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Análises Bromatológicas 2

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Laboratório de 
Análises Bromatológicas 
e Toxicológicas 
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Everton Carlos Gomes
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro 
Análise de Lipídios e Vitamina C 
Análise de Lipídios e Vitamina C 
• Roteiro 1;
• Roteiro 2.
UNIDADE Análise de Lipídios e Vitamina C 
Roteiro 1
Introdução ao Tema
Lipídios
Os lipídios são compostos orgânicos altamente energéticos, contêm ácidos graxos 
essenciais ao organismo, atuam como transportadores das vitaminas lipossolúveis 
e estão presentes em alimentos do nosso cotidiano. O termo lipídio é empregado 
para gorduras e substâncias gordurosas. Eles são classificados em: simples (óleos e 
gorduras), compostos (fosfolipídios, ceras etc.) e derivados (ácidos graxos, esteróis). 
Os óleos e gorduras diferem entre si apenas na sua aparência física, sendo que, na 
temperatura ambiente, os óleos apresentam aspecto líquido e as gorduras, pastoso 
ou sólido. Os lipídios são substâncias insolúveis em água e solúveis em solventes or-
gânicos apolares, tais como éter etílico, éter de petróleo, clorofórmio, acetona, álco-
ois, dentre outros. Esses solventes extraem a fração lipídica neutra que inclui ácidos 
graxos livres, mono, di e triacilgliceróis e alguns mais polares, como fosfolipídios, 
glicolipídios e esfingolipídios. Esteróis, ceras, pigmentos lipossolúveis e vitaminas, 
que contribuem com energia na dieta, podem ser extraídos apenas parcialmente.
O conteúdo de lipídios varia muito como tipo de alimento:
Tabela 1 – Teor de lipídios nos alimentos
Alimento Teor de lipídios (%)
Manteiga ou margarina 81
Molhos para salada 40 a 70
Leite fresco 3,7
Leite em pó 27,5
Sorvetes 12
Cereais 3 a 5
Carne 16 a 25
Peixes 0,1 a 20
Ovos 12
Chocolate 35
Frutas 0,1 a 1 (abacate: 26)
Vegetais 0,1 a 1,2
A determinação de lipídios em alimentos é feita, na maioria dos casos em três etapas: 
1. Extração da gordura da amostra com solvente, por exemplo, éter; 
2. Eliminação do solvente por evaporação; 
3. Quantificação da gordura extraída por pesagem. 
A escolha do solvente vai depender dos componentes lipídicos existentes no alimento: 
• A extração com solventes é mais eficiente quando o alimento é seco antes da 
análise, pois existe maior penetração do solvente na amostra. Pode-se utilizar 
amostra que foi usada na determinação da umidade;
8
9
• A preparação da amostra para determinação de gordura deve ser cuidadosa, 
de maneira a evitar sua degradação. Em muitos alimentos processados, como 
produtos derivados do leite, pão, produtos fermentados, açucarados e produtos 
para animais, a maior parte dos lipídios está ligada a proteínas e carboidratos, e 
a extração direta com solventes não polares é ineficiente. Esses alimentos pre-
cisam ser preparados para a extração de gordura por hidrólise ácida ou básica 
ou por outros métodos;
• É necessário um controle de temperatura e tempo de exposição do material 
ao solvente. 
A eficiência da extração a quente depende de vários fatores: 
• Natureza do material a ser extraído; 
• Tamanho das partículas: quanto menor, mais fácil a penetração do solvente; 
• Umidade da amostra: a água presente na amostra dificulta a penetração do sol-
vente orgânico por imiscibilidade; 
• Natureza do solvente; 
• Semelhança entre as polaridades do solvente e da amostra; 
• Ligação dos lipídios com outros componentes da amostra; 
• Circulação do solvente através da amostra; 
• A velocidade do refluxo não deve ser nem muito alta nem muito baixa, porque 
pode haver pouca penetração do solvente quando da velocidade muito alta; 
• Quantidade relativa entre solvente e material a ser extraído: quanto mais sol-
vente, maior é a extração, porém, não se deve usar um excesso devido ao alto 
custo do solvente.
Os dois solventes mais utilizados são o éter de petróleo e o éter etílico, sendo este de 
extração mais ampla, pois se pode extrair dele também vitaminas, esteroides, resinas 
e pigmentos, o que constitui um erro quando se deseja determinar somente gordura 
(triacilglicerídios). Porém, esses compostos aparecem geralmente em pequenas quanti-
dades, o que levaria a um erro aceitável. Por outro lado, ele é menos utilizado por ser 
mais caro, perigoso e pode acumular água durante a extração que vai dissolver mate-
riais não lipídicos. Assim, o éter de petróleo é mais comumente utilizado. Em alguns 
casos, é conveniente utilizar mistura de solventes como no caso de produtos lácteos.
Aplicação da Teoria na Prática
Determinação de lipídios na batata pré-frita
O exemplo proposto a seguir, foi retirado do artigo: Teor de Lipídios da Batata Pré-Frita:
Fritura em Diferentes Óleos. Disponível em: https://bit.ly/31Qwvs4
9
UNIDADE Análise de Lipídios e Vitamina C 
As batatas, neste caso, podem ser adquiridas no supermercado, em uma quantidade 
de 400g de batata em palito pré-frita congelada (marca de livre escolha), bem como o 
óleo vegetal de soja e girassol (marca de livre escolha). As amostras foram conduzidas ao 
laboratório de Bromatologia, para determinação do teor de lipídios utilizando um Extra-
tor de Soxhlet. As amostras foram separadas e levadas para fritar em 150 ml de óleo de 
soja em frigideira antiaderente a 180°C medindo com termômetro. Em cada fritura da 
amostra os óleos foram trocados por óleos limpos para não haver interferências. Foram 
utilizados os mesmos processos para o óleo de girassol. Após fritas, as amostras foram 
trituradas com pistilo, até se tornarem homogêneas para realizar a pesagens. Foram 
pesadas 5g das amostras para realizar a extração dos lipídios, as análises foram feitas 
em triplicata. Pesou-se a massa do béquer, a massa do papel manteiga e a massa das 
amostras, as quais foram acomodadas em papel manteiga em formas de “trouxinhas” e 
colocadas no dedal de celulose, tampando-o com algodão. Em cada vidro de ebulição, 
foi adicionado 100 mL de Hexano (C6H14). O Hexano foi manipulado dentro da capela 
com lâmpada e exaustor ligados. O extrator de lipídios foi acionado e permaneceu em 
funcionamento até o fim do processo de extração. Ao completar o processo de extração 
o aparelho foi desligado, retiraram-se os copos com os lipídios, colocando-os ao desse-
cador para o resfriamento até atingir temperatura ambiente e assim realizar a pesagem. 
O teor de lipídios foi calculado de acordo com a equação.
100% ( )%
( )
x massa do lipídeos glipídeos
massa da amostra g
=
• Cálculo efetuado para o teor de lipídios da batata frita no óleo de girassol: 
Foram extraídos, em média, 0,56 gramas de lipídios, o que corresponde a 11,2%, 
como mostra o cálculo abaixo: 
5,000 g ––––––––100% 
0,56g ––––––––– x 
x=11,2% 
• Cálculo efetuado para o teor de lipídios da batata frita no óleo de soja: 
Para o óleo de soja, obteve-se, em média 0,875g de lipídios, o que equivale a um 
teor de 17,5%. 
5,000g ––––––––100% 
0,875g –––––––– x 
x=17,5% 
As análises foram realizadas em triplicatas e com o auxílio do software EXCEL, 
da Microsoft®.
A batata frita é um alimento tradicional na dieta mundial, é muito consumida como 
aperitivo e lanche, ou acompanhando as refeições. Através deste estudo, pode-se 
verificar a influência da utilização de diferentes óleos na fritura de batatas congeladas 
10
11
comercializadas. As batatas fritas em óleo de soja resultaram em um valor médio de 17,5 
g de lipídios absorvidos para cada 100g de amostra analisada. Já as batatas fritas no óleo 
de girassol apresentaram teor médio de lipídios de 11,2 g/100g. Em termos de consumo 
calórico, esse resultado se torna significativo, uma vez que as batatas fritas em óleo de 
soja apresentam 56,25% de calorias a mais que as batatas fritas em óleo de girassol. 
Dessa forma, batatas fritas no óleo de girassol se apresentam uma melhor opção para o 
consumo, com menor teor de lipídios, do que batatas fritas em óleo de soja.
Roteiro de Atividade Prática
Os lipídios são compostos orgânicos, insolúveis em água e solúveis em solventes 
orgânicos apolares. Podem ser classificadosem simples, compostos ou derivados. 
Sua determinação, na maioria das vezes, é feita pela extração com solventes. O re-
síduo obtido no final da determinação não são apenas lipídios, mas todos os com-
postos que o solvente é capaz de extrair. A seguir, serão descritos os materiais e a 
metodologia da determinação de lipídios com solvente pelo método de Soxhlet, que 
é um método de extração de modo intermitente. 
Equipamentos e Materiais
Equipamento Soxhlet
Soxhlet utilizado para extração de lipídios, disponível em: https://bit.ly/3gA7LrZ 
• É um extrator que utiliza refluxo de solvente;
• O processo de extração é intermitente;
• Pode ser utilizado somente com amostras sólida; 
• A amostra não fica em contato com o solvente muito quente, evitando assim a 
decomposição da gordura da amostra;
• A quantidade de solvente utilizado é maior porque o volume total tem que ser 
suficiente para atingir o sifão do equipamento;
• Tem a desvantagem da possível saturação do solvente que permanece em con-
tato com a amostra antes de ser sifonado, o que dificulta a extração. 
Materiais
• Estufa;
• Balança analítica;
• Dessecador;
• Balão de fundo chato;
• Pinça;
• Espátula;
• Equipamento extrator de lipídios por Soxhlet;
• Papel filtro;
11
UNIDADE Análise de Lipídios e Vitamina C 
• Cartucho de celulose;
• Éter etílico;
• Banho termostatizado;
• Cornetas de Soxhlet (também conhecidas como balão de Soxhlet);
• Condensador;
• Mangueiras de circulação de água;
• Frasco de reagentes para coleta do éter.
Preparo das vidrarias
1. Ligar o banho termostatizado com 2h de antecedência para iniciar a re-
frigeração da água de circulação;
2. Ligar simultaneamente os sistemas de aquecimento a 70 °C e o sistema 
de circulação de água refrigerada a 0 °C;
3. Conferir se a vidraria a ser utilizada está limpa;
4. Secar os balões em estufa a 105 °C por 2h;
5. Desligar a estufa, retirar os balões de fundo chato do seu interior, 
colocá-los no dessecador e deixá-los esfriar por 30min ou até chegar 
à temperatura ambiente;
6. Pesar os balões em balança previamente tarada e anotar a massa do 
balão na planilha;
7. Identificar os balões de fundo chato;
8. Montar o sistema do Soxhlet.
Observação: Siliconar as juntas esmerilhadas da vidraria a ser utilizada, a saber: 
cornetas, condensadores e balões de fundo chato.
Procedimento
1. Pese o balão extrator de Soxhlet em balança analítica, sem colocar a mão. 
O balão deve estar seco, livre de impurezas e previamente tarado;
2. Pese quantidade conveniente do material dessecado (cerca de 2 g) direta-
mente dentro de um cartucho de Soxhlet montado dentro de um béquer. 
Tampar com um pouco de algodão;
3. Proceda à extração. Separado o éter por destilação (até cerca de 9/10 do 
volume), elimine o éter residual em Banho-Maria, seque o balão em estufa 
até que duas pesadas consecutivas não mostrem diferença de peso. Essa 
pesada corresponde diretamente à quantidade de lipídio tomada de ensaio;
4. Calcule para 100 g do produto. Para este caso, o balão extrator de 
Soxhlet deverá ser previamente tarado. 
Cálculo do teor de lipídios (%)
100(%) .1x NLipídio Eq
P
=
12
13
• Onde:
» N = massa de lipídios (em gramas), ou seja, (massa do balão pós estufa) – (massa 
do balão limpo); 
» P = massa da amostra seca (em gramas).
Caso os resultados sejam expressos em base úmida, deve-se fazer a conversão 
do teor de lipídios de base seca para base úmida, considerando-se o teor de 
umidade da amostra. 
• Observação:
Não remover ou introduzir cadinhos na estufa sem utilizar:
» Pinças adequadas, de metal;
» Protetor facial;
» Luvas de amianto (para altas temperaturas);
» Aventais e protetores de braços, se necessário;
» Em todo material aquecido retirado da estufa, colocar aviso com a informação: 
“Material Aquecido”;
» Usar cadinhos ou cápsulas resistentes a altas temperaturas.
• Cálculo:
Anotar os seguintes dados: 
» Peso do balão extrator de Soxhlet;
» Peso da amostra antes e depois de colocar no dessecador (2 g);
» Peso da amostra (cerca de 2 g) dentro do cartucho de Soxhlet montado dentro 
do béquer;
» Peso do balão de fundo chato limpo e seco;
» Peso do balão contendo amostra pós-estufa. 
Planilha para o registro de dados de determinação de lipídios
Tabela 2 – Dados de Lipídios
Matriz/
Alimento
Identifi cação
do cartucho
de celulose
Massa
do balão
limpo (g)
Massa da 
amostra
seca (g)
Massa do balão 
pós-estufa (g)
Massa de 
lipídio (g)
Teor de 
Lipídios (%)
Média
Desvio 
padrão
Questões para fixação do conhecimento:
• É correto chamar esta análise de “determinação de lipídeos”? Explique: 
• No que se baseia a extração de Soxhlet? Explique brevemente o seu funcionamento.
Calcule o valor do extrato etéreo de acordo com os dados fornecidos a seguir: 
• Peso da amostra seca que sofreu extração: 2,0138 g; 
• Peso do balão = 117,3234 g; 
• Peso do balão + Extratos = 117,9997 g.
13
UNIDADE Análise de Lipídios e Vitamina C 
Roteiro 2
Introdução ao Tema
Dosagem de Vitamina C (Ácido Ascórbico) em Sucos de Frutas 
pelo Método da Titulação 
O Brasil é um dos maiores produtores de frutas do mundo. As frutas possuem um 
alto valor nutritivo, sendo seu consumo diário indicado por serem fontes de vitaminas, 
minerais e carboidratos de acordo com FDA (Food and Drug Administration – EUA), 
considerando que as frutas cítricas, como no caso da laranja, possuem nutrientes su-
ficientes para serem considerados alimentos excelentes e saudáveis. As frutas podem 
ser consumidas ao natural ou utilizadas em várias preparações, processadas para a 
produção de suco, natural ou industrializado, que buscam obter o mínimo de perdas 
relacionadas às suas propriedades nutricionais. Os sucos de frutas são consumidos e 
apreciados em todo o mundo devido ao fato de serem uma fonte rica em carboidratos, 
carotenoides, vitaminas, minerais e outros componentes importantes.
A determinação dessa vitamina também pode ser facilmente realizada em labora-
tório. O nome químico ácido ascórbico (Figura 1) representa duas propriedades da 
substância, uma química e a outra biológica (proteção contra o escorbuto), já o termo 
vitamina C é utilizado como descrição genérica para todos os compostos que exibem 
atividade biológica qualitativa do ácido ascórbico. O ácido ascórbico tornou-se muito 
conhecido desde que Linus Pauling iniciou a campanha em favor de megadoses di-
árias de vitamina C, em torno de 3,4 g, a fim de diminuir o número e a severidade 
dos resfriados e para tratar doenças como o câncer. 
6CH2OH
HO C5
H HC
O
O
OHHO
3C C
C
2
14
Figura 1 – Vitamina C (ácido L-ascórbico) 
O avanço da tecnologia de alimentos aliado à sofisticação das propagandas vei-
culadas nos diferentes meios de comunicação possibilitam o aumento progressivo de 
novos produtos alimentícios principalmente no meio urbano. Como exemplo, têm-se 
os sucos industrializados disponíveis em grande número de variedades, capazes de 
atender às exigências da maioria dos consumidores. 
Atualmente, com o modelo de vida que prevalece, principalmente nos grandes 
centros urbanos, a alimentação está muito baseada em fast food, o qual, por sua vez, 
14
15
não consegue suprir as necessidades nutricionais diárias recomendadas para uma 
pessoa; contudo, em relação à vitamina C, é mais fácil de mantermos os índices indi-
cados pela Organização Mundial de Saúde, pela facilidade de obter esse suprimento. 
Vitamina C é um sólido branco, cristalino com ponto de fusão entre 190 a 192 °C; 
é bastante solúvel em água e etanol absoluto, insolúvel nos solventes orgânicos co-
muns, como clorofórmio, benzeno e éter. No estado sólido, é relativamente estável. 
A vitamina C presente no suco de laranja é sensível aos processamentos empregados 
para a conservação devido à instabilidade ao calor, sendo ela empregada como um 
indicador para medir os efeitos do processamento na retenção de nutrientes. 
A vitamina C, ou ácido L-ascórbico, é uma vitamina solúvel em água, sensível em 
pH alcalino e facilmente oxidada, principalmentepor íons metálicos (cobre e ferro) e 
outros catalizadores (luz, radiação, temperatura elevada).
Aplicação da teoria na prática
O artigo apresentado é um importante exemplo da aplicação da técnica e do entendimen-
to da teoria aplicada diretamente sobre as amostras a serem analisadas.
Disponível em: https://bit.ly/2ZKwHqf
A vitamina C é essencial para o ser humano, apresentando um papel importante 
na suplementação diária por possuir propriedades que auxiliam na resistência 
imunológica. Quando a alimentação humana é deficiente em vitamina C, pode 
ocorrer a síntese defeituosa do tecido colagenoso e o desenvolvimento da doença 
conhecida como escorbuto. Os sintomas do escorbuto incluem: gengivas inchadas 
e com sangramento subcutâneos e cicatrização lenta. O problema que envolve a 
utilização de alimentos com vitamina C é sua instabilidade. Embora de modo geral, 
a estabilidade da vitamina C aumente com o abaixamento da temperatura e a maior 
perda se dê durante o aquecimento de alimentos, existem casos de perda durante 
o congelamento, ou armazenamento de alimentos a baixas temperaturas. Essa 
facilidade de oxidação da vitamina C e, consequentemente, a perda de suas funções, 
é devido ao grupo fortemente redutor, denominado redutona. Esse estudo busca 
avaliar a qualidade dos produtos e quantificar a taxa degradação da vitamina C nos 
sucos de frutas através do método de análise da Titulação Iodométrica, avaliando 
o método economicamente viável, assim como o método mais eficiente para a 
determinação de vitamina C nas amostras analisadas. O objetivo desse trabalho foi 
determinar o teor de vitamina C em amostras de sucos naturais de laranja, limão e 
acerola e uma amostra de suco industrializado, utilizando uma adaptação da titulação, 
voltada para o Ensino Médio. Para determinação dos teores de vitamina C, foram 
selecionadas 4 amostras, sendo duas de suco de laranja e limão in natura, uma de 
polpa congelada de acerola e outra de suco de laranja industrializado. As amostras 
foram tituladas através de uma metodologia adaptada das titulações iodométricas. 
Para a determinação dos teores de vitamina C nos sucos foram utilizadas soluções 
de iodo e amido e para traçar a curva padrão foi usada uma solução preparada à 
15
UNIDADE Análise de Lipídios e Vitamina C 
base de aspirina. Obtendo os seguintes resultados para o suco natural de laranja 
0,03 g; para o suco de limão, acerola e laranja 0,04g; para a polpa de acerola 
0,08 g e para o suco de laranja industrializado 0,006 g. Os sucos foram mantidos 
sob refrigeração por uma semana e titulados novamente e se obtiveram os seguintes 
resultados: diminuindo a partir do suco de limão, acerola e laranja 0,03g, e de laranja 
natural 0,006g, e mantendo a sua concentração os sucos de acerola 0,08 g, e o suco 
de laranja industrializado 0,006g. Embora o método analítico tenha sido bastante 
simples, os resultados estão de acordo com o encontrado na literatura, apontando 
que é possível aplicar esta metodologia nas aulas práticas de Bromatologia.
Roteiro de atividade prática
A Titulação por Oxidorredução consiste em uma técnica de análise de baixo 
custo, na qual ocorrem as reações de oxidação (remoção dos elétrons) e redução 
(doação de elétrons). Nessas reações, ocorre a transferência de elétrons, em que é 
necessário que o analito esteja apenas em um estado de oxidação que consiste na 
oxidação dos íons iodeto ou a redução de iodo.
Dentre os métodos analíticos, a titulação é muito utilizada para determinar a con-
centração de um reagente desconhecido e por ser uma técnica de baixo custo. Esse 
método de titulação volumétrica é baseado no volume medido de uma solução de 
amostra com concentração conhecida (solução padrão), que reage completamente 
com o analito. Consiste na adição de uma solução padrão em uma bureta e uma so-
lução de analito, dosando a solução padrão até que a reação seja completa entre os 
dois. Para as análises de vitamina C, a mais utilizada é a titulação de oxidorredução, 
reação em que ocorre a transferência de elétrons e onde é necessário que o analito 
esteja apenas em um estado de oxidação. Porém, nos momentos que antecedem a 
titulação, alguns fatores convertem o analito em mais um estado de oxidação.
Métodos 
Este método é aplicado para a determinação de vitamina C ou ácido L-ascórbico, 
em alimentos in natura ou enriquecidos, quando a quantidade da referida vitamina for 
maior que 5 mg e baseia-se na oxidação do ácido ascórbico pelo iodato de potássio.
Amostras
Para análise, utilizar sucos de fruta in natura e industrializados: laranjas pera, 
limões taitis e tangerinas nacionais e importadas. Os sucos industrializados foram 
sucos integrais, bebidas adoçadas e sucos em pó de marcas distintas. 
Materiais
• Água destilada; 
• Papel de filtro qualitativo;
• Dessecador;
• Estufa;
16
17
• Balança analítica;
• Béqueres de 50 e 250 mL;
• Erlenmeyer de 300 mL;
• Pipetas graduadas de 1 e 10 mL;
• Pipeta volumétrica de 10 mL;
• Buretas de 10 e 25 mL;
• Balões volumétricos de 100 e 1000 mL;
• Funil de vidro;
• Proveta 50 Ml.
Reagentes
• Solução de ácido sulfúrico a 20% v/v;
• Solução de iodeto de potássio a 10%, m/v;
• Solução de amido a 1%, m/v.
Solução de iodato de potássio 0,02 mol / L
1. Seque 5 g de iodato de potássio em estufa a 110 oC e esfrie;
2. Pese 3,5668 g, transfi ra para um balão volumétrico de 1000 mL e com-
plete com água (1 mL iodato de potássio 0,02 mol/L = 8,806 mg de ácido 
ascórbico).
Solução-padrão de iodato de potássio 0,002 mol / L
• Pipete 10 mL da solução de iodato de potássio 0,02 mol/L e dilua até 100 mL 
com água em balão volumétrico (1 mL de iodato de potássio 0,002 mol/L equi-
vale a 0,8806 mg de ácido ascórbico).
Nota: Utilize a tabela de conversão.
Tabela 2
1,0 g de ácido ascórbico 1,214 g de ascorbato de sódio
1,0 de ascorbato de sódio 0,889 g de ácido ascórbico 
1, 0 UI (Unidade Internacional) 0,05 mg de ácido ascórbico
Procedimento
• Homogeneíze a amostra e pese uma quantidade que contenha ao redor de 
5 mg de ácido ascórbico. Transfira para um frasco Erlenmeyer de 300 mL com 
auxílio de aproximadamente 50 mL de água. Adicione 10 mL de solução de 
ácido sulfúrico a 20%. Homogeneíze e, se necessário, filtre para outro frasco 
Erlenmeyer, lavando o filtro com água e logo após com 10 mL da solução de 
ácido sulfúrico a 20%. Adicione 1 mL da solução de iodeto de potássio a 10% 
e 1 mL da solução de amido a 1%. Titule com solução de iodato de potássio até 
17
UNIDADE Análise de Lipídios e Vitamina C 
coloração azul. Dependendo da quantidade de vitamina C contida na amostra, 
utilize solução de iodato de potássio 0,02 mol / L ou 0,002 mol / L. Analise 
sempre a amostra em triplicata e faça uma prova em branco.
Cálculo do teor de vitamina C (%)
100Vitamina C mg (%) m/m = .2xV x F Eq
P
=
• V = volume de iodato gasto na titulação;
• F = 8,806 ou 0,8806, respectivamente para KIO3 0,02 mol / L ou 0,002 mol / L;
• P = n° de g ou mL da amostra.
18
19
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Leitura
Lipídios Totais e Ácidos Graxos na Informação Nutricional do Rótulo dos Alimentos Embalados:
Aspectos sobre Legislação e Quantificação
AUED-PIMENTEL, S.; ZENEBON, O. Total lipids and fatty acids in nutritional 
label information of packed foods: aspects on legislation and quantification. Rev. 
Inst. Adolfo Lutz (Impr.), São Paulo, v. 68, n. 2, 2009. 
https://bit.ly/3f8k0fi
Métodos de Extração e Qualidade da Fração Lipídica de Matérias-primas de origem Vegetal e Animal
BRUM, A. A. S.; ARRUDA, L. F. de; REGITANO-D´ARCE, M. A. B. Métodos 
de extração e qualidade da fração lipídica de matérias-primas de origem vegetal e 
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Extração de Lipídeos da Amêndoa de Castanha de Caju Com CO2 Supercrítico
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Avaliação das Metodologias de Prensagem a Frio, Soxhlet e Bligh Dyer, na Extração
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Ácido Ascórbico, Carotenoides, Fenólicos Totais e Atividade Antioxidante
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Avaliação da Capacidade Antioxidante de Frutas e Polpas de
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UNIDADE Análise de Lipídios e Vitamina C 
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