um todo, poderia ele aceitar a oferta e passar a prestar os serviços de consultoria para a segunda empresa, resguardando as informações sigilosas, com todo profissionalismo e competência exigíveis em situações dessa natureza. Ambas as soluções podem ser consideradas corretas, mas certamente a segunda abre espaço para o surgimento de desconfiança e constrangimentos futuros. O mais adequado nesses casos – que não são tão raros – é inicialmente verificar com cuidado qual o tipo de consultoria que está sendo oferecido ou pretendido em cada uma das empresas. https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000296gs001/t001?authuser=0 01/12/2021 20:21 T002 https://www.sites.google.com/ulbra.br/G000296GS001/t002 22/25 É preciso analisar até que ponto será possível separar as informações e o conhecimento adquirido sobre processos, estratégias e tecnologia de uma para a outra. Sem dúvida, quanto mais complexa e ampla for a consultoria, o acesso a informações igualmente será amplo e, por consequência, mais sigiloso, tornando a situação embaraçosa e delicada para a realização de consultorias em empresas concorrentes. Caso os serviços a serem contratados permitam o exercício simultâneo do serviço, ainda assim uma reunião com cada uma das empresas é fundamental, bem como a elaboração de contratos claros que reduzam a possibilidade de eventuais dificuldades no futuro. Ainda nos reportando ao Código de Ética do Consultor, vale ratificar o citado na cláusula sexta, quanto a possíveis recomendações para a empresa tomadora dos serviços de consultoria, por parte do consultor. Caso em algum momento do diagnóstico seja constatada a necessidade de contratação de uma empresa terceira ou mesmo de profissionais para oferecer consultoria em outra área que não a especialidade do consultor primeiro, ou a contratação de uma empresa desenvolvedora de sistemas de gestão, ou, ainda, empresas detentoras de tecnologias avançadas, por exemplo, a indicação só deverá ocorrer em função de qualificação técnica e de competência. Indicar conhecidos ou parceiros certamente em algum momento levantará dúvidas quanto à competência deles, bem como da idoneidade do consultor. Em contrapartida, é imprescindível que o consultor assuma exclusivamente aquilo a que está capacitado a resolver ou investigar. Não é demérito informar que não possui competência ou conhecimento suficiente em determinada(s) área(s) específica(s). Ao contrário, evitará dificuldades e até mesmo fracasso no trabalho de consultoria. Nesse caso, a recomendação de empresas se faz necessária, além de oferecer auxílio aos executivos da empresa-cliente na escolha ou seleção delas. Uma outra ocorrência possível nas relações consultor e empresa-cliente resulta da interação cotidiana e intensa entre os funcionários da empresa e os consultores, conduzindo por vezes o surgimento de interesse desses funcionários em passar a trabalhar para a empresa de consultoria. https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000296gs001/t001?authuser=0 01/12/2021 20:21 T002 https://www.sites.google.com/ulbra.br/G000296GS001/t002 23/25 Trata-se novamente de uma situação delicada, que exigirá sabedoria e ponderação na condução da questão. A princípio, não se recomenda a contratação, mas, caso seja uma situação em que há uma real possibilidade de crescimento do profissional na nova posição e para a empresa de consultoria também, se percebe que a contratação que irá agregar valor, além de que haver também a possibilidade de substituição do profissional na empresa- cliente, sem prejuízo de nenhuma ordem, a transferência pode acontecer, mas com todo cuidado e transparência que a situação exige, com uma negociaçãode diálogo aberto e producente. Por fim, reiterando o contemplado no referido código, quando a filosofia da empresa e seus padrões culturais e políticos forem contrários aos princípios morais e éticos do consultor, bem como ferirem sua consciência profissional e pessoal, será natural e correto esse recusar a continuidade do trabalho, rescindindo o contrato. https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000296gs001/t001?authuser=0 01/12/2021 20:21 T002 https://www.sites.google.com/ulbra.br/G000296GS001/t002 24/25 https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000296gs001/t001?authuser=0 01/12/2021 20:21 T002 https://www.sites.google.com/ulbra.br/G000296GS001/t002 25/25 Referências CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. Rio de Janeiro: Campus, 2020. _____. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos na organização. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. _____. Treinamento e desenvolvimento de recursos humanos: como incrementar talentos na empresa. São Paulo: Atlas, 2016. IBCO – Instituto Brasileiro dos Consultores de Organização. Disponível em: http://www.ibco.org.br/conteudo.asp?cod_conteudo=11. Acesso em 15 dez. 2020. PICARELLI, V. Manual de gestão de pessoas e equipes: estratégias e tendências. São Paulo: Gente, 2002. PIERRY, F. Seleção por competências: o processo de identificação de competências individuais para recrutamento, seleção e desenvolvimento de pessoal. São Paulo: Vetor, 2006. Créditos Produzido por Núcleo de Audiovisual e Tecnologias Educacionais (NATE) - ULBRA EAD Universidade Luterana do Brasil Todos os direitos reservados. https://www.sites.google.com/ulbra.br/g000296gs001/t001?authuser=0