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Clostridium botulinum: Características do microrganismo: Bacilos Gram-positivos, formadores de esporos. São anaeróbios estritos, capazes de produzir toxinas (A,B,C1,C2, D, E, F e G) - Os tipos A, B, E e F são causadores de botulismo no homem. As cepas de C.botulinum são classificadas em quatro grupos (I, II, III, IV). Os limites mínimos de temperatura de multiplicação são 10°C para cepas do grupo I e 3,5°C para cepas do grupo II, e os limites máximos são 45-50°C e 40-45°C para os grupos I e II, respectivamente. O pH mínimo para multiplicação das cepas do grupo I varia entre 4,6-4,8 e para os demais grupos é 5. A concentração salina é um dos fatores importantes no controle de botulismo. A concentração de NaCl varia de 0,94 - 0,97 para cepas dos grupos I e II,respectivamente. Quando o sal é substituído por glicerol, é 0,91 - 0,94, respectivamente. Em relação ao potencial de óxido-redução, limites máximo de Eh é em torno de +200mV (alimentos com Eh superior a este valor não permitem a multiplicação e a produção de toxina C.botulinum. Ambiente: Amplamente distribuído na natureza, sendo o solo e o ambiente aquático seu habitat principal. Características da doença: Intoxicação causada pela ingestão de toxina pré-formadas nos alimentos. Botulismo alimentar: Causada pela ingestão de alimentos contendo neurotoxinas; Período de incubação: 12 a 36 horas, dependendo da quantidade de toxina ingerida. Sintomas: náuseas, vômitos, diarreia, fadiga, fraqueza muscular, alterações na visão, dificuldade de deglutição e de controle da língua, paralisia, parada respiratória, pode ser fatal. Botulismo de lesões: Causada pela proliferação e consequente liberação de toxinas em lesões infectadas com C.botulinum. Botulismo infantil: Causada pela ingestão de esporos de C.botulinum e subsequente germinação, multiplicação e toxigênese no intestino de crianças com menos de um ano de idade. Alimentos: Embutidos, enlatados, conservas, peixes, produtos cárneos (bovinos e aves), molhos a base de carne, mel, saladas e queijo frescal. Mecanismos de patogenicidade: As toxinas botulínicas apresentam ação neurotóxica, através do bloqueio da liberação do neurotransmissor nas junções neuromusculares. Os sistemas colinérgicos e adrenérgicos são afetados O mecanismo neurotóxico compreende três etapas: ligação da toxina aos sítios receptores na membrana pré-sináptica, mediada pela cadeia H; internalização da toxina, e, finalmente, o bloqueio da liberação do neurotransmissor. Após a internalização da toxina, não é mais possível bloquear seu efeito neurotóxico. Medidas de controle: As neurotoxinas de C.botulinum são termolábeis, sendo destruídas pelo aquecimento a 80°C durante 30 minutos ou a 100°C em poucos minutos. O congelamento e refrigeração, não tem qualquer efeito prático na destruição de células vegetativas, esporos ou neurotoxinas botulínicas. Listeria monocytogenes: Características do microrganismo: Bacilo Gram-positivo, não formador de esporo, anaeróbio facultativo. Apresenta crescimento na faixa de 2,5 - 44°C, embora existam relatos sobre o crescimento a 0°C. Listeria monocytogenes suporta repetidos congelamentos e descongelamentos. pH ótimo para crescimento entre 6-8, porém pode crescer em um faixa maior, entre 5-9. Ambientes com pH inferior a 4,5 e superior a 9,5 são hostis. Com relação a concentração de NaCl sobrevive em 10,5 e 13%, quando incubada a 37°C por 15 dias e 10 dias. A atividade de água ótima para seu crescimento é 0,97. OBS: Na indústria de carne, L. monocytogenes pode ser um problema, pois sobrevive aos níveis recomendados de nitrato de sódio e de cloreto de sódio. Ambiente: Amplamente disseminada na natureza, tanto o homem como animais e o ambiente servem como reservatório dessa bactéria. Características da doença: A sintomatologia é semelhante a da gripe, com diarreia, febre, fadiga, mal-estar, podendo haver ou não náuseas, vômitos, dores e diarréia. Nos casos de comprometimento do SNC, aparece meningite, encefalite e abscessos. Em mulheres grávidas, pode haver a invasão do feto e ocorrer aborto, parto prematuro. Quando um recém-nascido é infectado no momento do parto, os sintomas são de uma meningite. Período de incubação: um dia a algumas semanas. Alimentos: Leite, queijos, carnes, peixes, embutidos, produtos de origem vegetal. Mecanismo de patogenicidade: Entra pelo intestino humano no organismo, através das células epiteliais do ápice das microvilosidades, elas difundem-se não só para o interior desta célula como também de uma célula para a outra. Posteriormente são ingeridas por macrófagos, sem induzir uma resposta inflamatória significativa. Em seguida é capaz de produzir a listeriolisina, que é a responsável pela destruição dos macrófagos. Medidas de controle: Controle no local de processamento do alimento, limpeza dos equipamentos, evitar contaminação cruzada, cuidado na indústria. Salmonella: Características do microrganismo: Bacilos Gram-negativos não produtores de esporo. São anaeróbios facultativo. pH ótimo para multiplicação é próximo de 7, sendo os valores superiores a 9 e inferiores a 4 são bactericidas. A temperatura ideal para multiplicação é 35°C, sendo faixa de 5-47°C. Ambiente: Amplamente distribuídas na natureza, sendo o trato intestinal do homem e de animais o principal reservatório natural. Características da doença: Febre tifóide: Causada por Salmonella typhi; Febre entérica: Causada por Salmonella paratyphi; Enterocolites: Causadas pelas demais Salmonelas. Febre tifóide: Transmitida por água e alimentos contaminados com material fecal humano. Os sintomas são: septicemia, febre, diarréia e vômitos. Dura de uma a oito semanas. Febre entérica: Também é transmitida por consumo de água e alimentos, especialmente leite cru. Os sintomas são: septicemia, febre, vômitos e diarréia. Dura no máximo três semanas. Alimentos: Leite cru, queijos, ovos, saladas à base de ovos, sorvetes. Mecanismo de patogenicidade: Causadora da febre tifóide, das febres entéricas e das enterocolites. A infecção se inicia com a penetração nas células epiteliais intestinais, invasão da lâmina própria e entrada na corrente linfática, dessa forma esse microrganismo é então fagocitado por macrófagos e se multiplica, causando a destruição dos mesmos, com a liberação de inúmeras bactérias na corrente sanguínea, através do qual podem atingir diversos órgãos até se estabelecer uma infecção sistêmica. Medidas de controle: O calor é a forma eficiente para destruição de salmonelas nos alimentos.
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