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Caderno de Atenção Domiciliar

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Daniella	Machado	
																									 														 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 														TURMA	XXVI	
 
Caderno de Atenção Domiciliar 
Volume 1 
 
Medicina de Família e Comunidade: Módulo 2 
Caderno de Atenção Domiciliar 
 
Princípios da atenção domiciliar 
Resgata princípios doutrinários do SUS (universalidade, integralidade e equidade) 
Abordagem integrada da Família 
Envolve o contexto socioeconômico e cultual, com uma visão ética com respeito a 
individualidade. Assistir com integralidade= ser humano é capaz de ser sujeito social capaz 
de traçar seu próprio caminho. Deve respeitar o espaço privado e doméstico, respeitando a 
dinâmica e complexidade da família, tendo respeito e valorização daquele convívio humano, 
envolve, portanto, vários fatores no processo saúde-doença da família 
Construção de ambientes mais saudáveis deve envolver tecnologia médica e 
reconhecimento das capacidades terapêuticas nas relações familiares. Deve-se cuidar da 
família com dinamicidade e integralidade. 
 
Consentimento da Família, Participação do usuário e existência do cuidador 
Para que ocorra a AD é necessário consentimento da família para a existência de 
cuidador, não podendo ser imposta. É importante que todos da família estejam cientes do 
processo de cuidar da pessoa assistida, comprometendo-se junto com a equipe na 
realização das atividades a serem realizadas. É importante obter a formalização da assinatura 
do termo consentimento informado por parte da família e/ou do usuário ou de ser 
representante legal. 
 
Trabalho em equipe e interdisciplinaridade 
Equipe multiprofissional com prática interdisciplinar, ocorre a possibilidade de um 
profissional de reconstruir na prática do outro, transformando as práticas em intervenção no 
ambiente. 
 
Estímulo a redes de solidariedade 
A participação do usuário no processo saúde-doença é parte do direito de cidadania, 
tornando as relações de poder mais inclusivas e democrática. A estruturação de redes de 
solidariedade em defesa a vida, participação da sociedade civil organizada (ONGs, 
movimentos sociais, grupos voluntários, associações, igrejas) potencializa a ação da 
coletividade na busca e consolidação da cidadania. A AD deve estar articulada com esses 
movimentos de luta por melhoria na área de saúde, as equipes devem identificar parcerias 
na comunidade que viabilizem e potencializem a assistência prestada no domicílio. 
 
Cuidador 
Presta cuidados diretamente, de maneira contínua/regular. É necessário a família do 
usuário ou pessoa da comunidade para formar uma rede no processo de cuidar. Não é uma 
formação técnica específica. 
Tarefas: básicas do domicílio, assiste as pessoas sob sua responsabilidade 
(cuidados). 
1- Cuidado corporal (unha, pele, cabelo,barba, banho parcial ou 
completo,higieneoral e íntima 
2- Estimular e ajudar na alimentação 
Medicina	de	Família	e	Comunidade–	Módulo	2	 	 	 	 	 	 								 					Daniella	Machado	
Atenção	Domiciliar	–	1º	período	UniEVANGÉLICA												 	 	 	 	 	 														TURMA	XXVI	
 
3- Ajudar a sair da cama, mesa, cadeira e a voltar 
4- Ajudar na locomoção e atividades físicas apoiadas (andar, tomar sol, movimentar 
as articulações) 
5- Participar do tratamento diretamente observado (TDO) 
6- Fazer mudança de decúbito e massagem de conforto. 
7- Servir de elo entro o usuário, família e a equipe de saúde. 
8- Administrar medicações, exceto em vias parenterais, conforme prescrição. 
9- Comunicar à equipe de saúde intercorrências. 
10- Encaminhar solução quando agravamento do quadro, conforme orientação da 
equipe. 
11- Dar suporte aos pacientes em AD. 
É estabelecido um vínculo afetivo no ato de cuidar, sendo o cuidado um sujeito. O 
cuidador deve receber suporte das equipes de saúde. A equipe deve propiciar um ambiente 
com organização e desenvolvimento em grupos, ao compartilhar saberes, angustias e 
medos. 
 
Critérios de inclusão e desligamento na atenção domiciliar 
Sobre a AD1 
Usuários com algum problema de saúde com algum grau de dependência para as 
atividades da vida diária (não se deslocam até a unidade de saúde). Os idosos devem ter 
as condições avaliadas pela saúde 
• Permite maior espaçamento entre visitas 
• Não necessita de procedimentos e técnicas de alta complexidade 
• Não necessita de atendimento médico frequente 
• Possui problemas de saúde controlados/compensados 
Inclusão 
• Alta do AD2/AD3, mas com atenção básica e equipe de atenção domiciliar. 
• Infraestrutura física compatível, com a realização na AD, se tiver condições físicas 
precárias, ocorre um aumento de riscos para a saúde do usuário. 
• Consentimento do usuário/ representante lega 
• Impossibilitado de se deslocar até o serviço de saúde 
• Necessitar de cuidados numa frequência de visitas e atividades de competência da 
atenção básica 
• Não enquadrar nos critérios de inclusão nas modalidades AD2 e AD3 
Desligamento 
• Mudança de área de abrangência, deve ser transferido para a equipe responsável 
pela área do novo domicílio 
• Impossibilidade de permanência do cuidador no domicílio 
• Não aceitação do acompanhamento 
• Cura 
• Óbito 
• Piora clínica que justifique a entrada AD2/AD3 ou internação hospitalar 
• Recuperação das condições de deslocamento até a unidade de saúde 
 
 
 
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Caderno de Atenção Domiciliar 
Volume 2 
 
Instrumentos de abordagem familiar e suas 
especificações 
Olhar sistêmico 
Contexto social, político, econômico e 
politico influenciam no bem-estar da família e do 
individuo. Foca nas relações não só entre elementos 
familiares, mas também entre profissionais e família. 
A ausência do cuidado denota a perda total ou 
parcial do cuidado. 
Tipos de famílias 
Famílias adotivas birraciais, ou constituídas 
por duas gerações, unidas pelo matrimonio e com 
seus filhos biológicos, casais homossexuais. As 
diversas conjunturas criam diversas formas de 
conflito 
Ciclo vital 
As várias etapas pelas quais as famílias passam e os desafios/tarefas a cumprir em 
cada uma delas, desde a sua constituição em uma geração até a morte dos indivíduos que 
a iniciaram. O estudo desse ciclo permite o profissional da AD perceber os entraves que a 
família passa (previsível ou não). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O ciclos de vida em famílias pobres 
 
 
 
 
 
 
Ciclos de vida ampliados 
 
Estrutura familiar 
Quantidade de pessoas que vivem na casa e 
suas respectivas funções, progenitores vivos, 
divorciados, separados ou dividindo moradia com 
outros parceiros, é usado para achar pontos fortes e 
fracos. 
Sistema conjugal: casal formado pela união de 
duas pessoas com um conjunto de valores e 
expectativas, tanto explícitas quanto inconscientes. 
Para ter funcionalidade, perde-se a individualidade, 
porém ganha-se em pertinência. 
Sistema parental: envolve a educação dos 
filhos e funções de socialização. Esse subsistema 
pode ser ampliado para avós-tios, ou excluir 
completamente um dos pais desse sistema. 
Sistema fraternal (ou filial): sistema composto por similares, o primordial o composto 
entre irmãos, podendo ser constituído por amigos e primos. Desenvolve-se a capacidade de 
negociação, cooperação, pertinência, competição e reconhecimento. 
 
Tópicos relevantes para a observação durante uma abordagem familiar 
 
Limites ou fronteiras: claros e flexíveis, podem ser disfuncionais quando são muito rígidos ou 
emaranhados 
Papéis: cada representante familiar tem um papel em sua vida. Cada subsistema familiar 
tem a sua divisão, é imprescindível o profissional de saúde identificar a função de cada um 
naquele contexto para resgatar funções e papéis, tornandoo cuidado integral, e resgatando 
a funcionalidade familiar e extraindo a doença 
Comunicação: temos dois tipos de linguagem, uma tem só um estímulo e uma resposta, na 
segunda a mensagem refere-se a um contexto de outras mensagens e múltiplas e 
imaginárias respostas. É necessário estar atento a resposta do profissional 
Transgeracionalidade: família nuclear e a trigeracional (avós, pais e filhos), avaliando padrões 
de repetição e segredos que se repetem 
 
Genograma 
Permite identificar a dinâmica familiar, tal como 
doenças, transtornos familiares, a rede de apoio 
psicossocial, os antecedentes genéticos, as causas da morte 
de pessoas da família, além dos aspectos psicossociais 
apresentados na anamnese. 
 
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Ecomapa 
 Às vezes as relações integram 
outros atores sociais (outras famílias, 
pessoas e instituições), essenciais para 
atingir e preservar o equilíbrio 
biopsocoespiritossocial da unidade familiar. 
Complementa o genograma, representando 
graficamente os contatos dos membros da 
família com outros sistemas sociais, das 
relações entre a família e a comunidade, 
utiliza a mesma simbologia do genograma, 
registra círculos externos e os contatos com 
a família com membros da comunidade. 
Ajuda avaliar os apoios e suportes 
disponíveis. É aplicado a famílias com 
maiores dificuldades relacionais, para o 
melhor estudo e compreensão. 
 
Linhas contínuas: ligações fortes, relações 
sólidas 
Linhas tracejadas: relações tênues 
Linhas com barras: relações conflituosas 
Setas: fluxo de energia e/ou recursos 
Ausência de linhas: ausência de conexão. 
 
 
 
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