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ANA LUISA ARRABAL DE ALMEIDA -Utilizado na última aula: sal. Todos os ingredientes devem estar incluídos na legislação para serem utilizados. -Pela legislação, ingrediente é toda substância, juntamente com aditivos alimentares, empregada na fabricação ou preparo de alimentos e que está presente no produto em sua forma original ou modificada. -Nem todo ingrediente é aditivo, mas todo aditivo é ingrediente. -Aditivos: todo ingrediente adicionado intencionalmente aos alimentos, sem propósito de nutrir, com o objetivo de modificar as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais, durante a fabricação, processamento, preparação, tratamento, embalagem, acondicionamento, armazenagem, transporte ou manipulação de um alimento. -Coadjuvantes de tecnologia: são parecidos com aditivos, mas diferentes em sua função. Não são consumidos como ingredientes, utilizados intencionalmente para alcançar uma afinidade tecnológica. Atuam junto com os aditivos para melhorar a sua ação. -A escolha de cada um deve ser bem pensada e atender aos requisitos da legislação. -Rotulagem: ingredientes são listados em ordem decrescente de quantidade no produto, sendo que a água não precisa ser declarada. Máximo de 60% de carne mecanicamente separa por causa do alto teor de gordura e consequente menor vida de prateleira. -Cloreto de sódio: é agente desidratante essencial em produtos secos (charque, presunto cru, salames etc.). Inibidor de crescimento microbiano dependendo da concentração, especialmente no charque – no jerked beef tem o sal de cura que já tem esse papel. A ação desidratante se deve a elevação da força iônica. Pode ser utilizado isoladamente no produto seco durante a salga com consequente redução da cor. Geralmente está associado a sais de cura e açúcar. Tendência atual de consumo de produto com teor reduzido de sal, substituindo com outros tipos de sais e caprichar na condimentação, como KCl (apesar de deixar gosto um pouco amargo), ervas e especiarias combinadas e mascaradores à base de peptídeos (nucleotídeos, porém aumentam o custo da produção). -Açúcar: tem capacidade de realçar o sabor salgado, é utilizado em misturas para cura. Porém, serve como alimento para os organismos fermentadores e a chance de contaminação aumenta. Mascara o gosto amargo do nitrito. Reduz a perda excessiva de umidade causada pelo sal. Melhora o flavor durante o aquecimento. Pode ser substituído por xarope de milho ou glicose (mais utilizado) e mel. -Fosfatos: influenciam as propriedades das proteínas miofibrilares que se dá pelo aumento do pH do músculo, contribuem com o efeito da força iônica e elevam CRA do produto (capacidade de retenção de água). Tem poder sequestrante de cálcio e magnésio, favorecendo a hidratação das cadeias peptídicas. Altera a força de ligação das proteínas, fazendo com que elas interajam melhor com os outros ingredientes. Funções: • Melhora a liga entre as peças do músculo por liberar proteínas e favorecer sua interação com outros ingredientes. • Melhora a maciez, textura e suculência. • Ajuda na retenção do sabor e aroma. • Em casos de produtos congelados, reduz a queimadura de congelamento que causa alteração de coloração. • Estabilização da emulsão/ redução da viscosidade. • Ação antioxidante. -Quando os fosfatos são mal dissolvidos, formam-se soluções turvas por formação de cristais. Ocasiona aumento da concentração de sal na superfície evidenciada pela iridescência. Iridescência. -Nitrato e nitrito: conhecidos como agente de cura, são adicionados com duas funções específicas: controle de microrganismos (Clostridium botulinum) e desenvolver e estabilizar a cor de produtos curados. Terceiro papel é retardar o processo de oxidação, importante porque a maior parte dos produtos em que é adicionado há grande quantidade de gordura adicionada que barateia o processo. É um pó branco responsável pela cor e reage com ácido nitroso presente na estrutura da hemoglobina (por isso é importante extração das proteínas pelo fosfato) formando óxido nítrico. O óxido nítrico liga com a metamioglobina responsável pela coloração avermelhada da carne e impede o ferro de fazer outras ligações. O aquecimento é o que finaliza a reação de formação de cor por nitrosohemocromo. O último papel tem relação somente com cor e sabor, não sendo necessário para atingir seu objetivo sanitário. -Um alto teor de óxido nitroso livre pelo excesso de adição de nitrito desencadeia a formação de nitrosamidas, compostos altamente cancerígenos, sendo um importante fator de fiscalização pela legislação. -Os fatores que podem levar a perda da coloração de carne curada: luz e presença de O2. Por isso são utilizadas embalagens a vácuo. -Para promover a coloração de carne curada: adição de sal de cura em quantidade suficiente para ter o nitrito que irá dar início à reação. A mistura de nitrito e nitrato é uma maneira de baratear os custos de produção. Eritorbato e ácido ascórbico aceleram a reação de cura. O aquecimento estabiliza o nitrosohemocromo também. -Má higienização do tumbler ocasiona má formação do nitrito e crescimento de microrganismos na peça. -Ascorbato e Eritorbato de sódio: é uma mistura de sais que atuam sinergicamente e barateiam a produção. O uso de maneira isolada perde funcionalidade. Sua função inicial é atuar como antioxidante, evitando oxidação. Adiciona-se um pouco de excesso para atingir essa funcionalidade. Atua também uniformizando cor e sabor por evitar oxidação do ferro e formação de peróxidos. A quantidade adicionada em comparação com fosfato é muito pequena, sendo parecida com a quantidade de nitrito adicionada. Favorece a conversão da metamioglobina a mioglobina. Sob certas condições, reduz a formação de nitrosaminas por evitar óxido nítrico livre na peça. É sequestrante também por evitar a oxidação do ferro. -Lactato de sódio e potássio: pode ser aplicado na carne “in natura” ou no produto posteriormente finalizado com cozimento. É regulador de acidez. Previne a deterioração microbiana por manter o pH estável. Aumenta o prazo de validade. Em contrapartida, pode desenvolver sabor picante ou salgado e deve ser ajustado às especiarias. -Glucono delta Lactona: adicionado como coadjuvante de tecnologia. Não é ingrediente nem aditivo. Isso porque vai acelerar a reação de cura, garantindo que terá a reação do óxido nítrico com a mioglobina. Isso faz com que haja menos adição do sal de cura. É altamente desejável em processos contínuos em que não é necessário a higienização constante. Atua no controle do crescimento de microrganismos por manter o pH constante. Também pode desenvolver o sabor ácido. A adição é feita normalmente em conjunto com condimentação. -A medida que se adiciona os ingredientes, a coloração se torna mais rosada e da gluco lactona tem uma cor mais esbranquiçada. -Binders ou substituto de gordura: são ingredientes utilizados para mimetizar a gordura ou a formulação de carne magra. Tem a função de se ligar com os demais ingredientes, principalmente a água. Exemplos de extensores: • Proteínas da soja; • Proteínas do leite; • Glúten; • Albumina. -Conferem no produto a maciez, sem alterar coloração, sabor ou textura. Também é ideal não incentivar a reprodução de microrganismos. Derivados da soja. -Não é usual ver a adição desses produtos na carne. Alguns exemplos são: 1. Concentrado proteico de soro de leite (CPS); 2. Isolado proteico de soro de leite (IPS); 3. Soro em pó; 4. Soro fluído (pesquisas). -Todas as gomas nas formulações são a base de carboidratos. Maltodextrinas também são produzidas a partir do amido. Fibras solúveis estão sendo muitoutilizadas atualmente – tem capacidade de se ligar a moléculas de água e manter a coesão da massa. Alguns exemplos são: 1. Gomas: carragena, arábica, guar, xantana; 2. Pectina e alginatos; 3. Amidos nativos e modificados; 4. Maltodextrinas; 5. Derivados de celulose (fibras diversas); -Extratos (alecrim) são adicionados para dar sabor e atuar como antioxidante. São utilizadas várias partes da planta – frutas, folhas, caule etc. Partes dos condimentos são específicas para caracterizar o produto. O salame, por exemplo, tem presença de páprica. Pimenta calabresa na linguiça calabresa. Obs.: farinha de mostarda em até 1% nas salsinhas e mortadelas nos EUA. -Objetivo de reduzir o tamanho dos pedaços da carne e gordura, a depender da granulometria da carne a ser vendida. Como vantagem, há melhor distribuição dos ingredientes e maior uniformidade das partículas. É possível também modificar a textura. -O grau da granulometria pode ser alterado com o tamanho do diâmetro da rosca. A moagem é forçar a carne a passar pelo disco em alta pressão. Em contrapartida, há elevação da temperatura – precisa de cuidado para reduzir a temperatura da carne ou do equipamento. Também há modificação da textura no processo em batelada. -Mortadela: as bolinhas brancas são glóbulos de gordura adicionados em pedações na massa ao final do processamento. -Quebrador de blocos: utilizado quando há mais aparos de carne (mecanicamente separada). -Laminador: faz a raspagem das lâminas. Dentro fica o bloco de carne passando pelas lâminas, a qual vai tirando fatias. Há exposição da matéria prima para ter mais contato com os ingredientes. Pode haver aumento de temperatura por contato direto com a lâmina na rotação. Favorece uma textura melhor por haver controle do tamanho da abertura da lâmina. Utilizado para produtos reestruturados. -Cutter (Bowl chopper): faz a moagem mais fina do que o moedor em si (patê). Sua força é maior, com gasto energético maior e acaba sendo mais perigoso. Conjunto de facas que giram em alta rotação, o contato direto da lâmina com a carne realiza a redução da granulometria. Cutter. Emulsificador. -Emulsificador: forma uma emulsão da carne, similar ao cutter, só que tem uma ação mais forte (moedor). Combina os princípios de moer e triturar juntamente, tem maior velocidade. Utilizado em linhas mais contínuas com menor tempo de preparo. Na sua cuba vai a massa de carne e a carne de cima faz pressão na carne de baixo. A região de baixo passa por uma lâmina em alta rotação e passagem por um pequeno orifício. No final, sai uma carne com aspecto bem fino, emulsificado. Normalmente as indústrias com esse equipamento coloca metade da carne + condimentos e depois a outra metade. -Além dos equipamentos que reduzem a granulometria, há outros equipamentos que também são considerados moedores que fazem a desossa e retirando a carne aderida nos ossos que foi difícil de ser aproveitada. Ao final obtém-se uma pasta. -Carne mecanicamente separada (CMS): parte do osso na forma de farelo vai junto com a carne. Um dos teores do controle de qualidade é o teor de cálcio. -Carne mecanicamente recuperada: não utiliza tanta pressão, considerada carne de melhor qualidade, com menor teor de lipídeos e cálcio. -Há dois tipos de equipamento para esse processo: Desossador tipo “sem fim”. -Rosca sem fim: animais de porte um pouco maior e aves. Material é colocado e comprimido entre os cilindros. Enquanto vai afunilando, ocorre a centrifugação em alta pressão, saindo parte do osso e material cartilaginoso. Desossador tipo “tambor”. -Tipo tambor: animais de menor porte e aves. Processo não usa uma pressão tão grande, considerada de maior qualidade. -Misturador: distribuição homogênea dos ingredientes. Feita por tambores. -Extrusão de partículas cárneas em envoltórios ou moldes (formas). Os envoltórios podem ser naturais ou artificiais. -Envoltórios naturais são as tripas de porcos, ovinos ou bovinos, obtidos a partir do trato gastrintestinal desses animais no açougue. É feita a limpeza com remoção do sebo e mucosa interna, imersão com água e gelo para remoção do sangue, salga e secagem. -Artificiais: pode ser obtida a partir de matérias-primas naturais regeneradas ou sintéticas (polímeros minerais). -Equipamento para fazer o embutimento: -Embutidor: pode ser manual ou mecânico. -Embutidor tipo rotor: é um processo contínuo e a vácuo.
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