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UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DOS ALIMENTOS GCA103 – QUÍMICA DE ALIMENTOS I SOLUBILIDADE DE COMPOSTOS POLARES E IÔNICOS Alunos: Amanda Luiza Sousa de Camargo Roma Eliane Santos Abreu Natália Selvati Coelho Thayna Belchior Fernandes da Silva Vinnie Hyoiti Hirooka Rafaella de Sá Relatório: 2 OBJETIVO O objetivo dessa prática é fazer uma comparação entre os compostos polares e iônicos como a pectina, glicose, cloreto de sódio e carboximetilcelulose (CMC) quanto à solubilidade e formação de grumos, na presença ou não de álcool, e na ocorrência do aumento da temperatura. INTRODUÇÃO O termo solubilidade designa tanto fenômeno qualitativo do processo (dissolução), como expressa quantitativamente a concentração das soluções. A solubilidade de uma substância depende da natureza do soluto e do solvente, assim como da temperatura e da pressão às quais o sistema é submetido. É a tendência do sistema em alcançar o valor máximo de entropia. Ao misturar um soluto com um solvente, pode haver a formação de três tipos de soluções: saturada, solução insaturada ou solução supersaturada, cada uma delas dependendo da quantidade de soluto que se dissolveu no solvente. Essa quantidade máxima que pode ser dissolvida é também conhecida por coeficiente de solubilidade ou grau de solubilidade. Mas, a solubilidade de qualquer substância depende, entre outras coisas, do tipo de solvente no qual o soluto está disperso. O processo de interação entre as moléculas do solvente e as partículas do soluto para formar agregados é denominado solvatação e, se o solvente for a água, hidratação. Na solubilidade, o caráter polar ou apolar de uma substância influi principalmente, pois devido à polaridade, estas substâncias serão mais ou menos solúveis. Dessa forma, substâncias polares tendem a se dissolver em líquidos polares e substâncias apolares, em líquidos apolares. Os compostos com mais de um grupo funcional apresentam grande polaridade, por isso não são solúveis em éter etílico, por exemplo, que apresenta baixíssima polaridade. Portanto, para que uma substância seja solúvel em éter etílico deve apresentar pouca polaridade. Os compostos com menor polaridade são os que apresentam menor reatividade como, por exemplo, as parafinas, compostos núcleos aromáticos e os derivados halogenados. Em relação aos compostos iônicos, estes são formados por íons de cargas opostas através de interação eletrostática, que por sua vez podem apresentar considerável solubilidade, principalmente, quando o solvente é a água, a depender das características termodinâmicas (energia livre de Gibbs) e das energias de solvatação e reticular. (MARTINS et al; 2012) No mesmo sentindo, por exemplo, o cloreto de sódio se dissolve em água, pois as moléculas da água têm uma interação suficientemente forte pelos íons Na+ e Cl- que superam a sua atração mútua. Então no caso do NaCl ser adicionado a um solvente apolar a interação de dispersão de London do solvente não será suficientemente forte para desestabilizar a rede cristalina apresentada pelo sal e a dissolução não ocorre. A pectina é um polissacarídeo ramificado constituído principalmente de polímeros de ácido galacturónico, ramnose,arabinose e galactose. É um dos principais componentes da parede celular das plantas e o principal componente da lamela média. Possui um importante poder geleificante, ou seja, é capaz de formar gel quando combinada com o açúcar especial denominado açúcar gelificante, por isso, é já há muito tempo, aplicada como espessante e emulsificante na indústria alimentícia. Para se obter um produto uniforme e firme, na maioria das vezes é necessária a adição de pectina comercial aos sucos ou polpas de frutas, a fim de ajustar o seu teor para um nível adequado para a geleificação. A pectina é um ácido poligalacturônico parcialmente esterificado com grupos metoxila. As principais fontes para a produção comercial são os resíduos das indústrias de suco de maçã e de citros, sendo que no Brasil somente esta última é utilizada. Utiliza-se a pectina na produção de geleias, compotas, sorvetes, recheios de chocolate, sucos de frutas e em alguns tipos de medicamentos. A carboximetilcelulose (CMC), normalmente apresentada na forma sódica (sal de sódio), comocarboximetilcelulose de sódio, é um polímero aniônico derivado da celulose, muito solúvel em água, tanto a frio quanto a quente, na qual forma tanto soluções propriamente ditas quanto géis. Tem a excelente propriedade para aplicações em farmacologia e como aditivo alimentar de ser fisiologicamente inerte. A CMC é aeróbica e anaerobicamente biodegradável por bactérias encontradas no meio ambiente, produzindo pequenas quantidades de fragmentos de CMC e açúcares. Porém sua biodegradabilidade varia de lenta a muito lenta.[1] A glicose, glucose ou dextrose, um monossacarídeo, é um dos carboidratos mais importantes na biologia. As células a usam como fonte de energia e intermediário metabólico. A glicose é um dos principais produtos da fotossíntese e inicia a respiração celular em seres procariontes e eucariontes. É um cristal sólido de sabor adocicado, de formula molecular C6H12O6, encontrado na natureza na forma livre ou combinada. Juntamente com a frutose e a galactose, é o carboidrato fundamental de carboidratos maiores, como sacarose e maltose. Amido e celulose são polímeros de glucose. O sal de cozinha ou sal comum é um mineral formado principalmente por cloreto de sódio (NaCl). O sal é produzido em diversas formas: sal não refinado (sal grosso, também chamado sal marinho e a flor de sal), sal refinado (sal de cozinha) e sal iodado. É um sólido cristalino e branco nas condições normais. Cloreto de sódio e íons são os dois principais componentes do sal, são necessárias para a sobrevivência de todos os seres vivos, incluindo os seres humanos. O sal está envolvido na regulação da quantidade de água do organismo. O álcool (do árabe al-kohul) é uma classe de compostos orgânicos que possui, na sua estrutura, um ou mais grupos de hidroxilas ("-OH") ligados a carbonos saturados. É, comumente, utilizado como combustível, esterilizante e solvente. É o componente principal das bebidas alcoólicas. IMPORTÂNCIA E APLICAÇÕES NA INDÚSTRIA A pectina é, primeiramente, um agente de gelificação, sendo usada para dar textura de geleia a produtos alimentícios. A produção industrial da pectina desenvolveu-se como os subprodutos e resíduos das indústrias produtoras de sucos de frutas e bebidas. A pectina se obtém mediante custosas técnicas, sendo extraída de matérias- primas vegetais com alto conteúdo de pectina, como por exemplo, casca de limão e lima, uva, laranja e maçã e é utilizada para produção de geleias, compotas e doces, pois são estabilizadores de emulsões nos alimentos. Das diversas matérias-primas podem-se extrair muitas variedades de pectina e, desse extrato de pectina, pode-se obter industrialmente, através de diferentes procedimentos, uma pluridade de tipos de pectinas com propriedades específicas. Para chegar a determinadas características requeridas por aplicações específicas, os produtores podem misturar as matérias-primas para obter diversas qualidades de pectinas com característicasgelificantes específicas. As pectinas são usadas nas indústrias processadoras de frutas, na produção de doces e confeitos, em confeitaria industrial na indústria láctea, na indústria de bebidas e em comestíveis finos. Também são usadas em outras aplicações não comestíveis, como produtos farmacêuticos e cosméticos. Sua habilidade para somar viscosidade e estabilizar emulsões possibilita seu uso em suspensões em várias preparações. Porém cerca de 80% da produção mundial de pectinas é usada na fabricação de geleias e compotas. A celulose microcristalina (CMC) é um ingrediente único que pode ser chamado de multifuncional. Atualmente, uma das principais aplicações da celulose microcristalina é como substituto de gordura, podendo ser utilizada em produtos de panificação, molhos, coberturas e glacês, sobremesas geladas, produtos cárneos, flavorizantes, filmes, frituras, sopas e alimentos estruturados. As principais funções da celulose microcristalina são estabilizar espumas e emulsões, substituir óleos e gorduras, melhorar a adesão em molhos, controlar a cristalização, sinérese e viscosidade e, devido as suas propriedades tixotrópicas, manter partículas em suspensão e formar géis termoestáveis. Atualmente, uma das principais aplicações da celulose microcristalina é como substituto de gordura. A capacidade de hidrorretenção e a propriedade tixotrópica das dispersões de CMC fornecem propriedades reológicas e de textura com aparência similar à dos alimentos que contêm óleo ou gordura. As principais aplicações como substitutos de gorduras incluem produtos de panificação, molhos, coberturas e glacês, sobremesas geladas, produtos cárneos, flavorizantes, frituras e sopas. METODOLOGIA Vidrarias e equipamentos: - 8 béqueres de 50mL; - 2 pipetas graduadas de 5mL; - 1 tubo de ensaio; - bastões de vidro; - placas de aquecimento; - papel de alumínio; - balança; - 4g de pectina, 4g de CMC, 4g de glicose e 4g de cloreto de sódio; - 22mL de etanol absoluto; - 130mL de água destilada. Técnica: Foram pesados duas vezes os seguintes compostos: - 1g de CMC; - 2g de pectina; - 10g de cloreto de sódio; - 2g de glicose. Eles foram transferidos para béqueres de 50mL. Em uma metade de cada amostra foi acrescentado 5mL de álcool + 20mL de água destilada e logo em seguida foram homogeneizados. Na outra metade de cada amostra, acrescentou-se apenas 25mL de água destilada. As duas amostras preparas foram então aquecidas até ebulição e deixadas um minuto na temperatura de ebulição. RESULTADOS E DISCUSSÕES No experimento Glicose e água observamos que houve uma completa diluição. O mesmo ocorreu no experimento em que foi adicionado o álcool e concluímos que nesse caso, o álcool não fez diferença. Os experimentos não foram aquecidos pois o resultado seria o mesmo. No outro experimento, que foi misturado CMC e água, constatamos a presença de muitos grúmulos que se solubilizaram quando foram aquecidos, obtendo assim um aspecto mais viscoso. Já no CMC e álcool, a mistura ficou mais liquida, porém, possuía grúmulos. Quando submetido ao aquecimento houve uma diminuição desses grúmulos. Nesse caso, concluímos que a água é um melhor espessante. No experimento NaCl e água, a mistura ficou saturada e houve formação de pouco corpo de fundo, já com álcool houve uma grande quantidade de corpo de fundo. Quando submetidos ao aquecimento, não houve nenhuma alteração. Nesse caso, concluímos que o álcool atrapalhou pois dificultou a solubilidade. No último experimento, Pectina e água, observou-se uma mistura viscosa com muito grúmulos, porém, quando submetidos ao aquecimento, esses grúmulos se dissolveram por completo. Já com o álcool não houve formação de grúmulos e quando aquecido, tornou-se mais viscoso. CONCLUSÃO Com a realização desta atividade prática observou-se que são diversos os fatores que influenciam na solubilidade de um composto, principalmente a polaridade e a temperatura. O aumento da temperatura pode auxiliar na reversão de imiscibilidade de uma substância que muitas vezes não é solúvel à temperatura ambiente. A substância polar tende a se dissolver bem em uma solução polar, assim como substâncias apolares dissolvem-se melhor em soluções apolares. Em síntese, obteve-se resultados onde houve a completa solubilidade da amostra e resultados onde houve presença de corpo de fundo e formação de grúmulos. A partir destes resultados variados, pode-se concluir que fatores como a saturação do soluto e a solubilidade particular de cada composto devem ser levados em consideração ao se fazer a análise de solubilidade. REFERÊNCIAS https://pt.wikipedia.org/wiki/Glicose https://pt.wikipedia.org/wiki/Pectina http://www.infoescola.com/bioquimica/pectina/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Carboximetilcelulose http://www.bdc.ib.unicamp.br/bdc_uploads/materiais/versaoOnline/versaoOnline 1502_pt/material1502_codigoBinario_pt/solubilidade.html
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