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O USO DA TECNOLOGIA EMPREGADA DURANTE A PANDEMIA NA VALIDADE DOS CONTRATOS DIGITAIS

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
Curso de Direito 
 
 
 
O USO DA TECNOLOGIA EMPREGADA DURANTE A PANDEMIA NA 
VALIDADE DOS CONTRATOS DIGITAIS 
 
 
 
 
 CAIO DEMETRIUS LETAEF SCHEIDEGGER 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2021.2 
CAIO DEMETRIUS LETAEF SCHEIDEGGER 
 
 
 
 
O USO DA TECNOLOGIA EMPREGADA DURANTE A PANDEMIA NA VALIDADE 
DOS CONTRATOS DIGITAIS 
 
 
 
Artigo Científico Jurídico apresentado à 
Universidade Estácio de Sá, Curso de 
Direito, como requisito parcial para 
conclusão da disciplina Trabalho de 
Conclusão de Curso. 
Orientadora: Profª. MSC Ana Lectícia 
Erthal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
Campus Tom Jobim-Barra 
2021.2 
2 
 
RESUMO 
 
Pretendeu-se através desse breve trabalho abordar o impacto do uso da tecnologia empregada 
durante a pandemia na validade dos contratos digitais. Para desenvolvimento deste estudo, foi feito 
um levantamento bibliográfico, em que foi empregado para investigar os conceitos e demais aspectos 
pertinentes ao tema proposto. A metodologia adotada foi a pesquisa exploratória que se deu por meio 
de consultas eletrônicas, revistas e livros no âmbito jurídico, que enriqueceu de forma especial o 
trabalho. Conclui-se que o tema mercê mais reflexões, que possivelmente pode chegar a resultados 
interpretativos diferentes. De qualquer forma deve-se atentar, em fazer uso da aceitação de provas 
realizadas por essas plataformas para garantia do direito do contratante em possível, acordo 
extrajudicial. 
 
 
Palavras-Chave: Contratos Eletrônicos, Contratos, Validade Jurídica. 
 
SUMÁRIO 
 
1. Introdução. 2. Desenvolvimento: 2.1. Noções introdutórias: a história dos contratos; 2.1.1. 
Conceito de Contrato; 2.1.2. Conceito de contrato digital; 2.1.3. Classificação dos contratos digitais; 
2.2. Validade e eficácia dos contratos eletrônicos; 2.2.1. O que é validade Jurídica? ; 2.2.2. Princípios 
contratuais; 2.2.2.1. Autonomia da vontade; 2.2.2.2. Função social; 2.2.2.3. Consensualismo; 2.2.2.4. 
Princípio da Boa fé; 2.3. Breve exposição sobre a plataforma digital; 2.4. Intervenção Jurídica na 
validade dos contratos eletrônicos 3. Conclusão. Referências. 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
O presente trabalho busca tecer breves considerações, acerca da validade 
dos contratos eletrônicos, bem como, discutir a posição da jurisprudência brasileira 
acerca da força executiva desse tipo de contrato que se reinventou em plena 
pandemia. Como pode depreender no atual cenário de crise da saúde pública e 
econômica, as empresas e órgãos públicos foram obrigados a tomar uma série de 
medidas para evitar o contato físico entre os indivíduos, mantendo a rotatividade dos 
negócios de forma segura e com validade jurídica (MELO, 2021)1. 
 
1
 MELO, Elysa Ferreira de. Assinatura digital e a evolução da tecnologia na pandemia. (Monografia) 
Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUCGOIÁS), 2021,p.16. Disponível em:< 
https://repositorio.pucgoias.edu.br/jspui/bitstream/123456789/2142/2/TCC%20-
3 
 
Assim, urge a adaptação das leis, formação de jurisprudências e doutrinas 
para essa realidade, pois a cada dia é maior a demanda, e mais indivíduos estão 
sendo lesados, em seu patrimônio e muitas vezes moralmente, por essas lacunas 
(PANACHI, 2020)2. Neste sentido, deve-se parti da constatação de que o contrato é 
o grande instrumento de funcionamento do mercado, juntamente com a certa 
propriedade. Dessa forma, contribui sobremaneira para discussões no ordenamento 
jurídico dos contratos eletrônicos por trazerem elementos da realidade, apreendidas 
por uma tecnologia aceita e apropriada (TIMM, 2017)3. 
Nesta esteira, destaca-se, entre as categorias de empresas (prestadores de 
serviços e contratantes), e operadores de direito, tendo vista, a interdisciplinaridade 
que é necessária, uma vez que, enquanto o ordenamento jurídico se debruça sobre 
a liberdade do contratante e da autonomia da vontade nas relações contratuais, 
principalmente no que tange a validade dos contratos eletrônicos 
(VANCONCELLOS; ALVES; RAMOS, 2020)4. 
É preciso salientar que devido à expansão dos meios eletrônicos e da 
internet, cada vez mais pessoas realizam atividades do cotidiano no ambiente 
virtual, no que se refere à contratação de serviços. Para compreender o problema 
em questão vale aqui, destacar que duas ferramentas ganharam a sua força em 
2020, as chamadas Assinaturas Eletrônicas e os contratos eletrônicos, frutos 
derivados do advento da popularização das tecnologias, em especial da internet, 
onde se possibilitou contratar produtos e serviços de forma ágil e prática. 
 Sendo assim, foram reconhecidas como mecanismos legais para firmar 
documentos desde 2001, por meio da Medida Provisória nº 2.200-2, que trouxe a 
regulação para sua utilização com base de ferramentas específicas de codificação 
de segurança visando minimizar riscos de fraudes e falsificação (ARAKI, 2020).5 
 
%20Assinatrua%20Digital%20-%20ELYSA%20PUC%20A05%20%281%29.pdf>. Acesso 
em:23/10/2021. 
2
 PANICHI, Raphael Antonio GarrigoZ. Meios de prova nos contratos eletrônicos realizados por meio 
da internet. Disponível em:https://www.saoluis.br/revistajuridica/arquivos/009.pdf. Acesso em: 
23/10/2021. 
3
 TIMM,Luciano Benetti. Finalmente a analise econômica dos contratos! Julho,2017. Disponível 
em:http://genjuridico.com.br/2017/07/19/finalmente-analise-economica-dos-contratos/. Acesso 
em:23/10/2021. 
4
 VANCONCELLOS, Anna Claudia De; ALVES, Noara Lino; RAMOS, Roberto Arylton P. Ramos. 
Validade dos Contratos Eletrônicos Firmados com Instituições Financeiras: Repercussão Econômica 
e Teorema de Coase. Boletim econômico, v.1.NºIV,2020,p.25. 
5
 ARAKI, Fernando. Validade dos contratos e assinaturas eletrônicas em tempos de pandemia. 
Agos,2020. Disponível em:< https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/11825/Validade-dos-
contratos-e-assinaturas-eletronicas-em-tempos-de-pandemia>. Acesso em: 23/10/2021. 
4 
 
Este trabalho tem por problema de pesquisa a seguinte indagação: Qual o 
impacto do uso da tecnologia empregada durante a pandemia na validade dos 
contratos digitais? 
É neste contexto cabe aprofundar o presente tema, discutindo da reflexão 
supracitada que se busca através do presente estudo visando o objetivo principal em 
abordar o impacto do uso da tecnologia empregada durante a pandemia na validade 
dos contratos digitais. Nesse contexto, para facilitar a operacionalização da pesquisa 
foram propostos, os seguintes objetivos específicos: a) Analisar os mecanismos de 
segurança na substituição de contratos tradicionais por contratos digitais; b) 
Identificar o local de celebração dos contratos eletrônicos e das assinaturas 
eletrônicas; c) Abordar os instrumentos de validação que dê garantia de validade, e 
que estão sendo adotados pelas plataformas, diante da não existência de 
regulamentação no âmbito jurídico. 
Para elaboração desta pesquisa científica e a escolha do tema se justifica 
pelo fato de buscar o motivo de tantas decisões que às vezes não são favoráveis ao 
contratante por parte do Poder Judiciário, por acorda a validade jurídica que vão 
além de sua competência e limites impostos pela Constituição federal para resolver 
questões relativas à prestação de serviço essencial à população. 
O tema em questão apresentado é pertinente, e de grande relevância para a 
sociedade diante da fragilidade do cidadão frente às plataformas digitais, 
evidenciando a ampliação da vulnerabilidade no ambiente virtual. Fica evidente, 
diante desse quadro a importância de analisar a validade desses contratos. É claro 
que, neste cenário do ponto vista acadêmico é de suma importância para os futuros 
operadores de direito, pois ressalta emanálises conjuntas a um oportuno 
enriquecimento jurisprudente em relação aos contratos eletrônicos. 
Para o desenvolvimento deste estudo, foi feito um levantamento de dados 
através da pesquisa bibliográfica em que foi empregada para investigar os conceitos 
e demais aspectos pertinentes ao tema proposto. Dessa forma, a metodologia 
adotada foi a pesquisa exploratória que se deu por meio de consultas eletrônicas, 
revistas e livros no âmbito jurídico, que enriqueceu de forma especial o trabalho. 
Conforme assinalou Gil (2002)6 ao explicar que às pesquisas que se propõem a 
analise das diversas posições acerca de um problema, também costumam ser 
 
6
 GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002,p.41. 
5 
 
desenvolvidas através mediante análise de fontes bibliográficas. Espera-se que, este 
trabalho possa auxiliar na constituição de um recurso útil para os operadores de 
direito, bem como outras áreas que lidam com o assunto em questão. Partindo das 
teorias que circundam o objeto deste trabalho, iniciar-se-á estudo do tema, com o 
intuito de construir as bases teóricas para o desenvolvimento da presente pesquisa, 
através do método de pesquisa exploratória que é de grande importância por 
proporcionar maior familiaridade com o problema, além de ter outros aspectos, tais 
como de possibilitar ao pesquisador fazer um levantamento provisório tendo em 
vista torná-lo mais explícito. (OLIVEIRA, 2002)7. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7
 OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de Metodologia Científica: projetos de pesquisas, TGI,TCC, 
Monografia, Dissertações e teses. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002, p.134. 
6 
 
2. DESENVOLVIMENTO 
 
2.1. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS: A HISTÓRIA DOS CONTRATOS 
 
Neste tópico, é necessário fazer uma abordagem histórica para compreender 
antes de fazer a analisar dos contratos eletrônicos. No entanto, pode-se dizer que o 
contrato não é coisa do presente. É interessante que desde antiguidade até os dias 
de hoje o contrato continua e sempre nascerá da vontade de suas partes, cabendo 
aos juristas acompanharem e se desenvolverem em conjunto com o instituto, uma 
vez que a vontade das pessoas é mutável, nunca fixa e nem forçada (ENES; 
MORESCO; GOLDENSTEIN, 2018)8. 
 
De acordo com Andrade que enfatizou o contrato tradicional ao apontar que: 
 
A teoria contratual tradicional, desenvolvida após o período das revoluções 
liberais, especialmente após a Revolução Francesa, estava fundada no 
ideal de que os homens são livres e iguais e, portanto, capazes de escolher 
adequadamente o parceiro contratual, bem como definir o conteúdo do 
contrato (ANDRADE, 2015, p.607)
9
. 
 
Por essa razão segundo Lôbo (2020)10 o direito contratual como se conhece 
atualmente começou a tomar corpo somente no século XVIII e recebeu 
desenvolvimento e sistematização no século XIX. No entanto, o instituto dos 
contratos vem se moldando desde a época romana, mas pode se reportar desde 
antes mesmo de Roma ser considerada Roma (ENES; MORESCO; GOLDENSTEIN, 
2018)11. 
Tal concepção destaca-se na interface do Direito e do contrato que foi 
consolidado ao longo do século IX e com reflexos no século XX, e que influenciou 
 
8
 ENES, Hugo Afonso dos Santos; MORESCO, Caroline Emanuelle Chusta ;GOLDENSTEIN, Alberto 
Israel Barbosa de Amorim. Segurança Juridica dos contratos na era digital. Anais do EVINCI –
UniBrasil, Curitiba, v.4, n.2, p. 139-147, out. 2018. Disponível em:< 
https://portaldeperiodicos.unibrasil.com.br/index.php/anaisevinci/article/view/4415/3484>. Acesso em: 
07/10/2021. 
9
 ANDRADE, Adriano. Interesses difusos e coletivos esquematizado. 5ºed.rev.atual. e ampl. Rio de 
Janeiro: Forense: São Paulo: MÉTODO, 2015. 
10
 LÔBO, Paulo Contratos / Paulo Lôbo. - Coleção Direito civil volume 3, 6. ed. – São Paulo : Saraiva 
Educação, 2020. 
11
 ENES, Hugo Afonso dos Santos; MORESCO, Caroline Emanuelle Chusta ;GOLDENSTEIN, Alberto 
Israel Barbosa de Amorim. Segurança Juridica dos contratos na era digital. Anais do EVINCI –
UniBrasil, Curitiba, v.4, n.2, p. 139-147, out. 2018 
7 
 
fortemente o direito privado na Europa e naturalmente, no Brasil (ANDRADE, 
2015)12. 
Como é evidente o princípio da cooperação nas relações contratuais em que 
defende Gonçalves ao afirmar que: 
 
 
No direito civil, o contrato está presente não só no direito das obrigações 
como também no direito de empresa, no direito das coisas (transcrição, 
usufruto, servidão, hipoteca etc.), no direito de família (casamento) e no 
direito das sucessões (partilha em vida). Trata-se de figura jurídica que 
ultrapassa o âmbito do direito civil, sendo expressivo o número de contratos 
de direito público hoje celebrado, como já foi dito. (GONÇALVES, 2021, 
p.13)
13
. 
 
Diante desse fato, supracitado, percebe-se sua importância no ordenamento 
jurídico, sendo abrangente no que tange os contratos. Essa é a compreensão clara 
que se deve ter do contrato, como de resto de qualquer categoria ou instituto jurídico 
(LÕBO, 2020)14 
A partir dessas historicidades é preciso entender o conceito de contrato. O 
autor acrescenta que “Nessa consonância, dispunha o art. 421 do Código Civil, em 
sua redação original: A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites 
da função social do contrato”. (GONÇALVES, 2021, p.3)15. 
Dessa forma, segundo o parecer do autor, “Sentido e o alcance do contrato 
refletem sempre e necessariamente as relações econômicas e sociais praticadas em 
cada momento histórico”. (LÔBO, 2020, p.19)16. 
 
2.1.1. O conceito de contrato 
 
Para entender um pouco do que é o contrato eletrônico dentro da evolução 
tecnológica, é preciso em primeiro lugar entender o que é um contrato. De acordo 
 
12
 ANDRADE, Adriano. Interesses difusos e coletivos esquematizados. 5ºed.rev.atual. eampl. Rio de 
Janeiro: Forense: São Paulo: MÉTODO, 2015, p.607. 
13
 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: Contratos e Atos Unilaterais,18ºed: Saraiva, 
2021. 
14
 Ibid.,p.20. 
15
 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: Contratos e Atos Unilaterais,18ºed: Saraiva, 
2021.p.3. 
16
 LÔBO, Paulo Contratos . Coleção Direito civil, volume 3 – 6. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 
2020. 
8 
 
com Gonçalves (2021)17 o contrato é o mais comum e o mais importante fonte de 
obrigação, devido às suas múltiplas formas e inúmeras repercussões no mundo 
jurídico. 
Pode-se afirmar que segundo Lôbo (2020)18 o contrato é o instrumento por 
excelência da autocomposição dos interesses e da realização pacífica das 
transações ou do tráfico jurídico, no cotidiano de cada pessoa. 
Acrescenta ao dizer que o contrato gera nas partes a convicção da certeza e 
da segurança de que as obrigações assumidas serão cumpridas e, se não o forem, 
de que poderão requerer judicialmente a execução forçada e a reparação pelas 
perdas e danos (LÔBO, 2020)19. 
Importante destacar que o contrato gera para o participante uma obrigação ou 
uma série de obrigações. Desse modo, não coincide a noção da obrigação coma de 
objeto do contrato (VENOSA, 2017)20. 
 No entendimento de Pereira (2003)21 a noção estrita de contrato, deve ser um 
negócio jurídico bilateral, e de conseguinte exige o consentimento; pressupõe, de 
outro lado, a conformidade com a ordem legal, sem o que não teria o condão de 
criar direitos para o agente; e, sendo ato negocial, tem por escopo aqueles objetivos 
específicos. 
O direito contratual contemporâneo contempla os contratantes que detêm e 
os que não detêm poder negocial, além da função social que todo contrato deve 
cumprir (LÔBO, 2020)22. 
 
2.1.2. O conceito de contrato Digital 
 
Primeiramente, é preciso partirdo princípio para entender o conceito de um 
contrato digital. Salientando, que independente do contrato, seja ele qual for, o 
contrato é um dos principais institutos jurídicos. Partindo desse entendimento 
Canello, destaca que “O contrato eletrônico pode ser compreendido como uma 
 
17
 Ibid.,p.12. 
18
 Ibid.,p.15. 
19
 Idem. 
20
 VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: contratos. (Coleção Direito Civil; 3).17º. ed. – São Paulo: 
Atlas, 2017, p.73. 
21
 PEREIRA, Caio Mário da Silva. Contratos. Instituições de direito civil.Vol.III. 1ª Edição Eletrônica, 
Rio de Janeiro, 2003, p.73. 
22
 LÔBO, Paulo Contratos. Coleção Direito civil, volume 3 – 6. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 
2020. 
9 
 
técnica de efetivação contratual. Assim, tem os mesmos requisitos de validade dos 
contratos em geral, recaindo sobre as mesmas espécies de objetos” (CANELLO, 
2007, p.12)23. 
A destarte que o termo ‘contrato eletrônico’ apresenta tanto um sentido amplo 
e objetivo e que também pode ser estrito e formal. Neste sentido, o primeiro refere-
se ao contrato cujo objeto seja um bem ou serviço relativo aos meios eletrônicos; o 
outro, àquele contrato confeccionado por meios eletrônicos (RADO, 2008)24. 
É importante sublinhar que o contrato eletrônico pode ser compreendido como 
uma técnica de efetivação contratual (CANELLO, 2007)25 
Neste contexto, Valquíria de Jesus Jovanelle ensina que “tais instrumentos 
são, em verdade, contratos de ‘consentimento eletrônico’, ou seja, por meio do qual 
a manifestação de vontade dos contratantes (oferta e aceitação), base para a 
formação dos contratos, se perfaz de forma eletrônica” (JOVANELLE, 2012, p.63)26. 
Em consonância, com já exposto acima, o que o diferencia dos demais é o 
meio ou instrumento utilizado para sua concretização, que neste caso é internet. Ou 
seja, a evolução tecnológica em geral criaram outras maneiras de contratar. É 
importante mencionar que a definição acima que é aplicável, sem problemas, à 
modalidade eletrônica, visto que seu conteúdo é o mesmo dos contratos tidos como 
‘convencionais’ (RADO, 2008)27. 
Menezes (2021)28 define que um contrato digital é exatamente a mesma coisa 
que o contrato tradicional. Segundo a autora, a diferença está, em que o contrato 
tramita 100% em ambiente digital. Ou seja, este tipo de contrato precisa ser 
elaborado no meio eletrônico, ser assinado e também armazenado digitalmente. 
 
23
 CANELLO, Júlio. Os contratos eletrônicos no direito brasileiro: Comentários sobre o tempo e lugar 
da formação contratual. Sociais e Humanas. Stª Maria, v.20, nº1, jan/jun 2007, p. 09-22. 
24
 RADO, Juliana. O contrato eletrônico como documento jurídico: uma perspectiva Luso-Brasileira. 
Anais do XVII Congresso Nacional do CONPEDI, Brasília – DF, novembro, 2008, p.3241. Disponível 
em:< http://www.publicadireito.com.br/conpedi/manaus/arquivos/anais/brasilia/07_205.pdf>. Acesso 
em:07/10/2021. 
25
 Ibid., p.12. 
26
 JONAVELLE, Valquíria de Jesus. Aspectos Jurídicos dos contratos eletrônicos (Dissertação) 
Faculdade de Direito. São Paulo, 2012.p.63. Disponível em:< 
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/2/2132/tde-30102012-
094950/publico/Dissertacao_Versao_Final_Valquiria_de_Jesus_Jovanelle.pdf>. Acesso em: 
07/10/2021. 
27
 RADO, Juliana. O contrato eletrônico como documento jurídico: uma perspectiva Luso-Brasileira. 
Anais do XVII Congresso Nacional do CONPEDI, Brasília – DF, novembro, 2008. 
28
 MENEZES, Stephanie. Contrato digital x Contrato tradicional: qual devo usar? Contraktor, 2021. 
Disponível em:< Contrato digital x Contrato tradicional: qual devo usar?>. Acesso em: 07/10/2021. 
10 
 
Considerando esse princípio, é necessário ater-se que, este documento pode 
ser assinado através de um computador, smartphone ou tablet, facilitando as 
negociações à distância. Essa é uma das principais vantagens de implementar o 
contrato digital. 
 
2.1.3. Classificação dos contratos digitais 
 
Sendo, o contrato eletrônico, tema relativamente novo no ‘mundo jurídico’. No 
entanto, diversas classificações têm sido criadas para os mesmos, pela doutrina. 
Assim, classificam as categorias de contratação eletrônica, em: a) intersistêmicas; b) 
interpessoais e c) interativas (RADO, 2008)29. 
No caso do contrato eletrônico intersistêmico, há um contrato prévio, tido 
como principal. Conforme se depreende configura de forma regulada em que se 
dará cada comunicação eletrônica intersistêmica, não comportando maiores 
discussões ou divergências (CANELO, 2007)30. 
As partes que figuram nesta relação contratam as regras que regerão as 
comunicações e transações realizadas eletronicamente, tratando-se aqui de uma 
comunicação intersistêmica, na qual os sistemas de computador dos contratantes se 
interligam para comunicação (JANAVELLE, 2012)31 
Como bem assinalado por RADO (2008)32, onde descreveu as definições que 
foram sucintamente, aponta para as contratações intersistemáticas ou 
intersistêmicas dizendo que são aquelas em que a contratação eletrônica se 
estabelece entre sistemas aplicativos pré-programados, sem qualquer ação humana, 
utilizando a internet. 
Quando se trata de contrato eletrônico interpessoal simultâneo pode-se 
aplicar as normas cabíveis às contratações entre presentes (CANELO, 2007)33. 
Desde logo, deve lembrar que nas palavras de Jonavelle (2012)34 são 
considerados contratos eletrônicos interpessoais simultâneos aqueles firmados por 
 
29
 Ibid.,p.3241. 
30
 CANELLO, Júlio. Os contratos eletrônicos no direito brasileiro: Comentários sobre o tempo e lugar 
da formação contratual. Sociais e Humanas. Stª Maria, v.20, nº1, jan/jun 2007. 
31
 JONAVELLE, Valquíria de Jesus. Aspectos Jurídicos dos contratos eletrônicos (Dissertação) 
Faculdade de Direito. São Paulo, 2012, p.87. 
32
 RADO, Juliana. O contrato eletrônico como documento jurídico: uma perspectiva Luso-Brasileira. 
Anais do XVII Congresso Nacional do CONPEDI, Brasília – DF, novembro, 2008, 
33
 CANELLO, Júlio. Os contratos eletrônicos no direito brasileiro: Comentários sobre o tempo e lugar 
da formação contratual. Sociais e Humanas. Stª Maria, v.20, nº1, jan/jun 2007. 
11 
 
partes que estejam, ao mesmo tempo, conectadas à rede por meio de seus 
computadores. Enfim, tudo indica uma prevalência dos interesses possibilitando a 
permissibilidade da declaração da vontade das partes para conformar, em alguma 
medida, os atos de execução. 
Cabe aqui verificar que as contratações interpessoais, por seu turno, 
correspondem àquelas em que, previamente à contratação eletrônica, onde existe 
uma comunicação eletrônica, ou seja, por meio de correio eletrônico, ou salas de 
conferências (RADO, 2008)35. 
Por outro lado, no que se refere aos contratos eletrônicos interativos, há 
diversas hipóteses de tratamento, conforme as particularidades do mecanismo de 
contratação via Internet utilizado (CANELO, 2007)36 
E, como dito anteriormente, essa forma de contrato, nas palavras de 
Jonavellle (2012) descreve que é a forma mais comum de contratação pela internet, 
evidenciada pela contratação de serviços de contratos eletrônicos interativos são 
caracterizados pela apresentação de cláusulas unilateralmente preestabelecidas 
pelo proprietário mediante acesso as plataformas webs37. 
É importante mencionar que os autores quiseram dizer em relação aos 
contratos propriamente ditos precede uma fase de negociação, de tratativas, na qual 
as partes discutem os seus respectivos interesses para que, quando da formação do 
contrato. 
 
2.2. VALIDADE E EFICÁCIA DOS CONTRATOS ELETRÔNICOS 
 
2.2.1. O que é validade jurídica? 
 
 
34Ibid., p.87. 
35
 RADO, Juliana. O contrato eletrônico como documento jurídico: uma perspectiva Luso-Brasileira. 
Anais do XVII Congresso Nacional do CONPEDI, Brasília – DF, novembro, 2008. 
36
 CANELLO, Júlio. Os contratos eletrônicos no direito brasileiro: Comentários sobre o tempo e lugar 
da formação contratual. Sociais e Humanas. Stª Maria, v.20, nº1, jan/jun 2007. 
37
 JONAVELLE, Valquíria de Jesus. Aspectos Jurídicos dos contratos eletrônicos (Dissertação) 
Faculdade de Direito. São Paulo, 2012, p.87. 
12 
 
Inicialmente, pode-se destacar que o Código Civil (2008)38 definiu em seu 
artigo 104, pressupostos de validade do negócio jurídico em que dispõem: 
 
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: 
I – agente capaz; 
II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável; 
III – forma prescrita ou não defesa em lei. 
 
De acordo com a Medida provisória nº 2.200, de 28 de Junho de 2001, 
através do “Art. 1º, onde ficou instituída a Infraestrutura de Chaves Pública Brasileira 
(ICP) para garantir a autenticidade, a integridade e a validade jurídica de 
documentos em forma eletrônica, das aplicações de suporte e das aplicações 
habilitadas que utilizem certificados digitais, bem como a realização de transações 
eletrônicas seguras” (BRASIL, 2001)39. 
Como apontaram os autores em relação à validade dos documentos digitais, 
a Medida Provisória obrigou que este, deva ser assinado com chaves certificadas 
por uma Autoridade Certificadora credenciada pelo Comitê (GANDINI; SALOMÃO; 
JACOB, 2016)40. 
Cabe salientar, diante do exposto acima, que é preciso destacar nas palavras 
de Calero (2016)41 ao reforçar que a Medida Provisória nº 2.200/01, foi reeditada 
para garantir a autenticidade, integridade e validade jurídica dos documentos em 
formato eletrônico. Muito já se discutiu sobre a garantia ainda na realização das 
transações eletrônicas seguras. 
De acordo com GANDINI, SALOMÃO; e JACOB, esclareceram nas palavras 
do Comitê Gestor da ICPBrasil que a privacidade do contratante estaria garantida 
em que: 
 
 
38
 BRASIL. Código Civil (2002). Código civil brasileiro e legislação correlata. – 2. ed. – Brasília: 
Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2008, p.157. 
39
 BRASIL. Medida provisória nº 2.200, de 28 de Junho de 2001. Disponível 
em:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/Antigas_2001/2200.htm#textoimpressao. Acesso em: 
11/10/2021. 
40
 GANDINI, João Agnaldo Donizeti; SALOMÃO, Diana Paola da Silva; JACOB, Cristiane. A Validade 
jurídica dos documentos digitais. BuscaLegis.ccj.ufsc.brJul,2016, p.4. 
41
 CALERO, Marcus Araujo. Contratos Eletrônicos: Validade Jurídica e Conjunto Probatório 
(Monografia) Instituto de Ensino e Pesquisa (INSPER),2016,p.10. Disponível em:< 
http://dspace.insper.edu.br/xmlui/bitstream/handle/11224/1441/MARCUS%20ARAUJO%20CALERO_
Trabalho.pdf?sequence=1>. Acesso em: 11/10/10/2021. 
13 
 
Estipulou que ninguém será obrigado a obter certificados, pois "a validade 
jurídica é um atributo ligado a qualquer meio de prova, seja eletrônico ou 
não, desde que obtido por meio lícito"; previu que haverá presunção de 
veracidade dos documentos digitais, com a possibilidade de utilização de 
meios comprobatórios diversos para se demonstrar a sua autoria e 
integridade. (GANDINI; SALOMÃO; JACOB, 2016)
42
. 
 
Como é sabido no Art. 1º. Que a lei foi definida para estabelecer os princípios, 
garantias, “direitos e deveres para o uso da internet no Brasil”, além determinar as 
diretrizes para atuação da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
em relação à matéria (BRASIL, 2014)43. 
No entendimento da autora, deve-se mencionar que as Organizações das 
Nações Unidas (ONU), por meio da United Nations Commission on International 
Trade Law (Uncitral), ou seja, apresentou a Lei Modelo da Uncitral, aos países 
associados às Nações Unidas, onde propôs um conjunto de normas, objetivando 
entre, entre outros aspectos, a dispor sobre a validade dos documentos celebrados 
por meio eletrônico (JONAVELLE, 2012)44. 
Observa-se que o autor aponta para o próprio art. 421 do Código Civil, em 
sua redação original, em que se admite que: “A liberdade de contratar será exercida 
em razão e nos limites da função social do contrato”. (GONÇALVES, 2021, p.13)45. 
Neste sentido, deve considerar que de acordo com a forma tradicional não 
seria mais aceitável. Apesar de a internet ter evoluído, e a sociedade cada vez 
globalizada. E no que diz respeito ao ordenamento jurídico deve seguir os passos 
dessa evolução no mesmo sentido. Segundo os autores de acordo com dados 
históricos, pode-se verificar que o Direito anda de passos largos, e que não 
acompanhou imediatamente a evolução social, econômica e tecnológica, estando 
sempre retardatário perante essas mudanças em termos de contratos. (GANDINI; 
SALOMÃO; JACOB, 2016)46. 
Outros aspectos essenciais a serem apontados são as disposições gerais e 
princípios contratuais do Direito Civil, obrigatoriamente existentes e respeitados em 
todos os negócios jurídicos. Conforme Título V; Dos Contratos em Geral Capitulo I. 
 
42
 Ibid., p.15. 
43
 BRASIL. Lei nº12.965 de Abril de 2014. Disponível em:< 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12965.htm>. Acesso em:12/10/2021. 
44
 JONAVELLE, Valquíria de Jesus. Aspectos Jurídicos dos contratos eletrônicos (Dissertação) 
Faculdade de Direito. São Paulo, 2012,p.34. 
45
 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: Contratos e Atos Unilaterais, 
18ºed:Saraiva,2021.p.13. 
46
 GANDINI,João Agnaldo Donizeti;SALOMÃO, Diana Paola da Silva;JACOB, Cristiane. A Validade 
jurídica dos documentos digitais. BuscaLegis.ccj.ufsc.brJul,2016,p.4. 
14 
 
Disposições Gerais, Seção I, Preliminares numa harmoniosa combinação dos artigos 
que se expressa: 
 
Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da 
função social do contrato. 
 
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do 
contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. 
(BRASIL, 2008)
47
. 
 
De forma muita sucinta, pode-se afirmar que segundo Calero (2016) a 
validade do contrato eletrônico se deve às questões estipuladas em lei, ou seja, 
satisfazer os requisitos que tem relação com seu objeto, forma e as partes48. 
Cada vez mais os indivíduos têm utilizado os meios eletrônicos para 
contratarem serviços nas mais diversas áreas. Conforme aborda Toledo (2008) ao 
leciona que no caso de documentos eletrônicos, a autenticidade quanto à autoria da 
vontade manifestada no documento deve ser assegurada por meio da tecnologia49. 
Outro recorte deste novo cenário refere-se, porém a dificuldade que recai em 
realizar a identificação segura dos contratantes. Para Toledo (2008) trata desta 
inafastável priorização, assim se posiciona ao dizer que existem duas principais 
preocupações do direito quanto aos contratos eletrônicos, uma sendo a certeza da 
identidade dos contratantes envolvidos em um negócio jurídico, que fora celebrado 
pela internet e a outra a certeza da integridade do conteúdo desse contrato50. 
Compreende-se o mínimo existencial independente dos meios, seja ele da 
forma tradicional ou eletrônico, de acordo com Art. 113. “Os negócios jurídicos 
devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração”. 
(BRASIL, 2008)51. 
Nota-se que ao princípio da legalidade para Toledo (2008) ao citar Fábio 
Ulhoa Coelho ao lecionar nas palavras do referido autor, em que a prova da 
existência e conteúdo do contrato eletrônico pode ser feita em juízo, pelos meios de 
 
47
 BRASIL. Código Civil (2002). Código civil brasileiro e legislação correlata. – 2. ed. – Brasília: 
Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2008, 
48CALERO, Marcus Araújo. Contratos Eletrônicos: Validade Jurídica e Conjunto Probatório 
(Monografia) Instituto de Ensino e Pesquisa (INSPER), 2016. 
49
TOLEDO, Ana C P Franco. Aspectos Jurídicos da Celebração de contratos pela internet 
(Dissertação) Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, 2008. 
50
 Ibid.,p.93. 
51
 BRASIL. Código Civil (2002). Código civil brasileiro e legislação correlata. – 2. ed. – Brasília: 
Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2008, p.157. 
15 
 
prova adequados a esse novo tipo de contrato, conforme dispõe o artigo 104 do 
Código Civil52. 
 
2.2.2. Princípios contratuais 
 
Neste tópico é preciso elencar os princípios contratuais de maior relevância 
nos contratos eletrônicos, de forma que seja feita a correlação entre suas 
peculiaridades. No entendimento de Gonçalves (2021)53 o direito contratual rege-se 
por diversos princípios, alguns tradicionais e outros modernos. Neste ponto, reporto-
me nas palavras de Lôbo (2020) sob esse enfoque, também, os princípios 
individuais são os que contemplam os interesses das partes no contrato54. Deve-se 
atentar para a necessidade de rever os elementos mais essenciais no ordenamento 
jurídico que são os: da autonomia da vontade, função social, do consensualismo e, 
da boa-fé. 
 
2.2.2.1. Autonomia da Vontade 
 
Valendo transcrever que segundo Calero (2016) sendo a autonomia da 
vontadade um ramo do direito civil, em que os princípios se aplicam a qualquer 
indivíduo, que possui capacidade jurídica, em que tais peculiaridades se manifestam 
no direito de praticar atos e assumir obrigações no campo jurídico55. 
Como se pode depreender diante dos tópicos acima, o Código Civil (2002) na 
analise da estrutura do art. 104, ao interpretar esse dispositivo reconhece que o 
denominador contemplou três espécies de interesses que requer “objeto lícito, 
possível, determinado ou determinável” (BRASIL, 2008)56. 
Deve fica alerta que, tal entendimento é pacífico no negócio jurídico, negando 
ao vicio por algum ato ilícito. Nesta senda, o contrato eletrônico é anulado no 
 
52
Ibid.,p.49. 
53
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: Contratos e Atos Unilaterais, 18ºed: 
Saraiva,2021 
54
 LÔBO, Paulo Contratos / Paulo Lôbo. - Coleção Direito civil volume 3 – 6. ed. – São Paulo : Saraiva 
Educação, 2020.p.67 
55
 CALERO, Marcus Araújo. Contratos Eletrônicos: Validade Jurídica e Conjunto Probatório 
(Monografia) Instituto de Ensino e Pesquisa (INSPER),2016, p.15. 
56
 BRASIL. Código Civil (2002). Código civil brasileiro e legislação correlata. – 2. ed. – Brasília: 
Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2008, p.157. 
16 
 
respectivo pacto em pleno direito. Há que se considerar que a liberdade para 
contratar não é direito absoluto. 
 
2.2.2.2. Função Social 
 
Falando do princípio da função social do contrato é uma inovação trazida pelo 
CC/02, quanto à uma previsão expressa legislativa. Anota-se que, já existiam ecos 
em termos doutrinários que assegurava que a função social do contrato decorria em 
função da disposição do Art.5º, XXII e XXIII da CF/88, ou seja, do direito de 
propriedade e sua função social (CAMARGO, 2009).57 
 Com base nos artigos CF/88, não como se pensar no direito a propriedade, 
tendo em vista, a função social da propriedade. Com efeito, o contrato é um negócio 
jurídico lícito que repercute nas relações entre o prestador e o contratante. No 
entanto, em “direito o termo função social corresponde a um conceito semântico 
aberto, uma vez que está presente em quase todos os ramos da ciência jurídica”. 
(ANDRADE, 2018, p.243)58. 
Como assevera Salles (2021) reinterpretando, disse que o conteúdo da 
contratação é limitado pelo contexto social em que está inserido, a fim de que não 
acarrete obrigações excessivas a nenhuma das partes, e que a recíproca seja a 
mesma entre elas, e que também, imponha a justiça social, extirpe a possibilidade 
de enriquecimento sem causa em decorrência da superposição de uma parte frente 
à outra59. 
 
2.2.2.3. Consensualismo 
 
Antes, porém, de explorar o conceito de consensualismo, deve ter em mente 
que em regra, os contratos são consensuais, ou seja, devem seguir tão somente à 
 
57
 CAMARGO, Luan José Jorge. Contratos Eletrônicos:segurança e validade 
jurídica.(Monografia)Universidade Católica Dom Bosco, 2009, p.28. Disponível em:< 
https://site.ucdb.br/public/downloads/11161-modelo-monografia.pdf>. Acesso em:25/10/2021. 
58
 ANDRADE, Tadeu L S.O princípio da Cooperação Linguistica nas relações contratuais:uma Analise 
Semântica-Pragmática à luz do Direito do Consumidor.Revista do Ministério do Rio de Janeiro, nº68, 
abr/Jun.2018, p.243. 
59
 GIANNELLINI, Luiz F Salles. O consentimento previsto na LGPD e sua aplicação nos contratos 
eletrônicos: desafios para sua validação. (Dissertação) Universidade 
Nove de Julho (Uninove), 2021, p.163. Disponível em:< 
http://bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/2597/2/Luiz%20Fernando%20Salles.pdf>. Acesso 
em:25/10/2021. 
https://site.ucdb.br/public/downloads/11161-modelo-monografia.pdf
17 
 
vontade e o que for estipulado pelas partes. É mister que a não obrigatoriedade de 
convenção garante às partes a liberdade de firmarem o acordo que melhor 
represente suas vontades, desde que a lei não obrigue forma diversa 
(CALERO,2016)60. 
 Antes, as considerações anteriores devem entender que “os contratos são, 
pois, em regra, consensuais” (GONÇALVES, 2021, p.21)61. 
 
2.2.2.4. Princípio da Boa-Fé 
 
É interessante observar que o princípio da Boa fé, preceitua o art. 422 do 
Código Civil, em que assevera que: “Os contratantes são obrigados a guardar, assim 
na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-
fé” (BRASIL, 2008, p.192)62. 
Se o princípio anterior tem por escopo o consenso entre as partes. Nesta 
órbita de raciocínio segundo Gonçalves (2021) esse princípio, postula-se a boa-fé 
em que exige que as partes se comportem de forma correta não só durante as 
tratativas, como também durante a formação e o cumprimento do contrato63. 
Conforme o já citado art.422 CC/02, convém destacar sobre esse tema em 
que para o autor ao recorre ao dispositivo da lei ao preconizar a prioridade da 
melhor doutrina em detrimento que a boa-fé não apenas é aplicável à conduta dos 
contratantes na execução de suas obrigações, mas também aos comportamentos 
que devem ser adotados antes da celebração ou após a extinção do contrato 
(LÔBO, 2020)64. 
Por isso, o próprio artigo supracitado, dispõe por definição que nada mais é 
senão um dos aspectos objetivos do princípio da boa-fé, podendo ser entendida 
como agir de acordo com os princípios éticos e morais aceitos de maneira criteriosa 
 
60
 CALERO,Marcus Araujo. Contratos Eltrônicos:Validade Jurídica e Conjunto Probatório (Monografia) 
Instituto de Ensino e Pesquisa (INSPER),2016, p.16. 
61
 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: Contratos e Atos Unilaterais, 
18ºed:Saraiva,2021.p.13. 
62
 BRASIL. Código Civil (2002). Código civil brasileiro e legislação correlata. – 2. ed. – Brasília: 
Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2008,p.192. 
63
 Ibid.,p.13. 
64
 LÔBO, Paulo Contratos / Paulo Lôbo. - Coleção Direito civil volume 3 – 6. ed. – São Paulo : Saraiva 
Educação, 2020, p.87. 
18 
 
de cumprir todos os deveres, que são atribuídos ou cometidos pelo indivíduo 
(GONÇALVES, 2021)65. 
É possível vislumbrar, em uma determinada aplicação do princípio da boa-fé 
objetiva, conforme diz o autor: “A ninguém é dado valer-se de determinado 
comportamento, quando lhe for conveniente e vantajoso, e depois voltar-se contra 
ele quando não mais lhe interessar mediante comportamento contrário” (LÔBO, 
2020, p.89)66. 
Finalmente, no que serefere à ação dos princípios, pois somente assim o 
Direito garantirá à sociedade global segurança total nos contratos eletrônico de que 
os negócios foram realmente concretizados, possuindo, desta forma, validade 
jurídica (GANDINI; SALOMÃO; JACOB, 2016)67. 
 
2.3. A FORMAÇÃO DO CONTRATO 
 
No Brasil, a renovação teórica do contrato com vista a fundamentar no Código 
Civil, que impôs uma revisão dos paradigmas contratuais e novos princípios a serem 
observados pelos contratantes trazidas com a lei de liberdade econômica, através 
da lei 13.874/2019, em consonância com os arts. 113 §1°, 421 e 421-A. 
Dentre “as inovações mais importantes destacam-se no Art. 113”. § 1º a 
interpretação do negócio jurídico deve lhe atribuir o sentido que: 
 
I - for confirmado pelo comportamento das partes posterior à 
celebração do negócio; 
II - corresponder aos usos, costumes e práticas do mercado 
relativas ao tipo de negócio; 
III - corresponder à boa-fé; 
IV - for mais benéfico à parte que não redigiu o dispositivo, se 
identificável; e 
V - corresponder a qual seria a razoável negociação das partes 
sobre a questão discutida, inferida das demais disposições do negócio e da 
racionalidade econômica das partes, consideradas as informações 
disponíveis no momento de sua celebração
68
. 
 
 
 
65
 Ibid.,p.13. 
66
 Ibid.,p.89. 
67
 GANDINI, João Agnaldo Donizeti; SALOMÃO, Diana Paola da Silva;JACOB, Cristiane. A Validade 
jurídica dos documentos digitais. BuscaLegis.ccj.ufsc.brJul,2016, p.2-4. 
68
 BRASIL. Código Civil (2002). Código civil brasileiro e legislação correlata. – 2. ed. – Brasília: 
Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2008. 
19 
 
Art. 421. “A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do 
contrato”. Parágrafo único. Nas relações contratuais privadas, prevalecerão o 
princípio da intervenção mínima e a excepcionalidade da revisão contratual 
(BRASIL, 2008)69. 
Fica patente que a interpretação no Art. 421-A. em que: “Os contratos civis e 
empresariais presumem-se paritários e simétricos até a presença de elementos 
concretos que justifiquem o afastamento dessa presunção, ressalvados os regimes 
jurídicos previstos em leis especiais”, garantido também que: 
 
I - as partes negociantes poderão estabelecer parâmetros objetivos para a 
interpretação das cláusulas negociais e de seus pressupostos de revisão ou 
de resolução; II - a alocação de riscos definida pelas partes deve ser 
respeitada e observada; e III - a revisão contratual somente ocorrerá de 
maneira excepcional e limitada (BRASIL, 2019)
70
. 
 
Diante dessa normatização cabe destacar essa natureza já estava prevista no 
CC/02 nos termos do art. 113, que assim dispõe: “Os negócios jurídicos devem ser 
interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração” (BRASIL, 
2002, p.158). 
A cláusula geral da boa-fé objetiva é tratada no Código Civil em três 
dispositivos, por definição legal, no o art. 422, “Os contratantes são obrigados a 
guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de 
probidade e boa-fé” (BRASIL, 2008)71. 
No que se refere à formação do contrato na forma objetiva, a norma está em 
harmonia com o Código Civil. Para Venosa (2017) descreve que a partir da 
existência do consentimento são examinados os outros elementos do negócio 
jurídico contratual, tais como: o objeto de proposta, comum a todos os contratos, 
como aqueles que são exigidos em determinadas relações, na forma prescrita em 
lei; a entrega da coisa integrante da natureza do contrato72. 
 
 
69
 BRASIL. Código Civil (2002). Código civil brasileiro e legislação correlata. – 2. ed. – Brasília: 
Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2008. 
70
BRASIL. Lei nº13. 874, de 20 de Setembro de 2019. Disponível 
em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/L13874.htm>. Acesso 
em:17/10/2021. 
71
 BRASIL. Código Civil (2002). Código civil brasileiro e legislação correlata. – 2. ed. – Brasília: 
Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2008. 
72
 VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: contratos. (Coleção Direito Civil),V.3,17º. ed. São Paulo: 
Atlas, 2017, p.120. 
20 
 
Neste cenário, a manifestação da vontade segundo a interpretação de 
Gonçalves que dispõe: 
 
É o primeiro e mais importante requisito de existência do negócio jurídico. A 
vontade humana se processa inicialmente na mente das pessoas. É o 
momento subjetivo, psicológico, representado pela própria formação do 
querer. O momento objetivo é aquele em que a vontade se revela por meio 
da declaração (GONÇALVES, 2021, p.31)
73
. 
 
Tal concepção consolida nesta fase, em que ela se torna conhecida e apta a 
produzir efeitos nas relações jurídicas. Dando uma atenção especial, a rigor na 
declaração da vontade. Nesta linha, é preciso considerar o momento da formação do 
contrato nas plataformas digitais. 
 
2.3.1. Formação dos contratos eletrônicos nas plataformas digitais 
 
No que se refere ao contrato, como é sabido, se trata de uma espécie negócio 
jurídico, celebrado mediante a declaração de duas ou mais vontades, de onde 
resultam efeitos jurídicos correspondentes à autonomia privada das partes 
envolvidas (CARNEIRO, 2019, p.54)74. Venoso, ainda propõe ao afirmar que a oferta 
ou proposta de contrato ainda não aceita, também denominada ‘policitação’, é a 
primeira fase efetiva do contrato, disciplinada na lei. (VENOSA, 2021)75 . 
Conforme a proposta eletrônica para Carneiro, “a proposta não se trata de 
atos preliminares ou preparatórios, mas já se trata da primeira manifestação 
negocial de vontade” (CARNEIRO, 2019, p.65)76. É importante ressaltar que 
ofertante é o prestador de serviço, com quem se relaciona diretamente com o 
destinatário, ou seja, o Contratante. Deve esclarecer que o titular, não é o dono da 
plataforma digital, e nem tem domínio sobre o mesmo em questão (LÔBO, 2020)77. 
 
73
 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: Contratos e Atos Unilaterais, 
18ºed:Saraiva,2021.p.13. 
74
 CARNEIRO, Daniel Carvalho. O Negócio de intermediação no comércio eletrônico: A imputação da 
obrigação às plataformas de comércio eletrônico. (Dissertação) Faculdade de Direito da Universidade 
de Lisboa. Portugal, 2019. Disponível em:< 
https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/45837/1/ulfd145214_tese.pdf>. Acesso em:18/10/2021. 
75
 Ibid. 
76
 Ibid.,p.65. 
77
 LÔBO, Paulo Contratos / Paulo Lôbo. - Coleção Direito civil volume 3 – 6. ed. – São Paulo : Saraiva 
Educação, 2020,p.112. 
21 
 
Considerando, portanto, a proposta eletrônica que se dá através da oferta 
contratual, que segundo Carneiro, “para ser efetivamente considerada como 
proposta e consequentemente vincular a parte proponente, deverá revelar ser firme 
e completa, além de se revestir na forma requerida para o negócio a ser celebrado”. 
(CARNEIRO, 2019, p.65)78. Conforme já indicado, o principal efeito da doutrina é de 
consistir uma declaração na forma de um ato legal voluntário que exige uma ou duas 
vontades para ser executado, pela qual, uma das partes se expressa em relação a 
sua intensão de contratar. 
Para Lôbo (2020) é imprescindível salientar que a lei que exigiu a forma 
escrita, agora estaria satisfeita pela utilização do meio da assinatura eletrônica que 
assegure as mesmas características do documento escrito no papel, a saber, a 
inteligibilidade, a durabilidade e a autenticidade, e desde que seja passível a 
informação de ser reproduzida mediante impressão79. 
 
2.3. BREVE EXPOSIÇÃO SOBRE A PLATAFORMA DIGITAL 
 
É preciso apresenta como as Plataformas Digitais funcionam como 
facilitadores de relacionamento, aproximando os prestadores de serviços e 
contratantes. Para isso, elas precisam gerar confiança com termos e condiçõesclaras em relação à propriedade intelectual e à coleta de dados confidenciais, 
proporcionando segurança para quem utiliza a plataforma. De modo ainda mais 
didático Andréa afirma que “uma plataforma online é uma arquitetura projetada para 
organizar interações entre usuários, não apenas usuários finais, mas também 
entidades corporativas” (ANDRÉA, 2020, p.20)80. 
Uma definição mais ampla e em consonância com o paradigma tecnológico, é 
a de Marinho (2017) que traz a distinção entre o contrato tradicional e o da internet, 
ao dizer que o contrato eletrônico, fez praticamente desaparecer a distância física 
permitindo uma comunicação, quase em tempo real, a um custo relativamente 
 
78
 CARNEIRO, Daniel Carvalho. O Negócio de intermediação no comércio eletrônico: A imputação da 
obrigação às plataformas de comércio eletrônico. (Dissertação) Faculdade de Direito da Universidade 
de Lisboa. Portugal,2019. 
79
 LÔBO, Paulo Contratos / Paulo Lôbo. - Coleção Direito civil volume 3 – 6. ed. – São Paulo : Saraiva 
Educação, 2020,p.111. 
80
 ANDRÉA, Carlos d’.Pesquisando plataformas online : conceitos e métodos. – (Coleção 
Cibercultura) Salvador: EDUFBA, 2020.Disponível em:< 
https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/32043/4/PlataformasPDF.pdf>. Acesso em: 18/10/2021. 
22 
 
acessível. Como consequência desse contato humano, vislumbrou-se a 
possibilidade de realizar negócios jurídicos81. 
 
2.4. INTERVENÇÃO JURÍDICA NA VALIDAÇÃO DOS CONTRATOS 
ELETRÔNICOS 
 
Assentada a premissa da existência de instrumentos de validação, que dê 
garantia de validade que estão sendo adotados pelas plataformas, diante da não 
existência de regulamentação no âmbito jurídico. Cabe aqui neste tópico discutir a 
intervenção jurídica na validação dos contratos eletrônicos. 
Entretanto, cabe aqui também, elencar uma das plataformas digitais que tem 
disponibilizado a assinatura eletrônica que validam o signatário, é a DocuSign. Neste 
contexto, deve-se perguntar, como elas funcionam em termos de validade jurídica? 
A primeira reflexão que se deve fazer é que a validade jurídica relacionada com a 
execução da prestação de serviços. 
Valendo-se transcrever que segundo Natividade (2016) assinalou que a 
DocuSign disponibiliza na sua plataforma on-line, estando acessível pelo endereço 
https://www.docusign.com.br, ao permitir a seus usuários gerir transações 
eletrônicas, assinando contratos eletrônicos, com o intuito de trazer maior eficiência 
à celebração de contratos, mediante a adoção dos serviços de autenticação 
disponibilizados pela Contratante82. 
Na mesma direção, segue o entendimento de Sílvio Venosa (2017) 
confirmando que a liberdade de contratar pode ser vista sob dois aspectos. Pelo 
prisma da liberdade propriamente dita de contratar ou não, estabelecendo-se o 
conteúdo do contrato, ou pelo prisma da escolha da modalidade do contrato83. 
No âmbito dos contratos eletrônicos, deve ser entendido que “A liberdade 
contratual permite que as partes se valham dos modelos contratuais constantes do 
 
81
 MARINHO, Claudia Ribas . Transnacionalidade dos contratos de prestações de serviços pela 
internet. Revista do CEJUR/TJSC: Prestação Jurisdicional, v. V, n. 01, p. 253-267, dez. 2017,p.256. 
Disponível em:< https://revistadocejur.tjsc.jus.br/cejur/article/view/230/135>. Acesso em:18/10/2021. 
82
 NATIVIDADE, Fabio. Parecer Jurídico acerca da validade de assinatura e documentos 
eletrônicos.OPice Brum.Março, São Paulo,2016. Disponível em:< 
https://view.highspot.com/viewer/6171afd9c00f6ba8f03fd0dd?iid=6169f73ef15d57754ba20a52>. 
Acesso em:21/10/2021. 
83
 VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: Contratos .(Coleção Direito Civil; 3), 17º. ed. – São Paulo: 
Atlas, 2017. 
https://www.docusign.com.br/
https://view.highspot.com/viewer/6171afd9c00f6ba8f03fd0dd?iid=6169f73ef15d57754ba20a52
23 
 
ordenamento jurídico (contratos típicos), ou criem uma modalidade de contrato de 
acordo com suas necessidades (contratos atípicos)”. (VENOSA, 2017, p.28)84. 
Ao interpretar esse dispositivo, Natividade (2016) reconhece que a doutrina 
manifesta o mesmo entendimento, afirmando que o ordenamento jurídico brasileiro 
não impõe, em via de regra, forma com é feita a celebração de contratos 
eletrônicos85. 
Deve aqui assinalar que ao tratar de contratos consensuais quando se 
aperfeiçoam pelo mero consentimento, manifestação de vontade contratual, que seja 
esta formal ou não. Observa-se que a ordem jurídica não exige o aperfeiçoamento 
na forma de celebração no contrato dito real, logo, precisa do mero consentimento 
das partes para ter o contrato finalizado. (VENOSA, 2017)86. 
Uma ideia que deve ser afastada de pronto, bem lembrada por Toledo (2008), 
ao dizer que a lei não prescreve nenhuma forma especial para a validade do negócio 
jurídico. Não obstante, que haja equilíbrio entre as partes para formalizar o modo de 
contratar de forma lícita. Neste sentido, não haverá qualquer impedimento legal para 
a celebração de contratos com as manifestações de vontade sendo transmitidas por 
meio eletrônico87. 
Observa-se quão pretensiosa, é nas palavras de Natividade (2016) ao dizer 
que os juristas brasileiros já reconheceram que não há restrição para a celebração 
de contratos eletronicamente, por meio de assinatura digital88. 
Tal preceito recebeu a seguinte apreciação de Massi e Massi (2006) ao 
interpretarem os contratos feitos por qualquer plataforma eletrônica, reconheceram 
que não diferem dos contratos tradicionais, pois de qualquer forma manifestam as 
vontades das partes que produziram os mesmos efeitos jurídicos que os contratos 
convencionais diferenciando dos meios, que neste caso é eletrônico89. 
Como acentua Natividade (2016) que disse que os tribunais brasileiros já 
reconheceram expressamente a validade de contratos eletrônicos celebrados por 
 
84
 Ibid.,p.28. 
85
 NATIVIDADE, fabio. Parecer Jurídico acerca da validade de assinatura e documentos eletrônicos. 
OPice Brum.Março, São Paulo,2016. 
86
Ibid.,p.28. 
87
 TOLEDO, Ana Cristina de Paiva Franco(Dissertação) Universidade Estadual Paulista Júlio de 
Mesquita Filho,2008,p.71. 
88
 Ibid. 
89
 MASSI, Eva Dubrini; MASSI, Watson Maranhão. A internet e os contratos eletrônicos.Cadernos de 
Direito, Piracicaba. Jun. Dez,v.6,nº11, 2006, p.43. Disponível em:< 
https://www.metodista.br/revistas/revistas-unimep/index.php/cd/article/view/649/215>. 
24 
 
diversos meios, soma-se, incluindo e-mail ou caixas eletrônicos, isto significa que 
regras normativas devem ser subsumidas em códigos informáticos90. 
Ao versar sobre a matéria, Junior (2002) ensina que a definição do momento 
e do local da constituição do contrato é importante e tem grande relevância no 
direito, na medida em que são determinantes para a verificação da existência da 
relação jurídica, das obrigações constituídas, da legislação aplicável e do foro 
competente para processar e julgar eventuais feitos entre as partes91. 
Entretanto, Natividade (2016) assevera ao partilhar a ideia de que no Brasil, a 
ampla utilização de assinatura eletrônica é relativa nova. Consequentemente, não 
foram encontrados muitos casos envolvendo a utilização de assinatura eletrônica 
padrão, embora haja pendencias de julgamento perante os tribunais. 
Cite-se, por exemplo: o caso de uma ação movida através do Processo n° 
1012526-11.2019.8.26.0068, na 1° Vara Cível da Comarca de Barueri/SP (fevereiro 
de 2021). Ação civil estabelecida pela Ticket (requerente) contra M V Pinheiro e a 
sócia da empresa, Morgana Vanda Pinheiro (requerida). A M V Pinheiro não 
apresentou defesa. A requerida alegou não ser sócia da empresa, e, portanto, não 
poderia atuar como sua representante legal. Além disso, afirmou que o documento 
era fraudulento, porquanto não teriaassinado nenhum acordo com a requerente por 
meio da plataforma DocuSign e Signature, a requerida alegou que a representação 
gráfica de sua assinatura, não correspondia à sua assinatura manuscrita. No 
entanto, nas palavras do requerente destacou que as evidências técnicas geradas 
pelo sistema de assinatura eletrônica da DocuSign, evidenciando assim, que os 
serviços devidamente prestados, eram suficientes para atestar a validade do 
contrato firmado entre as partes. 
De forma mais rigorosa expõe o Ministro Raul Araújo (2014) ao se manifestar 
em razão das considerações do Código Civil, onde observou que o mesmo, se 
mostra totalmente permeável à realidade negocial vigente, especialmente em termos 
de novas tecnologias que tem sido “experienciada” no que toca aos meios 
eletrônicos de celebração de negócios92. 
 
90
 NATIVIDADE, fabio. Parecer Jurídico acerca da validade de assinatura e documentos eletrônicos. 
OPice Brum. Março, São Paulo, 2016. 
91
 JUNIOR, Eurípedes Brito Cunha. Os contratos eletrônicos e o novo código Civil. RCERJ, 
Brasília,nº19,2002,p.62-77. 
92
 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial. Revista Eletrônica de Jurisprudência, 
2014. Disponível em:< https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/595923192/recurso-especial-resp-
1495920-df-2014-0295300-9/inteiro-teor-595923202>. Acesso em:22/10/2021. 
https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/595923192/recurso-especial-resp-1495920-df-2014-0295300-9/inteiro-teor-595923202
https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/595923192/recurso-especial-resp-1495920-df-2014-0295300-9/inteiro-teor-595923202
25 
 
Em relação ao art. 6°, a MP 2002/01, é bom lembrar que ela instituiu que a 
Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil) tem como objetivos garantir 
autenticidades, e integridade e validade jurídica de documentos em forma eletrônica, 
esclarece que as autoridades certificadoras são: 
 
Entidades credenciadas a emitir certificados digitais vinculando pares de 
chaves criptográficas ao respectivo titular, compete emitir, expedir, distribuir, 
revogar e gerenciar os certificados, bem como colocar à disposição dos 
usuários listas de certificados revogados e outras informações pertinentes e 
manter registro de suas operações
93
. 
 
É importante ressaltar que no parágrafo único: “O par de chaves criptográficas 
será gerado sempre pelo próprio titular e sua chave privada de assinatura será de 
seu exclusivo controle, uso e conhecimento”94. 
Aqui, verifica-se que através do Glossário ICP-Brasil, a assinatura digital é: 
“Código anexado ou logicamente associado a uma mensagem eletrônica que 
permite de forma única e exclusiva a comprovação da autoria de um determinado 
conjunto de dados (um arquivo, um e-mail ou uma transação)95”. 
A esse respeito, afirma que é melhor versar sobre a sua funcionalidade, 
segundo a qual: “assinatura digital comprova que a pessoa criou ou concorda com 
um documento assinado digitalmente, como a assinatura de próprio punho 
comprova a autoria de um documento escrito”.96 
De igual forma o Ministro Raul Araújo Relator da 4º Turma do STJ, assinalou 
que “o contrato eletrônico é documento que pese nas plataformas digitais, e tem 
ganhado foros de autenticidade e veracidade com a oposição da assinatura digital”97. 
Aliás, é a lei que dispõe, e fez assim, no art.10. MP2002/01. Em que: “consideram-se 
documentos públicos ou particulares, para todos os fins legais, os documentos 
eletrônicos de que trata esta Medida Provisória”98. 
 
93
 BRASIL. Medida Provisória Nº2.200-2, de 24 de Agosto de 2001.Disponível em:< 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/Antigas_2001/2200-2.htm>. Acesso em:22/10/2021. 
94
 BRASIL. Medida Provisória, nº2.200-2, de 24 de Agosto de 2001. 
95
 BRASIL. Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileiras (ICP).Out, 2007. p.5. Disponível em:< 
https://www.gov.br/iti/pt-br/centrais-de-conteudo/glossario-icp-brasil-versao-1-2-novo-2-pdf>. Acesso 
em: 22/10/2021. 
96
 Ibid.,p.5. 
97
 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial. Revista Eletrônica de Jurisprudência, 
2014. Disponível em:< https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/595923192/recurso-especial-resp-
1495920-df-2014-0295300-9/inteiro-teor-595923202 
98
 Ibid. 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/Antigas_2001/2200-2.htm
https://www.gov.br/iti/pt-br/centrais-de-conteudo/glossario-icp-brasil-versao-1-2-novo-2-pdf
26 
 
Isso tem fundamento legal no art. 10, §1º, que reconhece que “As declarações 
constantes dos documentos em forma eletrônica produzidos com a utilização de 
processo de certificação disponibilizado pela ICP-Brasil presumem-se verdadeiros 
em relação aos signatários, na forma do art. 131 da Lei no 3.071, de 1o de janeiro 
de 1916 - Código Civil”99. 
Diante de foi dito anteriormente, ainda sobre essa temática, a referida 
DocuSign, em sua plataforma que oferece serviços de gerenciamento de transação 
digital, ao versar sobre a nova funcionalidade, e que coloca disponível para clientes 
em todo Brasil, que necessitarem assinar com um certificado digital. Dessa forma, 
“indivíduos e empresas de qualquer porte e de qualquer lugar poderão realizar 
processos como autenticações, assinar contratos e reter documentos na nuvem de 
forma segura e 100% digital”100. 
Cabe salientar segundo Min. Raul Araújo ao relatar que uma vez presente à 
figura do contratante não olvide presumível na relação, há de se primar pelo mais 
amplo acesso aos documentos digitais celebrados na internet101. 
Neste contexto a denominada plataforma DocuSign, se defende ao dizer que: 
“As assinaturas eletrônicas podem produzir contratos válidos e exequíveis, bem 
como podem proporcionar a mesma quantidade de evidências admissíveis que um 
contrato assinado de forma manuscrita”102. Nas palavras Brancher (2018) que 
contradiz ao reforçando a tese que a existência da assinatura eletrônica não é 
requisito essencial quanto à formalidade do contrato eletrônico. No entanto, só serve 
apenas como auxílio na verificação da presunção de sua veracidade.103. 
Há de constatar que as novas tecnologias costumam ser acompanhadas não 
só de soluções, mas também de novas necessidades. Em última análise, segundo 
Gandini, Salomão e Jacob (2012) asseveram com receio que existe ainda hoje de 
 
99
 BRASIL. Medida Provisória Nº2.200-2, de 24 de Agosto de 2001. 
100
 DUCOSIGN. Gerenciamento de Transações Digitais, 2015. Disponível em:< 
https://www.docusign.com.br/press-releases/docyousign-integra-certificado-digital-brasileiro-
%C3%A0-sua-plataforma-de-gerenciamento>. Acesso em: 22/10/2021. 
101
ARAÚJO, Raul. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial. Revista Eletrônica de 
Jurisprudência, 2014. 
102
DOCUSIGN. Decisões Judiciais sobre Assinatura Eletrônica do Brasil, 2021. Disponível 
em:https://www.docusign.com/sites/default/files/decisoes_judiciais_sobre_assinatura_eletronica_no_b
rasil_1.pdf. Acesso em:25/10/2021. 
103
 BRANCHER, Paulo Marcos Rodrigues. Contrato eletrônico. Enciclopédia jurídica da PUC-SP. 
Celso Fernandes Campilongo, Alvaro de Azevedo Gonzaga e André Luiz Freire (coords.). Tomo: 
Direito Comercial. Fábio Ulhoa Coelho, Marcus Elidius Michelli de Almeida (coord. de tomo). 1. ed. 
São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2017. Disponível em: 
https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/259/edicao-1/contrato-eletronico>. Acesso 
em:25/10/2021. 
https://www.docusign.com.br/press-releases/docyousign-integra-certificado-digital-brasileiro-%C3%A0-sua-plataforma-de-gerenciamento
https://www.docusign.com.br/press-releases/docyousign-integra-certificado-digital-brasileiro-%C3%A0-sua-plataforma-de-gerenciamento
https://www.docusign.com/sites/default/files/decisoes_judiciais_sobre_assinatura_eletronica_no_brasil_1.pdf
https://www.docusign.com/sites/default/files/decisoes_judiciais_sobre_assinatura_eletronica_no_brasil_1.pdf27 
 
estabelecer pactos via documentos digitais, como é o caso da Internet, faz com que 
juristas e técnicos passem a se preocupar com a garantia da segurança e validade 
jurídica de tais negócios104. 
Em verdade, na situação apresentada, o Brasil não possui uma lei 
especificamente sobre o valor probante do documento eletrônico, assinatura digital, 
a certificação digital, nem tão pouco sobre prestação de serviço eletrônico (JUNIOR, 
2002)105. Daí vem à pergunta em questão: o que as empresas têm que fazer para 
que o documento eletrônico se torne legal judicialmente? Respondendo essa 
questão Gandini, Salomão e Jacob (2002) ao interpretar esse dispositivo, os autores 
asseveraram que para que o documento digital tenha validade jurídica é necessário 
que atenda a alguns requisitos, tais como a integridade, a autenticidade e a 
tempestividade106. Vale lembrar que segundo a empresa, a assinatura realizada com 
Certificado Digital tem a mesma validade jurídica que um registro e autenticação do 
cartório. (DOCUSIGN, 2020)107. 
Não é demais lembrar que, o contrato eletrônico dependesse de forma 
essencial, seriam criadas barreiras quase que intransponíveis à diversificação 
tecnológica, além de emperrar o processo de evolução dos sistemas de certificação, 
pois, apesar de haver uma intercomunicação, os sistemas e linguagens são muito 
diferentes entre si (BRANCHER, 2018). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
104
 GANDINI; João Agnaldo Donizeti; SALOMÃO,Diana Paola da Silva; JACOB,Cristiane. A 
segurança dos documentos digitais,2002. 
105
 JUNIOR,Eurípedes Brito Cunha.Os contratos eletrônicos e o novo código Civil. RCERJ, 
Brasília,nº19,2002,p.62-77. 
106
 GANDINI; João Agnaldo Donizeti; SALOMÃO, Diana Paola da Silva; JACOB, Cristiane. A 
segurança dos documentos digitais,2002. Disponível em:< https://jus.com.br/artigos/2677/a-
seguranca-dos-documentos-digitais/2>. Acesso em: 22/10/2021. 
107
 DOCUSIGN. Decisões Judiciais sobre Assinatura Eletrônica do Brasil, 2021. 
28 
 
3. CONCLUSÃO 
 
Pretendeu-se através desse breve trabalho abordar o impacto do uso da 
tecnologia empregada durante a pandemia na validade dos contratos digitais. Sobre 
esse ângulo no atual cenário de crise da saúde pública e econômica, as empresas e 
os órgãos públicos foram obrigados a tomar uma série de medidas para evitar o 
contato físico entre os indivíduos, mantendo a rotatividade dos negócios de forma 
segura e com validade jurídica. 
Demostrada a razão de tantos motivos de tantas decisões, que em 
contrapartida às vezes não são favoráveis a aqueles que fazem uso dos contratos 
eletrônicos, por parte do Poder Judiciário, em que pese à clareza da validade 
jurídica que vão além de sua competência e limites impostos pela Constituição 
federal para resolver questões relativas à prestação de serviço essencial à 
população. 
O assunto em questão, apesar de pouco explorado na doutrina, é essencial 
para nossa reflexão, pelo fato de atingir aqueles que buscam na internet prestadores 
de serviços, através das plataformas digitais, e com isso, contempla-la com o direito 
civil em nossa realidade, na busca de soluções para esse grave problema de 
políticas cibernéticas que envolvem o ordenamento jurídico. 
Ao traçar as linhas básicas para compreender a validade desses contratos 
eletrônicos e a concretização do direito, aliados os princípios da boa-fé, e não 
esquecendo da função social, pode-se dizer que a proposta principal a ser delineado 
no inicio da pesquisa, foi atendido por todos os itens desse estudo. Tal 
circunstância, somada nesse ambiente permitiu que os objetivos propostos fossem 
alcançados. É patente lembrar que a inexistência de regulamentação sobre o 
assunto em questão, estaria em meio a uma profunda transformação jurídica e 
social, impulsionada por essa grande instabilidade jurídica, trazendo dificuldades aos 
problemas atinentes derivados dos contratos eletrônicos. 
Sendo, o contrato eletrônico um acordo de vontade em que as partes 
negociam, estipulam condições, em que deve obedecer aos princípios contratuais 
respeitando assim, autonomia da vontade. Por isso, a vulnerabilidade da validade 
desse tipo de contrato no ordenamento jurídico, especialmente nas relações de 
prestação de serviços, em que deve ser uma das preocupações que norteiam a 
29 
 
todos, principalmente os operadores de direito. Não obstante, o contratante é é o 
mais vulnerável nesta relação civilista, não importa a espécie de vulnerabilidade a 
que se refere. Vale aqui, reconhecer que a vulnerabilidade está na interpretação do 
CC/02, e também, na MP 2002/01. 
Daí, na legislação recente e nas normas regulamentadoras da conduta no 
ordenamento jurídico, que devem observarem os avanços na esfera da 
responsabilização dessas empresas que atuam sob a égide das plataformas digitais. 
Deve-se ressaltar que o estudo, teve suas próprias limitações, e também, não 
pretendeu esgotar a problemática sobre a validade de contratos eletrônicos e a 
concretização de forma segura do contratante em seu próprio direito na sociedade 
brasileira. Portanto, fica aberta para novas pesquisas e avanços. 
É importante ressaltar que no entendimento do STJ, assevera que o contrato 
eletrônico, ganha foro legais de autenticidade e veracidade, quando este, conta com 
assinatura digital. Outro ponto que merece destaque é a construção de um novo 
formato para esse negócio jurídico, é que a plataforma digital é de terceiro, ou seja, 
só disponibiliza a ferramenta para a concretização do contrato. 
Neste sentido, deve-se esclarecer que os contratos digitais são válidos em 
nosso ordenamento jurídico e podem ser utilizados com segurança, desde que 
devidamente elaborados e celebrados. Deve ressaltar também que a interpretação 
do colegiado, em que pese o CC/02, prever que o contrato eletrônico assinado 
digitalmente tem validade. Portanto, deve salientar que o legislador brasileiro não 
ficou alheio a esse avanços, fazendo referência para a certificação da Infraestrutura 
de Chaves Públicas Brasileira que substitui a assinatura das testemunhas. Desde 
logo, deve lembrar que a doutrina de certo modo, reconheceu o interesse funcional 
nos contratos digital assinado por meio eletrônico. Posta essa premissa, deve 
indagar que não é razoável, por assim dizer que atos jurídicos sejam inválidos por 
esse tipo de celebração. 
Pelo exposto, de todo o trabalho, conclui-se que o tema mercê mais reflexões, 
que possivelmente pode chegar a resultados interpretativos diferentes. De qualquer 
forma deve-se atentar, em fazer uso da aceitação de provas realizadas por essas 
plataformas para garantia do direito do contratante em possível, acordo extrajudicial. 
Com efeito, o direito civil de um lado vem assegurar e defender, além de outros 
pontos, mas percebe-se que tão refém ele ficou de outras leis, quanto maior forem 
os avanços, o desenvolvimento de jurisprudência poderão apresentar outros limites. 
30 
 
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