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• É um mecanismo de defesa essencial para a proteção das vias respiratórias contra os efeitos prejudiciais de substâncias nocivas inaladas e para facilitar a drenagem das secreções das vias respiratórias e dos pulmões *Nem sempre a tosse tem função de defesa!!! Pode ser apenas manifestação reflexa* • O período e o tipo de expectoração podem auxiliar no diagnóstico *Bronquite e bronquiectasia: tosse e expectoração mais matutinas* *Insuficiência cardíaca, portadores de abscesso de pulmão e no refluxo gastresofágico: tosse noturna com discreta expectoração* • Estímulos mecânicos: Poeira, secreções, inflamação, fumaça... • Estímulos químicos: Gases e vapores irritantes • Estímulos térmicos: Frio ou calor excessivo • Sinusite, amigdalite, tuberculose pulmonar, alergia, medicamentos, pneumonia... • Tosse seca ou improdutiva: aquela que não se acompanha de expectoração (fase inicial das vias respiratórias, alergia respiratória, ansiedade...) • Tosse úmida ou produtiva: acompanhada de expectoração, que pode ser mucosa, purulenta, hemoptoica • Tosse com expectoração hemoptoica: ocorre em pacientes com pneumonia, câncer broncopulmonar, tuberculose, bronquiectasia, infarto pulmonar) • Tosse quintosa: surge em acessos (infecções respiratórias -como coqueluche, compressão mediastínica, corpos estranhos nos brônquios e asma brônquica) • Tosse bitonal: manifesta-se em 2 tons (Indica paresia ou paralisia das coras vocais) • Tosse metálica: lembra ruído de ar passando em um tubo metálico (compressão extrínseca da traqueia) • Tosse rouca: observada nas afecções da laringe (inflamação, tumores, ulcerações, espasmo e paralisia das cordas vocais). É comum nos tabagistas, acompanhada de expectoração escassa • Tosse nervosa: é aquela em que não se encontra orgânica, relacionada com momentos de tensão ou emoções. Piora com a tensão e melhora ou desaparece durante o sono • Tosse aguda: duração < 21 dias → Costuma estar relacionada com infecção respiratória, aspiração ou inalação de substâncias irritantes do sistema respiratório • Tosse subaguda: 3-8 semanas → Geralmente relacionada com inflamação persistente por um episódio de traqueobronquite • Tosse crônica: > 8 semanas → Pode ser causada por muitas doenças pulmonares e cardíacas *Bronquite crônica relacionada como tabagismo é uma causa comum* Tosse-raciocínio clínico • Tosse inefetiva: pode predispor a infecções respiratórias graves por dificuldade em eliminar secreções respiratórias inferiores • Dados importantes da história: → Desencadeantes para o início da tosse → Determinantes de aumento ou diminuição da tosse e produção de escarro → Sintomas de doença nasofaríngea: gota pós-nasal, espirros e rinorreia → Uso de inibidores da ECA: podem causar tosse muito tempo após o início do tratamento • Exame físico: → Avaliar sinais de doenças cardiopulmonar, incluindo sons respiratórios anormais e baqueteamento digital → Realizar exame das vias nasais, da parede faríngea posterior, dos canais auditivos e das membranas timpânicas • Avaliação laboratorial: → Radiografia de tórax → Espirometria com teste com broncodilatador → avalia a reversibilidade da obstrução ao fluxo aéreo *Em caso de espirometria normal: pode ser usado o teste de desafio com metacolina para avaliação de asma* → O escarro deve ser enviado para culturas bacterianas de rotina *Citologia do escarro: pode revelar células malignas em caso de câncer de pulmão e eosinófilos * → Sons para medir o pH esofágico e avaliar DRGE → Tomografia de tórax: deve ser considerada em pacientes com radiografia de tórax normal, que não melhoram com o tratamento • Musculoesqueléticas: fratura de costela, hérnia inguinal, eventração da parede abdominal • Pleuropulmonares: enfisema subcutâneo, pneumotórax • Cardiovasculares: hipotensão arterial, hipertensão venosa, bradicardia • Sistema nervoso central: síncope • Afastar fatores irritantes • Suspender medicamentos suspeitos • Umidificar as vias respiratórias • Tratar a doença de base • KASPER, Dennis L. Medicina interna de Harrison. 19 ed. Porto Alegre: AMGH Editora, 2017. • Clínica Médica na Prática Diária, por Celmo Celeno Porto