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Histórico e normas relacionadas à confiabilidade

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CONFIABILIDADE 
DE SISTEMAS
Aline Morais da Silveira
Histórico e normas 
relacionadas à 
confiabilidade
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Reconhecer os marcos históricos do desenvolvimento da análise de 
confiabilidade como um método científico.
  Identificar as normas brasileiras relacionadas à confiabilidade.
  Aplicar as normas internacionais à área de confiabilidade.
Introdução
Com o desenvolvimento histórico da confiabilidade, a busca por produtos 
e serviços de maior qualidade e padronização despertou a necessidade de 
normalização nas mais diversas aplicações. As normas técnicas permitem 
o atendimento a requisitos de qualidade, desempenho, segurança, meio 
ambiente, entre outros.
Neste capítulo, você vai estudar os marcos históricos do desenvol-
vimento da análise de confiabilidade, bem como as principais normas 
brasileiras e internacionais relacionadas à confiabilidade.
Marcos históricos do desenvolvimento 
da confiabilidade
Fogliatto e Ribeiro (2009) e Lafraia (2014) apresentam a evolução histórica da 
confi abilidade, destacando que a aplicação desse conceito teve início aproxi-
madamente após o término da Primeira Guerra Mundial, com a expansão da 
indústria aeronáutica, medindo o número de acidentes por horas de voo em 
aviões com um, dois ou quatro motores. Na década de 1940, ocorreu o desen-
volvimento de teorias matemáticas relacionadas aos problemas, e também 
surgiram as primeiras tentativas de melhoria de qualidade em conjunto com 
a manutenção preventiva.
Após a Segunda Guerra Mundial, na Alemanha, a confiabilidade foi utili-
zada no desenvolvimento e na análise de mísseis, pois os protótipos falhavam 
quando testados. Nesse período, o matemático Robert Lusser propôs a lei da 
probabilidade de um produto com componentes em série, estabelecendo que 
a confiabilidade de um sistema em série é igual ao produto das confiabilidades 
de suas partes componentes, o que faz com que sistemas em série com muitos 
componentes tenham sua confiabilidade reduzida. 
Entre as décadas de 1950 e 1960, os norte-americanos, motivados pela 
Guerra Fria, começaram a focar no desenvolvimento de mísseis intercon-
tinentais e missões espaciais, avançando na área da confiabilidade. Na 
década de 1960, foi divulgada a teoria da análise de árvore de falhas, 
assim como diversas publicações sobre o assunto. Em 1963, nos Estados 
Unidos, foi criada a primeira associação de engenheiros de confiabilidade 
e o primeiro periódico para divulgação de trabalhos nessa área. O grande 
blackout (apagão) de 1965, nos Estados Unidos, resultou no impulso da 
aplicação de confiabilidade no projeto e na expansão dos sistemas de 
energia elétrica.
A análise de árvore de falhas (FTA, do inglês fault tree analysis) é um procedimento 
dedutivo que busca identificar, a partir de uma ocorrência indesejável (falha), as suas 
possíveis causas, verificando a probabilidade de ocorrência e os conjuntos mínimos 
de fatores que podem levar a essa falha, conforme leciona Stonner (2015).
Na década de 1970, o estudo da confiabilidade foi bastante utilizado na 
construção e operação de usinas nucleares, ampliando, posteriormente, para 
a aplicação nas mais diferentes áreas, como análises de risco e segurança, 
qualidade, otimização da manutenção, proteção ambiental, projeto de pro-
dutos, entre outros. Também surgiram os primeiros modelos de análise de 
confiabilidade em programas computacionais.
A partir do início da década de 1980, foram implantadas definitivamente 
as técnicas de análise da confiabilidade em diversos setores de engenharia 
Histórico e normas relacionadas à confiabilidade2
e, com isso, houve a disseminação de normas buscando padronização, qua-
lidade e confiabilidade.
Normas
De acordo com a International Organization for Standardization (ISO), norma 
é um documento estabelecido por consenso e aprovado por órgão reconhecido, 
que defi ne regras, diretrizes ou características para atividades e seus resultados, 
com o objetivo de atingir um ótimo grau de ordem em determinado contexto.
Segundo o Sebrae (2016, documento on-line):
[...] as normas técnicas estabelecem as expectativas em relação a um produto, 
processo, serviço ou sistema de gestão, quanto a requisitos de qualidade, de 
desempenho, de segurança, ambientais, de procedimentos, de formas, de dimen-
sões, de classificações e de terminologias, cuja observância não é obrigatória.
O alcance geográfico, político ou econômico da normalização pode ser:
  uma empresa específica, sendo, então, denominada normalização 
empresarial;
  um país específico, sendo, assim, denominada normalização nacional;
  uma região geográfica, econômica ou política do mundo, sendo, nesse 
caso, denominada normalização regional;
  vários países do mundo, sendo denominada, então, normalização 
internacional.
Entre a normalização empresarial e a nacional podem haver outros níveis 
de normalização, como:
  normas setoriais ou de associações, compostas por entidades de classe 
ou representativas de setores produtivos, que são válidas para o conjunto 
de empresas a elas associadas.
  grupos de empresas que formam consórcios e elaboram normas para 
determinados empreendimentos.
Os níveis da normalização podem ser representados por uma pirâmide, 
como a da Figura 1.
3Histórico e normas relacionadas à confiabilidade
Figura 1. Níveis de normalização.
Fonte: Adaptada de ABNT ([2014]).
Alguns exemplos de órgãos normalizadores internacionais, regionais, 
nacionais e de associações são apresentados no Quadro 1.
Internacional
ISO — International Organization for Standardization (Organização Internacional 
de Normalização)
IEC — International Eletrotechnical Comission (Comissão Eletrotécnica Internacional)
ITU — International Telecommunication Union (União Internacional de 
Telecomunicações)
Regional
COPANT — Comissão Panamericana de Normas Técnicas
AMN — Associação Mercosul de Normalização
CEN — Comitê Europeu de Normalização
Quadro 1. Órgãos normalizadores
(Continua)
Histórico e normas relacionadas à confiabilidade4
Conforme o Sebrae (2016), o uso de normas traz os benefícios a seguir.
  Economia: redução da variedade de produtos e procedimentos, resul-
tando em economia de recursos empregados.
  Comunicação: meios mais eficientes para a troca de informações, 
aumentando a confiabilidade das relações comerciais e de serviços.
  Segurança: proteção da vida humana e da saúde.
  Simplificação: redução da variedade de procedimentos e tipos de 
produtos.
  Proteção ao consumidor: ampliação da qualidade de produtos e ser-
viços, defendendo os interesses dos consumidores e cidadãos.
  Desenvolvimento sustentável: desenvolvimento de métodos para ava-
liação de impactos ambientais, sociais e econômicos e ferramentas para 
redução dos efeitos desses impactos.
  Eliminação de barreiras técnicas e comerciais: evita a existência 
de regulamentos conflitantes em diferentes países, facilitando o inter-
câmbio comercial.
Nacional
ABNT — Associação Brasileira de Normas Técnicas
AFNOR — Association française de normalisation (Associação Francesa de 
Normalização)
AENOR — Asociación Española de Normalización y Certificación (Associação 
Espanhola de Normalização e Certificação)
DIN — Deutsches Institut für Normung (Instituto Alemão para Normatização)
BSI — British Standard Institute (Instituto Britânico de Normas)
JIS — Japanese Industrial Standards Committee (Comitê Japonês de Padrões 
Industriais)
Associação
ASTM — American Society for Testing and Materials (Sociedade Norte-
Americana para Testes e Materiais)
API — American Petroleum Institute (Instituto Norte-Americano de Petróleo)
ASME — American Society of Mechanical Engineers (Sociedade Norte-
Americana de Engenheiros Mecânicos)
SAE — Society of Automotive Engineers (Sociedade de Engenheiros 
Automotivos)
Quadro 1. Órgãos normalizadores
(Continuação)
5Histórico e normas relacionadas à confiabilidade
No catálogo da ABNT, disponívelno link abaixo, algumas normas internacionais, regio-
nais, nacionais e de associações podem ser adquiridas e consultadas.
https://goo.gl/4GwNux
Normas brasileiras
A ABNT é o órgão responsável pela normalização técnica no Brasil, reco-
nhecida por lei como o único fórum nacional de normalização. Atualmente 
existem muitas normas em vigor, sendo que muitas delas são relacionadas à 
confi abilidade para as mais diversas aplicações, como as listadas a seguir.
  ABNT NBR 5462:1994: Confiabilidade e mantenabilidade.
  ABNT NBR ISO 18829:2018: Gerenciamento de documentos — Ava-
liação das implementações de GCC/GEDDA — Confiabilidade.
  ABNT NBR ISO 20815:2017: Indústrias de petróleo, petroquímica e 
gás natural — Garantia da produção e gestão da confiabilidade.
  ABNT NBR ISO 14224:2011: Indústrias de petróleo e gás natural — 
Coleta e intercâmbio de dados de confiabilidade e manutenção para 
equipamentos.
  ABNT NBR IEC 62660-2:2015: Células de lítio-íon secundárias para 
propulsão de veículos elétricos rodoviários — Parte 2: Ensaios de con-
fiabilidade e abuso.
  ABNT NBR 15808:2017: Extintores de incêndio portáteis.
  ABNT NBR 15809:2017: Extintores de incêndio sobre rodas.
  ABNT NBR 16324:2014: Talhas de corrente com acionamento manual 
— Requisitos e métodos de ensaios.
  ABNT NBR 15747-1:2009 e ABNT NBR 15747-2:2009: Sistemas 
solares térmicos e seus componentes — Coletores solares — Parte 1: 
Requisitos gerais e Parte 2: Métodos de ensaio.
  ABNT NBR ISO 12510:2007: Máquinas rodoviárias — Operação em 
manutenção — Diretrizes para mantenabilidade.
  ABNT NBR ISO 9000:2015: Sistemas de gestão da qualidade — 
Fundamentos e vocabulário.
Histórico e normas relacionadas à confiabilidade6
Quando, após a sigla NBR, há a sigla de outro órgão normalizador (como ISO ou IEC), 
significa que essa norma brasileira possui uma norma internacional correspondente, 
com o mesmo número.
As normas sofrem constantes revisões e alterações, o que faz com que, 
muitas vezes, algumas sejam canceladas por não estarem adequadas à um 
novo contexto, por não terem mais aplicação, por a sua norma equivalente 
em outro país ter sido cancelada, entre outros motivos.
NBR 5462 — confiabilidade e mantenabilidade
Das normas brasileiras relacionadas à confi abilidade, a NBR 5462 é a mais 
generalista. Ela defi ne os termos relacionados à confi abilidade e à mante-
nabilidade, trazendo defi nições em nível descritivo e/ou acompanhadas de 
expressões matemáticas. Entre os conteúdos apresentados, estão (ABNT, 1994):
  conceitos básicos;
  desempenho relativo ao item;
  defeitos, falhas, panes, erros;
  estados de um item;
  termos relacionados à manutenção;
  tempos relacionados à manutenção, com o estado de um item, e às 
medidas de desempenho de confiabilidade;
  medidas de disponibilidade, confiabilidade, mantenabilidade e do su-
porte de manutenção;
  conceitos relativos a ensaios, projetos, análises e sobre dados;
  processo de melhoria;
  qualidade de medidas.
A norma também conta com três anexos, em que são apresentadas:
  relações entre os conceitos de defeito, falha e pane;
  lista de símbolos e abreviações;
  lista de equivalências dos termos técnicos relacionados à confiabilidade 
e à mantenabilidade em português, inglês e francês.
7Histórico e normas relacionadas à confiabilidade
Normas internacionais
Algumas das normas nacionais relacionadas à confi abilidade citadas ante-
riormente são baseadas em normas internacionais, como normas da ISO e 
da IEC. O escopo da ISO sobre normalização está estabelecido em todos os 
campos do conhecimento, exceto em normas da área de engenharia eletrônica 
e elétrica, que são responsabilidade da IEC.
No Brasil, a família de normas ISO 9000 é bastante conhecida. São normas 
que foram criadas em 1987 e que possuem como base normas britânicas da 
qualidade (BS-5750) e experiências de especialistas de diversos países.
Alguns fatores provocam a obsolescência das normas, como a evolução tecnológica, 
novos métodos e materiais, novos requisitos de qualidade e segurança, entre outros. 
Baseada nisso, a ISO prevê que as normas sejam revisadas em intervalos inferiores a 
cinco anos, conforme leciona Silva (2013).
Com as revisões periódicas das normas, há a necessidade de adaptação nas 
atividades de certificação, com a inclusão dos novos requisitos. Dessa forma, 
a certificação passa a ser uma atividade dinâmica em busca de oportunidades 
de melhoria.
Outra norma internacional relacionada à confiabilidade é a IATF 
16949:2016, publicada pela International Automotive Task Force (IATF), que é 
baseada na ISO 9001:2015 e substituta da ISO/TS 16949:2009. Essa norma foi 
criada para atender a determinações específicas do ramo automobilístico que 
não são consideradas em outras certificações, alinhando padrões de qualidade 
no setor automotivo que existem nas indústrias brasileira, americana, alemã, 
francesa e italiana.
Segundo Teles (2018), a manutenção centrada na confiabilidade 
(RCM, do inglês reliability centered maintenance) também é normalizada 
de forma internacional, tanto pela IEC 60300-3-11 (com recomendações para 
a criação de um programa de manutenção preventiva para equipamentos 
e estruturas) quanto pela SAE JA1012 (com a interpretação de cada item 
da SAE JA 1011, que apresenta os critérios mínimos para que um processo 
seja chamado de RCM).
Histórico e normas relacionadas à confiabilidade8
ABNT. NBR 5462: confiabilidade e mantenabilidade. Rio de Janeiro, RJ, 1994. 
ABNT. Níveis de normalização. ABNT, Rio de Janeiro, RJ, [2014]. Disponível em: http://
www.abnt.org.br/normalizacao/o-que-e/niveis-de-normalizacao. Acesso em: 14 fev. 
2019.
FOGLIATTO, F. S.; RIBEIRO, J. L. D. Confiabilidade e manutenção industrial. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2009.
LAFRAIA, J. R. B. Manual de confiabilidade, mantenabilidade e disponibilidade. Rio de 
Janeiro: Qualitymark, 2014.
SEBRAE. Normas técnicas: o que é normalização? SEBRAE, Brasília, DF, 13 dez. 2016. 
Disponível em: http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/o-que-e-nor
malizacao,82bc438af1c92410VgnVCM100000b272010aRCRD. Acesso em: 14 fev. 2019.
SILVA, J. A. L. História da ISO. Cirius Quality, São Paulo. 2013. Disponível em: https://
ciriusquality.com.br/blog/119-historia-da-iso. Acesso em: 14 fev. 2019.
STONNER, R. Análise de árvore de falhas e Análise de árvore de eventos (FTA e ETA). 
Blog Tek by Stonner, [s.l.]. 2015. Disponível em: https://blogtek.com.br/analise-arvore-
-falhas-analise-arvore-eventos-fta-eta. Acesso em: 14 fev. 2019.
TELES, J. Introdução à manutenção centrada em confiabilidade: o que você precisa 
saber sobre RCM. Engeteles, Brasília, DF. 2018. Disponível em: https://engeteles.com.
br/manutencao-centrada-na-confiabilidade. Acesso em: 14 fev. 2019.
9Histórico e normas relacionadas à confiabilidade