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Gestação, complicações, assistência e parto. Prof. Enfª Raíssa Lopes ESCOLA TÉCNICA POTIGUAR CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM JACQUELINE MEIRA O que é gravidez? A gravidez é a geração de um novo ser no organismo de uma mulher, que demorará cerca 9 meses para se desenvolver. A maneira mais usual de ter uma gravidez é através do contato sexual, embora haja outras formas, como a fertilização in vitro. Quando existe o contato do espermatozoide no óvulo dá-se a fecundação. A partir daí, o óvulo já fecundado sofrerá várias divisões. Alguns dias depois, este aloja-se no útero, local onde ficará definitivamente até ao momento do parto. CURIOSIDADE A fertilização in vitro é uma técnica feita em laboratório que permite que uma mulher engravide sem ser necessariamente pela via sexual. Esta técnica pode ser feita de duas maneiras: 1 - Convencional: depois do óvulo e os espermatozoides serem coletados, põem 100 mil espermatozóides à volta do óvulo . 2 - Injeção Citoplasmática de Espermatozóides: o espermatozóide é escolhido de forma microscópica para ser injetado diretamente no óvulo. Após a fertilização o óvulo vai para a incubadora durante cerca de 5 dias, depois com um tubo o óvulo será passado para o útero da mulher onde terá a mesma evolução que teria via sexual. GESTAÇÃO Gestação Parto Puerpério CICLO GRAVÍDICO PUERPERAL Adaptação do organismo materno para manutenção e desenvolvimento da gestação Alta velocidade de crescimento fetal ESTADO ESPECIAL (Episódio) DURAÇÃO DA GESTAÇÃO 280 dias ou 40ª semanas ou 9 meses 280 dias 40 semanas 9 meses ou ou • Da fecundação até final da 12º semana - período embrionário; • Aborto/Perda: Da 13º semana à 40º semana período fetal; • Nascimento com menos de 37º semanas - prematuro (pré- termo); • Da 37º à 41º semanas e 6 dias - termo • A partir de 42º semanas – pós termo PERÍODOS GESTACIONAIS • 1º mês – o embrião e o saco amniótico são formados; • 2º mês – o coração do bebê começa a trabalhar, e ele já tem rins, fígado, intestinos e pulmões, já se conseguem ver melhor as pernas e os braços; • 3º mês – os ossos começam a formar-se; • 4º mês – começa a ter os primeiros cabelos e reage a alguns ruídos, por isso é que se movimentam regularmente; DESENVOLVIMENTO FETAL • 5º mês – as glândulas sudoríparas são criadas e a pele do mesmo fica mais espessa; • 6º mês – os pulmões e o cérebro encontram-se na fase final de desenvolvimento; • 7º mês – o bebé está totalmente formado e já distingue a luz da escuridão; • 8º mês – o bebé está na cavidade pélvica; • 9º mês – o bebé está pronto a nascer; Duração: do 15º dia (inicio da 3a semana) até o final da 12º semana Característica principal: diferenciação celular e continuação da hiperplasia. FASE EMBRIONÁRIA 3 semanas 4 semanas 5 semanas 6 semanas 7semanas 8 semanas 9 semanas 10 semanas 11 semanas 12 semanas Fonte: http://www.standupgirl.com/inside/index.html Duração: da 13º semana até a 40ª semana Característica: Crescimento fetal FASE FETAL 3 meses 12 sem 4 meses 16 sem 6 meses 24 sem5 meses 20 sem 7 meses 28 sem 8 meses 32 sem Anatômicas Hormonais Metabólicas Imunológicas ORGANISMO MATERNO Cria ambiente favorável para o desenvolvimento do concepto MUDANÇAS ADAPTAÇÕES HORMONAIS Corpo lúteo se mantém até o 4 mês de gestação – sustentar a gravidez Alta produção de hormônios (mais de trinta hormônios) Produção de hormônios placentários ADAPTAÇÕES IMUNOLÓGICAS Imunossupressão pelo decréscimo da atividade (tanto número como função) das células matadoras naturais e pela queda da função dos Linfócitos T Interação mãe-concepto PLACENTA Único órgão formado por células de dois indivíduos FUNÇÃO en.wikipedia.org/wiki/Placenta Órgão transitório que intermedeia as trocas fisiológicas entre mãe e feto Endócrina Metabólica Metabólica No início da gestação sintetiza glicogênio, colesterol e ácidos graxos para nutrir o embrião. Posteriormente, fará as trocas entre mãe e filho por difusão simples e difusão facilitada Endócrina Produz hormônios Gonadotrofina Coriônica (Glicoproteína), estrógeno, progesterona, adrenocorticotrófico coriônico, tireotrófico coriônico e somatomamotrofina coriônica humana (HCS) Atividade lactogênica e estimuladora do crescimento PLACENTA Passagem por difusão simples: Água, oxigênio, dióxido e monóxido de carbono, glicose, eletrólitos, uréia, ácido úrico e a maioria das drogas Passagem por difusão facilitada: Transporte ativo ou pinocitose (englobamento de partículas pelas células): vitaminas, hormônios, anticorpos A passagem livre de certas substâncias, de vírus e microrgasnismos pela placenta pode provocar danos e/ou a morte ao feto 2 artérias carregam sangue desoxigenado do feto 1 veia supre sangue oxigenado As trocas entre mãe e filho são feitas nos espaços intervilosos. P R É - N ATA L FLUXOGRAMA PARA DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ Atraso ou irregularidade menstrual, náuseas e aumento do abdome Avaliar ciclo: DUM e Atividade Sexual Solicitar TIG Negativo Positivo Gravidez confirmada Iniciar acompanhamento da gestante Repetir TIG após 15 dias Negativo Persistir amenorréia Encaminhar para avaliação clínica Início da gestação Segundo Trimestre Terceiro Trimestre Amenorréia ausência de menstruação Cloasmas - Manchas por alterações hormonais Ganho de peso Sono – progesterona ação inibidor - sono e letargia Movimentos fetais Dificuldade respiratória Estrias Gestação - estiramento excessivo da pele (mais frequente seios, barriga e coxas) Mudança no centro de gravidade Afastamentos dos pés Azia – pirose – queimação (melhora com dieta fracionada) Náusea e vômitos Sangramento nas gengivas Sialorréia - excesso de saliva Freqüências Urinárias Cãibras Dor nas costas - dor lombar Prática de atividade física ajuda reduz as dores nas costas Constipação Linha nigra Edema nas pernas - inchaço Mudança no caminhar (marcha anserina) Contrações uterinas Produção de secreção láctea CALENDÁRIO DE CONSULTAS • TOTAL DE NO MÍNIMO: 6 (seis), com acompanhamento intercalado entre médico e enfermeiro. • Sempre que possível, as consultas devem ser realizadas conforme o seguinte cronograma: – Até 28ª semana – mensalmente; – Da 28ª até a 36ª semana – quinzenalmente; – Da 36ª até a 41ª semana – semanalmente. • Não existe “alta” do pré-natal antes do parto O acompanhamento da mulher no ciclo grávido-puerperal deve ser iniciado o mais precocemente possível e só se encerra após o 42º dia de puerpério, período em que a consulta de puerpério deverá ter sido realizada. ATRIBUIÇÕES DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM • Orientar as mulheres e suas famílias sobre a importância do pré-natal, da amamentação e da vacinação; • Verificar/realizar o cadastramento das gestantes no SisPreNatal; • Conferir as informações preenchidas no Cartão da Gestante; • Verificar o peso e a pressão arterial e anotar os dados no Cartão da Gestante; • Fornecer medicação mediante receita, assim como os medicamentos padronizados para o programa de pré-natal (sulfato ferroso e ácido fólico); • Aplicar vacinas antitetânica (DT adulto e Dtpa) e contra hepatite B; ATRIBUIÇÕES DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM • Realizar atividades educativas, individuais e em grupos (deve-se utilizar a sala de espera); • Informar o(a) enfermeiro(a) ou o(a) médico(a) de sua equipe, caso a gestante apresente algum sinal de alarme, como os citados anteriormente; • Identificar situações de risco e vulnerabilidade e encaminhar a gestante para consulta de enfermagem ou médica, quando necessário; • Orientar a gestante sobre a periodicidade das consultas e realizar busca ativa das gestantes faltosas; • Realizar visitas domiciliares durante o período gestacional e puerperal, acompanhar o processo de aleitamento, orientar a mulher e seu companheiro sobre o planejamento familiar. Ficha de AcompanhamentoPré-Natal Cartão da Gestante www.chenrique.com CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL • Os métodos para esta estimativa dependem da data da última menstruação (DUM) - primeiro dia de sangramento do último ciclo menstrual referido pela mulher. • Quando a DUM é conhecida e certa - É o método de escolha para se calcular a idade gestacional em mulheres com ciclos menstruais regulares e sem uso de métodos anticoncepcionais hormonais: CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL (IG) • Objetivo: Estimar o tempo de gestação ou a idade do feto • DUM conhecida de certeza; • DUM desconhecida, conhecido o período do mês (início 5, meio 15, final 25); • DUM e período desconhecidos: AU ou USG obstétrica • Método do calendário x Gestograma • Uso do calendário: some o número de dias do intervalo entre a DUM e a data da consulta, dividindo o total por sete (resultado em semanas); • Uso de disco (gestograma): coloque a seta sobre o dia e o mês correspondentes ao primeiro dia e mês do último ciclo menstrual e observe o número de semanas indicado no dia e mês da consulta atual. • Quando a data da última menstruação é desconhecida, mas se conhece o período do mês em que ela ocorreu: • Se o período foi no início, meio ou fim do mês, considere como data da última menstruação os dias 5, 15 e 25, respectivamente. • Proceda, então, à utilização de um dos métodos descritos . CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL (IG) • Método do calendário • Somar o número de dias entre a DUM e a data da consulta, dividir o resultado por 7: • Ex: DUM 26/01/13; Consulta 21/03/13 • 5 dias de janeiro + 28 dias de fevereiro + 21 dias de março 54 ÷ 7 = 7 semanas e 5 dias CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL (IG) CÁLCULO DA DPP • Calcula-se a data provável do parto levando-se em consideração a duração média da gestação normal (280 dias ou 40 semanas, a partir da DUM), mediante a utilização de calendário. • OU somar 07 DIAS ao primeiro dia da última menstruação e subtrair 03 MESES ao mês em que ocorreu a última menstruação (ou adicionar 09 meses, se corresponder aos meses de janeiro a março). • Esta forma de cálculo é chamada de Regra de Näegele. – Nos casos em que o número de dias encontrado for maior do que o número de dias do mês, passe os dias excedentes para o mês seguinte, adicionando 1 (um) ao final do cálculo do mês. CÁLCULO DA DPP • Objetivo: Estimar o período provável para o nascimento • Gestograma x Regra de Naegele • Regra de Naegele: • Dia + 7 • Meses: Janeiro a Março + 9 Abril a Dezembro – 3 • Se o nº for > que a qtidade de dias do mês somar 1 ao mês EXEMPLOS DUM: 11/09/13 DPP: (dia: 11 + 7 = 18 / mês: 09 - 03 = 06), portanto, DPP = 18/03/14. DUM: 18/02/14 DPP: (dia: 18 + 7 = 25 / mês: 02 + 09 = 11), portanto, DPP = 25/11/14 DUM: 27/01/14 DPP: (dia: 27 + 7 = 34 34 – 31(Janeiro) = 03 / 01 + 09 + 01 = 11), portanto, DPP = 03/11/14 VAMOS LÁ! AGORA É A SUA VEZ! • 27 + 7 = 34 > 03 dias • 01 + 09 = 10 + 1 (mês acima) 11 mês • DPP – 03/11/2018 • 10 + 7 = 17 • 2 + 9 = 11 • DPP– 17/11/2018 DUM – 27/01/2018 DUM – 10/02/2018 • 13 + 7 = 20 • 9-3 = 6 • DPP – 20/06/2018 DUM - 13/09/2017 Prof. Raíssa Lopes TRABALHO DE PARTO TRABALHO DE PARTO • É fundamental para a humanização do parto o adequado preparo da gestante para o momento do nascimento, e esse preparo deve ser iniciado precocemente durante o pré- natal. • O parto é a expulsão do feto através das vias vaginais ou cirurgicamente. TRABALHO DE PARTO Parto a termo (tempo normal) - entre 37 e 41semanas e 6 dias; Parto pré-termo - antes das 37 semanas (36 semanas e 6 dias); Parto pós-termo - acontece após 42 semanas. • Algumas observações: – Trajeto: Canal de parto – Objeto: O próprio feto. – Motor: A força de impulsionar o objeto pelo trajeto. E S TÁT I C A F ETA L ATITUDE OU POSTURA FETAL • Postura do feto (grau de flexão corporal) SITUAÇÃO FETAL • Relação entre o eixo longitudinal da mãe e do feto (Ex.: longitudinal, transverso, oblíquo); POSIÇÃO FETAL • Relação do dorso fetal com o abdome materno (Ex.: direito, esquerdo) APRESENTAÇÃO FETAL • Relação entre o polo fetal e o estreito superior da pelve materna (Ex.: cefálica, pélvica, córmica ou podálica). T I P O S D E PA R T O TIPOS DE PARTO • Normal ou Eutócito – parto fisiológico, realizado após as 37 semanas de gestação, sem nenhuma intercorrência obstétrica. • Espontâneo – que se inicia sem nenhuma intercorrência. • Induzido – feito sob uso de medicamentos ou manobras. • Operatório – parto cesária. • Distócito – parto que não ocorre espontaneamente ou onde ocorrem complicações graves, gerando riscos para a mãe e para o feto. ESCOLHA DA VIA DE PARTO • Dá-se preferencia a via de escolha da parturiente; • No local onde se sintam seguras; • Cuidado focado nas necessidades da mulher e em sua segurança, respeitando ao máximo seus valores culturais. • A via de parto natural é que traz menos risco à parturiente e ao neonato e melhores condições de puerpério; devendo ser encorajada pelos profissionais de saúde desde o pré-natal. INDICAÇÕES OBSTÉTRICAS DE PARTO CESÁREO • Absolutas: – desproporção céfalo-pélvica, – cicatriz uterina prévia corporal, – situação fetal transversa, – herpes genital ativo, – prolapso de cordão, – placenta prévia oclusiva total, – morte materna com feto vivo. • Relativas: – feto não reativo em trabalho de parto, – gestante HIV positivo (dependendo da carga viral), – descolamento prematuro de placenta (dependendo do estágio do parto), – apresentação pélvica, – gravidez gemelar (depende da relação entre os fetos), – cesárea prévia, – macrossomia fetal, – cérvice desfavorável à indução do parto, – psicopatia. INDICAÇÕES OBSTÉTRICAS DE PARTO CESÁREO DESVANTAGENS E RISCOS DA CESARIANA • Período de recuperação mais longo; • Aumento da morbidade materna: risco de parada cardíaca, hematoma de parede, histerectomia, maior infecção puerperal, complicações anestésicas, tromboembolismo venoso e hemorragia que requer histerectomia; • Aumento do risco de problemas respiratórios neonatais: síndrome respiratória e taquipneia transitória são mais comuns em cesáreas do que em partos vaginais e podem determinar hospitalização mais longa. • Aumento da mortalidade neonatal (as evidências são bastante limitadas); • Riscos para futuras gestações: riscos para placenta prévia são significativamente mais comuns após uma ou mais cesáreas. D I A G N Ó S T I C O D O T R A B A L H O D E PA R T O AT I V O DIAGNÓSTICO DO TRABALHO DE PARTO ATIVO • Necessário que seja identificado um conjunto de sinais e sintomas de forma esquemática, a saber: • Perda do tampão mucoso; • Formação da bolsa das águas; • Contrações rítmicas e regulares. – No início do trabalho de parto as contrações são leves e causam pouco desconforto; podem ocorrer com intervalos de 10 a 20 minutos e durar de 15 a 30 segundos cada uma. • Apagamento e dilatação do colo uterino. • Apagamento - é o processo pelo qual o canal cervical é progressivamente encurtado até atingir um grau de completa obliteração. • Dilatação Cervical - é o processo pelo qual o orifício externo do colo uterino aumenta de um orifício que têm somente uns poucos milímetros de diâmetro para um que é grande o bastante para permitir que a cabeça do feto passe através dele (10 centímetros). P E R Í O D O S D O T R A B A L H O D E PA R T O PERÍODOS DO TRABALHO DE PARTO • 1º Dilatação • 2º Expulsão • 3º Dequitação • 4º Pós-parto imediato DILATAÇÃO • INÍCIO - contrações regulares e rítmicas e termina com a dilatação completa do colo uterino. É uma etapa dividida em duas fases: • LATENTE: vai do início do trabalho de parto até um ponto onde a curva começa uma definida tendência para cima. Essa fase pode levar várias horas. – PRIMÍPARAS - em média de 6 a 4 horas e normalmente não excede 20 horas. – MULTÍPARAS - média de 4 a 8 horas e, de maneira geral,não excede 14 horas. • ATIVA: Na fase ativa, as contrações ocorrem entre cada 2 e 5 minutos, duram em média entre 45 a 60 segundos e são de intensidade moderada a forte. • Parturiente agitada, irritável, perde o controle das técnicas respiratórias, apresenta náuseas e vômitos. • 1ª etapa do trabalho de parto - objetivam o apagamento do colo uterino, a descida progressiva da apresentação fetal. DILATAÇÃO • Ocorre perda do tampão mucoso – substância que é secretada pelas glândulas cervicais e que fica acumulado na cérvice durante toda a gravidez. – É perdido no início do trabalho de parto. • Formação da bolsa d’água – função de proteger o feto, função anti- infecciosa e promover a dilatação. – Amniorrexe – Rompimento da bolsa espontaneamente. – Amniotomia – Rompimento da bolsa por instrumento. EXPULSÃO • INÍCIO - dilatação total do colo uterino, onde as forças do trabalho de parto movem o feto através do canal do parto até a sua expulsão; • CARACTERÍSTICAS - sudorese perioral, aumento do sinal de sangue pela ruptura das membranas amnióticas (se estas ainda estiverem íntegras) dos capilares do colo uterino, pressão retal intensa e reflexo materno ao fazer força para baixo a cada contração expulsiva (“puxos maternos”). • À medida que o feto se aproxima do assoalho pélvico, o períneo fica abaulado e, quando os lábios vaginais se separam, a apresentação fetal aparece no orifício vaginal, ocorrendo também dilatação do orifício anal e dores lombares. O PERÍODO EXPULSIVO OU MECANISMO DE PARTO, OCORRE EM 6 TEMPOS: • 1º tempo: INSINUAÇÃO OU ENCAIXAMENTO FETAL (é a passagem da maior circunferência da apresentação através do canal do estreito superior) • 2º tempo: DESCIDA DA APRESENTAÇÃO (completando a insinuação, a cabeça migra até as proximidades do assoalho pélvico, onde começa o cotovelo do canal) • 3º tempo: ROTAÇÃO INTERNA DA CABEÇA (ao nível das espinhas ciáticas, a cabeça sofre movimento de rotação que levará a sutura sagital a se orientar no sentido anteroposterior da saída do canal) • 4º tempo: DESPRENDIMENTO DA CABEÇA (terminado o movimento de rotação, o subocciptal vai se colocar sob a arcada púbica, a sutura sagital orienta-se em sentido anteroposterior) • 5º tempo: ROTAÇÃO EXTERNA DA CABEÇA E INTERNA DAS ESPÁDUAS (imediatamente, a cabeça sofre novo e ligeiro movimento de flexão, pelo seu próprio peso, e vai executar a rotação externa, voltando o occiptal para o lado onde se encontrava na bacia. É movimento simultâneo à rotação interna das espáduas, causada pelo movimento de restituição à orientação primitiva intraútero) • 6º tempo: DESPRENDIMENTO DAS ESPÁDUAS (nessa altura, a espádua anterior transpõe a arcada púbica e aparece através do orifício vulvar, fazendo-se movimento de flexão anterior e após fletindo posteriormente desprende-se a espádua posterior). O PERÍODO EXPULSIVO OU MECANISMO DE PARTO, OCORRE EM 6 TEMPOS: SECUNDAMENTO OU DEQUITAÇÃO OU DELIVRAMENTO • Começa logo após o nascimento do feto e termina com a separação e expulsão da placenta. Ocorrem contrações fortes, porém menos dolorosas. Para que a placenta seja expulsa vai ocorrer 3 tempos: Descolamento, Descida e Expulsão. • FACE FETAL DA PLACENTA - azulada, brilhante, lisa e nela está inserido o cordão umbilical com duas artérias e uma veia. – Identifica-se dois folhetos que formam a bolsa das águas: âmnio e cório: aquele mais interno, que está em contato com o feto e este, mais externo por aderir-se à face materna. – Baudelocque-Shuntz – Face da placenta) • FACE MATERNA - rugosidade, cor vermelha, com presença de 12 a 16 cotilédonos que concretizam a parte funcional da placenta, que ocorrem as trocas materno-fetais durante o período gestacional – Baudelocque-Ducan – Face da placenta) MANOBRAS DE JACOB DUBLIN PÓS-PARTO IMEDIATO OU GREENBERG: • INÍCIO - liberação total da placenta e estende-se pelas primeiras 4 horas pós-parto; • AVALIAÇÃO DA PUÉRPERA - detectar atonia uterina, hemorragia puerperal, anormalidades nos SSVV e retenção urinária. INVOLUÇÃO UTERINA Globo de Segurança de Pinard: 2h após o parto o útero deve estar abaixo do umbigo A S S I S T Ê N C I A D E E N F E R M A G E M D U R A N T E O T R A B A L H O D E PA R T O SAL A DE PRÉ-PARTO – DIL ATAÇÃO • Realizar admissão da paciente • Observar as condições maternas (pulso, respiração, PA, Vômitos, sangramentos, temperatura, presença de dor, cefaléia) • Realizar higiene da vulva e corporal (com tricotomia se indicado) • Vestir a paciente com bata do hospital • Repouso relativo (se bolsa rota) ou absoluto (se patologias gestacionais) • Colocar a gestante em decúbito lateral esquerdo (melhorar aporte sanguíneo para o feto) • Orientar relaxamento e execução de exercícios respiratórios • Orientar quanto a eliminação vesical e intestinal • Oferecer apoio emocional • Observar as condições fetais (BCF) • Observar sinais do período expulsivo • Observar a Dinâmica Uterina • Se ocorrer amniorrexe , observar a cor do líquido. • Puncionar veia periférica para manter acesso. • Realizar medicação prescrita. • Usar métodos não farmacológicos para analgesia: massagem de conforto, cavalinho, bola, banho quente. SALA DE PARTO – EXPULSÃO • Preparação da sala de parto: bandeja de parto, luvas, gases, seringas, anestésicos, foco de luz, aspirador, campos operatórios, capotes, máscaras, sondas, cateter de O2, fios de sutura e berço aquecido. • Realizar admissão na sala. • Colocar a paciente na mesa em posição ginecológica • Oferecer apoio emocional • Cobrir a paciente • Fazer antissepsia da vulva e parte interna das coxas. • Controlar AVC ( Acesso venoso central) - gotejamento • Orientar a paciente para inspirar a bloquear a respiração no momento da contração, fazendo força (como se fosse defecar) e relaxando ao final da contração. DEQUITAÇÃO • Observar a saída da placenta e perda sanguínea. • Observar a placenta (integridade) • Se prescrito, administrar o retrator uterino – Methergin. APÓS A DEQUITAÇÃO • Deixar a paciente repousar, mostrando o RN a ela. • Controlar SSVV. • Não deixá-la sozinha. • Oferecer apoio emocional. • Encaminhá-la ao puerpério – alojamento conjunto. • Registrar no prontuário: hora, tipo de parto, dados do RN (sexo, altura, peso, apgar). PA R T O H U M A N I Z A D O PUERPÉRIO PUERPÉRIO • IMEDIATO – 1º dia (primeiras 24horas) • MEDIATO – 2º ao 10º dia de pós- parto. • TARDIO – do 11º ao 42º dia de pós- parto. • Deambular: – Parto normal – o mais precoce possível. – Parto cesária – 12 horas pós-parto. LOQUIAÇÃO • Lóquios – Sangramento pós-parto (troca de 2 a 3 absorventes por período), dura cerca de 10 a 12 dias em parto normal e cerca de 2 a 3 dias em parto cesárea. Vão clareando e diminuindo o volume com o tempo. • Rubros – até 7 dias • Serosos – do 7º ao 12º dias • Brancos – a partir do 10º dia • Durante o parto e pós-parto imediato ocorre leucocitoce, se o débito circulatório diminuir causa febre (38ºC); se essa febre durar 2 dias ou mais é sinal de infecção. Hemorragias no puerpério são quando as perdas são maiores que 500ml. CARACTERÍSTICAS DO PUERPÉRIO • Imediato: A puérpera apresenta exaustão; alterações de pulso e pressão; edema vulvar, mamas flácidas e com presença de colostro, lóquios sanguinolentos, fundo de útero entre cicatriz umbilical e sínfise púbica; diurese escassa e retorno dos órgãos abdominais para seus locais anatômicos. • Mediato: Diurese aumentada, sede, involução uterina mais acentuada, diminuição do edema vulvar, reconstituição do colo do útero, lóquios sero- sanguinolentos, mamas ingurgitadas, iniciando a lactação. – Obs.: Entre o 3º e 5º dia pós-parto ocorre a apojadura (produção excessiva de leite) pelo aumento dos hormônios prolactina e ocitocina. • Tardio: Recuperação da genitália, involução uterina total, (após o 10º dia torna-se impalpável), Lóquios serosos, diurese espontânea. • Remoto – endométrio proliferanormalmente, retorno da menstruação. HEMORRAGIA PÓS-PARTO • Perda sanguínea no período pós dequitação, superior a 500 ml (a perda fisiológica varia entre 300 e 500 ml). • Causas - hipotonia uterina (90% dos casos); lacerações do colo ou canal de parto; retenção de restos placentários ou membranas. • Sinais e Sintomas • Fluxo abundante de sangue ou em pequena quantidade por um período mais longo, com presença de coágulos; • Pulso rápido e fino; • Hipotensão; • Pele fria, úmida e pegajosa; • Agitação; • Choque hipovolêmico HEMORRAGIA PÓS-PARTO TRATAMENTO • Se for causada por hipotonia, estimula-se o útero a contrair, realizando massagens até senti-lo firme, comprimindo-o em seguida para expelir o sangue e coágulos acumulados dentro dele; • Administração de contrator uterino (ocitocina) prescrito (IM ou IV); • Curetagem uterina; • Transfusão sanguínea, SN. • Monitorar o sangramento através da saturação dos absorventes; • Sutura das lacerações existentes; • Elevação dos MMII; • Aquecimento da paciente; • Administração de O2 (hemorragia grave); • Observação rigorosa da puérpera após sanar a hemorragia. VOCÊ SABIA QUE OS BEBEÊS PODEM MERGULHAR NA ÁGUA? É por causa de um reflexo que os bebês param de respirar assim que mergulham na água. E com a traqueia mais elevada (ANATOMIA DO BEBÊ), eles podem abrir a boca o tanto que quiserem. A água não entra nos pulmões, vai direto para o estômago. https://www.youtube.com/watch?v=lq wsVosR8zc - BEBÊS DIREITOS E DEVERES DAS MULHERES Prof.ª Enf.ª Natally Pereira BONS ESTUDOS! ! ! REFERÊNCIAS YAMAGUCHI et al. Drogas de abuso e gravidez. Rev. Psiq. Clín 35, supl 1; 44-47, 2008. PASTORE, S., VINADÉ, I. A.; Hipertensão Gestacional –Uma revisão de literatura.
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