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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ MIRIANY PAULA MENDES DE ANDRADE BALDUINO BRONCOPNEUMONIA: ESTÁGIO EM NUTRIÇÃO NO HOSPITAL ZONA SUL DE LONDRINA Londrina 2022 MIRIANY PAULA MENDES DE ANDRADE BALDUINO BRONCOPNEUMONIA: ESTÁGIO EM NUTRIÇÃO NO HOSPITAL ZONA SUL DE LONDRINA Trabalho apresentado ao Centro Universitário de Maringá, como requisito parcial à conclusão do Estágio em Nutrição. Professora: Letícia Paviani. Londrina 2022 INTRODUÇÃO O presente estudo foi baseado no caso de uma paciente interna do Hospital e Pronto Socorro Dr. Eulalino Ignácio de Andrade (Zona Sul de Londrina), situado na Rua das Orquídeas nº75 no Jardim Ouro Branco na cidade de Londrina, entre os dias 10 e 18/08/2022, período em que se desenvolveu a aplicação da teoria e prática dos conhecimentos adquiridos durante o decorrer do curso de Nutrição. Bem como a elaboração de um plano alimentar na alta hospitalar com orientações nutricionais, juntamente com pesquisas bibliográficas sobre o caso escolhido. A interna em questão encontrava-se acometida por Broncopneumonia, patologia que será apresentada no desenvolvimento do estudo, além de suas comorbidades pré- existentes relatadas na triagem nutricional sendo hipertensão, insuficiência cardíaca e asma, além de ser intolerante à lactose. Paciente M. G. M., sexo feminino, nascida em 19/02/1953, com 69 anos, tendo concluído o 4º ano do ensino fundamental, mora com sua filha e genro, tendo uma renda familiar de quatro salários mínimos, sendo um deles destinados à alimentação. Foi admitida no hospital em 10/08/2022, encaminhada do UPA (Unidade de Pronto Atendimento) ficando dois dias no Pronto Atendimento (PA), e transferida para o quarto no dia 12/08/22 onde foi realizada sua primeira triagem nutricional pelos estagiários, teve alta no dia 18/08/2022, seu período de acompanhamento nutricional foi de três dias. 1. HISTÓRIA CLÍNICA Segundo relato da acompanhante, a paciente em crise asmática procurou o UPA no dia 04/08/22 com quadro de dispneia, dessaturação e tosse, foi prescrito Azitromicina 500mg e liberada na consulta. Após cinco dias retornou ao UPA com piora da dispneia, sendo necessário ser encaminhada para o PA do Hospital para o uso de O2 suplementar. Após atendimento, seu diagnóstico médico principal foi de Broncopneumonia não especificada sendo necessário receber a administração endovenosa de antibiótico. Com os demais exames realizados, foi constatado uma Insuficiência Cardíaca, que até então era desconhecida. A paciente é hipertensa há 15 anos, asmática há 7 anos, iniciou o uso de medicamento para osteoporose há 2 anos e não soube informar desde quando apresenta intolerância à lactose. Devido a inflamação nas vias aéreas causadas pela Asma que as deixam inchadas e sensíveis, suscetíveis a doenças respiratórias como a broncopneumonia, que pode ser causada por um vírus, um fungo ou mesmo uma bactéria. Paciente relata mãe cardíaca, nega tabagismo e etilismo, dorme em média 7 horas por noite, deitando as 23horas e acordando por volta das 6 ou 7horas da manhã, atos fisiológicos presentes e não pratica atividade física. Seus medicamentos de uso contínuo são Losartana, Hidroclorotiazida, Furosemida, Alendronato, Clenil e Aerolin (quando está em crise asmática). 1.1 Medicamentos utilizados e prescritos: 1.1. Losartana 50mg – oral – A noite Princípio ativo: Losartana Potássica Função: indicado principalmente para tratar pressão alta e insuficiência cardíaca. Mecanismo de ação: Promove a dilatação dos vasos sanguíneos, facilitando a circulação do sangue, ocasionando uma diminuição da pressão arterial. Efeitos colaterais: Agravamento de funções renais em caso de desidratação, hipotensão, Hipercalemia, Hipotensão arterial e 4% dos pacientes apresentaram diarreia. Interação droga-nutriente: Sem interação significativamente importante. 1.2. Hidroclorotiazida 25mg – oral - Manhã Princípio ativo: Hidroclorotiazida Função: é indicada no tratamento do edema associado a insuficiência cardíaca congestiva, cirrose hepática, síndrome nefrótica, glomerulonefrite aguda e na terapêutica com corticosteróide e estrógenos. Indicada também na hipertensão arterial. Mecanismo de ação: Inibe a reabsorção de sódio e cloreto no ramo ascendente da alça de Henle e túbulos distais, aumentando a excreção urinária de sódio e cloretos; sua ação anti-hipertensiva é dependente da depleção do sódio, queda na resistência vascular periférica e redução do volume extracelular. Efeitos colaterais: A hidroclorotiazida é geralmente muito bem tolerada, mas eventualmente podem ocorrer as seguintes reações adversas: anorexia, desconforto gástrico, náuseas, vômitos, constipação, icterícia colestática, pancreatite, vertigens, parestesia, cefaleia, leucopenia, agranulocitose, trombocitopenia, anemia aplástica, anemia hemolítica, hipotensão ortostática (pode ser potencializada pelo álcool, barbitúricos ou narcóticos), púrpura, fotossensibilidade, urticária, erupção cutânea, reações anafiláticas. Interação droga-nutriente: Alimentos em geral aumentam a biodisponibilidade do fármaco 1.3. Furosemida 40mg – oral - Manhã Princípio ativo: Furosemida Função: Apresenta efeito diurético e anti-hipertensivo. Mecanismo de ação: A furosemida é um diurético de alça que produz um efeito diurético potente com início de ação rápido e de curta duração, bloqueando o sistema co-transportador de Na⁺K⁺2Cl⁻ localizado na membrana celular luminal do ramo ascendente da alça de Henle. Efeitos colaterais: Distúrbios metabólico e nutricional: distúrbios eletrolíticos, incluindo sintomáticos (variação de eletrólitos causando efeitos no organismo), desidratação e hipovolemia, especialmente em pacientes idosos, aumento nos níveis de creatinina e triglicérides no sangue. Hipotensão, incluindo hipotensão ortostática e aumento no volume urinário. Interação droga-nutriente: Alimentos em geral diminui a absorção do fármaco, por isso sua administração deve ser 1h antes das refeições. Aumenta a excreção renal do fósforo, vitaminas B1 e C. Inibe a reabsorção, aumenta a excreção urinária e diminui a nível sanguíneo o sódio. Aumenta a excreção urinária, diminui a nível sanguíneo o zinco e promove a diminuição de sua estocagem hepática. Inibe a reabsorção, aumenta a excreção urinária e diminui a nível sanguíneo do cloro. Diminui a nível sanguíneo e aumenta a excreção urinária do potássio, cálcio e magnésio. 1.4. Alendronato 70mg – oral – Manhã (semanalmente) Princípio ativo: Alendronato de sódio. Função: Tratamento da osteoporose em mulheres na pós menopausa. Mecanismo de ação: Inibidor específico da reabsorção óssea mediada pelos osteoclastos. Efeitos colaterais: O alendronato de sódio, assim como outros bifosfonatos orais, pode causar irritação local da mucosa do trato gastrintestinal superior. Interação droga-nutriente: Este medicamento deve ser ingerido pelo menos meia hora antes do primeiro alimento, bebida ou medicação do dia, somente com água. Outras bebidas e principalmente alimentos fonte de cálcio, ferro e magnésio reduzem a absorção do fármaco. 1.5. Clenil 250mcg – Inalação – 2 doses Princípio ativo: Dipropionato de beclometasona. Função: É um anti-inflamatório de ação local, que controla a inflamação dos brônquios, reduzindo o inchaço e a secreção exagerada de fluidos, evitando aos poucos o surgimento da falta de ar. Mecanismo de ação: O dipropionato de beclometasona exerce especificamente uma ação antireativa nos brônquios, reduzindo o edema e a hipersecreção e inibindo a formação do broncoespasmo. Efeitos colaterais: Pode ocorrer broncoespasmo paradoxal com aumento imediatode sibilos após dosificação. Ocasionalmente podem ocorrer infecções do tipo fúngico (candidíase) na cavidade oral e faringe e alguns pacientes podem apresentar rouquidão, perda de voz ou irritação da garganta. Interação droga-nutriente: Todos os pacientes tratados cronicamente com corticosteroides devem ingerir quantidades adequadas de cálcio e vitamina D deve ser maior que o normal a fim de evitar a osteoporose induzida pelo fármaco e restringir a ingestão do sódio, pois há um aumento da retenção de sódio e na excreção de potássio pelos rins. 1.6. Aerolin 100mcg – Inalação – Apenas em crise asmática Princípio ativo: Sulfato de salbutamol. Função: Atua no controle e prevenção dos espasmos (contrações) dos brônquios durante as crises de asma, bronquite crônica e enfisema. Mecanismo de ação: O salbutamol é um agonista seletivo dos receptores β2- adrenérgicos. Em doses terapêuticas, atua nos receptores β2-adrenérgicos da musculatura brônquica e tem pouca ou quase nenhuma ação nos receptores β1- adrenérgicos do músculo cardíaco. Efeitos colaterais: Podem ocorrer tremores; dores de cabeça; taquicardia, palpitações no coração; irritação na boca e na garganta; câimbras musculares. Interação droga-nutriente: Bebidas contendo xantinas (café, chá-verde, chocolates, colas, guaraná, mate) possuem um risco de sinergia no efeito estimulante sobre o sistema nervoso central. 1.7. Heparina 5.000UI – Subcutânea – 12h/12h Princípio ativo: Heparina sódica. Função: É indicado por suas ações anti-inflamatória, angiogênica e anticoagulante, para o tratamento de queimaduras de primeiro e segundo graus, com redução acentuada da dor e da necessidade de procedimentos especializados (banhos e desbridamentos), promovendo cicatrização mais rápida e menor quantidade de sequelas. Mecanismo de ação: Enquanto anticoagulante, a heparina prolonga o tempo de coagulação e favorece a fibrinólise. Além disso, dissolve trombos localizados e evita a formação de novos coágulos. A heparina acelera a absorção de coágulos sanguíneos e estimula a regeneração do tecido conjuntivo. Finalmente, produz vasodilatação e melhora a circulação sanguínea, combatendo manifestações de estase. Efeitos colaterais: Sangramento é o efeito adverso mais comum. Tratos digestivo e geniturinário sediam as hemorragias mais comuns, mas, algumas vezes, a queda inexplicável de hematócrito (porcentagem de glóbulos vermelhos no volume total de sangue) é a única manifestação. Sangramento de pequena monta em territórios críticos, como Sistema Nervoso Central (SNC) e adrenais, pode ter repercussão devastadora. Interação droga-nutriente: Aumento da perda de ferro. 1.8. Omeprazol 20mg – Oral - Manhã Princípio ativo: Omeprazol. Função: A administração diária do omeprazol em dose única via oral causa rápida inibição da secreção ácida gástrica. Mecanismo de ação: O omeprazol é um agente inibidor específico da bomba de prótons age por inibição da H⁺K⁺ATPase, enzima localizada especificamente na célula parietal do estômago e responsável por uma das etapas finais no mecanismo de produção de ácido gástrico. Efeitos colaterais: cefaleia, diarreia, constipação, dor abdominal, náusea, flatulência, vômito, regurgitação, infecção do trato respiratório superior, tontura, rash, astenia, dor nas costas e tosse. Interação droga-nutriente: Reduz a absorção do ferro e vitamina B12, provoca a diminuição de sódio, como deve ser ingerido em jejum, pode provocar diminuição de glicose. 1.9. Piperacilina 4g + Tazobactam 500mg – Intravenosa Princípio ativo: Piperacilina sódica + tazobactam sódico. Função: Infecção da pele e dos tecidos moles; infecção intra-abdominal; infecção pélvica (em mulheres); pneumonia; pneumonia hospitalar; septicemia Mecanismo de ação: A piperacilina inibe a síntese da membrana celular da bactéria; é bactericida. O tazobactam liga-se irreversivelmente à enzima betalactamase, impedindo assim a hidrólise do anel betalactâmico da penicilina. Efeitos colaterais: diarreia; náusea; constipação, dor de cabeça; insônia. Interação droga-nutriente: Hipocalemia 1.10. Dexametasona 4mg – oral Princípio ativo: Dexametasona. Função: Anti-inflamatórios e imunossupressores. Mecanismo de ação: faz parte da família dos glicocorticoides, sendo classificado como um anti-inflamatório esteroidal (AIEs). Eles têm uma ação anti- inflamatória devido a inibição da Fosfolipase A2, resultando na inibição de toda a cascata do ácido aracdônico, impedindo a formação da prostaglandina, tromboxano e dos leucotrienos. Efeitos colaterais: pode causar, com o uso crônico, osteoporose e osteonecrose, depressão, ansiedade e insônia, catarata, glaucoma, descamação, equimose, estrias, eritema facial, aumento de acne, hirsutismo, aumento da PA, aterosclerose prematura, arritmias, retenção de líquido, resistência a insulina, hiperlipidemia, supressão adrenal e síndrome de cushing, gastrite, ulcera péptica, esteatose, risco de infecções devido sua atividade imunossupressora. Interação droga-nutriente: Reduzem a absorção Vitaminas A, C, B6, ácido fólico, Ca, K, P e Mg. Também aumentam a excreção de Vitaminas C, B6, K, Zn e tiamina. 1.11. Prednisona 20mg – oral Princípio ativo: Prednisona Função: indicado para o tratamento de várias doenças endócrinas, osteomusculares, reumáticas, do colágeno, dermatológicas, alérgicas, oftálmicas, respiratórias, hematológicas, neoplásicas e outras que respondam ao tratamento com corticosteroides. Mecanismo de ação: Altera os fatores de transição inibindo ou ativando genes levando à diminuição da resposta imunológica. Efeitos colaterais: fragilidade da epiderme, ganho de peso, maior risco de infecções e lesões, hipertensão, hiperglicemia e dislipidemia. Interação droga-nutriente: Prejudica o transporte de cálcio, levando a má absorção. Além disso, o cálcio diminui a absorção da prednisona. Aumenta a excreção urinária do zinco e vitamina C, provoca deficiência de fosfato, interfere no metabolismo hepático e bloqueia o metabolismo renal da vitamina D. Deve ser ingerida com alimentos para diminuir as alterações do TGI (trato gastrointestinal). 1.12. Sacchoromyces Boulardii 100mg – oral Princípio ativo: Saccharomyces boulardii Função: Como probiótico, tem sido utilizada para o tratamento de diferentes tipos de diarreias. Mecanismo de ação: é uma levedura não patogênica que tem demonstrado potencial probiótico, uma vez que se apresenta termotolerante e resistente à ação dos sucos gástricos, entérico e pancreático. Efeitos colaterais: constipação e flatulência. Interação droga-nutriente: Não foram encontradas interações. 2. JUSTIFICATIVA A paciente foi escolhida por apresentar Broncopneumonia, patologia de internação, mais três comorbidades pré-existentes: hipertensão; asma e insuficiência cardíaca, requisitos mínimos exigidos para o estudo de caso. Com o acompanhamento diário, a terapia nutricional ofertada de maneira correta pode ajudar essa paciente nos diferentes estágios clínicos da doença. 3. PATOLOGIAS DO PACIENTE A paciente possui uma condição clínica multifatorial denominada Hipertensão arterial sistêmica (HAS), caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos. Seus principais fatores de risco incluem: hereditariedade, idade, raça, obesidade, estresse, vida sedentária, álcool, sexo, anticoncepcionais e alta ingestão de sódio (BRASI, 2018). Diagnosticada com asma, na qual é uma doença que acomete os pulmões, acompanhada de uma inflamação crônica dos brônquios, sendo caracterizado por um processo que afeta todo o organismo e não somente as vias aéreas inferiores, aumentando a produção de secreções prejudicando a passagem de ar (BARBOSA, 2017). Já a insuficiência cardíaca é explicada como uma síndrome clínica caracterizada pela incapacidade do coração de atuar adequadamente como bomba, querseja por déficit de contração e/ou de relaxamento, comprometendo o funcionamento do organismo (FREITAS, 2017). A broncopneumonia é um processo inflamatório das vias aéreas, no qual compromete os mecanismos de defesa do trato respiratório, favorecendo o crescimento de organismos patogênicos. Segundo levantamentos da OMS, ela é responsável pela morte de cerca de 1,6 milhão de pessoas anualmente, é a principal causa de óbitos por causas infecciosas em menores de 5 anos e entre os idosos. Ela atinge o parênquima pulmonar, envolvendo os bronquíolos, os brônquios e, ocasionalmente, a pleura, existem fatores predisponentes que podem estar relacionados à patologia, como o estilo de vida, fatores ambientais e ocupacionais, doenças crônicas e debilitantes, imunodeficiências e intervenções médicas. Apresenta como manifestações clínicas a febre, tosse, dor torácica e dispneia (PINHEIRO, 2018). Embora não diagnosticada, a paciente apresenta nanismo hipofisário devido a sua estatura de 130cm, pacientes que possuem esse tipo de nanismo apresentam membros (braços e pernas) proporcionais ao restante de seu corpo, por isso a patologia também é conhecida por nanismo proporcional sendo uma condição física decorrente de insuficiência do lobo anterior da hipófise, na fase de crescimento, produzindo caquexia, atrofia adiposo genital e parada no crescimento, resultado da deficiência da produção do hormônio de crescimento (GH) (SILVA, 2004). 4. TERAPIA NUTRICIONAL DAS PATOLOGIAS Por se tratar de doenças e comorbidades que levam a acúmulo de líquido nos pulmões e no organismo como um todo, a orientação de restrição de ingesta de sal e líquidos para os pacientes sintomáticos é parte fundamental para alívio dos sintomas. Além da restrição do sódio, a adoção de padrões alimentares saudáveis tem sido associada à redução da pressão arterial. Muito se utilizam as dietas DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension) e a dieta do Mediterrâneo, que são ricas em frutas, verduras, legumes, grãos, laticínios desnatados, cereais integrais e pobres em carnes vermelhas, gorduras saturadas e alimentos industrializados (OLIVEIRA, 2022). No controle da asma a alimentação também tem um papel importante, pois a ingestão de alguns alimentos pode melhorar os sintomas, mostrando que alimentos que são fontes de antioxidantes exógenos encontrados em alimentos avermelhados, alaranjados e amarelados, como cenoura, tomate, laranja, pêssego, abóbora; e em vegetais verde-escuros, como brócolis, ervilha e espinafre, podem ter efeito protetor contra a asma. Logo, uma dieta saudável reduz os sintomas da asma, pois a ingestão dessas fontes diminui o poder oxidativo, consequentemente inibe o processo inflamatório dos pulmões (BARBOSA, 2017). 5. AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Avaliação antropométrica • Peso atual: 66kg – Peso Ajustado: 50kg • Altura: 1,30cm • CB: 34cm • CP: 36cm • AJ: 35cm IMC = P/A² = 39,1kg/m² Peso Ideal (Médio) = Altura² x IMC (médio) = 1,30² x 26 = 44kg Peso ajustado = (peso atual – peso ideal) x 0,25 + peso ideal PA = (66-44) x 0,25 + 44 = 50kg TMB = 655 + (9,6 x P) + (1,8 x Alt.) – (4,7 x idade) TMB = 813kcal/dia (com peso ajustado) VCT = TMB x FI x FA x FT VCT = 813 x 1,2 x 1,3 x 1,0 VCT = 1.268kcal/dia Regra de bolso: 66kg x 18 = 1.188kcal/dia O volume calórico total da paciente apresentou um valor baixo devido a sua patologia de nanismo hipofisário. Exame físico Paciente fazendo uso de Oxigênio suplementar, dispneia dificultando sua deambulação e fala, hipogeusia e fraqueza motora. Pele com aspecto normal, sem edema e quantidade de gordura acima do normal. Exames laboratoriais Tabela 1 – Exames laboratoriais Exames Data 10/08/22 Valor de Referência Alterado Alanina Aminotransferase (ALT ou TGP) 25 U/L Até 31 U/L Não Aspartato Aminotransferase (AST ou TGO) 22 U/L Até 31 U/L Não Basófilos 0% 0 a 2% Não Concentração de HCM (CHCM) 33,3g 31,5 a 36 g Não Creatinina 1,052mg/dL 0,5 a 1,2mg/dL Não Eosinófilos 0% 0 a 8% Não Hemácias (eritrócitos) 4,15 μL 4,2 a 5,4/μL Sim Hematócrito 39,6% 37 a 47% Não Hemoglobina 13,2 g/dL 12 a 16g/dL Não Hemoglobina Corpuscular Média (HCM) 31,7pg 27 a 34 pg Não Leucócitos 6.860mcl 4.500 a 10.000mcl Não Linfócitos 28% 8 a 43% Não Monócitos 9% 4 a 12% Não Neutrófilos 63% 43 a 72% Não Plaquetas 222.000 150.000 a 400.000 Não Proteína C-reativa (PC-R) 4,98mg/dL <5mg/dL Não Sódio 136mEq/L 136 a 145mEq/L Não Ureia 54mg/dL 15 a 45mg/dL Sim Veloc. Hemossedimentação (VHS) 42 30 mm/h Sim Volume corpuscular médio (VCM) 95,3 fL 82,0 a 101,0 fL Não Diagnóstico nutricional Paciente com Obesidade grau II de acordo com a classificação do IMC, segundo a OMS (1977), com reserva aumentada de tecido adiposo, principalmente em região central. Apresenta uma alimentação desequilibrada, com alto conteúdo energético e de carboidratos simples e baixa quantidade e frequência de alimentos-fonte de fibras, vitaminas e minerais. Seus exames laboratoriais encontram-se com o valor das Hemácias baixo, podendo ser causado por vários tipos de anemia, a Ureia, pela idade ser superior a 40 anos a possível causa é o catabolismo elevado (infecções e uso de corticosteroides). Alterações no índice de referência do VHS indicando quadros inflamatórios ou infecciosos. 6. RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS PARA O PACIENTE Tabela 2 - Recomendações nutricionais para paciente Nutriente Recomendações gerais Recomendações ao paciente Referência Sódio 1.5 g- (2.3 g) 1,5g RDA/DRIs Cálcio 1200mg 1200mg/d RDA/DRIs Ferro 8 mg 8mg RDA/DRIs B12 2mcg 2mcg RDA/DRIs Fibras 21g 21g RDA/DRIs Fósforo 700mg 700mg RDA/DRIs Potássio 4.700mg 4.700mg RDA/DRIs 7. ACOMPANHAMENTO E CONDUTAS NUTRICIONAIS 12/08/2022 – Paciente relata consumo de 30% da dieta branda hipossódica, atos fisiológicos presentes, baixa ingestão hídrica (250ml) e preferência por sopa no jantar, sugere-se suplemento hiperproteico para complementar o aporte de macronutrientes diário. Segue em acompanhamento. 15/08/2022 – Paciente relata melhora na aceitação da dieta e no consumo hídrico (1000ml), evacuação líquida 4x ao dia desde domingo, consumo de 50% do suplemento. Sugere-se simbiótico para auxiliar na flora intestinal e ajuste para dieta obstipante. Segue em acompanhamento. 16/08/2022 – Paciente manteve consumo da dieta branda obstipante em 50%, evacuação permanece líquida, porém não soube informar a quantidade de vezes de evacuação, baixo consumo hídrico e consumo de 50% do suplemento com probiótico. Segue em acompanhamento. 8. DESCRIÇÃO DO RECORDATÓRIO 24H DO HOSPITAL • Desjejum 165 ml de Chá mate 1 Pão de leite • Colação 1 Banana pequena • Almoço 1 colher de arroz 1 colher de feijão 2 colheres de carne 2 colheres de abobrinha • Lanche 165 ml de chá mate 1 Pão de leite • Jantar 50% da marmita de sopa Tabela 3 - Dieta Branda Hipossódica Nutriente Valor do Recordatório Valor Prescrito ao Paciente Referência Utilizada % de Adequação VCT 602kcal 1.268kcal Diretrizes SBD 2019-2020 47% CHO 309,2 kcal 760,80kcal Diretrizes SBD 2019-2020 41% 81,6g 190g 43% 51,40% 60% 86% PTN 163,2kcal 278,96kcal Diretrizes SBD 2019-2020 58% 40,8g 70g 58% 27,10% 22% 123% LIP 129,6kcal 228kcal Diretrizes SBD 2019-2020 57% 14,4g 25g 58% 21,50% 18% 119% FIBRAS 7,3g 21g RDA/DRIs 35% SÓDIO 326,2mg 1.500mg RDA/DRIs 22% CÁLCIO 101,6mg 1200mg/d RDA/DRIs 8% FERRO 3,7mg 8mg RDA/DRIs 46% B12 1,3mcg 2mcg RDA/DRIs 65% FÓSFORO 344,5mg 700mg RDA/DRIs 49% POTÁSSIO 764,7mg 4.700mg RDA/DRIs 16% Paciente apresentou baixa aceitação da dieta Branda/Hipossódica, mesmo sendo hipertensa e com disfagia. Quando o ingerido é menor que as necessidades diárias e este déficit está tendo impacto noestado nutricional, aconselha-se mudanças na alimentação para melhorar a cobertura das necessidades energética e protéica. Por seu resultado de exame constar baixa quantidade de hemácias, os micronutrientes ferro e B12, estão bem abaixo do recomendado. Devido o uso crônico com corticosteroides, deve-se ingerir quantidades adequadas de cálcio, fósforo e vitamina D a fim de evitar a osteoporose induzida e restringir a ingestão do sódio, pois além da hipertensão, há também um aumento da retenção de sódio e na excreção de potássio pelos rins causado pelo uso contínuo do fármaco. A acompanhante relatou que a paciente não tem o hábito de ingerir muita comida in natura nas refeições, prefere mais os ultraprocessados, mesmo com suas patologias apresentadas. Por ser intolerante à lactose, ao acordar toma um café e come pão com manteiga, quando sente fome antes do almoço, consome uma banana. No almoço come um pouco de arroz com feijão, carne ou ovo, salada de pepino ou tomate e um refogado ou cozido no vapor e no restante do dia come bolachas, bolos, salgadinhos, lanches, pizza, nunca repete o almoço no jantar. Gosta de suco de uva integral, ás vezes consome iogurte e não utiliza aveia, pois causa diarreia. 9. ALTA HOSPITALAR Foi elaborado no dia da alta da paciente, orientações gerais e específicas com base em suas patologias e nos dados fornecidos pela mesma. Dispondo também de um plano alimento adequado à sua realidade social e com pequenas mudanças em sua rotina. Também foi orientada a procurar o ambulatório de clínica de nutrição da Unicesumar para consulta e acompanhamento. 10. DISCUSSÃO Com o acompanhamento diário da paciente, foi notória a baixa aceitação da dieta Branda/Hipossódica, apesar das orientações dadas ressaltando a importância da alimentação na melhora do quadro hospitalar, a paciente pouco ingeria da dieta e mantinha uma baixa ingestão hídrica. Adicionando o suplemento para aumentar o aporte calórico, começou a melhorar sua disfagia, facilitando a deambulação para as necessidades básicas. Porém devido o uso de antibióticos para tratar da Broncopneumonia, alterou seus atos fisiológicos causando diarreia, outro quadro comum em hospitais, mais uma vez foi ajustado à dieta para obstipante e adicionado simbióticos no auxílio da flora intestinal. Feito isso, foi mantido o estado nutricional da paciente; adequado o consumo alimentar às suas necessidades nutricionais, de acordo com suas patologias e condição clínica e com orientações e suporte para o autocuidado. 11. CONCLUSÃO O estágio permite ao aluno no atendimento nutricional aos pacientes, que a alimentação é um recurso terapêutico nas doenças e na reabilitação nutricional dos mesmos. Proporciona desenvolver e manejar protocolos de cuidado nutricional adequados, considerando os mecanismos fisiopatológicos das doenças e sua relação biopsicossocial. 12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, D. M. Análise das possíveis interações farmacológicas e nutricionais em pacientes geriátricos do Hospital das Clínicas, UFPE. 2018. Disponível em < https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/27685>. Acesso em agosto de 2022. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Bulário eletrônico. Disponível em: < https://consultas.anvisa.gov.br/#/bulario/>. Acesso em agosto de 2022. BARBOSA A. S. O papel da alimentação no tratamento da Asma. Revista Campo do saber. v. 3. p. 21-23. 2017. BRASIL. Linha de cuidado hipertensão arterial sistêmica: manual de orientação clínica. São Paulo (Estado): Secretaria da Saúde, 2018. FREITAS A. K. E.; CIRINO, R. H. D. Manejo ambulatorial da insuficiência cardíaca crônica. Revista Médica da UFPR, v. 4, n. 3, p. 123-136, 2017. LOPES E. A. Interações fármaco-alimento/nutriente potenciais em pacientes pediátricos hospitalizados. Revista Ciências Farm. Básica Apl., p.131-135. 2013. 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ANEXOS Anexo 1 - Recordatório 24h Hospital Anexo 2 - Plano Alimentar Anexo 3 – Questionário Alimentar < 1 x mês 1 x a cada 15 dias 3 x na semana 4 - 6 X na semana Todos os dias Carne x Leites e derivados x Frutas x Verduras x Legumes x Doces x Pães x Arroz/feijão x Frituras x Industrializados x Ovos x Anexo 4 – Orientações para Alta Hospitalar Orientação nutricional para HIPERTENSÃO A Hipertensão Arterial (HA) é uma doença multifatorial caracterizada por elevados níveis da pressão arterial. Quando não controlada a HA pode desencadear alterações nos rins e coração, além de aumentar o risco de infarto e acidente vascular cerebral (derrame). ALIMENTOS QUE DEVEM SER EVITADOS ● Doces e alimentos ricos em açúcar; ● Produtos industrializados como biscoitos recheados, refrigerantes, achocolatados e massas prontas para bolos; ● Alimentos ricos em farinha branca, como biscoitos, macarrão e pão branco; ● Alimentos ricos em gordura saturada, como carnes vermelhas ricas em gordura, salsicha, linguiça, bacon; ● Bebidas alcoólicas. ALIMENTOS PERMITIDOS: ● Frutas; ● Legumes e verduras; ● Grãos integrais, como aveia, farinha de trigo integral, arroz integral e quinoa; ● Leite e derivados desnatados; ● Gorduras boas, como castanhas, amendoim, nozes, avelãs e azeite de oliva; ● Carnes magras, de preferência peixes, frango e cortes magros de carnes vermelhas. OBSERVAÇÕES ● Evitar ingerir bebidas alcoólicas; ● Ingerir 2 a 3 litros de água por dia; ● Reduzir o consumo de sal e de alimentos ricos em sódio, como cubos de caldo de carne, salsicha, linguiça, sopas em pó e comida pronta congelada; ● Evite alimentos gordurosos, fritos e empanados; ● Retire a gordura aparente das carnes e a pele do frango; ● Prefira preparar os alimentos grelhados, cozidos ou assados. ● Prefira leite ou derivados desnatados. REFERÊNCIAS BARROSO W. K. S. et al. Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. 2020. Disponível em: http://abccardiol.org/wp-content/uploads/2020/11/DBHA- 2020.x64000.pdf. Acesso em: 08 jul. 2022. Rodrigues L. de L.; Pacheco Celestino I. T.; Mendes Rocha A.; Mendes Rocha B.; Wajnsztok BrasileiroI.; Mattuella Debenetti M.; Callegari Peraro N.; Araújo VieiraS. O uso da dieta DASH (DietaryApproaches to Stop Hypertension) para manejo da
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