Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
REUMATO – JÚLIA COLOGNEZI 25 DE AGOSTO DE 2023 OSTEOPOROSE Perda de massa óssea, alteração de densidade e trabéculas ósseas fragilidade óssea O objetivo de tratar osteoporose é evitar que ele quebre osso e fique dependente de auxílio Nível de fratura > a partir de 50 anos de idade Mulher tem perda mais intensa que homem Caso clínico Mulher, 50 anos, procura atendimento para avaliação de osteoporose Refere, espontaneamente, que as suas menstruações estão irregulares, com alteração frequente de volume e intervalo. Bem como conta que pratica natação 4 vezes por semana, mas tem baixa exposição solar por conta da recomendação do dermatologista Sua preocupação com a doença baseia-se no fato de a mãe ter histórico de osteoporose com fratura em fêmur direito Ela é hipertensa, em uso de hidroclorotiazida 25mg/dia e faz tratamento para epilepsia com fenobarbital há 35 anos Tiazídico: age no túbulo proximal retém cálcio (não é fator de risco); fusoremida (de alça) é fator de risco pois piora a perda de cálcio Recordando Células progenitoras osteoblasto matriz proteica calcificação osteócito (vigilantes da qualidade do osso – vê se está em equilíbrio o suficiente ou se precisa ser remodelado) Osteoclasto: linhagem celular de células brancas; sujeita a ação de substâncias pró-inflamatórias ativa e a reabsorção óssea acontece mais fácil bordadura em escova que libera enzimas para degradação do osso Cálcio estabiliza membrana sinal de chvostek (percute masseter a boca repuxa para o lado percutido), sinal de trousseau; precisa manter o cálcio equilibrado; varia ao lingo do dia e da semana mas dentro de uma faixa de autoregulação do corpo Toda vez que o cálcio cai PTH aumenta a absorção de cálcio no TGI, rim e age no osso (estimulanto osteoclasto e aumentando a reabsorção) -> aumento do cálcio sérico Quanto mais alto o PTH, menor a densidade óssea CONCEITOS IMPORTANTES O pico de massa óssea é entre 30-40 anos de idade O homem ganha mais osso do que a mulher durante o desenvolvimento (tem reserva maior de osso para perder ao longo da vida) – fatores genéticos, menopausa... 40/50 anos para de produzir estrógeno perda óssea Negros têm mais massa óssea do que os brancos Hábito de vida cálcio, fósforo, vitamina D, atividade física A vitamina D é produzida na pele e precisa de 2 hidroxilações para funcionar (fígado e rim) Para ser eficiente: horário de pico (10h-16h), sem protetor solar, por pelo menos 30 min, expondo todo o corpo Exposições solares em PICO são associados com melanoma e crônica com carcinoma Exercício Maior impacto: maior ganho de massa Exercício de carga são mais eficazes Musculação > ginastica > corrida > ciclismo e natação Lei de wolff: o osso se adapta a caga a ele aplicada (impacto -> mantém o osso mais próximo possível da normalidade) Natação: pouco impacto Síntese e reabsorção precisam estar em equilíbrio Neoformação óssea reabsorção de osso já existente A partir de 40 anos perde massa óssea Azul: formação do osteoblato (mesenquimal pré osteoblasto osteoblasto maduro) Laranja: formação osteoclasto (célula branca pré osteoclasto osteoclasto) RANK: receptor de membrana toda vez que for estimulado, o pré-osteoclasto vira uma célula ativa (osteoclasto) e reabsorve osso; A molécula que ativa o RANK é o RANKL e ela está presente no pré-osteoblasto REUMATO – JÚLIA COLOGNEZI 25 DE AGOSTO DE 2023 O osteoblasto maduro produz a OPG que se liga ao RANKL, impedindo que ele esteja disponível para ativar o oesteoclasto, impedindo a reabsorção óssea OSTEOPOROSE PÓS-MENOPAUSA (Osteoporose tipo 1) Osteoporose involutiva (não é uma doença que causou a osteoporose, é simplesmente o envelhecimento natural do corpo) 1. O estrógeno impede a liberação de citocinas pró inflamatórias (IL-1, TNF, IL-6) osteoclasto inibido Falta estrógeno interleucina sobe e ativa osteoclasto; 2. A osteoprotegerina diminui a ação de RANKL liga menos ao osteoclasto Falta estrógeno menos osteoprotegerina mais RANKL disponível para se ligar ao osteoclasto OSTEOPOROSE SENIL (Osteoporose tipo 2) Idoso pele envelhecida produção de vitamina D baixa nível de cálcio do sangue diminui aumenta nível de PTH maior reabsorção do osso Vit D: reabsorção cálcio nefron e absorção intestinal PTH normal: 25-65; PTH alto: sobe dentro do valor de normalidade é osteoporose involutiva (para aquela pessoa aumentou, mas não é patológica) Ou seja, idade e estrógeno são fisiológicas MEDICAMENTOSA Osteoporose secundária (não faz parte da evolução natural) Corticoide Prejuízo na absorção intestinal de cálcio Aumenta a excreção renal de cálcio (cálcio sérico diminui aumenta PTH) Promove apoptose de osteoblasto e osteoclasto Pode causar diminuição dos níveis de testosterona em homens Inibidores da aromatase Inibe produção estrógeno Anticonvulsivantes Alteram o tempo de sobrevida (catabolismo) da vitamina D Aumenta reabsorção óssea Fenobarbital e fenitoína são mais prejudiciais Outros: carbamazepina, ácido valproico CLASSIFICAÇÃO / ETIOLOGIA Involuntiva Tipo 1: pós-menopausa Tipo2: senil Secudária Endocrinopatias, neoplasias, hepatopatias, medicamentos Idiopáticas Continuação caso clínico Paciente refere também dores em região lombar e quadril esquerdo, diárias, que tem piorado nos últimos meses Há algumas semanas, tem dor nas pernas e região cervical Ela pergunta: doutor, essas dores são da osteoporose? Como é possível diagnosticar essa doença? Dá para ver no exame físico? Devo fazer um RX? QUADRO CLÍNICO Osteoporose não tem quadro clínico até fraturar; não vê no exame físico (a não ser fraturas) Identificar fatores de risco que contribuam para a perda de massa óssea Identificar fatores preditivos para fratura Excluir causas secundárias REUMATO – JÚLIA COLOGNEZI 25 DE AGOSTO DE 2023 FATORES DE RISCO Tudo que diminui massa muscular tem relação com osteoporose Fraturas Fêmur, punho, coluna A fratura de coluna pode ser assintomática EXAMES COMPLEMENTARES O que diagnostica é a densitometria óssea e tomografia (vê também a qualidade estrutural do osso além de quanto osso tem) Tomografia é mais caro e tem muita radiação Radiografia Baixa sensibilidade – não usada para diagnóstico Vê indícios de perda de massa óssea Sinais indiretos Maior transparência (óssea) Alteração do trabeculado ósseo Cortical “destacada” (pois o centro está mais radiotransparente) Fratura patológica - T7 tem colapso vertebral Indicações para densitometria Analisando a densitometria Quanto maior a densidade óssea, mais raio x fica retido no osso Avaliamos: coluna lombar (L1-L4), fêmur (colo do fêmur e fêmur total) Qualquer fator que leve a um prejuízo da avaliação da coluna ou do fêmur, avaliamos TAMBÉM o radio distal Escore T = comparação com adulto jovem Escore Z = comparação com pessoas da mesma idade Mulheres pós-menopausa e homens com 70 anos ou mais, o diagnóstico de osteoporose é feito com o T escore Mulheres pós-menopausa e homens com 50 anos ou mais, o Z escore serve para avaliar a chance da osteoporose ser secundária ou não REUMATO – JÚLIA COLOGNEZI 25 DE AGOSTO DE 2023 Mulheres pré-menopausa e homens < 50 anos, o diagnóstico de “baixa massa óssea para a idade” é dado pelo escore Z (< -2,0 ) Faz radiografia? Radiografia de coluna lombar e dorsal sempre devem ser realizadas para ajudar na análise da densitometria Fraturas podem alterar a densidade da vértebra Rx importante para alterações que “falseiam” a densitometria Ex: fratura de vertebra altura diminui mas a massa lá dentro continua a mesma densidade aumenta Faz examede sangue? Sim para identificar osteoporose secundária Na osteoporose involutiva (tipo 1 e 2), os exames laboratoriais são SEMPRE normais (dentro dos valores de referência) Se houver alteração nos exames laboratoriais, isso é indicativo de osteoporose secundária (patológica) Por que analisar 2 sítios? A coluna é um osso trabecular sujeita a ação do estrogeneo (pós menopausa perde mais vertebra do que fêmur) Colo de fêmur é osso cortical ação mais forte do PTH (osteoporose senil tem mais perda de colo de fêmur do que vertebra) FRATURA Fatores importantes para analisar na fratura de coluna Essas fraturas não doem a princípio, só dói se houver compressão de nervo, contratura muscular, quadro de interapofisite Para tentar saber se estão piorando cifose dorsal e altura da paciente Fatores de risco para fratura Idade avançada História familiar de fratura de fêmur Levantar da cadeira sem conseguir não apoiar o braço musculatura do quadríceps está prejudicada Fratura maior de 50 anos Uso de corticoides FRAX – calculadora para risco de fratura Fraturas maiores: >20% = risco alto Fratura de fêmur: > 3% = risco grande Avalia se vale a pena tratar (não vale a pena tratar baixo risco na análise global das fraturas, mas no quadro de fratura de fêmur tem indicação de tratamento) TRATAMENTO Não farmacológico Exercício físico com impacto Ideal: musculação com atividade de impacto Prevenção de queda barras no banheiro, tira o tapete, deixa luz acesa no caminho da cama ao banheiro Reposição de cálcio e vitamina D caso a ingesta não seja suficiente Tratamento farmacológico Ralozifeno (60mg/d) Inibe reabsorção óssea Aumenta massa óssea vertebral (pouco) Só usado em mulher Redução de fratura vertebral Não reduz fratura não-vertebral e fêmur Agonista estrogênico no osso Não é agonista nem no útero nem na mama Mas mantém os fatores de risco de trombose e piora os sintomas de climatério REUMATO – JÚLIA COLOGNEZI 25 DE AGOSTO DE 2023 Bisfosfonatos Age direto no osteoclasto Vai direto para a matriz óssea e fica lá até a célula do osteoclasto reabsorver o osso, quando reabsorve, o osteoclasto recebe o bisfosfonato e ele para de funcionar (não tem renovação ósseaa não ganha osso mas reduz fratura vertebral e de fêmur Linha inicial de tratamento em pacientes com osteoporose no SUS Se parar no esfôfago esofagite e úlceras; precisa tomar com água, bastante água para transito esofagiano rápido, não pode deitar ou comer por meia hora Paciente que tem chagas e, por consequência, dismotilidade esofagiana, não pode usar esse remédio por VO Não permite renovação óssea; se precisa, por exemplo, fazer um implante dentário, não vai cicatrizar osteonecrose de mandíbula Como não tem renovação óssea, o osso envelhece e, após 10 anos, o osso quebra por conta do remédio; depois de 10 anos precisa parar por um tempo o remédio Denosumabe Inibe o RANKL de ativar o osteoclasto Previne reabsorção óssea Vantagens Subcutâneo, uma vez a cada 6 meses Funciona e previne qualquer tipo de fratura de maneira similar ao bisfosfonato Menos fratura por uso crônico e menos osteonecrose de mandíbula Tem ganho de massa óssea Desvantagens Quando para o remédio, perde a massa óssea que ganhou rapidamente (precisa fazer uso para sempre) 1200 reais cada seringa Ambos: diminuir fratura e reabsorção óssea e não para ganhar osso Então se o paciente chegou com pouca massa óssea, precisa ganhar osso: Teriparatida É uma fração do PTH Nome comercial: Forteo Age no osteoblasto sintetizando osso Usado em osteoporose muito grave, com muitas fraturas prévias, muita perda óssea e em intolerância ou falhas de medicamentos prévios Previne fratura vertebral e não-vertebral Desvantagem: risco de osteosarcoma usado por no máximo 2 anos Romosozumab Ganha bastante osso Mesma indicação da teriparatida Desvantagem: caro Vantagem: não causa neoplasia MONITORIZAÇÃO
Compartilhar