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Campus Alphaville Nutrição Estudo de Caso: Cardápio para Gestante Ariane de Oliveira Pinto RA C23IFA-8 Evelyn Patricia Bueno da Silva Carnavale RA C0174E-0 Juliana Praetorius Buchweitz RA T816GJ-3 Maria Suelda Lopes Furlan RA: C1532 J-7 Professora Juliana G. Casagrande Planejamento de Cardápio de Ciclos de Vida Santana de Parnaíba, 2015. 2 Estudo de Caso: Cardápio para Gestante Ariane de Oliveira Pinto RA C23IFA-8 Evelyn Patricia Bueno da Silva Carnavale RA C0174E-0 Juliana Praetorius Buchweitz RA T816GJ-3 Maria Suelda Lopes Furlan RA: C1532 J-7 Trabalho de estudo de caso, do curso de nutrição, Unip, realizado na matéria de Planejamento de Cardápios e Ciclos de Vida com acompanhamento da Professora Juliana G. Casagrande. Santana de Parnaíba - SP 2015 3 Índice Introdução ............................................................................................................................. 4 Objetivo................................................................................................................................. 5 A Gestação e a Nutrição ....................................................................................................... 6 Fatores de risco potenciais ligados a alimentação ............................................................. 7 Toxinas na gravidez ....................................................................................................... 7 Ambiente Uterino ........................................................................................................... 7 Fármacos e Suplementos .............................................................................................. 8 Requisitos nutricionais para gestantes .............................................................................. 9 Avaliação antropométrica no início da gestação .............................................................. 12 Estudo de caso ................................................................................................................... 13 Orientações Nutricionais ..................................................................................................... 13 Conclusão ........................................................................................................................... 17 Referência Bibliográfica ...................................................................................................... 18 4 Introdução A nutrição ideal para uma concepção bem-sucedida é quando inclui quantidades adequadas de todas as vitaminas, minerais e macronutrientes fornecedores de energia. Pelo fato do feto estar em um período de grande desenvolvimento e depender exclusivamente dos nutrientes provenientes da mãe, uma alimentação adequada nesta fase é crucial para a manutenção de saúde da gestante e do perfeito desenvolvimento do bebê. Em alguns casos deficiências nutricionais podem acarretar em um parto prematuro, ou no caso de ocorrer no período de amamentação, pode resultar em problemas de saúde e desenvolvimento que irão perdurar até a vida adulta do bebê. 5 Objetivo O trabalho tem como objetivo aprofundamento e estudo das necessidades nutricionais das mulheres e fetos na gestação, período este que é de suma importância para garantir o desenvolvimento adequado da criança até a vida adulta. 6 A Gestação e a Nutrição De acordo com BAIÃO: A gestação e os eventos a ela relacionados, como puerpério e lactação, são marcados por profundas mudanças que interferem na vida da mulher. As mais reconhecidas são as modificações relacionadas ao corpo, sua fisiologia e metabolismo. Sob o ponto de vista da biomedicina, é inegável que são fases de maior vulnerabilidade e de grandes demandas que requerem prioridade na assistência. O período gestacional normal é constituído de 37 a 42 semanas, e ao decorrer da gestação ocorrem uma sequencia de adaptações no corpo da mulher, sendo as principais transformações envolvendo mudanças cardio-circulatórias, respiratórias, gastrointestinais, metabólicas e hematológicas. (VASCONCELOS, 2011) A alimentação é um sistema complexo que transcende muitas vezes uma questão pura e simplesmente nutricional; e a gestação é um período especialmente importantes sob o enfoque do atendimento às exacerbadas demandas nutricionais, sendo assim, a alimentação deve ser orientada de maneira adequada visando garantir o desenvolvimento e manutenção da saúde, tanto da mãe quando da futura criança. (BAIÃO, 2006) De acordo com Vasconcelos, 2011 p. 3: Alguns estudos tem demonstrado que a nutrição adequada durante a gestação e nos primeiros anos de vida é capaz de prevenir problemas como a obesidade e outras doenças cronicas não transmissíveis na idade adulta. Em um estudo realizado com gestantes no seu primeiro pré-natal descobriu-se baixas ingestões dietéticas de vitamina E, folato (ácido fólico), ferro e magnésio, tanto no período de preconcepção quanto durante a gravidez. (KRAUSE, 2012) Embola as recomendações de saúde publica atuais promovam a suplementação de folato (ácido fólico), há provas de que outros nutrientes também 7 reduzem o risco de deficiências congênitas, como a vitamina B12, B6, niacina, ferro e magnésio. (KRAUSE, 2012) Fatores de risco potenciais ligados a alimentação Fatores de risco potenciais ligados a alimentação para o desenvolvimento de defeitos no nascimento, de acordo com Krause, 2012: Hiperglicemia Exposição a toxinas in útero (produtos químicos, diruptores endócrinos, entre outros) Ingestão de álcool pela mãe Deficiência de nutrientes durante a gravides, tais como: iodo, vitaminas (b12, D, A, K), sobre, zinco, acido fólico e colina Obesidade Toxinas na gravidez A exposição a substancias químicas ambientais como biotoxinas, estereis ftalatos e outros diruptores endócrinos e metais pesados podem afetar diretamente a saúde do feto. O ponto critico esta em mulheres que tem exposição ocupacional a toxinas, uso de bebidas alcoólicas ou drogas recreativas. as mulheres que consomem muito peixe tem risco elevado de conterem níveis tóxicos de mercúrio circulando no organismo (que é prejudicial para o cérebro do feto em desenvolvimento). (KRAUSE, 2012) Também é indicado a moderação do uso de cafe durante a gestação, pois o mesmo esta relacionado com o aumento no índice de abordo e reações adversas durante a gravides. (KRAUSE, 2012) Ambiente Uterino Um ambiente uterino não tao ideal, que pode ser resultado de diversos fatores como infecção materna, eventos estressantes, má nutrição dentre outros pode influenciar negativamente o desenvolvimento de diferentes tipos de células e 8 órgãos, sendo que o efeito da nutrição precária acompanhara o lactente e a mãe por décadas. (KRAUSE, 2012) Fármacos e Suplementos Fármacos e Suplementos que devem ser evitados na gravidez, de acordo com WIDTH, 2011: Fármacos vendidos com prescrição: ● Inibidores de ECA: Captopril e Enalapril. ● Fármacos para acne: Isotretinoína. ● Anticonvulsivantes: Clonazepam, diazepam, lorazepam. ● Inibidores da MAO: Isocarboxazida. ● Tranquilizantes: Clordiazepóxido, diazepam. ● Outros: Acitretina, etretinato,talidomida. ● Fármacos que interferem com ácido fólico: Fenobarbital, fenitoína, carbamazepina, primidona, sulfametoxazol-trimetropina, triantereno, sulfalassalazina, anticoncepcionais, tetraciclina, ácido valproico, cimetidina, betabloqueadores, bloqueadores do canal de cálcio, colestiramina. Fármacos vendidos sem prescrição: ● Anti-inflamatórios, acido acetilsalicílico, acetaminofemo, ibuprofeno. ● Fármacos para resfriados: anti-histaminicos e descongestionantes. Suplementos dietéticos: ● Ervas e outras substancias: aloés, angelica, arnica, semente de aipo, cinchona, canela, tussilagem, confrei, curcumina, efedra, feno-grego, camomila, gengibre, gingseng, hidrastre, cavalinha, fumo indiano, iris, kava- kava, raiz de alcaçuz, feto-macho, erva-da-mãe, noz-moscada, salsa, poejo, fitolaca, alecrim, arruda, salvia, saw palmetto, sena, erva-de-são-joão, tuia, raiz de açafrão, uva-ursina, verbena, absinto, cenoura silvestre, índigo silvestre, milefólio. ● Chás de ervas: folha de hortelã, folha de amora silvestre. 9 Principais nutrientes para o desenvolvimento fetal e neonatal do cérebro, de acordo com Krause, 2012: Energia: proteína, carboidrato e gordura, tendo como função a proliferação e diferenciação celular, sinaptogenese e síntese do fator de crescimento. Sua deficiência tem efeito global, incluindo córtex, hipocampo e substancia branca. Ferro: formação da mielina, síntese de monoamina, metabolismo da energia neural e glial. A deficiência afeta substancia branca estratal frontal: hipocampo frontal. Zinco: síntese do DNA, liberação de neurotransmissores. A deficiência afeta o sistema nervoso autônomo, hipocampo e cerebelo. Cobre: síntese dos neurotransmissores, metabolismo da energia neuronal e glial, atividade antioxidante. sua deficiência abeta o cerebelo. Acido graxo polinsaturado de cadeira longa: responsável pela formação de mielina e sinaptogenese. Sua deficiência afeta o córtex do cérebro e o olho. Colina: é responsável pela síntese dos neurotransmissores, metilação do DNA e síntese da mielina. Sua deficiência afeta o hipocampo e a substância branca. Requisitos nutricionais para gestantes De acordo com Vasconcelos, 2011 p. 57: A nutrição, o peso pré gestacional de o ganho de peso materno durante a gravidez são aspectos importantes diretamente relacionados com os resultados da gestação. Durante este período é necessário o aumento da recomendação da maioria dos nutrientes em virtude dos ajustes fisiológicos, pois o rápido crescimento dos tecidos e desenvolvimento do feto dependem da dieta materna. 10 Energia A energia adicional durante a gestação é necessária para promover o adequado ganho de peso gestacional e desenvolvimento fetal, da placenta e dos tecidos. Em virtude das várias publicações sobre recomendações energéticas durante a gravides, torna-se necessário na verdade a avaliação e cada caso de maneira individualizada. (VASCONCELOS, 2011) Proteína A ingestão de proteína deve ser aumentada durante a gestação em razão do crescimento fetal, da expansão acelerada do volume sanguíneo e do aumento dos anexos fetais. A dieta equilibrada em proteína melhora o crescimento do feto e reduz o risco de morte fetal e neonatal, sendo que a OMS recomenda a ingestão adicional de 6g/dia. (VASCONCELOS, 2011) Carboidrato De acordo com as DRI, a RDA para carboidrato em mulheres gestantes é de 175g/dia (correspondendo a um percentual de 45% a 65% das calorias totais), estimando-se que esta quantidade recomendada seja suficiente para prevenir cetose e manter a concentração de glicose sanguínea apropriada durante a gestação. (VASCONCELOS, 2011) Fibra A ingestão de fibras foi recomendada a partir da AI de 28g/dia, sendo importante estimular o consumo diário de alimentos integrais, hortaliças e frutas. (VASCONCELOS, 2011) Lipídeos A recomendação para ingestão de lipídeos dependera do requerimento de energia para o ganho de peso adequado, que deve se basear num percentual de 20-35% das calorias totais. (VASCONCELOS, 2011) 11 Vitaminas Ácido Fólico A folacina e o folato são nutricional e quimicamente parecidos com o ácido fólico, tem a função de coenzimas, atuando no metabolismo de carbono e aminoácidos, estando presentes na síntese do DNA e RNA, sendo muito importante para formação das hemácias e leucócitos. (CÂNDIDO, 2014) É encontrado nos alimentos, porém é facilmente oxidado e perdido durante o preparo em altas temperaturas (certa de 50% do folato nos alimentos é destruído durante a preparação). As suas principais fontes são: fígado, feijão, vegetais frescos de folha verde-escuro, carne bovina, batata laranja. (CÂNDIDO, 2014) Vitamina C O acido ascórbico é um importante antioxidante e exerce papel importante na síntese do colágeno, necessário para integridade do tecido conjuntivo, cartilagens, mátris óssea, dentina, peles e tendões. Sendo provável que a sua deficiência possa influenciar negativamente o crescimento e desenvolvimento fetal placentário. (VASCONCELOS, 2011) Vitamina A A vitamina A é um micronutriente essencial para diversos processos metabólicos, dentre eles a diferenciação celular, o ciclo visual, o crescimento, a reprodução e o sistema imunológico. O consumo deficiente ou excesso de vitamina A no período gestacional esta associado a defeitos congênitos cerebrais, oculares, auditivos e dos aparelhos geniturinário e cardiovascular, podendo promover a reabsorção do embrião ou até mesmo a morte fetal. (VASCONCELOS, 2011) Cálcio O cálcio é um mineral fundamental presente no corpo humano, envolvido em diversos processos metabólicos, como de coagulação sanguínea, transmissão dos impulsos nervosos, contração muscular dentre outros. Além do aumento da necessidade de cálcio pelo feto, verifica-se um aumento da calciuria na gravidez 12 normal. Estudos de caso-controle mostraram que a suplementação de cálcio durante a gravidez resultaram na diminuição da pressão arterial materna, diminuindo dessa forma o risco de pré-eclampsia. (VASCONCELOS, 2011) Ferro O aumento da necessidade de ferro durante a gravidez é de aproximadamente 800mg, sendo cerca de 300mg utilizados pelo concepto e 500mg para expansão total da hemoglobina materna. (VASCONCELOS, 2011) Selênio É importante para regulação do desenvolvimento do feto e do RN, sendo que sua deficiência pode causar abordo e nascimento prematuro. Se sabe também que baixos níveis de selênio maternos são relacionados com o baixo peso ao nascer. (VASCONCELOS, 2011) Zinco A deficiência de zinco pode comprometer o desenvolvimento físico e intelectual, observando que sua deficiência é considerada como um dos fatores em casos de malformações congênitas e defeitos na formação do tubo neural. (VASCONCELOS, 2011) Avaliação antropométrica no início da gestação A Organização Mundial da Saúde (OMS) utiliza como método para classificação do estado nutricional inicial da gestante o Índice de Massa Corporal (IMC), com uma faixa de adequação do estado nutricional, visto que o estado nutricional pré gestacional é determinante do ganho de peso na gestação. (VASCONCELOS, 2011) Existe uma ampla variação para o ganho de peso da mulher em todas as categorias do estado nutricional, e o ganho de peso deve ser determinado mediante o estado nutricional inicial e o período gestacional que a mulher se encontra, sendo necessário ganho de peso a partir do 2° trimestre da gestação. (VASCONCELOS, 2011) 13 Estudo de caso Pacientegestante solicita acompanhamento nutricional. Sua queixa principal é constipação intestinal. Refere ter medo de engordar muito. Dados Pessoais: Idade: 28 anos Idade Gestacional: 17 semanas Atividade Física: Sedentária Peso pré gestacional: 56 kg Peso Atual: 58 kg Altura: 1,54m Não apresenta alterações bioquímicas e clinicas. Trabalha durante o dia e pertence a classe média. Refere tomar 2 copos de água por dia e adorar doces. Calcular a recomendação de energia para esta paciente. Criar um exemplo de cardápio diário. Calcular energia, macronutrientes, cálcio e vitamina C. Criar orientações gerais. Orientações Nutricionais As orientações descritas a seguir foram desenvolvidas pelo grupo visando a melhora na qualidade de vida e alimentação da gestante. ● Fracionar as refeições (6 a 8 refeições por dia) ● Comer de 3 em 3 horas ● Comer devagar e mastigar bem os alimentos ● Consumir mais frutas, legumes e verduras ● Não consumir café, chá mate e produtos com cola ● Não fazer uso em hipótese alguma de álcool e fumo ● Evitar o uso de adoçante 14 ● Tomar pelo menos 2 litros de água por dia ● Aumentar o consumo de fibras, ingerindo frutas com bagaço, vegetais crus e cereais integrais ● Evitar o consumo de alimentos flatulentos como: alho, batata-doce, brócolis, cebola, couve flor, feijão, repolho ● Consumir pouco sal, para evitar o inchaço ● Consumir alimentos integrais (arroz, aveia e pão) ● Substituir o doce por uma fruta ● Procurar fazer uma atividade física sob orientação de um profissional da área 15 16 17 Conclusão O grupo concluí através desse trabalho que uma alimentação saudável e equilibrada garante um bom estado nutricional materno, ou seja, proporciona uma gestação de melhor qualidade, bem como o desenvolvimento do bebê. A gestante deve estar atenta a qualidade nutricional de sua dieta, e a nutricionista exerce papel importante na fase gestacional, estabelecendo orientações nutricionais adequadas e prescrevendo uma dieta adaptada, procurando sempre o equilíbrio entre a qualidade e a quantidade, juntamente ao estilo de vida e as recomendações específicas para essa fase da vida. 18 Referência Bibliográfica CÂNDIDO, Cynthia Cavalini; CARELLE, Ana Claúdia. Nutrição e Farmacologia. 1° ed.; São Paulo: Érica, 2014. WIDTH Mary; REINHARD Tonia. MdS – Manual de Sobrevivência para Nutrição Clínica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. KRAUSE, M. V.; MAHAN, L. K. Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 13º Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. BAIÃO, Mirian Ribeiro; Suely Ferreira. Alimentação na gestação e puerpério. Rev. Nutr., Abr 2006, vol.19, no.2, p.245-253. VASCONCELOS, Maria Josemere de O. Borda… [et al.]. Nutrição Clínica: obstetrícia e pediátrica. Rio de Janeiro: MedBook, 2011.
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