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Prof. Mauro Duarte UNIDADE II Nutrição e Dietética Necessidade energética É a quantidade de energia, na forma de calorias (kcal), necessária para o crescimento e a manutenção das funções vitais de um indivíduo de acordo com sua idade, sexo, massa corporal, estatura e grau de atividade física. Em situações especiais, como infância, gestação e lactação; as necessidades energéticas devem ser apropriadas para a correta manutenção do organismo. Em processos patológicos, o consumo de energia também deve ser avaliado e considerado de acordo com o gasto energético. Pessoas doentes ou que sofreram trauma podem ter seu consumo energético aumentado ou diminuído. A composição corporal do indivíduo é um fator determinante para adequação ou inadequação energética. Necessidades e recomendações dietéticas Os três componentes que formam o Gasto Energético Total (GET) diário de uma pessoa são: Gasto Energético Basal (GEB) ou taxa de Metabolismo Basal (TMB). Efeito Térmico do Alimento (ETA). Termogênese por Atividade (TA). Componentes dos gastos energéticos A TMB corresponde à quantidade de energia (calorias) que seu organismo gasta em repouso para manter as funções vitais em 24 horas, como respiração, batimentos cardíacos e digestão dos alimentos, sem considerar as suas atividades diárias nem exercício físico. Está diretamente relacionada à sua massa muscular, que é o principal componente do organismo responsável pelo gasto energético (queima de calorias). Componentes dos gastos energéticos O ETA é o gasto energético associado a consumo, digestão e absorção de alimentos e é responsável por, aproximadamente, 10% do GET. O ETA varia de acordo com a composição da dieta e com o aumento do consumo energético e de macronutrientes diretamente após a ingestão de alimentos e diminui depois de 30 a 90 minutos após a ingestão; então, seus efeitos no GET são pequenos. Alguns alimentos podem prolongar o efeito do ETA, como os alimentos picantes. Componentes dos gastos energéticos A TA é a energia gasta durante as atividades da vida cotidiana e também a energia gasta durante a prática de esportes ou exercícios de preparo físico. O componente mais variável do GET é a TA, pois seu gasto pode variar de 100 kcal/dia em pessoas sedentárias, até 3.000 kcal/dia em atletas. O gasto energético da vida cotidiana inclui a energia gasta durante um dia de trabalho e durante atividades de lazer, que pode causar muitas diferenças no consumo energético de pessoa para pessoa. Componentes dos gastos energéticos Existem diversas equações que foram desenvolvidas ao longo dos anos para a estimativa do GEB. As de Harris-Benedict eram as mais utilizadas para indivíduos normais, enfermos ou feridos; no entanto, descobriu-se que essas fórmulas superestimavam o GEB em indivíduos normais e obesos em 7% a 27%. Estimativa do GEB Após comparações de GEB medido com calorimetria indireta e utilizando fórmulas de diferentes autores, como as de Harris-Benedict, Mifflin-St. Jeor e Owen; foi possível concluir que as equações de Mifflin-St. Jeor eram mais precisas ao estimar o GEB, tanto em indivíduos com massa corporal adequada quanto em indivíduos obesos. Mas, mesmo assim, as fórmulas de Harris-Benedict não foram desprezadas, porque, em algumas situações, elas se adaptam melhor que as de Mifflin-St. Jeor. Estimativa do GEB Homens: 66 + (13,7 x peso) + (5 x estatura) – (6,8 x idade) Mulheres: 665 + (9,6 x peso) + (1,8 x estatura) – (4,7 x idade) Em que: peso = kg; estatura = centímetros; idade = anos. Equações de Harris Benedict Homens: kcal/dia = 10 (massa corporal) + 6,25 (estatura) – 5 (idade) + 5 Mulheres: kcal/dia = 10 (massa corporal) + 6,25 (estatura) – 5 (idade) + 161 Em que: massa corporal = massa corporal real do corpo em quilogramas; estatura = centímetros; idade = anos. Equações de Mifflin-St. Jeor Para determinação do GET, é necessário estimar o GEB e acrescentar os fatores adicionais para o ETA e as atividades. Uma maneira simplificada de estimar adicionais por atividade física ao GEB é usar estimativas do grau de atividade física, que serão, então, multiplicadas pelo GEB medido ou estimado. Para estimar o GET para: Determinação do GET Para atividade mínima, deve-se aumentar o GEB em 10% a 20%; Para atividade moderada, aumentar o GEB em 25% a 40%; Para atividades extenuantes, aumentar o GEB em 45% a 60%. Órgãos internacionais como a National Academy of Sciences (NAS), o Institute of Medicine (IOM) e o Food and Nutrition Board (FNB) definiram as necessidades energéticas estimadas para homens, mulheres, crianças e bebês, e para gestantes e lactantes. A necessidade energética estimada (NEE) é a média de ingestão de energia da dieta para manter esse equilíbrio em um adulto saudável, de acordo com idade, sexo, massa corporal, estatura e grau de atividades físicas ideais para a saúde. Equações de predição Valores de referência média de ingestão dietética para pessoas saudáveis e ativas, de estatura, massa corporal e idade de referência para cada grupo etário Fonte: adaptado de: PADOVANI, et al. (2006, p. 753). Grupo etário Critério GAF ativo NEE (kcal/dia) Homem Mulher Bebês 0-6 meses Gasto energético + deposição de energia 570 520 (3 meses) 7-12 meses Gasto energético + deposição de energia 743 676 (9 meses) Crianças 1-2 anos Gasto energético + deposição de energia 1.046 992 (24 meses) 3-8 anos Gasto energético + deposição de energia 1.742 1.642 (6 anos) 9-13 anos Gasto energético + deposição de energia 2.279 2.071 (11 anos) 14-18 anos Gasto energético + deposição de energia 3.152 2.368 (16 anos) Adultos > 18 anos Gasto energético + deposição de energia 3.067† 2.403† (19 anos) Valores de referência média de ingestão dietética para pessoas saudáveis e ativas, de estatura, massa corporal e idade de referência para cada grupo etário Fonte: adaptado de: PADOVANI, et al. (2006, p. 753). Grupo etário Critério GAF ativo NEE (kcal/dia) Homem Mulher Gestantes 14/18 anos NEE da mulher adolescente + mudança no GET + deposição de energia da gestação Primeiro trimestre 2.368 (16 anos) Segundo trimestre 2.708 (16 anos) Terceiro trimestre 2.820 (16 anos) 19-50 anos NEE da mulher adolescente + mudança no GET + deposição de energia da gestação Primeiro trimestre 2.403† (19 anos) Segundo trimestre 2.743† (19 anos) Terceiro trimestre 2.855 (19 anos) Valores de referência média de ingestão dietética para pessoas saudáveis e ativas, de estatura, massa corporal e idade de referência para cada grupo etário Fonte: adaptado de: PADOVANI, et al. (2006, p. 753). Grupo etário Critério GAF ativo NEE (kcal/dia) Homem Mulher Lactantes 14/18 anos NEE da mulher adolescente + energia para a produção do leite – perda de massa corporal Primeiros 6 meses 2.698 (16 anos) 6 meses subsequentes 2.768 (16 anos) 19-50 anos NEE da mulher adolescente + energia para a produção do leite – perda de massa corporal Primeiros 6 meses 2.733† (19 anos) 6 meses subsequentes 2.803† (19 anos) NEE (Necessidades Energéticas Estimadas); GAF (Grau de Atividade Física); GET (Gasto Energético Total). *Para americanos e canadenses saudáveis, na massa corporal e estatura de referência.† Subtrair 10 kcal/dia para homens e 7 kcal/dia para mulheres, para cada ano de idade acima de 19 anos. Quais são os três componentes que formam o Gasto Energético Total (GET) diário de uma pessoa? a) Fator Injúria (FI), Fator Atividade (FA) e Gasto Energético Basal (GEB). b) Taxa de Metabolismo Basal (TMB), Efeito Térmico do Alimento (ETA) e Termogênese por Atividade (TA). c) Taxa de Atividade Física (TAF), Termogênese de Repouso (TR) e Fator Injúria (FI). d) Gasto Energético Parcial (GEP), Efeito Termogênico do Alimento (ETA) e Gasto Energético de Repouso (GER). e) Temperatura Corporal (TC), Gasto Energéticode Atividade (GEA) e Gasto Energético de Repouso (GER). Interatividade Quais são os três componentes que formam o Gasto Energético Total (GET) diário de uma pessoa? a) Fator Injúria (FI), Fator Atividade (FA) e Gasto Energético Basal (GEB). b) Taxa de Metabolismo Basal (TMB), Efeito Térmico do Alimento (ETA) e Termogênese por Atividade (TA). c) Taxa de Atividade Física (TAF), Termogênese de Repouso (TR) e Fator Injúria (FI). d) Gasto Energético Parcial (GEP), Efeito Termogênico do Alimento (ETA) e Gasto Energético de Repouso (GER). e) Temperatura Corporal (TC), Gasto Energético de Atividade (GEA) e Gasto Energético de Repouso (GER). Resposta Existem diversas equações de predição de NEE para pessoas com massa corporal adequada. As equações de predição do GET também são listadas para vários grupos com sobrepeso ou de obesos, bem como para a manutenção da massa corporal em meninas e meninos obesos(as). Equações de predição para quatro graus de atividade física Exemplos de equações de predição: NEE para meninos de 9 a 18 anos (dentro do percentil de massa corporal/estatura de 5 a 85 para IMC) NEE = GET + deposição energética NEE = 88,5 – 61,9 × idade (anos) + AF × (26,7 × massa corporal [kg] + 903 × estatura [m]) + 25 (kcal para deposição energética) Em que: AF = 1 se GAF e estimado em ≥ 1 < 1,4 (sedentário) AF = 1,13 se GAF e estimado em ≥ 1,4 < 1,6 (baixa atividade) AF = 1,26 se GAF e estimado em ≥ 1,6 < 1,9 (ativo) AF = 1,42 se GAF e estimado em ≥ 1,9 < 2,5 (muito ativo) Equações de predição para quatro graus de atividade física Exemplos de equações de predição: NEE para homens com 19 anos ou mais (IMC entre 18,5 e 25 kg/m²) NEE = GET NEE = 662 – 9,53 × idade (anos) + AF × (15,91 × massa corporal [kg] + 539,6 × estatura [m]) Em que: AF = 1 (sedentário) AF = 1,11 (baixa atividade) AF = 1,25 (ativo) AF = 1,48 (muito ativo) Equações de predição para quatro graus de atividade física Exemplos de equações de predição: Mulheres eutróficas e com sobrepeso ou obesas com 19 anos ou mais (IMC ≥ 18,5 kg/m²) GET = 387 – 7,31 × idade (anos) + AF × (10,9 x massa corporal [kg] + 660,7 × estatura [m]) Em que: AF = 1 (sedentário) AF = 1,14 (baixa atividade) AF = 1,27 (ativo) AF = 1,45 (muito ativo) Equações de predição para quatro graus de atividade física NEE para gestantes 14-18 anos: NEE = NEE adolescente + deposição energética em gestantes Primeiro trimestre = NEE adolescente + 0 (deposição energética em gestantes) Segundo trimestre = NEE adolescente + 160 kcal (8 kcal/semana × 20 semanas) + 180 kcal Terceiro trimestre = NEE adolescente + 272 kcal (8 kcal/semana × 34 semanas) + 180 kcal Equações de predição para quatro graus de atividade física 19-50 anos: NEE = NEE adulto + deposição energética em gestantes Primeiro trimestre = NEE adulto + 0 (deposição energética em gestantes) Segundo trimestre = NEE adulto + 160 kcal (8 kcal/semana × 20 semanas) + 180 kcal Terceiro trimestre = NEE adulto + 272 kcal (8 kcal/semana × 34 semanas) + 180 kcal Equações de predição para quatro graus de atividade física Alimentos diet Segundo a Portaria SVS/MS n. 29/98 (ANVISA, 1998b), os alimentos diet são destinados a dietas com restrição de determinados nutrientes, alimentos para controle de peso e para dietas de ingestão controlada de açúcares. Eles podem ser classificados em alimentos para dietas com restrição de carboidratos, restrição de gorduras, restrição de proteínas, restrição de sódio e outros alimentos destinados a fins específicos. Alimentos específicos Fonte: https://pixabay.com /pt/images/search/ produtos%20diet/ Alimentos light A Portaria RDC n. 54/2012 (Anvisa, 12/11/2012) prescreve que os alimentos light e zero são termos autorizados para informação nutricional complementar (INC) comparativa (conteúdo comparativo). Alimentos específicos Fonte: http://bvsms.saude.gov.br/b vs/saudelegis/anvisa/2012/r dc0054_12_11_2012.html Alimentos light O termo light pode ser utilizado quando algum nutriente é baixo ou quando ele é reduzido, como açúcares, gorduras totais, gorduras saturadas, colesterol ou sódio; ou quando um produto é baixo ou reduzido em valor energético. Um produto pode ser considerado light quando: tiver, no máximo, 40 kcal/100 g (produtos sólidos); tiver 20 kcal/100 mL (produtos líquidos); tiver redução mínima de 25% no valor energético e diferença maior que 40 kcal/100 g (produtos sólidos) ou 20 kcal/100 mL (produtos líquidos), quando comparado a produtos similares convencionais. Então, um produto pode ser light em valor energético e atender ao requisito estabelecido para o atributo “baixo” em vez de “reduzido”. Alimentos específicos Alimentos light E também um produto light pode ser baixo ou reduzido em sódio ou em colesterol, por exemplo, e não ter, obrigatoriamente, o valor energético baixo ou reduzido em relação aos produtos convencionais. Entende-se, então, que o termo light não se refere exclusivamente à quantidade de calorias. Alimentos específicos Alimentos transgênicos Os alimentos transgênicos são aqueles geneticamente modificados, criados em laboratórios com a utilização de genes de diferentes espécies de animais, vegetais ou micróbios. Foi a partir do desenvolvimento da engenharia genética que se tornou possível seu surgimento. Alimentos específicos Fonte: https://pixabay.com/pt/images/search/transgenicos/ Alimentos transgênicos Ultimamente, a mídia veicula que produtos alimentícios como soja, milho, batata, tomate e outros já estão sendo comercializados no Brasil sem que o consumidor receba informações detalhadas a respeito de sua origem, o que expõe as pessoas tanto às vantagens como aos riscos da utilização de alimentos transgênicos em sua dieta. O CFN orienta os nutricionistas que mantenham uma postura crítica e fundamentada sobre os reais benefícios dos alimentos geneticamente modificados (AGM) para a alimentação da população. Alimentos específicos Declaração de teor de nutrientes Para determinar o teor de nutrientes, bem como baixo teor de sódio, sem gordura, baixa caloria e saudável; é necessário satisfazer definições governamentais que se aplicam a todos os alimentos. O termo “alimento magro” se refere a uma porção de carne, ave, fruto do mar ou carne de caça com menos de 10 g de gordura, menos de 4 g de gordura saturada e menos de 95 g de colesterol por porção ou por 100 g. Alimentos específicos Declaração de teor de nutrientes Para ser considerada “extramagra” deve conter menos de 5 g de gordura, menos de 2 g de gordura saturada e o mesmo teor de colesterol do produto magro por porção ou por 100 g de produto. Um alimento “zero” significa que o produto contém quantidades apenas triviais ou fisiologicamente inconsequentes, ou que não contém um ou mais desses componentes: gordura, gordura saturada, colesterol, sódio, açúcar ou calorias. Zero caloria significa que o produto contém menos de 5 calorias por porção. Zero açúcar e zero gordura significam que o produto contém menos de 0,5 g por porção. Alimentos específicos Declaração de teor de nutrientes Se o alimento puder ser ingerido frequentemente sem exceder as diretrizes dietéticas de um ou mais desses componentes: gordura, gordura saturada, colesterol, sódio e energia, pode ser chamado de “baixo teor”. O termo “menos” é usado quando um alimento, alterado ou não, contém 25% a menos de um nutriente ou da energia do alimento de referência. Por exemplo, bengalinhas com 25% menos gordura que outro “pãozinho” podem ser classificadas como “menos”. Um sinônimo aceitável é “menor quantidade”. Alimentos específicos Atualmente, a população está consumindo, cada vez mais, alimentos diet e light. É importante saber diferenciá-los porque o alimento: a) Diet é aquele alimento semi-industrializadode baixa caloria devido à ausência de açúcar. b) Diet é aquele alimento industrializado em que determinados nutrientes estão ausentes ou em quantidades muito reduzidas, não resultando, necessariamente, em um produto com baixas calorias. c) Diet é aquele que apresenta redução de, pelo menos, 25% do teor de açúcar, gordura ou de outro nutriente, e menor valor calórico em relação ao produto convencional. Interatividade d) Light é aquele que apresenta redução de, pelo menos, 40% do teor de açúcar, 20% do teor de gordura e 10% do teor de carboidratos. e) Light é aquele que apresenta redução de, pelo menos, 50% do valor calórico em relação ao produto convencional. Interatividade Atualmente, a população está consumindo, cada vez mais, alimentos diet e light. É importante saber diferenciá-los porque o alimento : b) Diet é aquele alimento industrializado em que determinados nutrientes estão ausentes ou em quantidades muito reduzidas, não resultando, necessariamente, em um produto com baixas calorias. Resposta Os adoçantes, ou edulcorantes, são substâncias químicas obtidas de matérias- primas naturais ou artificiais desenvolvidas pela indústria de alimentos. A finalidade dessas substâncias é a de substituir total ou parcialmente o açúcar. Normalmente, o poder de adoçamento dos edulcorantes é maior do que o da sacarose (açúcar extraído da cana-de-açúcar). Tipos de adoçantes/edulcorantes O adoçante de mesa é um produto formulado para atribuir sabor doce aos alimentos e às bebidas, devendo ser constituído de açúcar e edulcorantes previstos na legislação nacional; ele não é indicado para diabéticos. Já o adoçante dietético é um produto formulado para atender às necessidades de pessoas sujeitas à restrição da ingestão dos seguintes carboidratos: sacarose, frutose e/ou glicose. Tipos de adoçantes/edulcorantes Os adoçantes com redução de calorias aprovados pela Food and Drug Administration (FDA) incluem o açúcar de tagatose e álcoois como o eritritol, o sorbitol, o manitol, o xilitol, o isomalte, o lactitol e o amido hidrolisado hidrogenado. Eles têm em média 2 kcal por grama e apresentam índice glicêmico baixo. Algumas pessoas relatam desconforto gástrico e outras até diarreia com o uso desses adoçantes, mas esses eventos são mais comuns em crianças. Tipos de adoçantes/edulcorantes Sacarina Considerado o primeiro dos adoçantes artificiais e adoça quase quinhentas vezes mais que o açúcar comum. Apesar de não conter calorias, porque não é metabolizada pelo corpo, ela apresenta desvantagens: seu uso já foi associado ao aparecimento de câncer, especialmente o de bexiga. Seu uso foi banido nos Estados Unidos por um tempo, mas no ano 2000 foi liberado por falta de comprovação científica. Mesmo assim, seu uso caiu consideravelmente em todo o mundo e até hoje não é recomendada sua utilização por grávidas. Principais tipos de adoçantes aprovados pela FDA Aspartame É uma alternativa quase sem calorias ao açúcar, com poder adoçante duzentas vezes superior ao da sacarose (açúcar comum). Esse edulcorante é muito utilizado em refrigerantes e bebidas em geral, além de gelatinas, sobremesas congeladas, cereais matinais e doces. Apesar do aspartame viver sob desconfiança quanto à sua toxicidade, seu uso é aprovado por órgãos reguladores do Brasil e dos EUA. Principais tipos de adoçantes aprovados pela FDA Sucralose Esse adoçante é cerca de seiscentas vezes mais doce do que o açúcar comum, é o único adoçante derivado da sacarose e, como também não é metabolizado pelo corpo, não contém calorias. É muito utilizado em alimentos e bebidas de baixas calorias, com a vantagem de que suporta altas temperaturas sem perder o sabor. O adoçante também já foi suspeito de causar câncer, mas nenhuma evidência que apontasse seus malefícios foi comprovada. Principais tipos de adoçantes aprovados pela FDA Stévia Extraído de uma planta originária da Serra do Amanbaí, na fronteira do Brasil com o Paraguai; esse adoçante natural é cerca de trezentas vezes mais doce do que o açúcar comum e é considerado sem toxicidade ao organismo. Pesquisas mostram que é uma boa arma no combate à obesidade e às doenças cardíacas, podendo ser usado por diabéticos sem problemas. A grande desvantagem é o forte sabor amargo que deixa um residual desagradável ao final da degustação. Principais tipos de adoçantes aprovados pela FDA Frutose Açúcar encontrado, principalmente, nas frutas, mas também em cereais, vegetais e mel e é 40% mais doce que o açúcar comum. Por ser metabolizada no fígado, sem a presença de insulina, é bastante usada na fabricação de alimentos para diabéticos. Também utilizada por atletas, pessoas com problemas gástricos e cardíacos e por quem procura emagrecer. Mas há alertas de que essa variação de adoçante, além de conter calorias, por apresentar uma forma de metabolização diferente dos demais açúcares, pode estar associada ao desenvolvimento de obesidade, doenças metabólicas e hepáticas, como a esteatose. Principais tipos de adoçantes aprovados pela FDA Acessulfame de potássio (acessulfame K) Outro adoçante não metabolizado pelo organismo e que é duzentas vezes mais doce do que o açúcar comum, é resistente a altas temperaturas, pode ser usado em bebidas alcoólicas, adoçantes líquidos, bolos, sobremesas congeladas e tortas, entre outros. Apresenta sabor residual parecido com o da glicose e não é recomendado para pessoas que precisem limitar sua ingestão de potássio. Seu uso já foi suspenso na década de 1980 por desenvolver tumores benignos e problemas de tireoide em experimentos com animais, no entanto, a falta de provas científicas concretas levou o acessulfame de volta ao mercado. Principais tipos de adoçantes aprovados pela FDA Ciclamato Esse edulcorante é muito utilizado como adoçante na indústria de alimentos e bebidas. Ele é cerca de cinquenta vezes mais doce que o açúcar comum e é resistente a altas temperaturas, mas costuma deixar um gosto residual forte na boca e também não é metabolizado pelo corpo, sendo de baixíssima caloria. Seu uso é proibido nos Estados Unidos e países como Japão e França por apresentar supostos efeitos cancerígenos. Mas alguns países, como o Brasil e mais outros cinquenta, alegam a falta de provas concretas para proibir o uso. Principais tipos de adoçantes aprovados pela FDA Xilitol É um adoçante natural criado a partir da hidrogenação da xilose. O xilitol é naturalmente encontrado nas fibras de muitas frutas e legumes, como ameixa, framboesa, milho e algumas espécies de cogumelos. Apresenta poucas calorias, adoça significativamente sem deixar gosto residual, inibe a formação de cáries e apresenta baixo índice glicêmico, ou seja, é bem tolerado por diabéticos. No entanto, não possui muito valor nutricional, ou seja, possui quantidades mínimas de vitaminas, minerais e proteínas. Principais tipos de adoçantes aprovados pela FDA Sorbitol Esse é um poliol (álcool de açúcar) criado a partir da redução da glicose. É um adoçante volumoso, que, além de fornecer doçura, apresenta poder umectante e agente de texturização; e, por esse motivo, é muito encontrado em vários produtos alimentícios. O sorbitol é cerca de 60% mais doce que a sacarose, mas com um terço a menos de calorias. Não é cariogênico e pode ser útil para diabéticos. Tem sido utilizado com segurança em alimentos processados e também é usado em outros produtos das indústrias farmacêuticas e cosméticos. Principais tipos de adoçantes aprovados pela FDA Manitol Criado a partir da redução da frutose, o manitol possui poder adoçante 45% menor do que a sacarose. É bastante estável a altas temperaturas. Apresenta 2,4 kcal/g e é utilizado em combinação com o sorbitol na indústria alimentícia. Principais tipos de adoçantesaprovados pela FDA Os adoçantes são substâncias químicas obtidas de matérias-primas naturais ou artificiais desenvolvidas pela indústria de alimentos para substituir parcialmente ou totalmente o açúcar. Qual dos adoçantes a seguir é o único adoçante derivado da sacarose e não contém calorias? a) Acessulfame de potássio (acessulfame K). b) Ciclamato. c) Stévia. d) Xilitol. e) Sucralose. Interatividade Os adoçantes são substâncias químicas obtidas de matérias-primas naturais ou artificiais desenvolvidas pela indústria de alimentos para substituir parcialmente ou totalmente o açúcar. Qual dos adoçantes a seguir é o único adoçante derivado da sacarose e não contém calorias? a) Acessulfame de potássio (acessulfame K). b) Ciclamato. c) Stévia. d) Xilitol. e) Sucralose. Resposta Os alimentos funcionais são aqueles que, ao serem consumidos nas dietas, além de prover suas funções nutricionais, produzem alguns efeitos metabólicos e fisiológicos no organismo. Eles vêm sendo estudados, principalmente, nas patologias, como em casos de câncer, diabetes, hipertensão, mal de Alzheimer, doenças ósseas, cardiovasculares, inflamatórias e intestinais. Para que os alimentos funcionais sejam eficazes, é preciso que seu uso seja regular e também que isso esteja associado ao aumento da ingestão de frutas, verduras, cereais integrais, carne, bebida de soja e alimentos ricos em ômega 3. Alimentos funcionais Alguns alimentos enriquecidos com vitaminas e minerais podem ou não ser considerados funcionais, mas apenas serão definidos assim se for comprovado algum efeito adicional sobre a saúde ou alguma doença crônica. Caso contrário, nada mais serão que alimentos comuns. Determinados alimentos industrializados também podem ser considerados funcionais, porém, geralmente, possuem concentrações muito pequenas dos componentes utilitários. Em 2013, foi instituído um grupo de trabalho para auxiliar na elaboração de critérios para a seleção dos alimentos passíveis de veicularem alegações de propriedade funcional, de saúde e de função plenamente reconhecidas, de acordo com a Portaria SVS/MS n. 811/2013 (ANVISA, 2013a). Alimentos funcionais Algumas alegações aprovadas pela Anvisa até o momento: Alimentos funcionais Fonte: adaptado de: livro-texto. Ômega 3 Alegação Auxilia na manutenção de níveis saudáveis de triglicerídeos, desde que associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis. Licopeno Alegação Tem ação antioxidante que protege as células contra os radicais livres. Seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis. Fibras alimentares Alegação Auxiliam no funcionamento do intestino. Seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis. Fitoesteróis Alegação Auxiliam na redução da absorção de colesterol. Seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis. Algumas alegações aprovadas pela Anvisa até o momento: Alimentos funcionais Frutooligossacarídeo – FOS Alegação Contribui para o equilíbrio da flora intestinal. Seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis. Beta-glucana Alegação Auxilia na redução da absorção de colesterol. Seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis. Dextrina resistente Alegação Auxilia no funcionamento do intestino. Seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis. Inulina Alegação Contribui para o equilíbrio da flora intestinal. Seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis. Fonte: adaptado de: livro-texto. Algumas alegações aprovadas pela Anvisa até o momento: Alimentos funcionais Psillium ou psyllium Alegação Auxilia na redução da absorção de gordura. Seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis. Lactobacillus acidophilus, Lactobacillus casei shirota, Lactobacillus casei variedade rhamnosus, Lactobacillus casei variedade defensis, Lactobacillus paracasei, Lactococcus lactis, Bifidobacterium bifidum, Bifidobacterium animallis (incluindo a subespécie B. lactis), Bifidobacterium longum, Enterococcus faecium Alegação O probiótico (indicar a espécie do microrganismo) contribui para o equilíbrio da flora intestinal. Seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis. Proteína de soja Alegação O consumo diário de, no mínimo, 25 g de proteína de soja pode ajudar a reduzir o colesterol. Seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis. Fonte: adaptado de: livro-texto. O fator antinutricional é um composto que está presente em uma grande variedade de alimentos (de origem vegetal) e que, quando ingeridos, reduzem o seu valor nutritivo. Podem afetar a digestibilidade, a absorção ou a utilização de nutrientes. Além disso, sua ingestão em quantidades elevadas pode trazer efeitos adversos à saúde, como diminuir a biodisponibilidade de aminoácidos essenciais e de minerais, e também provocar irritações e lesões na mucosa gastrointestinal. Existem diversos tipos de compostos com efeitos antinutricionais, como os taninos, os oxalatos, o ácido fítico, nitritos e nitratos, inibidores de enzimas digestivas etc. Fatores antinutricionais Taninos São compostos polifenólicos de ocorrência natural, solúveis em água, com a capacidade para complexar e precipitar as proteínas em solução aquosa. Esses compostos são, geralmente, classificados em dois grupos: taninos hidrolisáveis e taninos condensados. Os taninos podem ser encontrados em vários tipos de leguminosas, sorgo e milheto e são potenciais precipitantes de proteínas e reduzem a sua digestibilidade e a dos aminoácidos. Contudo, muitas dessas substâncias são classificadas como antioxidantes naturais e possuem propriedades terapêuticas. Fatores antinutricionais Oxalato É encontrado em alimentos de origem vegetal, especialmente no espinafre, na beterraba, no cacau em pó, no ruibarbo, na acelga, na pimenta e no gérmen de trigo. É um metabolito que não pode ser metabolizado no organismo humano, sendo excretado pela urina. O oxalato sequestra minerais como ferro, zinco, fósforo e cálcio; levando à formação de compostos insolúveis e diminuição da absorção desses pelo organismo. Além disso, o oxalato de cálcio, pouco solúvel na urina, pode precipitar nos rins e levar à formação de cálculos renais. Fatores antinutricionais Ácido fítico É encontrado em alimentos de origem vegetal, como os cereais integrais e o farelo. Assim como o oxalato, o ácido fítico reage com alguns minerais, precipitando-os e impedindo a sua absorção pelo organismo. O ácido fítico reduz a biodisponibilidade de nutrientes como o cálcio, o magnésio e o ferro. Também pode reagir com as proteínas dos próprios alimentos ou das enzimas digestivas (feitas de proteínas), precipitando-as. Fatores antinutricionais Nitritos e nitratos Os nitratos estão presentes em todas as plantas e são fontes essenciais de azoto para o seu crescimento normal. Também são conservantes usados como aditivos alimentares e contribuem para a formação da cor rosada característica de produtos cárneos curados. Fatores antinutricionais Fonte: https://pixabay.com/pt/im ages/search/embutidos/ Nitritos e nitratos Os nitritos podem reagir com aminas secundárias e terciárias levando à formação de compostos chamados de nitrosaminas, que apresentam um elevado potencial carcinogênico, teratogênico e mutagênico. Essas conversões podem ocorrer tanto no trato gastrointestinal como no processamentodos próprios alimentos. Fatores antinutricionais Fonte: https://pixabay.com/pt/images/search/nitratos/ Inibidores da tripsina e outras enzimas Muitos produtos alimentares, incluindo cereais, legumes, batatas e tomates, contêm inibidores de enzimas digestivas, tais como a tripsina, a quimotripsina, a carboxipeptidase, a lactase e a alfa-amilase. A complexação com a tripsina impede a ação proteolítica da enzima, diminuindo a digestibilidade das proteínas. Os grãos de soja representam a maior fonte de inibidores de tripsina. Fatores antinutricionais Metais tóxicos A exposição humana aos metais tóxicos pelo meio ambiente tem aumentado muito nas últimas décadas. O excesso de mercúrio, chumbo, cádmio, alumínio, arsênio, entre outros, que vão se acumulando no organismo, pode causar diversos sintomas, podendo ter uma influência direta em alterações do comportamento por diminuição das funções cerebrais, influenciando na produção e na utilização dos neurotransmissores e alterando processos metabólicos. Os sistemas gastrointestinal, neurológico, cardiovascular e urológico também estão suscetíveis à exposição desses tóxicos, que podem causar alguma disfunção. Fatores antinutricionais Metais tóxicos O chumbo e o mercúrio mostram efeitos mais danosos, tanto no crescimento quanto no desenvolvimento de crianças. Esses metais podem prejudicar processos enzimáticos e neurológicos progressivamente. Quanto maior for a carência de minerais e vitaminas no organismo, maior será a facilidade com que os metais tóxicos podem se acumular nas células do organismo. Fatores antinutricionais Fonte: https://pixabay.co m/pt/images/searc h/mercurio/ Os nitritos e os nitratos de sódio e potássio são aditivos alimentares, normalmente, utilizados na produção de diversos produtos cárneos. Entre as funções do nitrato e do nitrito utilizados na elaboração desses produtos, é incorreto afirmar que eles: a) Inibem o crescimento de bactérias, fungos e leveduras. b) Desenvolvem o aroma característico da carne curada. c) Retardam o desenvolvimento do processo de rancificação. d) Auxiliam na estabilização da cor de produtos curados. e) Podem reagir com aminas e formar nitrosaminas. Interatividade Os nitritos e os nitratos de sódio e potássio são aditivos alimentares, normalmente, utilizados na produção de diversos produtos cárneos. Entre as funções do nitrato e do nitrito utilizados na elaboração desses produtos, é incorreto afirmar que eles: a) Inibem o crescimento de bactérias, fungos e leveduras. b) Desenvolvem o aroma característico da carne curada. c) Retardam o desenvolvimento do processo de rancificação. d) Auxiliam na estabilização da cor de produtos curados. e) Podem reagir com aminas e formar nitrosaminas. Resposta ATÉ A PRÓXIMA!
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